Piaf – Um Hino ao Amor
Biografia da cantora parisiense Edith Piaf (1915-1963), desde a infância pobre e sofrida até a deprimente e solitária morte.
Um retrato realista, fascinante e comovente de uma das grandes vozes da música internacional. Que filme tocante. Há tempos não ficava surpreendido com uma história de vida tão forte e triste. E que mulher sofrida era Edith Piaf. De família pobre, Piaf, quando pequena, foi abandonada pela mãe e criada pela avó descuidada. O pai, então, resolve deixar a menina em um bordel. Sustentada por prostitutas, teve uma grave doença nos olhos e quase ficou cega. Sem amigos de sua idade, a pequena Piaf é retirada do prostíbulo pelo pai e levada para trabalhar em um circo. Na adolescência, passa a cantar em dupla com uma colega e ganha dinheiro nas esquinas. Até ser descoberta e levada à notoriedade. Não quero estragar surpresas, portanto encerro a história por aqui. Mas se preparem: o drama é pesado e provoca lágrimas.
A biografia não endeusa e nem romanceia fatos. Exibe os inúmeros azares e sofrimentos de Piaf e, ao mesmo tempo, mostra a cantora ser corrompida por vícios, como bebedeira e uso freqüente de morfina, drogas estas que colaboraram para sua debilitação e morte prematura. Ela morreu aos 47 anos, porém aparentando 70 (sofrida e acabada).
Fiquei encantado com a garra desta mulher. Com todos os problemas, encontrava solução ao cantar. Soltava a voz com amor, algo que fascinava qualquer tipo de público. E que fazia tricô nos horas livres! Desde pequena carregava uma entonação forte e avantajada, meio masculinizada. Começou a cantar por acaso, em uma apresentação de rua, forçada pelo pai para ganhar dinheiro. E daí não parou mais. As músicas, em estilo chanson, retratavam sua história de vida.
Piaf tinha um perfil desajeitado, formado por olhos estalados, dentes grandes e seu corpo era curvado para frente, devido a problemas nas costas. Seu jeito de ser oscilava entre a timidez e o comportamento instintivo e explosivo. Para completar, era uma mulher azarada e sempre sofreu humilhações. Seu final não podia ser outro: morreu amargurada, sem poder mais cantar e sem ter um companheiro conjugal.
O filme não é linear. Apesar do vai-e-vém entre épocas, conseguimos acompanhar sem muito esforço. A trilha musical é composta por músicas imortalizadas por Piaf, como “La Vie em Rose”, “Hymne a l’amour” e “Non, je ne regrette rien”.
Ganhador de dois prêmios Oscar este ano – atriz, para Marion Cotillard, e maquiagem, ainda foi indicado para figurino. Seria suicídio se não comentasse sobre Marion nesta resenha. Realmente a atriz assusta ao personificar Piaf. Ela faz um papel à altura da cantora. É prazeroso ver uma atriz talentosa “explodir” em um show de interpretação. Ela surpreende com o jeito de falar e de cantar, adotar os trejeitos e a espontaneidade de Piaf. Brilhante! Um Oscar merecido (e o de maquiagem também. Marion está irreconhecível tanto na juventude quanto no auge da carreira de Piaf).
O filme ainda ganhou prêmios importantes de cinema, como o Globo de Ouro (atriz) e quatro estatuetas Bafta (figurino, atriz, maquiagem e música). Estranhamente, no César, considerado o Oscar francês, não levou em nenhuma das 11 categorias indicadas.
Ainda temos, na fita, participações especiais de Emmanuelle Seigner, atriz casada com o diretor e ator Roman Polanski, que interpreta uma prostituta carinhosa, e Gérard Depardieu, que adota Piaf na adolescência e a leva para a fama. Um filme imperdível e obrigatório. Lançado em DVD pela Paris Filmes na última semana de fevereiro. (Por Felipe Brida)
Título original: La Môme
País/Ano: França/Inglaterra/República Tcheca, 2007
Elenco: Marion Cotillard, Sylvie Testud, Pascal Gregory, Emmanuelle Seigner, Gérard Depardieu, Jean-Paul Rouve, Clotilde Courau, Jean-Pierre Martins,
Direção: Olivier Dahan
Gênero: Drama
Duração: 140 min.
Biografia da cantora parisiense Edith Piaf (1915-1963), desde a infância pobre e sofrida até a deprimente e solitária morte.
Um retrato realista, fascinante e comovente de uma das grandes vozes da música internacional. Que filme tocante. Há tempos não ficava surpreendido com uma história de vida tão forte e triste. E que mulher sofrida era Edith Piaf. De família pobre, Piaf, quando pequena, foi abandonada pela mãe e criada pela avó descuidada. O pai, então, resolve deixar a menina em um bordel. Sustentada por prostitutas, teve uma grave doença nos olhos e quase ficou cega. Sem amigos de sua idade, a pequena Piaf é retirada do prostíbulo pelo pai e levada para trabalhar em um circo. Na adolescência, passa a cantar em dupla com uma colega e ganha dinheiro nas esquinas. Até ser descoberta e levada à notoriedade. Não quero estragar surpresas, portanto encerro a história por aqui. Mas se preparem: o drama é pesado e provoca lágrimas.
A biografia não endeusa e nem romanceia fatos. Exibe os inúmeros azares e sofrimentos de Piaf e, ao mesmo tempo, mostra a cantora ser corrompida por vícios, como bebedeira e uso freqüente de morfina, drogas estas que colaboraram para sua debilitação e morte prematura. Ela morreu aos 47 anos, porém aparentando 70 (sofrida e acabada).
Fiquei encantado com a garra desta mulher. Com todos os problemas, encontrava solução ao cantar. Soltava a voz com amor, algo que fascinava qualquer tipo de público. E que fazia tricô nos horas livres! Desde pequena carregava uma entonação forte e avantajada, meio masculinizada. Começou a cantar por acaso, em uma apresentação de rua, forçada pelo pai para ganhar dinheiro. E daí não parou mais. As músicas, em estilo chanson, retratavam sua história de vida.
Piaf tinha um perfil desajeitado, formado por olhos estalados, dentes grandes e seu corpo era curvado para frente, devido a problemas nas costas. Seu jeito de ser oscilava entre a timidez e o comportamento instintivo e explosivo. Para completar, era uma mulher azarada e sempre sofreu humilhações. Seu final não podia ser outro: morreu amargurada, sem poder mais cantar e sem ter um companheiro conjugal.
O filme não é linear. Apesar do vai-e-vém entre épocas, conseguimos acompanhar sem muito esforço. A trilha musical é composta por músicas imortalizadas por Piaf, como “La Vie em Rose”, “Hymne a l’amour” e “Non, je ne regrette rien”.
Ganhador de dois prêmios Oscar este ano – atriz, para Marion Cotillard, e maquiagem, ainda foi indicado para figurino. Seria suicídio se não comentasse sobre Marion nesta resenha. Realmente a atriz assusta ao personificar Piaf. Ela faz um papel à altura da cantora. É prazeroso ver uma atriz talentosa “explodir” em um show de interpretação. Ela surpreende com o jeito de falar e de cantar, adotar os trejeitos e a espontaneidade de Piaf. Brilhante! Um Oscar merecido (e o de maquiagem também. Marion está irreconhecível tanto na juventude quanto no auge da carreira de Piaf).
O filme ainda ganhou prêmios importantes de cinema, como o Globo de Ouro (atriz) e quatro estatuetas Bafta (figurino, atriz, maquiagem e música). Estranhamente, no César, considerado o Oscar francês, não levou em nenhuma das 11 categorias indicadas.
Ainda temos, na fita, participações especiais de Emmanuelle Seigner, atriz casada com o diretor e ator Roman Polanski, que interpreta uma prostituta carinhosa, e Gérard Depardieu, que adota Piaf na adolescência e a leva para a fama. Um filme imperdível e obrigatório. Lançado em DVD pela Paris Filmes na última semana de fevereiro. (Por Felipe Brida)
Título original: La Môme
País/Ano: França/Inglaterra/República Tcheca, 2007
Elenco: Marion Cotillard, Sylvie Testud, Pascal Gregory, Emmanuelle Seigner, Gérard Depardieu, Jean-Paul Rouve, Clotilde Courau, Jean-Pierre Martins,
Direção: Olivier Dahan
Gênero: Drama
Duração: 140 min.
Um comentário:
Este é o tipo de filme pra se ter numa dvdteca,junto a outras belezas raras da telona que consegue derramar sensibilidade,força,e nos levar à lágrimas mesmo.A muito não se via algo assim!
Vale a pena conferir...
Por, M. Deccache
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