sexta-feira, 28 de novembro de 2008

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Amigos leitores

Após 28 dias sem atualização, o blog retorna ao seu funcionamento normal. Devido a compromissos de trabalho estive impossibilitado de sequer disparar uma postagem. Retorno dos festivais de Goiânia e Brasília com muitas novidades, dentre elas entrevistas exclusivas que vocês poderão conferir aqui a partir de hoje. Logo abaixo trago uma matéria - um panorama geral - sobre o 41º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, publicada hoje no jornal Notícia da Manhã.
O email mantém-se aberto para sugestões, críticas e dúvidas; só enviar mensagem para felipe@epipoca.com.br
Um grande abraço e boa leitura.

Especiais sobre Cinema


Festival de Brasília consagra filme sobre fobias com quatro Candangos (*)

Felipe Brida

Mesmo sob uma chuva de vaias do público na noite de entrega dos troféus Candango, o diretor Kiko Goifman saiu-se o vencedor do 41º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, na última terça-feira (dia 25). Seu novo longa-metragem, “FilmeFobia” (foto acima) levou quatro prêmios – melhor filme, ator (Jean-Claude Bernardet), montagem e direção de arte. A fita é um falso documentário em que o ensaísta e crítico de cinema Jean-Claude Bernardet interpreta um cineasta que procura testar diferentes fóbicos. Para isto, reúne um grupo de pessoas que deverá aparecer em seu filme encarando aquilo que os apavora – anões, pombos, aranhas, seringas, altura, sexo, mar e palhaços. Segundo o diretor Kiko Goifman, grande parte do elenco é composta por pessoas que realmente sofrem de uma fobia e, portanto, tiveram de ficar frente a frente com seus medos reais. Em Brasília, o filme, cuja primeira exibição pública ocorreu no 61º Festival de Locarno (Suíça) em agosto passado, causou mal estar e indignação no público.
Considerado por críticos e pelo próprio público como um dos mais insatisfatórios dos últimos anos, a edição 2008 do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro trouxe, na seleção oficial, quatro documentários – “À margem do lixo”, “O milagre de Santa Luzia”, “Tudo isso me parece um sonho” e “Ñande Guarani”, uma ficção (Siri-Ará) e outra ficção semi-documental, “FilmeFobia”. O número de interessados no festival também sofreu uma queda violenta em relação aos anos anteriores; estima-se um decréscimo de 25% no público esse ano.

Terceira parte

Logo atrás de “FilmeFobia” ficou “À margem do lixo”, documentário que retrata a vida de catadores de lixo. O filme recebeu três prêmios – especial do Júri, melhor filme (Júri popular) e fotografia. Dirigido por Evaldo Mocarzel, é a terceira parte de uma tetralogia iniciada com “À margem da imagem” (2003) e “À margem do concreto” (2005).

São Bernardo

Na abertura da 41ª edição do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, duas apresentações especiais marcaram a noite do dia 18 de novembro: um concerto da orquestra do Teatro Nacional Cláudio Santoro, coordenador pelo regente Ira Levin, e, logo após, a exibição do filme “São Bernardo” (1972), do diretor Leon Hirszman, em edição remasterizada. Os últimos integrantes vivos da equipe do filme estiveram presentes no festival para participar de um debate sobre a obra, uma adaptação do livro de Graciliano Ramos: os atores Othon Bastos e Nildo Parente e o diretor de fotografia Lauro Escorel. Confira, na próxima semana, no Notícia da Manhã, entrevista exclusiva com o ator Othon Bastos, realizada diretamente do Festival de Brasília.

Programação

Além da exibição de longas e curtas-metragens, o festival contou com seminários, debates sobre filmes e workshops. O cineasta Nelson Pereira dos Santos, idealizador do movimento Cinema Novo nos anos 60, foi o grande homenageado da edição desse ano.
Na noite de encerramento do festival foi exibido o filme “Lance maior”, em comemoração aos 40 anos do drama, estréia do diretor Sylvio Back no cinema.
Criado em 1965 pelo crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes, o Festival de Brasília de Cinema Brasileiro é o segundo maior festival de cinema realizado no país – perde apenas para Gramado.


Confira os principais vencedores do troféu Candango na categoria longa-metragem

Prêmios oficiais:

Melhor filme (Júri oficial): “Filmefobia”, de Kiko Goifman
Prêmio especial do Júri: “À margem do lixo”, de Evaldo Mocarzel
Melhor filme (Júri popular): “À margem do lixo”
Melhor direção: Geraldo Sarno, por “Tudo isto me parece um sonho”
Melhor ator: Jean-Claude Bernadet, por “FilmeFobia”
Melhor atriz e Melhor atriz coadjuvante: Elenco feminino de “Siri-Ará”
Melhor ator coadjuvante: Everaldo Pontes, por “Siri-Ará”
Melhor roteiro: Geraldo Sarno e Werner Salles, por “Tudo isto me parece um sonho”
Melhor fotografia: Gustavo Hadba e André Lavenere, por “À margem do lixo”
Melhor direção de arte: Cris Bierrenbach, por “FilmeFobia”
Melhor trilha sonora: “O milagre de Santa Luzia”
Melhor som: Fernando Cavalcante, por “Ñande Guarani”
Melhor montagem: Vania Debs, por “FilmeFobia”

(*) Matéria publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 28/11/2008. Créditos para a foto: Divulgação