terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Viva Nostalgia!


Viagem ao fundo do mar

Grupo de cientistas em uma expedição de rotina no Polo Norte detecta uma larga faixa de radiação no espaço, que vem provocando forte aquecimento no planeta Terra. Todos os seres vivos estão em risco, com a probabilidade de extinção da raça humana. Frente ao problema, Almirante Nelson (Walter Pidgeon) comanda a tripulação do submarino USOS Seaview em uma corrida contra o tempo para salvar homens e animais. Abaixo das águas profundas eles enfrentarão temíveis criaturas marinhas, sabotadores perversos e ataques com bombas.

Clássica, mágica e digna aventura classe A dos estúdios Fox com ação feroz nas profundezas do mar, relançada recentemente em DVD pela Classicline (muitos anos atrás o filme saiu pela Fox e encontrava-se esgotado no mercado brasileiro). “Viagem ao fundo do mar” fez sucesso imediato de público nos cinemas, em 1961, deu origem à famosíssima série homônima (de 1964 a 1968, com Richard Basehart no lugar do protagonista, Walter Pidgeon), abriu escola no gênero, foi precursor dos disaster movies e ganhou marca notória na ficção científica, elogiado pela crítica do mundo inteiro. Também revolucionou os efeitos especiais da época com os monstros marinhos mecanizados, como a lula gigante, criados em estúdios, além da direção de arte com cores absurdamente atômicas e filmagens subaquáticas impressionantes (hoje, com a computação gráfica à beira da perfeição, os efeitos deste soam ingênuos - nos anos 60 foram estonteantes e únicos). Por isto custou caro para os padrões, cerca de U$ 1,5 milhões.
“Viagem ao fundo mar”, correlato a “Viagem ao centro da Terra”, é um deleite nostálgico, sci-fi com aventura, fantasia e suspense das melhores do cinema sessentista, obrigatório aos fãs e voltado para todos os públicos.
Argumento, roteiro, produção e direção de Irwin Allen, diretor de episódios do seriado “Perdidos no espaço” e de disaster movies como “O enxame” e “Dramático reencontro no Poseidon”, com história co-escrita pelo indicado ao Oscar Charles Bennett. Cinéfilos reparem no elenco de rostos conhecidos das antigas, como a dama Joan Fontaine, Barbara Eden (de “Jeannie é um gênio”), o surfista e cantor Frankie Avalon e participação especial de Peter Lorre. No DVD há o áudio original e a clássica dublagem da época. Já em DVD.

Viagem ao fundo do mar
(Voyage to the bottom of the sea). EUA, 1961, 105 min. Ficção científica/Aventura. Dirigido por Irwin Allen. Distribuição: Classicline

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Viva Nostalgia!


De caniço e samburá

Aflito no consultório, Peter Ingersoll (Jerry Lewis) recebe, de seu médico e amigo particular, Scott Carter (Peter Lawford), a trágica notícia de que sofre de uma grave doença e seus dias estão contados. Com a insistência da esposa, ele então aproveita os últimos momentos em viagens por aí, gastando toda a fortuna da família. Dias depois Dr. Scott retorna para informar que os exames estavam errados, e a saúde do paciente segue de vento em popa, melhor até do que antes. Diante do novo baque, Peter pensa em bolar um plano para forjar a própria morte e assim fugir das dívidas. A confusão está armada!


Para alegria dos fãs de Jerry Lewis, como eu, a Classicline resgatou, mês passado, do fundo do baú, um pequenino bom filme de comédia do notório ator e humorista, pouco conhecido do público. Com um estilo único que marcou gerações inteiras, Lewis inventa caras e bocas, desdobra-se em disfarces mil, em papel duplo, tropeça em objetos, destrói a casa com um único erro de mira, pegando carona no conceito de fitas anteriores. Um dos mestres do riso contemporâneo dá lição dramática, numa fita também de teor familiar, neste que seria o seu melhor trabalho da segunda metade da década de 60, período crítico do ator, quando viu sucessivos fracassos estampados em obras chinfrins. A comédia é engraçada, acima da média, e vai além do toque cômico ao tratar do medo da morte, com os bons exageros de Jerry Lewis, que chega ao surrealismo (como a sequência do peixe marlim, no final).
Completam o entretenimento dois atores de peso, Peter Lawford e a vencedora do Globo de Ouro Anne Francis, ambos falecidos.
Fácil de ver, fácil de gostar; “De caniço e samburá” é diversão recomendada!

De caniço e samburá (Hook, line and sinker). EUA, 1969, 91 min. Comédia. Dirigido por George Marshall. Distribuição: Classicline

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Cine Lançamento



Casamento de verdade

Jenny (Katherine Heigl) sofre constante pressão da família para se casar. Ela é lésbica, super reservada, namora a jovem Kitty (Alexis Bledel) e esconde a sexualidade, inclusive dos pais. Mas um dia pensa em casamento e resolve contar a verdade para os familiares. Como será a vida de Jenny daqui pra frente?

Charmosa e de um humor sagaz, a atriz Katherine Heigl vem conquistando espaço nas comédias independentes norte-americanas, como neste bom exemplar, que foi pouco visto pelo público. Uma pena, pois o filme é bom - adorei a proposta, fiquei entusiasmado com a leveza desse entretenimento convidativo.
A ideia central divide-se em dois pontos fundamentais: o medo da protagonista em “sair do armário”, para declarar publicamente o relacionamento homossexual para os amigos e para a família, e a aceitação dos pais da jovem diante da "assustadora" notícia de que ela é gay. Jenny quer casar, mas esconde o fato de ser lésbica. Vive em constante conflito por não conseguir essa abertura na sociedade. A família, conservadora, pressiona para que ela arranje um marido ideal. Mas quando a verdade é colocada em pratos limpos, a casa da família desmorona. E agora, como Jenny vai lidar com as escolhas do 'eu' para amenizar os tormentos e como as pessoas que a cercam, em especial os pais, irão lidar com a novidade, e reduzir as preocupações tolas que os afligem? Assistam para saber o resultado (adianto que o desfecho é de extrema delicadeza).
Um bom roteiro para se assistir como pedida de fita romântica, bem sustentada pelo elenco de coadjuvantes, a destacar o indicado ao Oscar Tom Wilkinson (o pai), Linda Emond (a mãe), Alexis Bledel (a namorada) e Grace Gummer, filha mais nova de Meryl Streep. E, claro, com a vivacidade de Katherine Heigl, menos engraçada que de costume, num papel definitivo, à altura do que merece.
“Casamento de verdade” é o segundo trabalho da sumidíssima diretora Mary Agnes Donoghue, que antes só dirigiu “Paraíso”, em 1991 – ela atua mais como roteirista, responsável por escrever “Amigas para sempre” (1988) e “O engano” (1991). Pelo menos ela sai do período de ausência em boa forma, marcando no currículo esse bom filme que mistura comédia e drama, para reflexão de pais e filhos à procura de aceitação e entendimentos sobre a sexualidade. Assista!

Casamento de verdade (Jenny’s wedding). EUA, 2015, 94 min. Comédia dramática. Dirigido por Mary Agnes Donoghue. Distribuição: Alpha Filmes

Cine Lançamento


Um agente fora de série

Ding (Sammo Hung), um guarda-costas aposentado, com demência, muda-se para uma longínqua região entre a China, a Rússia e a Coréia do Norte. Lá fica próximo de uma estudante, sua nova vizinha. Quando a garota é sequestrada por bandidos de uma gangue, Ding vai atrás do paradeiro da jovem, retornando à ativa com as habilidades marciais há muito tempo esquecidas.

Astro chinês das antigas, o veterano ator, produtor e diretor Sammo Hung volta às telas com sobriedade nessa modesta produção de artes marciais com apelo melodramático, de gosto popular. Simpática, a fita cai bem como um filme de família, contando a história de um velho lutador que recupera as antigas habilidades de luta para combater malfeitores que raptaram sua vizinha. Leva a sério o compromisso de localizar a garota, percorre becos e lugares perigosos, travando embates mirabolantes. Sammo Hung assume uma interessante figura paternal, homem bom de briga, em seu resgate também de indivíduo (o personagem, demente, solitário, aos poucos sai da escuridão para recuperar o que sempre deu perspectiva à sua vida).
Com poucas cenas de lutas, mas bem coreografadas, no jeitão chinês de fazer cinema, o filme é mais drama, uma curiosa investida do diretor/ator que reinventa o gênero. Há erros técnicos brandos em sequências de luta e um elenco secundário fraco, nada que impede esse casual entretenimento., para quem gosta de descobrir fitas independentes asiáticas.
Só conheci o filme agora, recém-descoberto e lançado em DVD pela Flashstar. Vale uma conferida!

Um agente fora de série (Wo de te gong ye ye). China/Hong Kong, 2016, 99 min. Ação/Drama. Dirigido por Sammo Kam-Bo Hung. Distribuição: Flashstar

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Morre o diretor de som Richard Portman, onze vezes indicado ao Oscar


Faleceu ontem na Flórida, aos 82 anos, Richard Portman, premiado engenheiro e diretor de som do cinema, ganhador do Oscar por "O franco atirador" e indicado a outros 10 prêmios da Academia. Atuou no departamento de som de 200 produções de cinema, e seus filmes de maior notoriedade são "O poderoso chefão", "Splash: Uma sereia em minha vida", "Guerra nas estrelas", "Num lago dourado", "O portal do paraíso", "O destino mudou sua vida", "Quinteto", "O jovem Frankenstein", "Eclipse total", "Nashville", "New York, New York", "Lua de papel" e "O candidato".