sábado, 15 de março de 2008

Cine Lançamento

Planeta Terror

Criminosos liberam um potente gás químico capaz de transformar as pessoas em monstruosos canibais. No hospital da cidade, o casal de médicos William (Josh Brolin) e Dakota (Marley Shelton) recebe pacientes mutilados e em fase de decomposição. Um deles é a dançarina de boate Cherry (Rose McGowan), que perdera a perna em um ataque de zumbis. As criaturas sedentas de sangue humano irão cercar o hospital e encurralar os vivos.
Desde adolescentes, os diretores Robert Rodríguez e Quentin Tarantino assistiam a filmes de terror trash tanto na televisão quanto nas sessões duplas (nos Estados Unidos chama-se “double feature”, salas de cinema que exibiam dois filmes em seqüência, em especial os de gêneros terror e ficção científica). Maduros e consolidados na carreira, resolveram rodar dois filmes de ação com terror homenageando as fitas que curtiam no passado. Enquanto Rodriguez partiu para o sanguinário e escabroso, Tarantino seguiu uma linha de mistério e crimes, em “À Prova de Morte” (e que não deixa de ser violento). Em 2007, lançaram os filmes em sessão dupla nos Estados Unidos. Uniram as fitas (o que perfez um total de 191 minutos de duração) com o nome de “Grindhouse”. Porém, o esforço foi em vão. Não emplacou, e a bilheteria naufragou. Fracasso total.
Bom, pudemos assim entender a primeira parte da situação.
Vamos para a segunda. Este mês, em DVD, foi lançado o filme de Rodriguez, “Planeta Terror” (o de Tarantino vem só no meio do ano). Particularmente, para assistir temos de entrar na brincadeira. Como já disse, este aqui é uma homenagem à risca ao terror “B”, trash, com direito ao estilo “gore” (excesso de sangue). A parte técnica e a estrutura do roteiro seguem a linha. Carnificina, atropelamentos brutais, zumbis deformados (a novidade!) e muita escatologia completam o quadro.
Propositalmente gravado em som mono 2.0 (antes não existia o stereo), o filme tem roteiro previsível e cheio de furos. Há muitas piadas de mau gosto e humor negro. Uma das situações é desvendar o destino do terrorista Osama Bin Laden. O resultado: um inteligente exercício metalingüístico, cheio de referências, a exemplo a introdução, com trailers de filmes falsos, e a película queimada na cena mais tórrida da fita. Falando em película, a imagem é riscada, defeituosa, granulada. Meramente de propósito, para acompanhar o ritmo das produções B dos anos 70/80.
O maior chamariz de “Planeta Terror” é a metralhadora com atirador de míssil implantado no lugar da perna amputada da dançarina. Uma doideira sem limites, com direito a muitas balas e explosões. Preste atenção na cena do helicóptero, que imita, de cabo à rabo, “Extermínio 2”.
O diretor escalou, em participações especiais, amigos de filmes anteriores, como Cheech Marin, Danny Trejo, Carlos Gallardo e o ator, diretor e maquiador Tom Savini. O próprio Tarantino faz uma participação; resta a ele a cena mais patética e bizarra do filme.
Para apreciar, é necessário estar sintonizado. Eu adorei, diverti-me bastante, virei o rosto em algumas seqüências que possam embrulhar o estômago, levei sustos. Assistiria de novo, sem problema algum.
Com certeza não irá atingir o grande público. A capa, mal feita (por querer), não atrai, e a história ainda menos. Exagerado, violento, divertido, inteligente. Somente para fãs de terror e grupos restritos de telespectadores. Por Felipe Brida.

Título original: Planet Terror
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Rose McGowan, Freddy Rodríguez, Josh Brolin, Marley Shelton, Jeff Fahey, Michael Biehn, Michael Parks, Bruce Willis, Quentin Tarantino, Nicky Katt, Julio Oscar Mechoso, Tom Savini, Danny Trejo, Cheech Marin, Carlos Gallardo.
Direção: Robert Rodriguez
Gênero: Terror/Ação
Duração: 104 min.

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