O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford
Estados Unidos, século XIX. O jovem Robert Ford (Casey Affleck) tem, como ídolo, o bandido mais famoso e procurado do país, Jesse James (Brad Pitt). Certa ocasião, ingressa na gangue de assaltantes liderada por James. Aos poucos, Ford vai conhecendo a personalidade do criminoso mais temível do oeste americano. A admiração dá lugar ao ódio, até que o jovem planeja uma emboscada para assassinar o líder da quadrilha.
Interminável retrato biográfico que remonta os momentos finais de Jesse James, temível fora-da-lei do Velho Oeste norte-americano, morto à queima-roupa em abril de 1882, pouco antes de partir para um novo roubo junto com os irmãos Robert e Charley Ford. Por ser uma história que reconstrói minuciosamente fatos e personagens – tudo baseado em observações reais contidas no romance homônimo de Ron Hansen – o drama se torna arrastado, com diálogos excessivos e pouca ação. Começa lento, continua estático até a metade e só melhora no final, quando há os indícios da explicação do gigantesco título.
Apesar de se passar no Velho Oeste, com direito a saloons e cavalgadas, o filme não é de gênero faroeste, diferente das versões anteriores, como “Jesse James” (1927, com Fred Thomson), “Jesse James” (1939, com Tyrone Power), “Quem foi Jesse James” (1957, com Robert Wagner) e “Jovens Pistoleiros” (2001, com Colin Farrell).
Discussões desmedidas aliadas ao intimismo cercando o personagem Robert Ford modelam um enredo detalhista demais, difícil de ser acompanhado pelo público em geral.
O diretor Andrew Dominik poderia ter reduzido a metragem em uns 30 minutos, para que a fita fosse melhor digerida. Mas não, preferiu lançá-la com os 160 minutos originais, provocando o efeito "centrífuga", ou seja, afastando os telespectadores.
A escolha de Brad Pitt para o instintivo Jesse James foi um tiro no escuro. Uma interpretação discutível. Relutei, questionei, e não gostei. Ainda vejo nele traços característicos (tiques, risadas medonhas e sobrancelhas torcidas) do filme que o levou ao sucesso, “Kalifornia – Uma Jornada ao Inferno”. Repare que no início o narrador descreve que James piscava freneticamente os olhos por causa de uma doença; e não é que no decorrer do filme, inclusive nos closes, ele mantém os olhos normais? E Casey Affleck, que até recebeu indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante este ano pela fita, consegue ser ainda mais duvidoso. O ator, irmão mais novo de Ben Affleck, é insosso, de sorriso matuto e está longe de convencer. “O Assassinato” ainda recebeu indicação ao Oscar de melhor fotografia (aliás, uma fotografia escura, em momentos até difícil saber quem está em cena).
Estados Unidos, século XIX. O jovem Robert Ford (Casey Affleck) tem, como ídolo, o bandido mais famoso e procurado do país, Jesse James (Brad Pitt). Certa ocasião, ingressa na gangue de assaltantes liderada por James. Aos poucos, Ford vai conhecendo a personalidade do criminoso mais temível do oeste americano. A admiração dá lugar ao ódio, até que o jovem planeja uma emboscada para assassinar o líder da quadrilha.
Interminável retrato biográfico que remonta os momentos finais de Jesse James, temível fora-da-lei do Velho Oeste norte-americano, morto à queima-roupa em abril de 1882, pouco antes de partir para um novo roubo junto com os irmãos Robert e Charley Ford. Por ser uma história que reconstrói minuciosamente fatos e personagens – tudo baseado em observações reais contidas no romance homônimo de Ron Hansen – o drama se torna arrastado, com diálogos excessivos e pouca ação. Começa lento, continua estático até a metade e só melhora no final, quando há os indícios da explicação do gigantesco título.
Apesar de se passar no Velho Oeste, com direito a saloons e cavalgadas, o filme não é de gênero faroeste, diferente das versões anteriores, como “Jesse James” (1927, com Fred Thomson), “Jesse James” (1939, com Tyrone Power), “Quem foi Jesse James” (1957, com Robert Wagner) e “Jovens Pistoleiros” (2001, com Colin Farrell).
Discussões desmedidas aliadas ao intimismo cercando o personagem Robert Ford modelam um enredo detalhista demais, difícil de ser acompanhado pelo público em geral.
O diretor Andrew Dominik poderia ter reduzido a metragem em uns 30 minutos, para que a fita fosse melhor digerida. Mas não, preferiu lançá-la com os 160 minutos originais, provocando o efeito "centrífuga", ou seja, afastando os telespectadores.
A escolha de Brad Pitt para o instintivo Jesse James foi um tiro no escuro. Uma interpretação discutível. Relutei, questionei, e não gostei. Ainda vejo nele traços característicos (tiques, risadas medonhas e sobrancelhas torcidas) do filme que o levou ao sucesso, “Kalifornia – Uma Jornada ao Inferno”. Repare que no início o narrador descreve que James piscava freneticamente os olhos por causa de uma doença; e não é que no decorrer do filme, inclusive nos closes, ele mantém os olhos normais? E Casey Affleck, que até recebeu indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante este ano pela fita, consegue ser ainda mais duvidoso. O ator, irmão mais novo de Ben Affleck, é insosso, de sorriso matuto e está longe de convencer. “O Assassinato” ainda recebeu indicação ao Oscar de melhor fotografia (aliás, uma fotografia escura, em momentos até difícil saber quem está em cena).
Cria-se expectativa em ver a tal morte do bandido. Só que a cena é tão rápida e sem tensão que ficamos frustrados. Confesso que era um filme que esperava bastante, torcia para ser bom. Não me agradou. É uma biografia interessante, bem produzida e filmada com técnicas modernas, mas não empolga. Uma autêntica fita de arte que dividiu opiniões. Enquanto uns adoraram o resultado, outros chiaram. Eu revi o filme recentemente e continuo no segundo grupo. Disponível em DVD. Por Felipe Brida
Título original: The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Brad Pitt, Casey Affleck, Sam Rockwell, Sam Shepard, Paul Schneider, Jeremy Renner, Mary-Louise Parker, Ted Levine, Garret Dillahunt, Michael Parks, James Carville.
Direção: Andrew Domink
Gênero: Drama/ Faroeste
Duração: 159 min.
Título original: The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Brad Pitt, Casey Affleck, Sam Rockwell, Sam Shepard, Paul Schneider, Jeremy Renner, Mary-Louise Parker, Ted Levine, Garret Dillahunt, Michael Parks, James Carville.
Direção: Andrew Domink
Gênero: Drama/ Faroeste
Duração: 159 min.
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