quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cine Lançamento


O contador de histórias

Baseado em fatos reais, o filme acompanha a trajetória de Roberto Carlos Ramos, hoje pedagogo e um dos mais renomados contadores de histórias do Brasil, de fama internacional. Nascido em uma favela em Belo Horizonte, passou a infância na Febem, local onde conheceu a educadora e pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), alicerce fundamental para a construção de seu repertório e conhecimento.

Um belíssimo drama brasileiro ligado a causas humanas, que até recebeu o selo da Unesco. A grande atriz portuguesa Maria de Medeiros, que viveu na França por muitos anos, encaixa-se sublimemente no papel – ela está ótima, domina as cenas com sua personagem sensível e amorosa. Como a pedagoga que “adota” o pequeno marginal, faz das tripas coração para que o menino se torne sociável, já que o aterrador ambiente onde foi criado não trouxe futuro digno para seu crescimento pessoal. Ela descobre o potencial escondido no rapaz e o inicia às práticas de leitura e ao contato com a boa literatura. Com todo esse arranjo perfeito entre roteiro (de José Roberto Torero), atuação, ritmo e sensibilidade, o filme tem estrutura suficiente para ser apontado como um dos destaques imperdíveis do ano.
Mesmo com poucos projetos rodados, o diretor Luiz Villaça demonstra ser fera no assunto - antes havia filmado o engraçadinho “Cristina quer casar” (2003), agradável, mas pouco memorável.
Confira “O contador de histórias”, um bom drama cuja vida dos personagens centrais trará emoções compreensíveis ao público. Por Felipe Brida

Título original: O contador de histórias
País/Ano: Brasil, 2009
Elenco: Maria de Medeiros, Marco Antônio, Cleiton dos Santos da Silva, Paulo Henrique, Ju Colombo, Victor Fasano, Chico Diaz.
Direção: Luiz Villaça
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Distribuidora: Warner Home Video

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Viva Nostalgia!

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Adorável avarento

Ebenezer Scrooge (Albert Finney) é um senhor rabugento que vive de mau humor e trabalha em um escritório em Londres, na primeira metade do século XIX. Odeia as festividades do Natal, só reclama da vida e despreza as pessoas que o cercam. Na véspera do Natal, sua vida começa a tomar novos rumos quando recebe a visita de três fantasmas – o do passado, o do presente e o do futuro. Será que Scrooge ainda tem chance de se tornar um homem de coração bom?

Musical de excelente qualidade visual, “Adorável avarento” é uma das melhores adaptações de “O conto de Natal”, de Charles Dickens, considerado um clássico natalino, talvez o mais famoso de todos os tempos, que inclusive já foi transformado em inúmeros filmes, musicais, espetáculo teatrais e séries de TV.
As lições de moral inseridas na história tratam sobre harmonia entre os homens, procura pela paz interior, ou seja, aqueles velhos temas de clima natalino, que, mesmo saturados, tornam a perspectiva do final de ano reflexiva.
Fita de primeira, com Albert Finney no papel de Scrooge, o velho que detesta o natal, e ainda com a participação especial de grandes nomes do cinema inglês, dentre eles Sir Alec Guiness (como o assombroso espírito das correntes) e Edith Evans, como o fantasma do passado.
Recebeu quatro indicações ao Oscar – direção de arte, figurino, trilha sonora e canção (“Thank you very much”). Disponível em DVD pela Paramount Pictures. Por Felipe Brida

Título original: Scrooge
País/Ano: Inglaterra, 1970
Elenco: Albert Finney, Kenneth More, Alec Guiness, Edith Evans, Laurence Naismith, Roy Kinnear, Kay Walsh.
Direção: Ronald Neame
Gênero: Musical
Duração: 113 min
Distribuidora: Paramount Pictures

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Especiais sobre cinema

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Natal. Palavrinha de cinco letras com um significado imenso! Para uns, é tempo de alegria e comilança. Para outros, reflexão e paz interior. Nesse período em que se faz planos para o ano vindouro, vamos alimentar nossos sonhos, sejam eles do tamanho de uma formiga ou grandões como um elefante.
Aos leitores registro aqui votos de paz e sabedoria, e que 2010 chegue como um ano de conquistas, de harmonia entre os homens, de recomeço.
E para garantir bons momentos em clima de final de ano, seguem dicas de filmes que entretém e nos faz refletir. Feliz 2010! Por Felipe Brida

A felicidade não se compra (1946)

De ilusão também se vive (1947 - foto acima)

Natal branco (1954)



Adorável avarento (1970 - foto)




Gremlins (1984 - foto)

Os fantasmas contra-atacam (1988)

Férias frustradas de Natal (1989)

Gremlins 2 – A nova batalha (1990)

Esqueceram de mim (1990)

Esqueceram de mim 2 (1992)

Parente é serpente (1992)

Milagre na rua 34 (1994 – refilmagem de “De ilusão também se vive”)

Um herói de brinquedo (1996)

Um natal bom pra cachorro (1998)

O grinch (2000)

Um duende em Nova York (2003 - foto)

Simplesmente amor (2003)

Um natal muito, muito louco (2004)

O expresso polar (2004)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cine Lançamento


Up – Altas aventuras

Vendedor de balões, o velhinho Carl Fredricksen (voz de Edward Asner) perde a esposa e passa a viver sozinho. Prestes a perder a casa para uma empreiteira, reluta em deixar o local. Após uma crise nervosa, agride uma pessoa com sua bengala e torna-se uma ameaça pública. Forçado a se internar em um asilo, o idoso torna realidade uma ideia mirabolante: enche milhares de balões dentro de sua casa, o que a faz voar. Seu sonho é viajar até à América do Sul para encontrar uma nova moradia.

“Up – Altas aventuras” é a nova animação da Disney/Pixar, que estreou no topo da bilheteria tanto norte-americana quanto na brasileira, arrecadando gordos milhões de dólares nos primeiros dias de exibição nos cinemas. Não é por menos. A fabulosa história encanta crianças, jovens e adultos. Tem um pouco de tudo e na medida certa: aventura, drama, suspense, comédia. São poucos personagens – na realidade temos apenas o velhinho protagonista, inicialmente carrancudo e com o passar da história deixa aflorar seu bom coração, e o escoteiro Russell, que se envolve em inúmeras aventuras ao lado do idoso. Mas o grande chamariz mesmo é a casa voadora – as bexigas cheias fazem-na voar como um balão, percorrendo as Américas!
Trata ainda de questões tidas como sociais, por exemplo o valor do ser humano na terceira idade. Aqui o idoso não é um ser inválido mesmo diante do despejo; ele assume seu lado jovial, passando a aproveitar a vida da maneira mais enérgica possível.
Dirigido por Pete Docter, do grupo da Disney, responsável por “Monstros S.A.” (2001), “Up” recebeu duas indicações ao Globo de Ouro para 2010 – melhor animação e trilha sonora para Michael Giacchino. Obviamente será um possível finalista do Oscar.
Na dublagem em português destaque para Chico Anísio; no áudio original a voz de Fredricksen é feita pelo veterano ator e dublador Edward Asner.
Um filme-família que serve como bom divertimento nesse final de ano. Por Felipe Brida

Título original: Up
País/Ano: EUA, 2009
Vozes de: Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Delroy Lindo, Bob Peterson, John Ratzenberger
Direção: Pete Docter
Gênero: Animação
Duração: 96 min.
Distribuidora: Pixar/Disney

domingo, 20 de dezembro de 2009

Morre a atriz Brittany Murphy aos 32 anos


A atriz Brittany Murphy, de apenas 32 anos, morreu na manhã de hoje, horas após dar entrada em um hospital em Los Angeles. Segundo informações do site TMZ, Brittany teve uma parada cardíaca na casa da mãe, onde morava com o marido.
Nascida em Atlanta, Geórgia, no dia 10 de novembro de 1977, a atriz iniciou carreira artística em comerciais televisivos bem jovem, no final da década de 80. Com 16 anos passou a atuar no popular seriado "Blossom". Estreou nos cinemas em "As patricinhas de Beverly Hills" (1995), e desde então trabalhou em inúmeros filmes. Dentre os principais estão "Freeway - Sem saída" (1996), "Drive - Tensão máxima" (1997), "Anjos rebeldes 2" (1998), "A matemática do diabo" (1999), "Garota, interrompida" (1999), "Medo em Cherry Falls" (2000), "Refém do silêncio" (2001), "Os garotos da minha vida" (2001), "Spun - Sem limites" (2002), "8 mile - Rua das ilusões" (2002), "Recém-casados" (2003), "Grande menina, pequena mulher" (2003), "Sin City" (2005), "O segredo de Neverwas" (2005), "Amor e outros desastres" (2006), "Happy feet - O pinguim" (2006 - voz) e "Correndo contra o tempo" (2009).
Brittany havia acabado de participar de "The expendables", a nova fita de ação dirigida por Sylvester Stallone prevista para ser lançada em 2010. Por Felipe Brida

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Morre o roteirista de filmes de terror e ficção Dan O’Bannon, aos 63 anos

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O roteirista de filmes de terror e ficção científica Dan O’Bannon morreu ontem aos 63 anos em Los Angeles. Em nota à imprensa, a família informou que Dan havia ficado doente nos últimos meses. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em 30 de setembro de 1946 em Saint Louis, Missouri, O’Bannon escrevia roteiros de cinema inspirado nas revistas em quadrinhos “Contos da cripta”. Considerado um de seus trabalhos mais célebres, o roteiro de “Alien – O oitavo passageiro” (1979 - foto abaixo), bem como a criação do personagem monstruoso, reformulou o gênero ficção científica, gerando seqüências e muitas imitações.
Também escreveu o roteiro de “Dark star” (1974), “Os mortos-vivos” (1981), “Força sinistra” (1985), “O vingador do futuro” (1990) e “Screamers – Assassinos cibernéticos” (1995). Foi responsável por escrever uma dos segmentos da animação dark “Heavy Metal – Universo em fantasia” (1981) e ainda foi co-roteirista de “Trovão azul” (1983).
Ao longo da carreira dirigiu dois filmes: “A volta dos mortos-vivos” (1985 – com roteiro próprio) e “Renascido das trevas” (1992).
Em 1977 integrou a equipe de consultores de efeitos visuais da superprodução “Star wars” (1977), dirigida por George Lucas.
O’Bannon era casado e deixa um filho. Por Felipe Brida

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Morre a atriz Jennifer Jones aos 90 anos


Ganhadora do Oscar de melhor atriz por "A canção de Bernardette" em 1944, Jennifer Jones morreu hoje aos 90 anos, em sua casa em Malibu, Califórnia. A atriz, nascida no dia 2 de março de 1919 em Tulsa, Oklahoma, recebeu ainda outras quatro indicações ao Oscar, três deles em anos consecutivos - "Desde que partiste" (1944), "Um amor em cada vida" (1945) e "Duelo ao sol" (1946), e depois por "Suplício de uma saudade" (1956).
Iniciou os trabalhos no cinema no final em 1939, e em 35 anos de carreira participou de aproximadamente 25 filmes, dentre eles "O retrato de Jennie" (1948), "Adeus às armas" (1957) e "Suave é a noite" (1962). Afastada das telas desde "Inferno na torre" (1974), passou a se dedicar, a partir da década de 80, à uma fundação para doentes mentais, que leva seu nome.
Foi casada com o ator Robert Walker e também com o produtor David O. Selznick. A atriz deixa três filhos. Por Felipe Brida

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Especiais sobre cinema


Nomeados ao Globo do Ouro 2010 são anunciados

Os indicados ao Globo de Ouro 2010 foram anunciados na manhã de ontem pela Hollywood Foreign Press Association. Na liderança, com seis nomeações, incluindo melhor filme (drama), está a comédia dramática “Amor sem escalas”, seguido do musical “Nine”, que acumula cinco indicações ao prêmio.
A 67ª edição do Globo de Ouro será realizada no dia 17 de janeiro, no Hotel Beverly Hilton, em Los Angeles. Pela primeira vez na história o evento cinematográfico, considerado uma prévia do Oscar, terá transmissão ao vivo, pela NBC, a partir das 17 horas (horário local/EUA), com apresentação do comediante inglês Ricky Gervais. Na cerimônia também haverá uma homenagem especial ao cineasta Martin Scorsese, que receberá o prêmio Cecil B. DeMille, pela carreira.
Segue abaixo a lista completa dos indicados na grande categoria "cinema". Por Felipe Brida


Melhor Filme - Drama

"Avatar"
"Guerra ao terror"
"Bastardos inglórios"
"Preciosa – Uma história de esperança"
"Amor sem escalas"


Melhor Filme - Comédia ou Musical

"(500) dias com ela"
"Se beber, não case"
"Simplesmente complicado"
"Julie & Julia"
"Nine"


Melhor Atriz - Drama

Emily Blunt, "The young Victoria"
Sandra Bullock, "The blind side"
Helen Mirren, "The last station"
Carey Mulligan, "Educação"
Gabourey Sidibe, "Preciosa – Uma história de esperança"


Melhor Ator - Drama

Jeff Bridges, "Crazy heart"
George Clooney, "Amor sem escalas"
Colin Firth, "A single man"
Morgan Freeman, "Invictus"
Tobey Maguire, "Brothers"


Melhor Atriz - Comédia ou Musical

Sandra Bullock, "A proposta"
Marion Cotillard, "Nine"
Meryl Streep, "Simplesmente complicado"
Meryl Streep, "Julie & Julia"
Julia Roberts, "Duplicidade"


Melhor Ator - Comédia ou Musical

Matt Damon, "O desinformante"
Daniel Day-Lewis, "Nine"
Robert Downey Jr., "Sherlock Holmes"
Joseph Gordon-Levitt, "(500) dias com ela"
Michael Stuhlbarg, "A serious man"


Melhor Ator Coadjuvante

Matt Damon, "Invictus"
Stanley Tucci, "Um olhar do paraíso"
Christopher Plummer, "The last station"
Christopher Waltz, "Bastardos inglórios"
Woody Harrelson, "The messenger"


Melhor Atriz Coadjuvante

Mo’Nique, "Preciosa – Uma história de esperança"
Julianne Moore, "A single man"
Anna Kendrick, "Amor sem escalas"
Vera Farmiga, "Amor sem escalas"
Penélope Cruz, "Nine"


Melhor Diretor

Kathryn Bigelow, "Guerra ao terror"
James Cameron, "Avatar"
Clint Eastwood, "Invictus"
Jason Reitman, "Amor sem escalas"
Quentin Tarantino, "Bastardos inglórios"


Melhor Roteiro

"Amor sem escalas"
"Simplesmente complicado"
"Distrito 9"
"Guerra ao terror"
"Bastardos inglórios"


Melhor Filme em Língua Estrangeira

"Baaria" (Itália)
"Abraços partidos" (Espanha)
"A prophet" (França)
"The white ribbon" (Alemanha)
"La nana" (Chile)


Melhor Filme de Animação

"Coraline e o mundo secreto"
"O fantástico Sr. Raposo"
"Tá chovendo hambúrguer"
"A princesa e o sapo"
"Up - Altas aventuras"


Melhor Canção

I will see you - "Avatar"
The weary kind - "Crazy heart"
Winter - "Brothers"
Cinema Italiano - "Nine"
I want to come home - "Everybody's Fine"


Melhor Trilha Sonora Original

Michael Giacchino, "Up - Altas aventuras"
Marvin Hamlisch, "O desinformante"
James Horner, "Avatar"
Abel Krozeniowski, "A single man"
Karen O. & Carter Burwell, "Onde vivem os monstros"

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Viva Nostalgia!


Cría cuervos

Em Madri, três irmãs, todas menores, são criadas pela austera tia após a morte dos pais. Dentre as órfãs está Ana (Ana Torrent), uma garotinha pensativa e fascinada pela morte. Presenciara a mãe agonizar na cama até morrer, e logo depois encontrara o pai morto. Só que um mistério ronda o passado da pequena menina.

Obra-prima do diretor espanhol Carlos Saura, vencedora do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 1976 e indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro.
Aparentemente o filme é um retrato sobre a infância. Porém a psicologia é mais profunda. Saura esteve engajado contra o regime totalitário de Francisco Franco (conhecido como “El Caudillo”) na Espanha; por causa disso, “Cria cuervos” carrega uma aura de mistério, metáforas e inúmeras simbologias, que já se inicia com o próprio título – uma alusão ao ditado espanhol: “Crie corvos e eles te comerão os olhos”. A mãe agonizando na cama remete à ideia da pátria doente, assim como o envolvimento do general com a amante implica na concepção implícita da traição do país – e que culmina com a criança matando o pai com veneno, simbolizando a revolta popular a fim de depor o presidente. A música-tema, cantada por Jeanette, “Por que te vas”, sucesso na época, é cínica e ambígua.
No elenco, destacam-se a garotinha Ana Torrent, em início de carreira – hoje uma mulher belíssima e importante atriz, além de Geraldine Chaplin, em papel duplo feito em tempos diferentes – a mãe e a filha (na fase adulta).
Um clássico de nossos tempos, que sai agora em boa cópia pela Platina Filmes. Por Felipe Brida

Título original: Cría Cuervos
País/Ano: Espanha, 1976
Elenco: Geraldine Chaplin, Ana Torrent, Monica Randall, Florinda Chico, Hector Alterio.
Direção: Carlos Saura
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Distribuidora: Platina Filmes

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cine Lançamento


Jean Charles

História real do brasileiro Jean Charles de Menezes (Selton Mello), que, confundido com um homem-bomba durante a onda de ataques terroristas em Londres, em 2005, foi assassinado pela polícia britânica dentro do metrô da capital.

O cineasta Henrique Goldman adaptou para as telas (assinando roteiro e direção) a vida do jovem emigrante Jean Charles, mundialmente conhecido após ser inocentemente morto a tiros pelas forças armadas da Scotland Yard em Londres, há quatro anos. O resultado é um excelente filme biográfico, produzido e rodado na Inglaterra, e infelizmente esquecido nas premiações de cinema tanto dentro quanto fora do Brasil.
Retrata, de forma humana e muito sincera, não só a história de Jean Charles de Menezes, o rapaz nascido em Minas Gerais, mas a de tantos outros Jeans, jovens sonhadores em busca de trabalho na cidade grande, obcecados pelo sucesso, à procura de melhores condições de vida, correndo atrás de um suposto futuro promissor.
Desde o início o público sabe qual será o desfecho, portanto a fita é triste e pode emocionar.
O bom elenco faz a diferença – Selton Mello está mais natural que de costume, no papel principal; a ótima Vanessa Giácomo marca naturalidade; e o humorista Luís Miranda dá um show com seu tom cômico moderado. E tem ainda a participação especial do cantor Sidney Magal, no final.
Desta safra de nacionais, um dos melhores da lista. Por Felipe Brida

Título original: Jean Charles
País/Ano: Inglaterra, 2009
Elenco: Selton Mello, Vanessa Giácomo, Luís Miranda, Renu Setna. Participações especiais: Sidney Magal, Daniel de Oliveira.
Direção: Henrique Goldman
Gênero: Drama
Duração: 91 min.
Distribuidora: Imagem Filmes

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Morre o ator Gene Barry aos 90 anos


O ator Gene Barry morreu na noite da última quarta-feira aos 90 anos em sua casa, em Los Angeles. Vencedor do Globo de Ouro de melhor ator pelo seriado de TV “Burke’s Law” (1965), Barry faleceu de causas naturais, segundo informou a agência de notícias Associated Press.
Nascido em 14 de junho de 1919 na cidade de Nova York, Barry dedicou-se a inúmeros trabalhos na TV. Protagonizou o seriado western “Bat Masterson” (1958-1961) e fez participações especiais em “A ilha da fantasia”, “O barco do amor”, “As panteras” e “Além da imaginação”.
Foram poucos os trabalhos no cinema. Das produções destacam-se as duas versões de “Guerra dos mundos” (a de 1953 e a de 2005), ”Cidade atômica” (1952), “Ligas encarnadas (1954) e “O aventureiro de Hong Kong” (1955). Atuou ainda em dois filmes dirigidos por Samuel Fuller, ambos em 1957 - “China gate” e “Dragões da violência”.
O ator era viúvo e deixa três filhos, três netos e dois bisnetos. Por Felipe Brida

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Resenhas & Críticas


Viva o Gordo

Chega em DVD, pela Som Livre em parceria com a Globo Marcas, uma coletânea especial com as melhores esquetes do programa humorístico “Viva o gordo”, exibido pela Rede Globo entre 1981 e 1987. O DVD duplo totaliza 5h30 de puro riso e nostalgia, com os personagens mais hilários imortalizados pelo comediante e hoje apresentador de TV Jô Soares, influenciado pelo modelo de fazer comédia de Chico Anísio.
Na época de seu lançamento, o país vivia os anos finais da Ditadura – a Anistia já havia sido decretada, as eleições diretas circulavam na boca do povo, e o regime militar ruía com o presidente João Baptista Figueiredo. Devido a tais fatos históricos, “Viva o gordo” traça, de forma irônica e também cínica, assuntos daquele momento, por exemplo o fim da censura e do exílio, ou seja, há um sem número de críticas sociais certamente datados se vistos atualmente. Para aqueles que não viveram a década de 80 ou para a geração mais nova que desconhece a História Contemporânea do Brasil, poderá não acompanhar as piadas. Se olharmos bem, todo programa de humor em formato de esquetes, seja aqui ou lá fora, são elaborados a partir de atualidades, momentos do hoje.
Bem editado, o DVD, embalado em uma lata redonda toda colorida, vem dividido por ano de exibição, cada qual com os personagens de maior destaque do período, como a atriz da pornochanchada Bô Francineide, o sonegador Bianor, Múcio, Al Cafona, Don Casqueta, Zé da Galera, Capitão Gay (foto ao lado), Dr. Caldeira e a amante argentina, Reizinho etc. E os bordões? “Tem pai que é cego” (dita por Tavares, pai de filhos homossexuais), “Olha como é que eu tô” (Geléia, o guarda medroso) e “Bocãão” (Turíbio, o dentista doido por mulheres).
Um bom material para se ter na coleção, para ver, rever e gargalhar. Por Felipe Brida

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Morre o ator Richard Todd


O ator irlandês Richard Todd, ex-combatente na Segunda Guerra Mundial, morreu ontem aos 90 anos em Lincolnshire, Inglaterra. Nas seis décadas dedicadas ao cinema, Todd atuou em dezenas de filmes de guerra, drama e aventura. Recebeu inclusive uma indicação ao Oscar de melhor ator por "Coração amargurado" (1949).
Nascido em Dublin, no dia 11 de junho de 1919, antes da carreira artística trabalhou no Exército. Na Segunda Guerra, comandou um pelotão de soldados durante o desembarque da Normandia (no chamado "Dia D"), tornando-se um dos heróis da batalha.
Iniciou-se como ator a partir dos anos 40. Dentre as produções de destaque estão "Labaredas do inferno" (1955), "A rainha tirana" (1955), "O dia D" (1956), "Joana D'Arc" (1957), "Intent to kill" (1958), "O mais longo dos dias" (1962) e "À beira do abismo" (1978).
O ator era casado e deixa quatro filhos. Por Felipe Brida

Cine Lançamento


Biografia do imperador mongol Genghis Khan (1168-1227), um dos maiores conquistadores da história universal. Nascido no sul da Sibéria com o nome de Temudjin, a vida de Khan foi cercada por lendas xamânicas e mitos orientais. Após presenciar o clã familiar ser destruído, cresceu em busca de vingança. Na ascensão do seu império, organizou um exército impiedoso, reconhecido pelas estratégias e táticas de guerra bem sucedidas.

Épico exemplar e emocionante, produzido no Cazaquistão e rodado em diversos países, como Sibéria, Rússia e China. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2008, perdeu para o polonês “Os falsários” (divulgado na edição do dia 13 de novembro na coluna Cinema em foco).A narrativa acompanha uma “meia” saga de Genghis Khan (da infância até a ascensão ao poder), líder dos guerreiros mongóis. No poder, conquistou o império persa, engolindo as fronteiras do sul da Rússia, e partes da China e da Ucrânia. Seu grupo, lotado de homens frios e vingativos, foi responsável por mais de um milhão de mortes diante das centenas de batalhas travadas.Um filme sobre heroísmo e vingança, com uma espetacular fotografia das gélidas paisagens da Sibéria que enche o olhar do público.O russo Sergei Bodrov dirige essa aventura épica, feita sumariamente para substituir dois antigos projetos comerciais e desastrosos sobre Genghis Khan, que nunca deram certo – são eles “Sangue de bárbaros” (1956), com John Wayne na pele do imperador (que loucura!), considerado uma fita maldita, já que após as gravações, nas planícies de Utah, grande parte do elenco morreu de câncer, em decorrência de o lugar ter sido contaminado por bombas químicas, e Omar Sharif no filme “Genghis Khan”, de 1965.Digno de méritos, aplausos e calorosa recepção. Por Felipe Brida

Título original: Mongol
País/Ano: Cazaquistão/Mongólia/Rússia/Alemanha, 2007
Elenco: Tadanobu Asano, Honglei Sun, Khulan Chuluun, Aliya, Ba Sen.
Direção: Sergei Bodrov
Gênero: Aventura/Drama
Duração: 126 min.
Distribuidora: Europa Filmes

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Morre a atriz brasileira Leila Lopes


A atriz Leila Lopes, de 50 anos, foi encontrada morta na madrugada de ontem, em sua residência, no bairro Morumbi (São Paulo), vítima de uma parada cardiorrespiratória. A polícia investiga a hipótese de suicídio.
Nascida em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, no dia 19 de novembro de 1959, Leila iniciou a carreira como atriz na extinta Rede Manchete, nas novelas “Pantanal” (1990) e “O guarani” (1991). Contratada pela Rede Globo, atuou em “Despedida de solteiro” (1992), “Renascer” (1993), “Tropicaliente” (1994) e “O rei do gado” (1996), e ainda participou de episódios de “Você decide” e “Malhação” (1997). Sua última aparição na TV deu-se em “Marcas da paixão” (2000), na Rede Record.
Em 2008 causou polêmica no meio artístico ao atuar em três filmes pornográficos. Por Felipe Brida

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Viva Nostalgia!

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O gato de nove caudas

Com a ajuda do ex-jornalista Franco Arno (Karl Malden), hoje cego e aposentado, o repórter Carlo Giordani (James Franciscus) tenta resolver uma série de mortes relacionadas a uma empresa farmacêutica.

Nos anos 70, o cultuado diretor Dario Argento inovou o cinema italiano com uma nova perspectiva de filmes de suspense sobre serial killers, cujo estilo recebeu o nome de “giallo” – além de ser responsável pelas fitas de terror em tom sobrenatural com cores estilizadas (como Suspiria, seu melhor projeto). Antes de “O gato” Argento rodou “O pássaro das plumas de cristal” (1970) e logo depois “Quatro moscas no veludo azul” (1971), todos “gialli” da fase inicial do cineasta, com aquele gostinho de Hitchcock.
“O gato de nove caudas” é o único com elenco de famosos – Karl Malden, recentemente falecido, e James Franciscus, morto precocemente em 1991, formam a dupla de jornalistas investigadores.
Repleto de cortes bruscos e close-up, técnicas comuns do diretor italiano, só descobrimos o assassino na conclusão. Ao longo da fita só vemos os olhos do cruel matador, em flashes embaçados, piscando – outro recurso diferenciado de Argento, que virou efeito do suspense norte-americano “Os olhos de Laura Mars” (1978). Vale também a bonita trilha sonora, assinada pelo mestre Ennio Morricone.
Aos apreciadores de thriller, uma opção para se redescobrir agora em DVD, lançado pela Platina Filmes. Aliás, a edição em widescreen traz boa qualidade de imagem, com a dublagem em inglês e italiano. Por Felipe Brida


Título original: Il gatto a nove code
País/Ano: Itália/França/Alemanha, 1971
Elenco: Karl Malden, James Franciscus, Catherine Spaak, Pier Paolo Capponi, Horst Frank.
Direção: Dario Argento
Gênero: Suspense
Duração: 112 min.
Distribuidora: Platina Filmes