Invisíveis
Cinco histórias sobre tragédias humanas em países do Terceiro Mundo conduzem este documentário espanhol de cunho humanitário.
Produzida pelo ator espanhol Javier Bardem, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante este ano por “Onde os Fracos Não Têm Vez”, a fita é montada a partir de cinco casos - três sobre guerras civis e dois sobre doenças – evidenciando o sofrimento de populações pobres em decorrência do descaso das autoridades. As histórias são curtas, com duração entre 12 e 27 minutos, e se passam na África e na América Latina.
A primeira, “Carta a Nora”, dirigida por Isabel Coixet, enfoca o mal de Chagas que ainda acomete os bolivianos (e, conforme o filme, também atinge boa parte da Espanha). A segunda história, “Crimes Invisíveis” (foto acima), dirigida pelo famigerado alemão Wim Wenders, tem como cenário o Congo. É a que carrega o tema mais forte, sobre mulheres violentadas por soldados africanos em meio à guerra civil. Na terceira, “Boa Noite, Ouma”, o diretor Fernando León de Aranoa capta, na Uganda, relatos de crianças desabrigadas, que, em meio à guerra civil, encontram moradia e apoio em campos de refugiados. A quarta parte, “O sonho de Bianca”, dirigida por Mariano Barroso, trata a angustiante trajetória de africanos vítimas da doença do sono e que são abandonados pelo governo. Por último, “A Voz das Pedras”, o diretor Javier Corcuera retrata os manifestos da população colombiana contra a matança de jovens em decorrência da sangrenta guerra civil que desmorona o país há 40 anos.
Como podemos perceber, o documentário é dramático e trata de questões polêmicas. Um apelo à vida. Um tapa na cara que expõe à sociedade os marginalizados, os tais “invisíveis”, que não passam de verdadeiros fantasmas aos olhos do mundo e que enfrentam seus mais diversos martírios.
A única falha é que as histórias não são bem explicadas. Resume-se a depoimentos atuais, como se o público conhecesse sobre as guerras civis na África e na Colômbia ou mesmo sobre as doenças em destaque. Fica devendo contexto histórico em todas elas. A primeira, a mais curta, é irregular, já que o tema é mal explorado e a música, repetitiva.
Mesmo assim ainda acho que vale a pena conferir. Prepara-se para levar um “tiro” de perplexidade. O destaque do documentário é a produção em parceria com a organização internacional não-governamental “Médicos Sem Fronteiras”, grupo de médicos que se destina a contribuir voluntariamente com os países onde existem miséria extrema e fome. Venceu o prêmio Goya (espanhol) de melhor documentário este ano. Atenção para os cinco diretores: são três espanhóis, um peruano e um alemão, cada qual com seus pontos de vista e características de estilo. Não disponível em DVD nem no Brasil nem nos Estados Unidos, apenas em canais por assinatura. Por Felipe Brida
Título original: Invisibles
País/Ano: ESP, 2007
Direção: Isabel Coixet, Wim Wenders, Fernando León de Aranoa, Mariano Barroso, Javier Corcuera.
Gênero: Documentário
Duração: 106 min.
Cinco histórias sobre tragédias humanas em países do Terceiro Mundo conduzem este documentário espanhol de cunho humanitário.
Produzida pelo ator espanhol Javier Bardem, vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante este ano por “Onde os Fracos Não Têm Vez”, a fita é montada a partir de cinco casos - três sobre guerras civis e dois sobre doenças – evidenciando o sofrimento de populações pobres em decorrência do descaso das autoridades. As histórias são curtas, com duração entre 12 e 27 minutos, e se passam na África e na América Latina.
A primeira, “Carta a Nora”, dirigida por Isabel Coixet, enfoca o mal de Chagas que ainda acomete os bolivianos (e, conforme o filme, também atinge boa parte da Espanha). A segunda história, “Crimes Invisíveis” (foto acima), dirigida pelo famigerado alemão Wim Wenders, tem como cenário o Congo. É a que carrega o tema mais forte, sobre mulheres violentadas por soldados africanos em meio à guerra civil. Na terceira, “Boa Noite, Ouma”, o diretor Fernando León de Aranoa capta, na Uganda, relatos de crianças desabrigadas, que, em meio à guerra civil, encontram moradia e apoio em campos de refugiados. A quarta parte, “O sonho de Bianca”, dirigida por Mariano Barroso, trata a angustiante trajetória de africanos vítimas da doença do sono e que são abandonados pelo governo. Por último, “A Voz das Pedras”, o diretor Javier Corcuera retrata os manifestos da população colombiana contra a matança de jovens em decorrência da sangrenta guerra civil que desmorona o país há 40 anos.
Como podemos perceber, o documentário é dramático e trata de questões polêmicas. Um apelo à vida. Um tapa na cara que expõe à sociedade os marginalizados, os tais “invisíveis”, que não passam de verdadeiros fantasmas aos olhos do mundo e que enfrentam seus mais diversos martírios.
A única falha é que as histórias não são bem explicadas. Resume-se a depoimentos atuais, como se o público conhecesse sobre as guerras civis na África e na Colômbia ou mesmo sobre as doenças em destaque. Fica devendo contexto histórico em todas elas. A primeira, a mais curta, é irregular, já que o tema é mal explorado e a música, repetitiva.
Mesmo assim ainda acho que vale a pena conferir. Prepara-se para levar um “tiro” de perplexidade. O destaque do documentário é a produção em parceria com a organização internacional não-governamental “Médicos Sem Fronteiras”, grupo de médicos que se destina a contribuir voluntariamente com os países onde existem miséria extrema e fome. Venceu o prêmio Goya (espanhol) de melhor documentário este ano. Atenção para os cinco diretores: são três espanhóis, um peruano e um alemão, cada qual com seus pontos de vista e características de estilo. Não disponível em DVD nem no Brasil nem nos Estados Unidos, apenas em canais por assinatura. Por Felipe Brida
Título original: Invisibles
País/Ano: ESP, 2007
Direção: Isabel Coixet, Wim Wenders, Fernando León de Aranoa, Mariano Barroso, Javier Corcuera.
Gênero: Documentário
Duração: 106 min.
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