terça-feira, 27 de junho de 2017

Nota do blogueiro


"Missus automaticamente baixou a mão e afagou Coco atrás das orelhas. Ostensivamente, enfiei meu focinho entre seus dedos, mas ela nem deu sinal de registrar minha presença. Mais tarde, Coco se sentou diante de mim com um osso de borracha [...]".
Trecho do livro "Quatro vidas de um cachorro" (2010), de W. Bruce Cameron, relançado no Brasil pela editora Harper Collins devido à repercussão do filme (2016, 288 páginas, tradução de Regina Lyra). Sob o ponto de vista de um cachorro, a obra mostra o dia a dia de um canino e os pensamentos sobre os humanos e outros animais que o cercam. Um livro encantador e cheio de vivacidade. Obrigado, @harpercollinsbrasil, pelo envio.


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Nota do blogueiro


Pequena amostra de filmes soviéticos e russos lançados em DVD pela CPC Umes Filmes, licenciados e restaurados pela Mosfilm. Pela primeira vez no Brasil, seis raridades imperdíveis aos cinéfilos e colecionadores, com um lindo projeto gráfico! Apresento a vocês "A história de um homem de verdade" (1948), "O fascismo de todos os dias" (1965), "Tigre branco" (2012), "Solaris" (1972), "A mãe" (1989) e "12 cadeiras" (1970). Já nas melhoras lojas! Valeu, @cpcumesfilmes, pelo envio dos títulos. Conheça todo o catálogo da CPC Umes Filmes em
http://cpcumesfilmes.org.br/prestashop/index.php


segunda-feira, 19 de junho de 2017

Sorteio de ingressos


E tem novo sorteio no blog!
Cinema na Web, em parceria com a Paris Filmes, vai sortear amanhã quatorze ingressos para sessão do filme brasileiro "Meus 15 anos", longa protagonizado por Larissa Manoela com participação do humorista Rafael Infante e da cantora Anitta.
Para participar é simples - envie um email até amanhã (dia 20/06) às 20h para felipebb85@hotmail.com, com seu nome completo, telefone de contato e cidade, com a frase Eu quero ganhar um ingresso. A sessão é válida para todos os cinemas parceiros da Paris Filmes (vide ingressos), e a retirada deve ser feita diretamente comigo, em Catanduva. Não serão encaminhados ingressos por correios. Sessões válidas de segunda a quarta-feira, exceto feriados.




sábado, 17 de junho de 2017

Nota do blogueiro


"Por toda a sala, eles lutaram: estocada e parada, finta e contrafinta. O ar dentro das bolhas formadas pelos escudos, de tão exigido, ficou viciado, pois a lenta troca gasosa que se dava nas bordas das barreiras não o conseguia repor. A cada novo contato dos escudos, o cheiro de ozônio ficava mais forte. Paul continuou a recuar, mas agora dirigia-se para a mesa de exercícios. Se conseguir contorná-lo perto da mesa, irei lhe mostrar um truque, pensou Paul. Só mais um passo, Gurney".
Trecho do cultuado romance de ficção científica "Duna" (1965), de Frank Herbert, relançado este mês pela Editora Aleph em nova edição, com capa dura, ilustrações, mapas, lista de terminologia, notas cartográficas e introdução inédita de Neil Gaiman (2017, 680 páginas, tradução de Maria do Carmo Zanini).
Controverso, enérgico e repleto de personagens bizarros, o livro é dividido em três partes (Duna, Muad'Dib e O profeta) e quatro apêndices. Teve continuações escritas por Herbert e pelo filho, Brian, originou o filme homônimo de 1984, de David Lynch, indicado ao Oscar, e também o seriado em 2000. Uma obra futurista revolucionária e imprescindível para os fãs. Já nas melhores livrarias! Super obrigado, equipe da @editoraaleph, pelo envio do exemplar.


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Resenha Especial



Ponette – À espera de um anjo

Ponette (Victoire Thivisol), uma garotinha de quatro anos, sofre a perda da mãe. Entristecida, lamenta o ocorrido e compartilha esse estranho sentimento com o pai e com os amigos da escola buscando maneiras de encontrar a mãe um dia.

Um dos grandes filmes do cinema sobre o olhar da criança em torno de temas adultos, escrito e dirigido com simplicidade técnica pelo francês Jacques Doillon, de “O jovem assassino” (1990) e do recente “Rodin” (2017 - em cartaz nas salas brasileiras). Para realizar essa belíssima obra-prima do cinema francês (e o filme mais importante da sua carreira) Doillon recrutou uma garotinha inexperiente de Lyon, chamada Victoire Thivisol, na época com quatro anos, para ser a base de toda a história que viria contar. A composição da personagem-título por Victoire é de uma naturalidade impressionante, que emociona os desavisados e nos faz refletir. Ponette vive amargurada, anda com indagações sobre a morte prematura da mãe, tem pensamentos maduros para sua tenra idade, questiona a lei da vida, tenta compreender o sentido da ausência. Ela não aceita a morte, chora, corre atrás de respostas quando conversa com o pai ou com os amiguinhos da escola. Recorre até a Deus para ampliar o significado de todo aquele vazio e sofrimento. O filme constrói metodicamente a relação da criança com a morte, dos impactos que isto pode causar no coração e na mente de uma menina que está começando a compreensão de mundo, e o público padece junto, tamanha a beleza cinematográfica e a percepção do diretor Doillon, um artesão na arte do encantamento. Pelo papel, a atriz mirim Victoire Thivisol ganhou prêmio especial no Festival de Veneza – e o filme recebeu honrosamente indicação ao Leão de Ouro.
Redescoberto agora pela distribuidora brasileira Obras-Primas do Cinema, “Ponette” é uma poesia cativante sobre maturidade, esperança e morte, que pode ser absorvido como uma lição de vida. Obrigatório!
A edição especial recém-lançada pela Obras-Primas do Cinema traz, como bônus, uma hora de entrevistas e making of.

Ponette – À espera de um anjo (Ponette). França, 1996, 93 min. Drama. Dirigido por Jacques Doillon. Distribuição: Obras-Primas do Cinema

Nota do blogueiro


" - Acredito em você, John Carter. Não sei o que é um 'cavalheiro', nem nunca ouvi falar da Virgínia, mas em Barsoom os homens não mentem. Se ele não deseja falar a verdade, permanece em silêncio".
Trecho do livro "Uma princesa de Marte", de Edgar Rice Burroughs, publicado como uma série em seis partes na All-Story Magazine, em 1912, e lançado no Brasil pela editora Aleph em 2012 (269 páginas, tradução de Ricardo Giassetti). Uma deliciosa e fascinante aventura scifi escrita pelo criador de Tarzan e que inspirou o filme da Disney "John Carter: Entre dois mundos" (2012). Já nas lojas. Obrigado, equipe da @editoraaleph, pelo envio do livro.


sábado, 10 de junho de 2017

Nota do blogueiro


"Não demorou muito até que Nancy a avistasse: a menina esguia usando um vestido xadrez vermelho, com duas grossas tranças de cabelo cor de linho, pendendo às costas. Sob o chapéu de palha um pequeno rosto ansioso e sardento[...]". Trecho do adorável, inspirador e mundialmente aplaudido romance "Pollyana", de Eleanor H. Porter. Escrito em 1913, virou filme da Disney em 1960, ganhador do Globo de Ouro, e agora acaba de sair nessa fabulosa reedição de capa alegre pela Martin Claret (2017, 201 páginas, tradução de Luiz Fernando Martins). Agradeço o envio do exemplar, equipe da @editoramartinclaret.


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Cine Lançamento


Romance à francesa

Clément (Emmanuel Mouret), um professor quarentão, está feliz da vida, pois namora uma linda mulher, a atriz Alicia (Virginie Efira). Sempre enrolado com relacionamentos, conhece outra beldade, a jovem e intrometida Caprice (Anaïs Demoustier), que quer sair com ele de todo jeito, não se importando em ser sua amante. Dividido entre as duas, Clément encontrará grandes problemas pela frente, ainda mais quando descobre que o melhor amigo está apaixonado por Alicia.

Mais uma boa investida da França na comédia romântica independente, uma fita modesta e agradável, que na Europa obteve pequeno sucesso, porém no Brasil ninguém ouviu falar (estreou em outubro nos cinemas brasileiros, pela Mares Filmes, que acabou de lançá-la em DVD). Escrito, dirigido e protagonizado por Emmanuel Mouret, um dos bons atores da nova geração do seu país, o filme fala sobre amores fugazes e amantes, um tema batido, mas aqui tratado com singeleza, sem pender para exageros ou romance barato. Conhecemos de perto a vida de um professor de beleza duvidosa lidando com duas mulheres charmosas, a namorada, uma atriz prestigiada, e a amante, mais nova e enxerida (de nome Caprice, título original do filme). Além de se dividir no relacionamento, fica sabendo que o fiel amigo foi seduzido pela sua namorada “oficial” – as confusões começam aí, para incrementar os conflitos da história, que tem um desfecho bonito. Sem delongas, o roteiro resume-se às atrapalhadas de um homem indeciso no relacionamento, as mentiras para não ser exposto e como trair sem ser descoberto.
De um tempo para cá, já apontei isto em resenhas anteriores, o Brasil recebe uma infinidade de comédias francesas bem legais, todavia fora do circuito, em consequência, pouco conhecidas do grande público. “Romance à francesa” é uma dessas gratas surpresas, que merece atenção. Assistam!

Romance à francesa (Caprice). França, 2015, 99 min. Comédia romântica. Dirigido por Emmanuel Mouret. Distribuição: Mares Filmes

terça-feira, 6 de junho de 2017

Nota do blogueiro


"Respiro fundo. Conforme as histórias vão passando, uma atrás da outra, eu me sinto aliviado quando meu nome não é citado. Em seguida, vem o medo daquilo que ela não disse ainda, do que ela vai dizer quando chegar minha vez. Porque minha vez está chegando. Eu sei. E quero que isso acabe. O que foi que eu fiz para você, Hannah?".
Trecho do livro "Os 13 porquês" (2009, de Jay Asher, tradução de José Augusto Lemos), relançado esse ano pela editora Atica devido ao sucesso da série produzida pelo Netflix. Um romance duro sobre temas fortemente ligados ao mundo da juventude contemporânea, para jovens e adultos refletirem os perigos do bullying na escola. Vale a leitura e depois a revisão da série mundialmente comentada. Já nas livrarias. Obrigado, equipe da Atica, pelo exemplar (abaixo, a capa original e também a versão com a luva em homenagem à série).



segunda-feira, 5 de junho de 2017

Comentários do blogueiro


Chegaram os lançamentos de maio em DVD pela Classicline. Só bons filmes (e raridades imperdíveis) que vão dos anos 30 aos 70. São eles: O picolino (1935), Cavalgada trágica (1960), A mulher faz o homem (1939), Uma janela para o céu (1975), Tigres voadores (1942), 20 mil léguas submarinas (1954), Errado pra cachorro (1963) e Desbravando o oeste (1967). Todos em versões dublada e legendada! Já nas melhores lojas.
Obrigado, Classicline, pelo envio dos filmes.




sexta-feira, 2 de junho de 2017

Nota do blogueiro


"Toda vez que o monstro se mexia, Conor escutava o ranger da madeira vergando e abrindo dentro daquele corpo enorme. Enxergava a força dos seus braços, grandes galhos emaranhados que se enroscavam e se moviam sem parar, formando os músculos, ligados a um enorme tronco que era seu peito, coroado por uma cabeça na qual estavam dentes capazes de destroçá-lo em uma mordida". Trecho do poderoso livro "O chamado do monstro" (2011, 216 páginas, de Patrick Ness, tradução de Antônio Xerxenesky), recém-lançado pela editora Ática. Simbólica e de narrativa emocionante, a obra literária trata das descobertas da juventude e do despertar para a maturidade. Deu origem ao ótimo filme "Sete minutos depois da meia-noite", de 2016. Edição com lindas ilustrações em preto-e-branco de Jim Kay. Já nas livrarias! Obrigado, equipe da Atica, pelo envio do livro.


Cine Lançamento


Capitão Fantástico

Em uma floresta no noroeste do Pacífico, nos Estados Unidos, vive Ben (Viggo Mortensen), um homem fora dos padrões, que lá cria os filhos, no meio da natureza, longe de qualquer contato com a sociedade, onde prega suas regras, ritos e ensinamentos específicos. Quando a esposa morre, após ficar hospitalizada na cidade grande, Ben leva os filhos para se despedir da mãe, no funeral. Fora da floresta, aquela família será obrigada a enfrentar o verdadeiro mundo real.

Viggo Mortensen recebeu merecidamente sua segunda indicação ao Oscar de melhor ator neste grandioso e criativo filme independente, uma das melhores produções americanas de 2016. Ele faz um pai libertário, que abandonou a cidade para viver de forma primitiva na floresta, onde cria seus seis filhos, de idades bem distintas. Isolados do contato humano exceto da própria família, eles possuem nomes diferentes, uma mistura de apropriação indígena com mitologia nórdica (Bodevan, Kielyr, Vespyr, Zaja, por exemplo) e praticam rituais de passagem para a vida adulta, como comer o fígado de animais que caçam no mato. O pai ensina os filhos na defesa pessoal, treinamentos para escalar montanhas, proteção uns aos outros, todos são expert em caça, plantio e cultivo, com mínimos traços de consumo (como um rádio na cabana onde vivem e livros técnicos). Fechados como um clã, são críticos ferrenhos ao American Way of Life e ao capitalismo. Ele adultiza os filhos, fala abertamente sobre sexo, política, teorias de Física, e no seio do ambiente familiar, as três crianças e os três jovens aprendem e reproduzem, ou seja, o pai desperta neles o senso crítico, de autovigia e autoavaliação para argumentar e refletir qualquer assunto que esteja presente no cotidiano da floresta.
Esta é uma das óticas do filme. Em momento paralelo conhecemos, em diálogos e breves lembranças, a esposa de Ben, a mãe dos seis filhos, budista, que está doente no hospital, sob cuidados da família dela. Quando morre, a mulher deixa um testamento informando que gostaria de ser cremada, mas a família cristã quer enterrá-la, contrariando a vontade também do marido, isolado na floresta. Em razão de antigos atritos, o pai dela (papel austero de Frank Langella) dá o aviso ao genro: não apareça no funeral. Os filhos se revoltam com a morte e querem dar adeus à mãe, e o pai mesmo assim os leva para a cidade. A partir daí o filme sai do enfoque das apresentações da excêntrica família, cria as situações-problema e vira um road movie dramático discretamente cômico, discutindo questões pertinentes a choque cultural, com os filhos conhecendo o mundo exterior da redoma onde viviam, em contato com a vida em sociedade, numa jornada de descobertas e despertares. Para representar o retorno ao útero materno, viajam em um ônibus paramentado com livros, cozinha e dormitórios, apelidado de Steve, no caminho cometem pequenas contravenções, como despistar a polícia e furtar um supermercado, práticas inconcebíveis na cidade, relacionando a forma como o pai cria os filhos a partir de suas verdades e crenças, o que fará questionar seus métodos.
Com coesão e sensibilidade, “Capitão Fantástico” é uma aula de vida, expõe o tema da maturidade, das descobertas e das decisões para o futuro através do laço familiar, com a mensagem: como criamos nossos filhos e que tipo de pais somos ou queremos ser?
Prepare-se para um desfecho inusitado e não usual, aliás, todo o filme é ricamente criativo. Incrível como há bons cineastas no cinema independente, este aqui chama-se Matt Ross, em seu primeiro longa na direção, mais lembrado como ator, de filmes como “A outra face” (1997) e “Psicopata americano” (2000).
O elenco trabalha certinho, em sincronia, com bons atores revelação, especialmente as crianças. Viggo, um caso particular como sempre. Para o papel do pai, mudou-se para Idaho, no centro das Montanhas Rochosas, para aprender técnicas de sobrevivência no mato. Pelo trabalho foi indicado também ao Globo de Ouro e ao Bafta, enquanto o filme ganhou prêmio de direção no “Un certain regard”, em Cannes, e foi exibido em Sundance.
Em DVD pela Universal, sai em boa edição com apenas um extra curto, mas importante - um rápido documentário sobre os bastidores, com entrevistas e cenas das gravações.

Capitão Fantástico (Captain Fantastic). EUA, 2016, 118 min. Drama. Dirigido por Matt Ross. Distribuição: Universal Pictures