quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

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RETROSPECTIVA 2015

Os Melhores e os Piores de 2015 (Parte 2)

E agora, depois da lista dos piores filmes de 2015, posto aqui a relação dos melhores do ano, segundo minha avaliação de crítico de cinema. Concordem, discordem... Divirtam-se!




Melhores de 2015

Mad Max: Estrada da fúria
Três décadas depois de “Mad Max – Além da cúpula do trovão”, o cineasta George Miller, agora aos 70 anos de idade, retoma a franquia cult com a melhor obra da série e uma das mais barulhentas do ano! Um trabalho de gênio, difícil de ser realizado pelas infindáveis perseguições no deserto com a câmera sempre no encalço (o filme foi rodado durante seis meses no vasto deserto da Namíbia). Estrondoso, sujo, de teor barroco e nervosíssimo, este é o novo Mad Max, que vem calibrado, com estilo próprio e bem cotado para o Oscar (os indicados saem no próximo mês). O vilão, Immortan Joe, já entrou na lista dos vilões inesquecíveis do cinema.

The Babadook
Uma pena não ter estreado nos cinemas do Brasil o melhor filme de terror do ano (saiu direto por aqui no Netflix). A coprodução Austrália/Canadá é de deixar os cabelos em pé, assustar marmanjo e de ficar sem dormir. O clima tenso corrói o público numa crescente, do início até o simbólico desfecho. Perturba a mente provocando sustos incríveis. Uma fita memorável para os amantes do bom cinema de horror. Babadook-dook-dook...

Sicário: Terra de ninguém
Outro trabalho digno de méritos do ótimo cineasta canadense Dennis Villeneuve, uma dos diretores-revelação dos últimos anos. Seu novo filme, implacável e de nervos de aço, escancara a rede de narcotráfico na América do Sul, com personagens sanguinários e frios, que vão desde matadores de traficantes (sicários) a policiais corruptos. Uma obra intensa, reveladora, com Benicio Del Toro e Emily Blunt nos melhores papéis da carreira.

Whiplash: Em busca da perfeição
Estreou em janeiro desse ano um dos meus preferidos do Oscar de 2015 (das cinco indicações ganhou três – ator coadjuvante, para o soberbo J.K. Simmons, edição e mixagem de som). Um filmaço sobre o mundo da música, que centraliza a trama na conturbada relação de um jovem baterista (Miles Teller) com seu explosivo professor (Simmons). Realmente a edição, a direção e o trabalho dos atores são impecáveis (uma verdadeira aula de cinema). Pra aplaudir no final!

Kingsman: Serviço secreto
Uma refinada comédia policial inglesa de espionagem, a la James Bond, dirigida pelo sempre inovador Matthew Vaugh (de Kickass e Stardust: O mistério da estrela). A produção caprichou nos cenários retrô, na trilha sonora com canções antigas, no figurino fino dos espiões e na criação de um vilão inesquecível, interpretado por Samuel L. Jackson, que tem língua presa e desmaia ao ver sangue. E o charmoso Colin Firth encabeça o bom elenco. Ação de primeira!

Star Wars: O despertar da força
O melhor blockbuster do ano, que enlouqueceu os fãs da saga Star Wars. Ainda nos cinemas, atingiu a marca de U$ 1,1 bilhão nas bilheterias do mundo todo nos primeiros 12 dias em cartaz (ultrapassou outro ótimo filme-sensação desse ano, Jurassic World). Tudo graças ao mago J.J. Abrams, que já havia reativado a série Star Trek, e voltou com força total nesse episódio VII de Star Wars. Back in time... Tão bom rever personagens marcantes da primeira parte da franquia, assim como atores do retornando (Harrison Ford, Carrie Fisher, por exemplo) nesse estupendo espetáculo visual. Bom pra caramba!

Straight Outta Compton: A história do NWA
Um espetacular filme sobre o surgimento, nos anos 80, do NWA (Niggaz Wit Attitudes), o grupo de rap e hip hop americano que balançou o mercado musical com suas letras baseadas na experiência dos membros com a violência das ruas. O cinema negro segue bem representado nesse filme fantástico dirigido por F. Gary Gray (outra revelação do cinema negro atual).

Força maior
Indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro e ao Un Certain Regard em Cannes, a coprodução Suécia/Dinamarca/Noruega é um dos melhores trabalhos europeus de 2015. Uma família, em viagem para ski nos Alpes franceses, fica isolada no hotel após uma avalanche. Enclausurados, pais e filhos discutem traumas antigos para reajustar as relações afetivas. No meio da temática delicada, lindas paisagens reais, fotografia belíssima e um roteiro joia sobre o universo íntimo das famílias. Vale conhecer (pouca gente assistiu).

Expresso do Amanhã
Primeiro filme com elenco americano do sul-coreano Joon Ho Bong, que é um espetáculo à parte nos quesitos fotografia e cenografia. Uma fita futurista caótica, feia, produzida em 2013, mas que só passou nos cinemas do Brasil em agosto. Dentro de um trem chamado Snowpiercer, sobreviventes de um apocalipse ambiental, pobres e famintos, lutam com a classe superior para a igualdade. Brutal, violento, tem um monte de atores conhecidos, como Chris Evans, Ed Harris, John Hurt, Jamie Bell e Tilda Swinton (irreconhecível como a tirana governanta). Uma experiência estilosa e impecável!

Cobain: Montage of Heck
Um brilhante retrato do líder do Nirvana, Kurt Cobain, indicado a sete prêmios Emmy. Dividido entre depoimentos de familiares, amigos e colegas músicos, o documentário constrói a amarga identidade do cantor e compositor, morto prematuramente aos 27 anos. Aparição assustadora de Courtney Love, ex-mulher de Cobain, deformada pelo uso excessivo de drogas e aplicações de botox e inúmeras plásticas. Em DVD no Brasil pela Universal.

Cássia Eller
Outro maravilhoso (e emocionante) documentário sobre uma personalidade do mundo da música. Nesse retrato íntimo de Cássia Eller, acompanhamos a vida agitada da cantora por meio de depoimentos de amigos e familiares e muitas imagens de arquivo e shows. Para os fãs, um fantástico trabalho de cinema.

A verdade sobre Marlon Brando
Ainda é bastante comentado nos Estados Unidos esse grande documentário inglês sobre os milhares de áudios gravados em fitas cassetes por Marlon Brando durante os 50 anos de carreira do falecido ator. Dia a dia ele registrava comentários ora irritado ora apaixonado sobre tudo que o cercava, desde os filmes que atuava aos relacionamentos amorosos. Conhecemos a fundo o lendário ator, seu modo de agir e pensar, mas também um lado sombrio de sua personalidade. Documentário nota 10! No Brasil saiu diretamente em DVD, pela Universal.

Foxcatcher - Uma História Que Chocou o Mundo
Uma história real forte, narrada com maestria, sobre a vida do campeão olímpico de luta livre Mark Schultz (Channing Tatum), treinado pelo atleta e empresário milionário John Du Pont (Steve Carell), um homem solitário e instável devido a perturbações. Recebeu cinco indicações ao Oscar (incluindo melhor filme, diretor e melhor ator Steve Carell, assustador e irreconhecível sob uma maquiagem pesada), e está na lista dos melhores do ano de muita gente.

Vingadores: Era de Ultron
Mais um blockbuster do ano que compensa cada segundo. Da Marvel para as telonas a segunda parte do reencontro dos famigerados super-heróis que já tiveram filmes próprios em uma explosão de adrenalina, como Homem de Ferro, Thor, Hulk e Capitão América. Não tem pausa para respiro! Uma fita de aventura tão excelente quanto a anterior.

Divertida Mente
Disney sendo Disney numa animação pra lá de emocionante, com momentos cômicos e outros bem nostálgicos. No interior da cabeça de uma garotinha vivem os sentimentos transformados em personagens engraçados, que controlam as emoções da menina face ao seu florescimento para a vida adulta. Os desenhos da Disney vêm deixando de ser infantis, como é o caso desse filme divertido, tocante, que atinge em cheio o público adulto.

Que horas ela volta?
O melhor filme brasileiro de 2015, com direção primorosa de Anna Muylaert e atuação impecável de Regina Casé (ela é magnífica em dramas, como “Eu, tu, eles”). São histórias de vidas comuns, do relacionamento de uma empregada doméstica com a filha recém-chegada do Nordeste e das duas com os patrões, levada com bom humor e momentos dramáticos sutis, que toca a coração do público. Belíssimo e altamente necessário!

Corrente do mal
Outra fita de terror de arrepiar, simbólica e com sacadas brilhantes. É uma fita independente norte-americana que no Brasil passou despercebida, que mistura sobrenatural, fantasma, zumbi, num corre-corre atordoante (não posso revelar muito, pois há surpresas). Fica a dica preciosa: não deixe de conferir.

Jurassic World: O mundo dos dinossauros

Esse foi o ano dos remakes e continuações (pelas minhas contas lançaram 30 em 2015). A franquia de sucesso de Jurassic Park volta depois de 14 anos ausente (e olha que demorou, hein) com garra, numa aventura deliciosa que atualiza a história e também traz fortes laços com as fitas passadas. Teve a segunda maior bilheteria do ano, com o recorde de U$ 1 bilhão nos 13 primeiros dias em cartaz (Star Wars veio e abocanhou Jurassic por poucos milhões de dólares a mais nos cinemas). Tinha tudo para dar errado (a começar pelo trailer bobinho e pelo diretor desconhecido), no entanto, no final das contas, arrebentou! Um baita entretenimento.

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RETROSPECTIVA 2015

Os Melhores e os Piores de 2015 (Parte 1)

Como todo dia 31 de dezembro, segue o balanço dos melhores e piores filmes de 2015. Para fracionar o arquivo longo, posto agora a lista dos piores, segundo minha avaliação de crítico de cinema, com breves comentários na frente. Fujam destes!!!
PS: Insiro mais tarde aqui - e também no blog 'Cinema na Web' - a lista dos melhores do ano.

Piores de 2015




O garoto da casa ao lado
Novo desastre nuclear da atriz e cantora Jennifer Lopez, num filmeco de suspense de dar dó. É a velha história de uma mulher madura que se apaixona pelo vizinho garotão, sem saber que é ele um psicopata. O rapaz, um tal de Ryan Guzman, tem a pior atuação que já vi no cinema. O roteiro é um caco, as reviravoltas, previsíveis e fúteis. Jennifer se dá melhor com o microfone...

Pixels
Por pouco não saio da sala de cinema no meio do filme (nunca fiz isso, mas essa comédia com Adam Sandler é dose pra burro). O argumento seria curioso se desenvolvido com mais cuidado por outro diretor ou outro roteirista. Vejam bem: o planeta Terra é invadido por personagens de jogos de arcade clássicos (fliperama), como Pac Man e Donkey Kong, e um grupo de nerds de informática se reúnem para destruí-los. O que detona e muito são os atores com piadas sem graça, como Adam Sandler, Peter Dinklage, Kevin James, Michelle Monaghan e outros coadjuvantes exagerados. Outrora o diretor Chris Columbus teve gabarito (Esqueceram de mim, Uma babá quase perfeita) e agora se mete nessa enrascada. Crianças (e só) deverão curtir - mas não vão entender as referências aos jogos antigos.

Quarteto Fantástico
Houve duas tentativas de levar “Quarteto fantástico” da Marvel para os cinemas, cujo resultado foi para público teen menos exigente. Tinha tudo para dar certo o novo filme com os quatro super-heróis, mas a bomba explodiu. O início é legal, com as invenções mirabolantes, porém derrapa feio até o final. Não tem nada de ação nem adrenalina (o que espera o público), fica num vai e vem para contar as origens dos heróis e logo termina. Acrescentem aí efeitos visuais falhos, que lembram fitas menores dos anos 80 exibidas na Sessão da Tarde. Os fãs odiaram, e os que não são fãs também.

Poltergeist: O fenômeno
Ai, ai, ai... fizeram o remake do filmão de Tobe Hooper de 1982, com resultado pífio. De péssimo gosto, imita descaradamente cenas antológicas do clássico de horror (como a do palhaço e a do armário), e o elenco não está feliz na produção (leia-se o casal central, Sam Rockwell e Rosemarie DeWitt). Pra que isso, meu Deus? Vale ressaltar que os vários remakes de fitas de horror deram-se mal, como Carrie, A hora do pesadelo e Sexta-feira 13.

A forca
O filme é a verdadeira corda no pescoço! Jovens recriam uma peça escolar em que, décadas antes, pessoas morreram na encenação. E novas mortes brutais voltam a ocorrer. Imaginem agora um filme mal desenvolvido, feito às pressas, em fundo de quintal, de qualidade duvidosa. Sem falar nos atores novatos. Também, pergunto: o que poderíamos esperar de uma história desse naipe?

Alvin e os esquilos: Na estrada
Só as crianças, bem crianças mesmo, aguentarão a nova aventura (a quarta da franquia) dos três esquilos, agora em viagem em Miami. Eles falam demais na cabeça e cantam com aquela voz fininha, que irrita. Jesus! Nenhum dos três filmes anteriores deu muito certo.

Exorcismo no Vaticano
Mais um filme em primeira pessoa, agora um bem fuleiro sobre possessão demoníaca. Virou moda, todos querem fazer um parecido e nenhum acerta. Ruim de doer, não assusta (ao contrário, faz rir pela péssima qualidade do projeto). Teve outro com título parecido, também mal cotado pela crítica, que não assisti, chamado “Exorcistas do Vaticano”.

Carga explosiva: O legado
Quarto filme da franquia, e o pior sem dúvida, agora sem o astro de ação Jason Statham (o charme especial dos anteriores). Na verdade é um prólogo mal resolvido da série, protagonizado por um jovem ator canastrão, Ed Skrein, perdido em lutas e tiroteio, num roteiro horroroso sobre como tudo começou com o mercenário Frank Martin. Desnecessário.

Belas e perseguidas
Cotado para entrar no top list dos piores dos últimos tempos, essa comedinha sem vergonha traz a ganhadora do Oscar Reese Witherspoon no ingrato papel de uma policial com a missão de proteger a viúva de um poderoso traficante de drogas, a insuportável Sofía Vergara (ela passa o filme chorando e falando aos berros). Fracasso de bilheteria e de crítica. Nem arrisque!

The ridiculous 6
A nova comédia faroeste produzida e estrelada por Adam Sandler diretamente para o Netflix fica pau a pau, quase disparado, como o pior dos últimos anos. Estreou em streaming esse mês e olha, vou te contar... é incrível a incapacidade do diretor Frank Coraci, que já desenvolveu vários comédias em parceria com Sandler. Grosseiro, com piadas infames e escatológicas, faz um trocadilho com o novo western do Tarantino, “The hateful eight”. Com elenco de peso (Nick Nolte, Harvey Keitel), todos estão desperdiçados numa bobeira sem fim. Haja saco!

Até que a sorte nos separe 3: A falência final
Leandro Hassum, 70 quilos mais magro, volta no filme de fim de ano que é sucesso nas bilheterias brasileiras. Não aguento suas caretas (ele tenta imitar Jerry Lewis, já confessou ser fã number one do humorista americano e até o colocou no filme anterior da série). Tudo gira num besteirol danado, com reviravoltas tolas. Os coadjuvantes também estão mal à beça. Segue em cartaz nos cinemas desde semana passada.

50 tons de cinza
50 tons de nada. Nem sexo, nem emoção, nem criatividade. Teve uma bilheteria grande no mundo inteiro – a história sobre fetiche atrai olhares curiosos, porém o resultado ficou abaixo do esperado. Como produto de cinema foi uma péssima escolha de elenco. Não li os livros de E.L. James (e nem tenho interesse), mas a impressão é que o filme ficou tímido nas telas. Juvenil demais para meu gosto.

O destino de Júpiter
Uma das mais mal sucedidas fitas de ficção científica que conheço. E olha que foi dirigida pelos irmãos Wachowski, os mesmos do revolucionário “Matrix”, ou seja, tinha tudo para dar certo. Faltou pique dos diretores e erraram com figurino e cenografia feia. Ah, tem no elenco central o fortão Chaning Tatum (que acerta raramente), outro ponto fraco do projeto. Um dos maiores fracassos de bilheteria de 2015.

O imperador
Três filmes estrelados por Nicolas Cage participam da lista dos piores de 2015. Esta é desastrosa em todos os aspectos. Cage bate o carimbo como um dos piores atores da atualidade, que infelizmente jogou a carreira no lixo, e já tem a fama de canastrão. A história gira no confronto de clãs na China medieval, mal reconstruída em termos de produção de cinema. Figurino pobre, cenografia danosa, direção torta, lutas medíocres. E tem o triste retorno ao cinema do Anakin Skywalker, Hayden Christensen.

Fator de risco
Aqui Nicolas Cage é um congressista envolvido em escândalo sexual em meio a uma tragédia ambiental, a de um vazamento de petróleo. Entendeu? Pois nada se relaciona direito nesse drama político desastroso. Outra péssima investida na carreira de Cage, o canastrão do momento.

Vingança ao anoitecer
Já ouviram falar em Paul Schrader, roteirista de Operação Yakuza, Taxi driver, Touro indomável, e diretor de Gigolô Americano e A marca da pantera. Pois, pasmem, ele dirigiu essa porcaria do ano – e dois anos antes, dirigiu outro filme horroroso, de penar, com a Lindsay Lohan, “The Canyons”, que fizeram bem em não lançar no Brasil. A história absurda de um agente da CIA com demência (Cage, o demente) que sai à caça de um antigo terrorista que o assombrava. Fita policial mequetrefe, que nem novato faz e que jamais deveria ter sido dirigida pelo ex-bam bam bam do cinema Paul Schrader.

Segurança de shopping 2
Paul Blart está de volta, mais desastrado, agora na cidade de Las Vegas com sua filha gordinha. Difícil tarefa para o telespectador suportar os atores Kevin James e Raini Rodriguez (interpretando pai e filha), numa comédia

Atividade paranormal: Dimensão fantasma
Enésimo filme da franquia que a cada ano perde público - já estamos cansados de tanta besteira! Com efeitos visuais de quinta categoria, é todo gravado (como sempre) em estilo “primeira pessoa”, e neste novo episódio infeliz os humanos descobrem um estranho portal para o além, que desperta a fúria dos fantasmas. O cúmulo do absurdo: vendido, novamente, como um documentário de verdade!

A ressaca 2
Haja paciência para esta fita medíocre e insana, continuação da fraquíssima comédia “A ressaca” (2010), sobre um grupo de amigos que usam uma banheira de hidromassagem para viajar no tempo. Retomaram o elenco original (o quarteto formado Rob Corddry, John Cusack, Craig Robinson e Clark Duke) com piadas grotescas que só falam de sexo, além de banalidades. Ruim, ruim, ruim...

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

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Retrospectiva 2015

Obras-Primas do Cinema

Depois da minha lista dos 20 melhores lançamentos da Versátil Home Video e da Paramount/Universal em 2015, eis aqui os 20+ da “Obras-Primas do Cinema”, distribuídos no mercado brasileiro nesse ano. Confiram abaixo – e ficam boas dicas para os cinéfilos assistirem:



1. Kaos (1984), de Paolo Taviani e Vittorio Taviani
2. Uma vida por um fio (1948), de Anatole Litvak
3. Godzilla (1954), de Ishirô Honda
4. O valente Treme-Treme (1948), de Norman Z. McLeod
5. O rato que ruge (1959), de Jack Arnold
6. A visita (1964), de Bernhard Wicki
7. O ídolo caído (1948), de Carol Reed
8. Triunfos de mulher (1931), de William A. Wellman
9. Papai Ganso (1964), de Ralph Nelson
10. Os russos estão chegando! Os russos estão chegando! (1966), de Norman Jewison
11. Eu te matarei, querida! (1952), de Henry Koster
12. Faster, Pussycat! Kill! Kill! (1965), de Russ Meyer
13. O homem que nunca existiu (1956), de Ronald Neame
14. Charity, meu amor (1969), de Bob Fosse
15. O ponteiro da saudade (1945), de Vincente Minnelli
16. Crime e castigo (1935), de Josef von Sternberg
17. Glória sem mácula (1960), de Ronald Neame
18. Flor de cacto (1969), de Gene Saks
19. Casei-me com um morto (EUA, 1950, de Mitchell Leisen
20. Gypsy – Em busca de um sonho (1962), de Mervyn LeRoy

Por Felipe Brida

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

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O blog Cinema na Web deseja aos leitores um Natal sem fronteiras - e com muitos bons filmes!
Feliz Natal. Merry Christmas. Buon Natale. Feliz Navidad. Joyeux Noel. Boas Festas. Happy Christmas. Meri Kirihimete. Fröhliche Weihnachten. Zalige Kertfeest. Tchestito Rojdestvo Hristovo. Tchestita Koleda. Bon Nadal. Sheng Tan Kuai Loh. Gun Tso Sun Tan'Gung Haw Sun. Sung Tan Chuk Ha. Sretan Bozic. Glaedelig Jul. Srecen Bozic. Mo'adim Lesimkha. Hauskaa Joulua. Nadolig Llawen. Bo Nada. Eftihismena Christougenna. Nodlig mhaith chugnat. Hartelijke Kerstroeten. Gledelig Jul. Boze Narodzenie. Sarbatori vesele. Hristos Razdajetsja. Hristos se rodi. God Jul. Sawadee Pee mai. Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun. Srozhdestvom Kristovym. Chung Mung Giang Sinh

Por Felipe Brida


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Resenha


Ouija: O jogo dos espíritos

Após a misteriosa morte da melhor amiga, Laine (Olivia Cooke) resgata um velho tabuleiro Ouija e reúne amigos para desvendar o caso. O grupo, formado por cinco pessoas, instala-se na casa onde a jovem morreu, na tentativa de um contato com seu espírito. Diante do tabuleiro, uma série de acontecimentos horripilantes colocará a vida de todos em jogo.

Dos produtores de “O massacre da serra elétrica” e “Sobrenatural” surge o melhor filme sobre a sinistra tábua Ouija, que serve para invocar espíritos e assim fazer um contato com o além. Tensão, sustos e mortes inusitadas não faltam e sustentam-se como ingredientes essenciais para o bom calibre dessa fita de terror, 100% apropriada ao público jovem. É um tema até comum, abordado pelo cinema desde os anos 80 – se procurarmos há dezenas de filmes semelhantes, com resultados medíocres (nada que valha a pena recordar), porém aqui, ao menos, deparamo-nos com qualidades do genuíno gênero horror, que preserva a ambientação de medo e prende a atenção até o final. Vá tranquilamente sem compromisso, mas não espere ineditismo ou algo extraordinário. É um entretenimento regular com a proposta de assustar, ainda mais diante da superstição em torno do tabuleiro Ouija, um método de necromancia praticado desde o século XIX (há espalhadas pela internet informações sobre casos possivelmente consumados de invocação de espíritos tanto com a Ouija quanto com o ‘jogo do copo’).
Estreante na direção, Stiles White demonstra competência e entusiasmo atrás das câmeras – ele está acostumado com o terror, foi roteirista de “O pesadelo” (2005) e “Presságio” (2009) e técnico de efeitos visuais de fitas como “A relíquia” (1997), “Pânico no lago” (1999) e “O sexto sentido” (1999). Optou por uma produção independente, que deu retorno de público na estreia norte-americana - custou U$ 5 milhões, com bilheteria que ultrapassou U$ 50 milhões, e como todo filme de horror de sucesso da atualidade, haverá continuação, recém-anunciada para 2016, com novo elenco e outro diretor, no caso Mike Flanagan, de “Absentia” (2011) e “O espelho” (2013). Assista sem exigências e segure-se na cadeira! Já em DVD. Por Felipe Brida


Ouija: O jogo dos espíritos (Ouija). EUA, 2014, 89 min. Horror. Dirigido por Stiles White. Distribuição: Universal

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

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Retrospectiva 2015

Depois da lista dos 20+ da Versátil Home Video, publicado na semana passada, eis aqui minha relação dos 20 melhores filmes lançados em DVD e Blu-ray pela Paramount/Universal em 2015. Vamos lá - e fica a dica para os cinéfilos:

1. Mommy (2014), de Xavier Dolan
2. Julho sangrento (2014), de Jim Mickle
3. 71 – Esquecido em Belfast (2014), de Yann Demange
4. A verdade sobre Marlon Brando (2015), de Stevan Riley
5. O exterminador do futuro: Gênesis (2015), de Alan Taylor
6. Jurassic World: O mundo dos dinossauros (2015), de Colin Trevorrow
7. Ex-machina: Instinto artificial (2015), de Alex Garland
8. O mistério de God’s Pocket (2014, de John Slattery)
9. Palavrões (2013), de Jason Bateman
10. Cobain: Montage of heck (2015), de Brett Morgen
11. A teoria de tudo (2014), de James Marsh
12. Roger Waters The Wall (2014), de Roger Waters e Sean Evans
13. Invencível (2014), de Angelina Jolie
14. Manny (2014), de Leon Gast e Ryan Moore
15. Trash: A esperança vem do lixo (2014), de Stephen Daldry
16. Homens, mulheres & filhos (2014), de Jason Reitman
17. Missão: Impossível – Nação secreta (2015), de Christopher McQuarrie
18. Billy Elliot: O musical – Live (2014), de Stephen Daldry
19. Projeto Almanaque (2014), de Dean Israelite
20. Assim na Terra como no inferno (2014), de John Erick Dowdle


A Paramount/Universal também relançou, em 2015, tanto em DVD como em Blu-Ray, diversos títulos de catálogo em edições comemorativas para colecionadores, que merecem um destaque. Dentre os filmes estão a trilogia “De volta para o futuro”, as coleções “Jurassic Park” e “Missão: Impossível”, e as edições de aniversário de “My fair lady”, “Tubarão”, “Cassino”, “Spartacus” e “Os irmãos cara-de-pau”. Por Felipe Brida


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

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Coluna "Middia Cinema", assinada por mim, traz neste mês crítica de duas fitas cult de horror: "O segredo do bosque dos sonhos" (1972) e "O despertar dos mortos" (1978). Middia Magazine já nas bancas!


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

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CINEMA DE TERROR

Notícia fresquinha: Esperei tanto encontrar um dia em DVD "A espinha do diabo" (2001, de Guillermo Del Toro), "Nasce um monstro" (1974) e "A casa do cemitério" (1981) - que assisti há séculos em VHS - e agora tenho a grata surpresa da Versátil, que lançará todos eles e mais três outros filmaços de terror no box "Obras-primas do terror - Vol. 4". Salve, Fernando Brito. Tiro o chapéu para sua excelente curadoria frente à distribuidora Versátil Home Video (e digo isto em nome da maioria dos cinéfilos e também dos críticos de cinema, que com certeza pensam igual).


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

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Oito lançamentos em DVD da Paramount/Universal de novembro e dezembro. Pacote fresquinho para os críticos de cinema e já disponíveis ao público para locação.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

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Retrospectiva 2015

Dezembro. Fim de ano, época dos balanços e retrospectivas de cinema. Segue aqui minha listinha dos 20 melhores filmes lançados pela Versátil Home Video em 2015 (e olha que foram mais de 150 títulos da distribuidora, de gêneros dos mais variados possíveis e uma obra mais linda que outra!). Vamos lá - e fica a dica para os cinéfilos:

1. O espelho (1975), de Andrei Tarkovski
2. Imagens (1972), de Robert Altman
3. Procurando Sugar Man (2012), de Malik Bendjelloul
4. Magia negra (1978), de Richard Attenborough
5. Vicio frenético (1992), de Abel Ferrara
6. Não se deve profanar o sono dos mortos (1974), de Jorge Grau
7. Armadilha mortal (1982), de Sidney Lumet
8. O segredo do bosque dos sonhos (1972), de Lucio Fulci
9. No paiz das Amazonas (1922), de Silvino Santos
10. Terror nas trevas (1981), de Lucio Fulci
11. Só nos resta chorar (1984), de Roberto Benigni e Massimo Troisi
12. A noite do terror cego (1972), de Amando de Ossorio
13. O jogos de emoções (1987), de David Mamet
14. Cronos (1993), de Guillermo Del Toro
15. Assim falou o amor (1971), de John Cassavetes
16. Casa de bambu (1955), de Samuel Fuller
17. Scanners: Sua mente pode destruir (1981), de David Cronenberg
18. Estamos todos bem (1990), de Giuseppe Tornatore
19. MacBeth: Reinado de sangue (1948), de Orson Welles
20. Gloria (1980), de John Cassavetes



domingo, 6 de dezembro de 2015

Morre o ator e comediante Tutuca, aos 83 anos


Faleceu na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, o comediante carioca Ulisver João Baptista Linhares, o Tutuca, aos 83 anos. Em seis décadas de trabalho como ator, participou de dezenas de filmes (como O homem do Sputnik, O homem que roubou a Copa do Mundo e A guerra dos Rocha) e programas televisivos diversos, dentre eles "Balança, mas não cai", "A praça é nossa", "Sob nova direção" e "Zorra Total". Por Felipe Brida


sábado, 5 de dezembro de 2015

Morre o ator Robert Loggia


RIP: Ator Robert Loggia morre aos 85 anos, de complicações do Mal de Alzheimer.
Um dos meus coadjuvantes favoritos, Loggia foi indicado ao Oscar de melhor coadjuvante por "O fio da suspeita" (1985) e fez cerca de 210 filmes, dentre eles Scarface, Quero ser grande, Inocente mordida, Independence Day, Psicose II e A honra do poderoso Prizzi.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Resenha Especial


O segredo do bosque dos sonhos

Em um remoto vilarejo na Itália, crianças são brutalmente assassinadas por um serial killer. O terror toma conta da população, que clama por justiça. Nessa onda de medo, a polícia passa a prender e indiciar moradores suspeitos, como uma mulher praticante de bruxaria e um delinquente, na tentativa de revelar a identidade do temido psicopata.

Obra-prima do cinema de horror italiano, “O segredo do bosque dos sonhos” é um autêntico giallo e a fita preferida do seu diretor, Lucio Fulci, um dos mestres do gênero. Com uma trama curiosa (e bem indigesta, porque envolve assassinato de crianças), escrita engenhosamente pelo próprio Fulci, o filme marca como ponto central a paranoia da população de um vilarejo aterrorizada por um psicopata, que mata os pequeninos de forma macabra. Tomados pela superstição, os habitantes pedem a cabeça desse temível assassino, que ninguém sabe quem é, o que torna todos suspeitos diante do iminente desespero no ar – e o caso, para complicar, recebe amplo destaque na mídia, peso extra para forçar a condenação de qualquer cidadão.
Sob a égide de um giallo (menos sangrento que os habituais da época), esse filme máximo de Fulci também caminha pela senda do drama psicológico e do policial de investigação e ainda explora com sensatez a imprensa abusiva e cruel, que fulmina do dia para a noite a vida de indivíduos inocentes para obter a todo custo a audiência.
Com um início pitoresco, um pouco confuso, prende a atenção até o desfecho-surpresa, no desfiladeiro, sob a música do falecido compositor Riz Ortolani (duas vezes indicado ao Oscar), num dos finais mais chocantes e belos do cinema.
O formidável casting ajunta nomes de todas as partes do mundo: a brasileira Florinda Bolkan (como a bruxa), o cubano Tomas Milian, a grega Irene Papas, a alemã Barbara Bouchet, o suíço Marc Porel e o francês Georges Wilson, em papéis estranhos e muito marcantes. Obrigatório aos fãs.
Sai em DVD pela primeira vez no Brasil, pela Versátil, na caixa “Giallo”, com outros três filmaços do gênero: “Seis mulheres para o assassino” (1964), “O estranho vício da Sra. Wardh” (1971) e “Tenebre” (1982). Já à venda. Por Felipe Brida

* Resenha publicada na coluna 'Middia Cinema', da Middia Magazine - edição de novembro/dezembro de 2015.

O segredo do bosque dos sonhos (Non si sevizia un paperino). Itália, 1972, 99 min. Terror. Colorido. Dirigido por Lucio Fulci. Distribuição: Versátil.

sábado, 28 de novembro de 2015

Resenha especial


Assim na Terra como no inferno

Grupo de jovens exploradores adentra as catacumbas de Paris em busca da Pedra Filosofal, possivelmente ali escondida por alquimistas no século XIV. No assustador túnel de ossos eles descobrem um portal que leva à cidade dos mortos.

Após obter relativo sucesso com a fita anterior de terror, o bem sacado e apavorante “Demônio” (2010) – aquela do diabo no elevador, o cineasta John Erick Dowdle volta com tudo com seu novo projeto independente, “Assim na Terra como no céu”, para um público com nervos de aço. Arrepiante dos créditos iniciais até o bizarro desfecho, irá assustar marmanjos e barbudos, ainda mais sabendo das reais referências dessa cabulosa história.
Com roteiro ágil e sagaz escrito pelo próprio diretor e seu irmão, Drew Dowdle, desde a apresentação conhecemos uma audaciosa exploradora de nome Scarlett (a linda atriz britânica Perdita Weeks), que estuda alquimia. Nas pesquisas desenvolvidas, ela encontra pistas da Pedra Filosofal do alquimista Nicolas Flamel (1330-1418), que pode estar guardada há 600 anos em uma das galerias de ossos das catacumbas de Paris. Convencida da hipótese reúne um grupo de jovens com o objetivo de localizar a Pedra. Só que as catacumbas é um labirinto subterrâneo com cerca de 400 quilômetros de extensão, com pouca entrada de luz, e uma densa energia negativa, pois os túneis abrigam um ossuário de aproximadamente cinco milhões de pessoas. Numa jornada infernal onde superstição, misticismo e realidade se convergem, os expedicionários irão encarar o passado (sempre trágico de cada um) e a morte de frente.
Com sustos, gritos e tensão, o filme, inteiramente rodado em primeira pessoa (um dos membros da equipe, cinegrafista, relata a viagem e a agonia dos jovens), dá a profundidade do medo no público pelos dados reais sobre a alquimia de Flamel e a Pedra Filosofal (segundo os cientistas, ela podia transformar metal em ouro e ainda proporcionar vida eterna, o chamado ‘Elixir da Longa Vida’). Ou seja, por mais que seja produto de cinema, ficcional, há por trás um embasamento verídico, além das assustadoras crendices sobre as catacumbas (o diretor utilizou as genuínas catacumbas como locação, na escuridão!).
O ambiente é insuperável para provocar arrepios e pode deixar o público com mal estar. Por isso, recomendo nervos de aço!
Um dos bons filmes independentes de terror de 2014, agora em DVD pela Universal. PS: Atenção para o pôster original (capa) com a Torre Eiffel de ponta cabeça rodeada por crânios humanos nas catacumbas, sob um fundo vermelho-sangue. Vai encarar? Por Felipe Brida


Assim na Terra como no inferno (As above, so below). EUA, 2014, 93 min. Horror. Dirigido por John Erick Dowdle. Distribuição: Universal

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Especial de Cinema




O despertar dos mortos

Um apocalipse zumbi causa desolação nos Estados Unidos durante uma forte crise mundial. Nesse cenário caótico, um pequeno grupo de homens e mulheres refugia-se no shopping mais próximo. No entanto, o local é invadido por mortos-vivos sedentos por carne humana, o que fará com que aquelas pessoas busquem estratégias de sobrevivência.

A Versátil acaba de lançar em Blu-ray, em edição para colecionadores, o filme de zumbis preferido de muita gente, que virou cult por excelência, dirigido por nada mais nada menos que George A. Romero, especialista em mortos-vivos. Depois de estrear com “A noite dos mortos-vivos” (1968), rodado na Pensilvânia em poucos dias com míseros U$ 115 mil, Romero gravou na década de 70 outras duas fitas independentes - “O exército do extermínio” e “Martin” – até a realização dessa segunda parte de uma franquia de sucesso de zombie movies. “O despertar dos mortos” custou um pouco mais, cerca de U$ 650 mil, já que o projeto ampliava a história dos mortos-vivos, e aqui já se falava no apocalipse zumbi que emerge a cada obra dirigida por ele.
Com pitadas de humor macabro, o filme mostra a angústia e o isolamento de um grupo de pessoas dentro de um shopping à procura de sobrevivência. A ameaça: mortos que se levantaram das tumbas e que vagam atrás de carne humana fresca - agora são mais ágeis que os anteriores (da fita de 1968). O estilo gore e as sequências de perseguição dos zumbis demonstram o enriquecimento técnico de Romero, que num paralelo questiona a força do Exército quando os militares são inseridos no contexto da salvação pelo ataque armado. Genial do começo ao fim!
Nessa edição limitada em Blu-ray, com selo exclusivo da Livraria Cultura, o box especial vem em dois discos: o filme em Blu-ray, nas duas versões restauradas (original de cinema, de 127 minutos, e a estendida, de 139 minutos) e o DVD com a versão de Dario Argento (reduzida, de 119 minutos, com cortes e menos sangue, para o mercado internacional), além de extras que incluem making of, trailers e spots de TV. E junto no estojo um pôster grande para colecionadores. Pra fã nenhum botar defeito! PS: Em 2004 o diretor Zack Snyder estreou no cinema com a refilmagem de “O despertar” com o mesmo roteiro de Romero, aqui no Brasil intitulado “Madrugada dos mortos”, terror fiel ao original e de resultado interessante e assustador. Por Felipe Brida

O despertar dos mortos (Dawn of the dead). Itália/EUA, 1978, 127 min. Terror. Colorido. Dirigido por George A. Romero. Distribuição: Versátil

* Resenha publicada no "Colunas & Notas" (27/11/2015) e na coluna 'Middia Cinema', da Middia Magazine (edição novembro-dezembro de 2015)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cine Lançamento


No auge da fama

Humorista nova-iorquino, Andre Allen (Chris Rock), que até pouco tempo atrás era um requisitado astro de cinema, prepara-se para lançar seu novo filme. Com linhas traçadas pelo destino, cruza inesperadamente com a jornalista do New York Times Chelsea Brown (Rosario Dawson), que propõe uma entrevista sobre sua carreira. Após um flerte, ela o faz confrontar-se com as duras marcas do passado.

O astro do cinema negro Chris Rock escreve, dirige e protagoniza uma das melhores comédias românticas recentes do cinema Black, infelizmente lançada diretamente no Brasil em home vídeo pela Paramount (deveria ter sido exibida nos cinemas, para um maior número de pessoas conhecerem). É o melhor Chris Rock de todos os tempos, que rejeita velhos padrões, como o lado histérico insuportável do seu stand up, e reage como um bom roteirista e diretor, num papel equilibrado, autobiográfico, sobre os percalços do negro na mídia americana, cutucando sutilmente mazelas com um humor afinado. Os diálogos realçam a problemática da massa com a música e o cinema feitos pelos negros, discute a intolerância e o racismo disfarçado, em tom cínico, de forma inteligente (Chris Rock demonstra talento que muitos duvidavam, inclusive eu, que nunca gostei de seus trabalhos).
Compôs um elenco incrível de nomes notáveis do cinema negro, como a exuberante Rosario Dawson (e ótima atriz), a vencedora do Oscar Whoopi Goldberg, as indicadas ao Oscar Gabourey Sidibe e Taraji P. Henson, o rapper DMX e outros da nova geração, como os comediantes Kevin Hart e Tracy Morgan, além de Luís Guzmán e uma pontinha de Adam Sandler.
Rock, com pouco orçamento na mão (o filme é independente, custou U$ 6 milhões), rodou tudo nas ruas Nova York, sempre dialogando com pessoas nos locais onde costuma frequentar no cotidiano, como bares, casas de amigo e praças.
Surpreendi-me com a qualidade desse filme pessoal de Chris Rock, pela maneira discreta, porém perspicaz como abordou o tema dos negros na mídia atual e que, no final das contas, diverte com as boas sacadas e também deixa um espaço para o público refletir. Recebeu prêmios diversos ao redor do mundo, ou seja, teve um reconhecimento até fora dos Estados Unidos, onde a bilheteria nos cinemas foi maior. Altamente indicado. Já em DVD e Blu-ray. Por Felipe Brida


No auge da fama (Top five). EUA, 2014, 102 min. Comédia romântica. Dirigido por Chris Rock. Distribuição: Paramount

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Resenha especial


O vale das bonecas

A jovem Anne Welles (Barbara Parkins) pretende seguir a carreira de atriz de show business. Enérgica e disposta a tudo, ela larga os estudos, sai de casa, no interior dos Estados Unidos, e parte para Nova York. Na companhia de duas belas garotas, Neely (Patty Duke) e Jennifer (Sharon Tate), envolvidas com a arte e o movimento feminista, Anne encara a árdua disputa na cidade grande para obter um lugar na Broadway.

Lançado em 1967, em plena agitação da contracultura e dos movimentos feministas, o bom drama “O vale das bonecas” obteve enorme sucesso de público nos Estados Unidos, com bilheteria de U$ 50 milhões no mundo todo (o orçamento foi de U$ 5 milhões). Também romântico, idealizado com uma bonita fotografia do show biz de Nova York e da cidade durante o inverno e com um elenco central composto por três lindas mulheres, o filme tornou-se memorável por dois fatos: foi uma adaptação super aguardada do best seller de Jacqueline Susann, que só em território americano vendeu 30 milhões, e também pelo fato de ter sido um principais trabalhos da atriz e modelo Sharon Tate, ex-mulher do cineasta Roman Polanski, assassinada pelos integrantes da seita de Charles Manson em 1969 (ela e mais quatro pessoas foram mortas com facadas, depois de serem submetidas à tortura).
Permeado com alguns números musicais (até a atriz Susan Hayward, do elenco de apoio, aparece cantando), há um diálogo importante, dependendo do tema um mais profundo que o outro, com o pano de fundo histórico-cultural dos Estados Unidos da década de 60, em especial ao sonho americano, ao movimento feminista e, claro, à difusão das drogas lícitas e ilícitas, como LSD, ácido e os famigerados barbitúricos, utilizados em larga escala pelas estrelas da época, muitas delas mortas prematuramente pelo uso abusivo (os comprimidos, por exemplo, aparecem como personagens na abertura, em animação).
Como produto de cinema, “O vale das bonecas” funcionou como entretenimento e hoje, apesar de datado, serve como recorte de estudo de uma época de profundas transformações que influenciaram a política, a moda e as artes do mundo inteiro.
Dirigido por Mark Robson, o filme recebeu indicação ao Oscar e ao Grammy de melhor trilha sonora (John Williams), além de melhor atriz para Sharon Tate no Globo de Ouro.
Até então o filme estava inédito em DVD no Brasil. Teve, em 1970, uma continuação inferior, não mais baseada na obra original de Jacqueline Susann, de outro diretor e novo elenco, intitulada “De volta à casa das bonecas”. Por Felipe Brida

* Publicado na coluna "Middia Cinema", da Middia Magazine - edição setembro/outubro de 2015

O vale das bonecas (Valley of the dolls). EUA, 1967, 123 min. Drama. Dirigido por Mark Robson. Distribuição: Obras-primas

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Resenha especial


Imagens

Escritora de livros infantis, Cathryn (Susannah York) prepara-se para sua nova obra literária sobre crianças e unicórnios. Imersa totalmente na literatura, sofre uma forte crise de delírios desconfiando de uma possível traição do marido, Hugh (Rene Auberjonois). Para se restabelecer, Cathryn e o esposo viajam para um local remoto e lá começa a ser atormentada por imagens perturbadoras. Em constante tensão, a escritora fecha-se em um mundo particular a ponto de não distinguir mais a realidade palpável dos pensamentos que a assombram.

Excelente fita cult escrita e dirigida por Robert Altman, numa única experiência com o cinema de terror, com pontual teor intimista e psicológico, que deixa o público à flor da pele. O importante cineasta norte-americano, falecido em 2006 aos 81 anos, rodou o filme na Irlanda, no inverno – por isto a fotografia enevoada do húngaro vencedor do Oscar Vilmos Zsigmond, e optou por não dar nome à longínqua cidade onde ocorrem os estranhos eventos com a protagonista, interpretada por Susannah York (premiado como melhor atriz em Cannes, num papel assombroso, digno de calorosos elogios). Na realidade, essa obra alternativa de Altman traz pontos autorais e de certa forma baseados em pequenas situações reais ligados a Susannah (falecida em 2011, aos 72 anos). Ela também era escritora de livros infantis, como sua personagem, e na época preparava-se para uma nova história para as crianças, intitulada “À procura do unicórnio”. Altman, sagazmente, aproveitou-se da ocasião para trazer para o roteiro do filme uma escritora num exaustivo processo criativo apropriando-se inclusive das terras imaginárias de Om contida nesse livro de Susannah (em várias sequências a personagem lê passagens do livro real, permeadas com imagens oníricas de uma região remota). Original o trunfo de Altman, que fez tudo com pouco dinheiro – a produção, independente, custou U$ 800 mil.
Outro item crucial para o perturbador resultado do filme envolve a trilha sonora metódica do imponente músico premiado John Williams.
Há uma simbologia ambígua nas fortes imagens criadas pelo diretor, sempre apontando para a esfera principal do filme, que é a escritora. Como um espelho (representado, na história, pela câmera fotográfica do marido), ela vê reflexos de sua vida passada, em delírios que se confundem com a realidade, saindo do limite da tela em direção ao telespectador, que também fica numa linha cruzada entre o que é verdade e o que não passa de imaginação.
Indicado à Palma de Ouro em Cannes, “Imagens” é um trabalho controverso da carreira de Altman, fora do padrão dos seus filmes, com forte impacto visual e final igualmente assustador. Pela primeira vez em DVD no Brasil em edição especial restaurada com vários extras (depoimento de Altman, cenas comentadas e trailer), com distribuição pela Versátil. Por Felipe Brida*

* Publicado na coluna "Middia Cinema", da Middia Magazine - edição setembro/outubro de 2015

Imagens (Images). Inglaterra/EUA, 1972, 101 min. Suspense/Drama/Terror. Dirigido por Robert Altman. Distribuição: Versátil