sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Há tanto tempo que te amo

Juliette Fontaine (Kristin Scott Thomas) sai da prisão após cumprir pena de 15 anos acusada de ter assassinado o filho pequeno. Profundamente abalada, Juliette é acolhida pela irmã, Léa (Elsa Zylberstein), e encontrará uma série de dificuldades para se reintegrar à sociedade.

Ficou fora da lista dos nomeados ao Oscar esse trágico drama francês indicado a dois Globos de Ouro (melhor atriz para Kristin Scott Thomas e filme estrangeiro). Acompanha as dificuldades de uma mãe sofrida em retornar à vida social, marginalizada pela família e amparada apenas pela irmã mais nova. Kristin Scott Thomas esbanja novamente seu potencial em um papel difícil, amargo, que exige verve – a atriz está desglamourizada, envelhecida, o que ajuda a criar o perfil de uma mulher massacrada pelos fantasmas do passado, por ter cometido uma atitude desesperadora só revelada no final.
Humano, poético, intimista, o filme, o primeiro dirigido por Philippe Claudel, é um forte exercício psicológico sobre reintegração social. Para mulheres sentirem a essência da alma de Juliette e se emocionarem. Por Felipe Brida

Título original: Il y a longtemps que je t'aime
País/Ano: França/Alemanha, 2008
Elenco: Kristin Scott Thomas, Elsa Zylberstein, Serge Hazanavicius, Laurent Grévill.
Direção: Philippe Claudel
Gênero: Drama
Duração: 117 min.
Distribuidora: Paramount Pictures

domingo, 22 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Inimigos públicos

Depressão Americana, anos 30. Em meio à crise provocada pelo crack da Bolsa de Valores, John Dillinger atemoriza a polícia norte-americana devido aos seus meticulosos assaltos a bancos. Líder de um grupo de corajosos criminosos, Dillinger vira alvo fácil do FBI e atinge o “status” de inimigo público.

Biografia linear do famoso ladrão de bancos John Dillinger (1903-1934), eleito pelo FBI como inimigo público durante a Grande Depressão, acusado de matar dezenas de policiais. O personagem real, aqui interpretado por Johnny Depp em atuação nada mais do que convencional, era um destemido fora-da-lei, violento e sem escrúpulos. Escapou ileso de atentados, foi preso em várias ocasiões e organizou planos de fuga mirabolantes dentro da cadeia.
“Inimigos públicos” resgata momentos da vida do bandido, desdobrando-se em cenas de tiroteios e perseguições de carro bem montadas – uma delas é a interminável emboscada na floresta, cheia de balas, capotamento de automóveis e assassinatos.
Porém como produção hollywoodiana o filme é longo, e o roteiro é um velho conhecido da indústria de cinema, já filmada outrora (o temível assaltante foi encarnado por Lawrence Tierney, Warren Oates e até Martin Sheen).
O título, tanto o original quanto o traduzido, faz menção à era desses bandidos do início do século, só que o projeto se volta apenas a Dillinger – e não de outros criminosos como faz supor, como Bonnie & Clyde, que viveram a mesma época.
O “Batman” Christian Bale também não marca com a figura pacífica de um investigador do FBI, tampouco Marion Cottilard, premiada com o Oscar no papel da cantora francesa Edith Piaf no ano passado, infelizmente em segundo plano, mal aproveitada como par romântico de Depp.
Projeto audacioso do expert Michael Mann (de “Fogo contra fogo” e “O informante”), com boa direção de arte, mas sem um “quê” especial ou mesmo marcante. Por Felipe Brida

Título original: Public enemies
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cottilard, Billy Crudup, James Russo, Giovanni Ribisi, Stephen Dorff, Channing Tatum, Rory Cochrane, Stephen Lang, Leelee Sobieski.
Direção: Michael Mann
Gênero: Ação/ Drama
Duração: 140 min
Distribuidora: Universal Pictures

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Morre o produtor de cinema Herbert Richers


O produtor de cinema Herbert Richers morreu hoje aos 86 anos de idade. Ele estava internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, após enfrentar graves problemas renais.
Nascido no dia 11 de março de 1923 em Araraquara, interior de São Paulo, Richers fundou, em 1956, e dirigiu um dos maiores estúdios de dublagens do país, responsável pela produção de cinejornais e distribuição de longas-metragens. Ao todo a empresa “Herbert Richers Produções Cinematográficas” produziu 58 filmes (de 1956 a 1975), como as chanchadas “Pé na tabua” (1957), “É de chuá” (1958), “Os três cangaceiros” (1959), “Pistoleiro Bossa Nova” (1959), “Garota enxuta” (1959), “Marido de mulher boa” (1960) e “Um candango na Belacap” (1961).
No Cinema Novo esteve à frente de dramas sérios e contundentes, como “O assalto ao trem pagador” (1962), “Vidas secas” (1963), “Paraíba – Vida e morte de um bandido” (1966) e “Mineirinho vivo ou morto” (1967).
Como produtor encerrou suas atividades no cinema na década de 70, época em que realizou “Meu pé de laranja lima” (1970), “As confissões do frei Abóbora” (1971), “Rua descalça” (1971) e “Ana, a libertina” (1975), seu último trabalho.
Richers deixa três filhos, dentre eles o ator e também produtor de filmes Herbert Richers Jr. Seu corpo será cremado amanhã, no Rio. Por Felipe Brida

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Morre o ator inglês Edward Woodward


O veterano ator inglês Edward Woodward morreu hoje aos 79 anos. Mais lembrado pelo cult de terror “O homem de palha” (1973) e das séries televisivas “Callan” (1967-1972) e “The equalizer” (1985-1989), Woodward estava internado em um hospital inglês em decorrência de uma grave pneumonia.
Nascido em Croydon, Surrey, Inglaterra, no dia 1º. e junho de 1930, o ator firmou vasta carreira no cinema, na TV e no teatro. De 1955 para cá participou de 40 seriados e mais de 40 filmes, dentre eles “Becket” (1964), “Nas garras do leão” (1966), “Callan” (1974), “Breaker Morant” (1980), “As viagens de Gulliver” (1996), “The abduction club” (2002) e “Chumbo grosso” (2007).
Woodward era casado, pela segunda vez, com a atriz de séries inglesas Michele Dotrice e deixa quatro filhos. Por Felipe Brida

domingo, 15 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Os falsários

Falsificador de documentos, o judeu Salomon Sorowitsch (Karl Markovics) ganha notoriedade pela perfeição de seus trabalhos escusos. Preso durante a Segunda Guerra Mundial, “Sally” comanda um grupo de prisioneiros judeus, financiado pelos nazistas, para o maior plano de falsificação de dinheiro da história, conhecido como “Operação Bernhard”. Em meio às bombas, fuzilamentos e câmaras de gás, os prisioneiros terão pela frente a truculenta ação criminosa para beneficiar o Reich Alemão.

Vencedor do Oscar na categoria filme estrangeiro em 2008, “Os falsários” remonta a trajetória real do maior fraudador de notas de todos os tempos, Sorowitsch, um judeu na mira dos nazistas que, preso em um campo de concentração, aceita colaborar com os alemães na “Operação Bernhard”. Para atingir os resultados, lidera um pequeno grupo de judeus na mesma situação que a dele, monta um galpão para produzir dinheiro falso e dessa maneira ergue o maior esquema de falsificação de papel da história – ao todo foram produzidas 132 milhões de libras. Com uma regular montagem de época, esse drama de guerra é uma co-produção Áustria-Alemanha, cujo excelente ponto de partida se resolve pelo bom elenco – o protagonista Karl Markovics, mesmo com aquela cara sonolenta, traz uma feição pesada, amargurada, que ajuda a entender seus demônios interiores. Na verdade reside aí uma questão paradoxal: um judeu nadando contra a corrente, alimentando os negócios ilícitos dos nazistas na Segunda Guerra. Por isso, o personagem central vive um dilema macabro, a cada dia vendendo um pouco de sua alma ao diabo. O filme tem alguns defeitos de estrutura; sinto falta de mais injeção de vida à trama. Não me emocionou e nem me provocou impacto – por isso prefiro o antecessor “A vida dos outros”, que se assemelha em muitas questões. Mas sem duvida é uma fita importante, vale conhecer. Direção assinada pelo austríaco Stefan Ruzowitzky, o mesmo de Anatomia (as duas partes). Por Felipe Brida

Título original: Die fälscher
País/Ano: Áustria/Alemanha, 2007
Elenco: Karl Markovics, August Diehl, Devid Striesow, August Zirner, Veit Stubner.
Direção: Stefan Ruzowitzky
Gênero: Drama
Duração: 98 min.
Distribuidora: Europa Filmes

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Morre a atriz brasileira Mara Manzan


A atriz e comediante Mara Manzan morreu na manhã de hoje aos 57 anos. Ela estava internada desde o último sábado (dia 7) no Hospital Rio's D'or, em decorrência de uma pneumonia. Desde 2008 a atriz vinha lutando contra um câncer de pulmão, doença que se agravara nos últimos meses.
Nascido em São Paulo no dia 28 de maio de 1952, Mara Manzan atuou em 10 novelas da Rede Globo, dentre elas "A viagem" (1994), "Salsa & Merengue" (1996), "Pecado capital" (1998), "O clone" (2001), "Kubanacan" (20032), "Senhora do destino" (2004), "Duas caras" (2007) e "Caminho das Índias" (2009). Ainda fez participação especial na minissérie "Hilda Furacão" (1998) e no filme "Sexo com amor?" (2008).
Casada, deixa uma filha e três netos. Por Felipe Brida

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Transformers – A vingança dos derrotados

Novamente sob a mira dos gigantescos Decepticons, Sam (Shia LaBeouf) terá de enfrentar a fúria dos robôs, que precisam do rapaz vivo para remontar a origem dos Transformers. Para proteger o jovem, militares apoiados pela força internacional unem-se aos Autobots, o que gera uma guerra robótica sem precendentes.

Sequência inferior da fita de ação “Transformers”, indicada a três Oscars em 2008 e adaptada do desenho animado dos anos 80. Com repercussão calorosa do público, mas não da crítica, esta segunda parte angariou uma bilheteria monstruosa no mundo inteiro, em especial nos Estados Unidos, na China e no Brasil.
A mesma equipe de produtores comandada por Michael Bay volta com toda a parafernália de efeitos visuais ágeis, a fim de remontar a origem dos robôs lutadores. O problema é que ficou sério demais, perdendo o lado romântico e cômico do filme anterior. Ainda mais longo que o primeiro (a duração chega a 2h30), a ação/aventura ficou arrastada dissipando-se em muitas histórias paralelas sem novidades. Nem mesmo o astro Shia LaBeouf, o protagonista, se contém: está esquisito e caricato demais.
Os efeitos em computação gráfica continuam espetaculares, um show à parte, bem intensos. Além dos carros e caminhões, pessoas passam a se transformar em robôs, num estilo futurista à la “Exterminador do futuro”.
Válido como um passatempo sem compromisso, para ingerir rapidamente e logo esquecer. Por Felipe Brida

Título original: Transformers: Revenge of the fallen
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, John Turturro, Tyrese Gibson, Kevin Dunn.
Direção: Michael Bay
Gênero: Ação/Aventura
Duração: 150 min.
Distribuidora: Paramount Pictures

domingo, 8 de novembro de 2009

Morre o ator e diretor Anselmo Duarte


O ator e diretor Anselmo Duarte faleceu na madrugada de ontem aos 89 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).
Nascido na cidade de Salto, interior de São Paulo, no dia 21 de abril de 1920, Duarte iniciou a carreira artística como ator em produções brasileiras e argentinas do final dos anos 40 - como "Não me diga adeus" (1947) e "Querida Susana" (1947). Seu primeiro sucesso frente às telas foi na chanchada "Carnaval no fogo" (1949), dirigida por Waltson Macedo. A partir dos anos 50 rapidamente tornou-se galã, atuando em importantes produções, como "Aviso aos navegantes" (1950), "Tico-tico no fubá" (1952), "Apassionata" (1952), "Sinhá moça" (1954), "Depois eu conto" (1956) e "Absolutamente certo" (1957). Ainda esteve no elenco de "O caso dos irmãos Naves" (1967), "A madona de cedro" (1968), "Independência ou morte" (1972) e "O marginal" (1974).
Destacou-se internacionalmente como diretor, realizando uma das obras-primas do cinema brasileiro, "O pagador de promessas" (1962), que rendeu ao filme a Palma de Ouro em Cannes e ainda uma indicação ao Oscar na categoria melhor filme estrangeiro. Dentre outras nove produções dirigidas, destacam-se "Um certo capitão Rodrigo" (1971), "O descarte" (1973) e "Os trombadinhas" (1979).
Duarte trabalhou também como roteirista, editor e produtor de alguns filmes próprios - e ainda compôs o corpo de jurados do Festival de Cannes em 1971.
O ator foi enterrado na manhã deste domingo no cemitério de Salto. Por Felipe Brida