Conduta de Risco
Viciado em jogos de mesa e divorciado, o advogado Michael Clayton (George Clooney) atua em uma grande empresa de advocacia em Nova York. Presta serviços sujos e fraudulentos em uma firma, seu trabalho mais recompensador. Descontente, pretende deixar o emprego, mas as dívidas não permitem tal façanha. Do outro lado da cidade, o advogado Arthur Evans (Tom Wilkinson), da corporação em que Clayton trabalha, surta e toma atitudes extremas, no caso tirar a roupa em meio a uma reunião e tentar sabotar documentos de uma empresa de herbicida. Clayton é incumbido de investigar o misterioso caso.
Drama poderoso que recorre a enfoques polêmicos e teor de denúncia para expor até que ponto o ser humano pode chegar para encobrir a verdade e proteger seu status. Começa lento e engrena só depois de 25 minutos de filme. O ritmo fica cada vez mais intenso e conduz o público a uma complexa teia de intrigas. Não há personagens de boa índole, e todos carregam um ar de suspeito e podridão. Em primeiro plano, Clayton, um advogado infeliz e sem escrúpulos, disposto a mudar de vida. Uma espécie de anti-herói elegante e convincente. Nos planos abaixo se encontram o advogado Arthur, conivente com atitudes perniciosas e que, assim como Clayton, sente- se sufocado e pretende sair fora de cena. E ainda temos a executiva Karen Crowder (Tilda Swinton – vencedora do Oscar de atriz coadjuvante, em um papel estupendo e marcante), mulher maquiavélica e disposta a matar para não “comprometer” o nome da empresa onde trabalha. É com este quadro de figuras imorais que a história se constrói e, ao mesmo tempo, entra em colapso. Revira temas incomodativos, como defender corporações negligentes para o interesse dos mais poderosos. Segue a linha de “A Qualquer Preço” e “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento”, no entanto com mais extensão e profundidade.
Gosto, em especial, da cena em que Tom Wilkinson (no excelente papel do advogado estressado e delirante - e que depois fica emparedado) observa atentamente ao outdoor interativo em movimento da empresa que defende, em um local (seria a Times Square?) cheio de luzes e cores vibrantes. Um simbólico ataque do capitalismo e consumismo insistentes. Por falar em simbólico, muitas passagens do filme têm fundo alegórico.
Excelente estréia, como diretor, de Tony Gilroy, roteirista Eclipse Total, O Advogado do Diabo, Armageddon, Prova de Vida, A Isca e da trilogia “Bourne”. Para ser sincero não admiro Clooney nesta fita. Apesar de sério, não demonstra potencial para estabilizar ou mesmo firmar o difícil papel. Clooney está melhor (e barbado) em Syriana – A Indústria do Petróleo, com o qual levou o Oscar de coadjuvante em 2006.
Junto com “Desejo e Reparação”, “Conduta de Risco” foi indicado a sete prêmios Oscar. Conforme citado acima, ganhou apenas o de atriz coadjuvante. As outras indicações foram: melhor filme, ator (George Clooney), ator coadjuvante (Tom Wilkinson), diretor (Tony Gilroy), roteiro original e trilha sonora. Um filme forte, perturbador e que merece atenção. OBS: Equivocado comentário extraído de jornal norte-americano impressa nas capas do DVD (lançado recentemente) e nos pôsteres: “O melhor suspense de todos os tempos”. É drama pesado e apenas tons sutis de suspense para garantir a atenção do público. Por Felipe Brida
Título original: Michael Clayton
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: George Clooney, Tom Wilkinson, Tilda Swinton, Sydney Pollack, Michael O’Keefe, Danielle Skraastad, Denis O’Hare, Julie White.
Direção: Tony Gilroy
Gênero: Drama
Duração: 119 min.
Viciado em jogos de mesa e divorciado, o advogado Michael Clayton (George Clooney) atua em uma grande empresa de advocacia em Nova York. Presta serviços sujos e fraudulentos em uma firma, seu trabalho mais recompensador. Descontente, pretende deixar o emprego, mas as dívidas não permitem tal façanha. Do outro lado da cidade, o advogado Arthur Evans (Tom Wilkinson), da corporação em que Clayton trabalha, surta e toma atitudes extremas, no caso tirar a roupa em meio a uma reunião e tentar sabotar documentos de uma empresa de herbicida. Clayton é incumbido de investigar o misterioso caso.
Drama poderoso que recorre a enfoques polêmicos e teor de denúncia para expor até que ponto o ser humano pode chegar para encobrir a verdade e proteger seu status. Começa lento e engrena só depois de 25 minutos de filme. O ritmo fica cada vez mais intenso e conduz o público a uma complexa teia de intrigas. Não há personagens de boa índole, e todos carregam um ar de suspeito e podridão. Em primeiro plano, Clayton, um advogado infeliz e sem escrúpulos, disposto a mudar de vida. Uma espécie de anti-herói elegante e convincente. Nos planos abaixo se encontram o advogado Arthur, conivente com atitudes perniciosas e que, assim como Clayton, sente- se sufocado e pretende sair fora de cena. E ainda temos a executiva Karen Crowder (Tilda Swinton – vencedora do Oscar de atriz coadjuvante, em um papel estupendo e marcante), mulher maquiavélica e disposta a matar para não “comprometer” o nome da empresa onde trabalha. É com este quadro de figuras imorais que a história se constrói e, ao mesmo tempo, entra em colapso. Revira temas incomodativos, como defender corporações negligentes para o interesse dos mais poderosos. Segue a linha de “A Qualquer Preço” e “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento”, no entanto com mais extensão e profundidade.
Gosto, em especial, da cena em que Tom Wilkinson (no excelente papel do advogado estressado e delirante - e que depois fica emparedado) observa atentamente ao outdoor interativo em movimento da empresa que defende, em um local (seria a Times Square?) cheio de luzes e cores vibrantes. Um simbólico ataque do capitalismo e consumismo insistentes. Por falar em simbólico, muitas passagens do filme têm fundo alegórico.
Excelente estréia, como diretor, de Tony Gilroy, roteirista Eclipse Total, O Advogado do Diabo, Armageddon, Prova de Vida, A Isca e da trilogia “Bourne”. Para ser sincero não admiro Clooney nesta fita. Apesar de sério, não demonstra potencial para estabilizar ou mesmo firmar o difícil papel. Clooney está melhor (e barbado) em Syriana – A Indústria do Petróleo, com o qual levou o Oscar de coadjuvante em 2006.
Junto com “Desejo e Reparação”, “Conduta de Risco” foi indicado a sete prêmios Oscar. Conforme citado acima, ganhou apenas o de atriz coadjuvante. As outras indicações foram: melhor filme, ator (George Clooney), ator coadjuvante (Tom Wilkinson), diretor (Tony Gilroy), roteiro original e trilha sonora. Um filme forte, perturbador e que merece atenção. OBS: Equivocado comentário extraído de jornal norte-americano impressa nas capas do DVD (lançado recentemente) e nos pôsteres: “O melhor suspense de todos os tempos”. É drama pesado e apenas tons sutis de suspense para garantir a atenção do público. Por Felipe Brida
Título original: Michael Clayton
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: George Clooney, Tom Wilkinson, Tilda Swinton, Sydney Pollack, Michael O’Keefe, Danielle Skraastad, Denis O’Hare, Julie White.
Direção: Tony Gilroy
Gênero: Drama
Duração: 119 min.
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