domingo, 29 de junho de 2008

Comentários do Blogueiro

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Este mês o Cinema na Web completa quatro meses de existência. Criado no dia 11 de fevereiro, o blog conta com oito seções, que englobam resenhas e comentários sobre filmes, especiais de cinema, entre outros assuntos relacionados à sétima arte.
E a partir de hoje o Cinema na Web traz mais uma novidade aos leitores e cinéfilos. Trata-se de uma nova seção, "Dica do Leitor", um canal aberto com o objetivo de interagir com o público e fazer com que aqueles que acompanham o blog possam comentar sobre filmes novos e antigos. Envie seus textos para o email felipe@epipoca.com.br e fique de olho: em breve ele será publicado aqui.
Aproveito para agradecer os 4100 acessos obtidos até agora e também as críticas e sugestões que sempre chegam na caixa de email. Um abraço especial a todos. Felipe Brida

Dica do Leitor

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Frida (*)

Frida Kahlo (Salma Hayek) foi um dos principais nomes da história artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, teve também um casamento aberto com Diego Rivera (Alfred Molina), seu companheiro também nas artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush) e com várias outras mulheres.
Um filme intenso, como intensa foi a vida dessa pintora que vivia à frente de seu tempo e dos conceitos da época e de sua terra.
Frida Kahlo: tragédia e talento. Assim como sua história, a obra da pintora mexicana é analisada em controvérsias. Apesar de muitos conceituarem como surrealista, os mais experts descartam tal conceito. Magdalena Carmen Frida Khalo y Calderon nasceu no dia 6 de julho de 1907, na cidade de Coyoacán, no México, e teve uma vida marcada por tragédias e relacionamentos tempestuosos com homens e mulheres.
Vale a pena conferir Frida, assisti-lo com olhos voltados à arte e à sensibilidade de uma mulher que soube superar suas limitações e dores. Bom filme e boa reflexão.

Título original: Frida
País/Ano: EUA/Canadá/México, 2002
Elenco: Salma Hayek, Alfred Molina, Geoffrey Rush, Ashley Judd, Antonio Banderas, Edward Norton, Valeria Golino, Mía Maestro, Roger Rees, Patricia Reyes Spíndola, Saffron Burrows, Diego Luna.
Direção: Julie Taymor
Gênero: Drama
Duração: 123 min.


(*) Morgana Deccache é jornalista, professora universitária na área de Comunicação e palestrante com formação nas áreas de liderança e teatro amador de pantomima. É também locutora e professora de cursos profissionalizantes. Ministra aulas no curso de Radialismo no Senac/Catanduva. Escritora nas horas vagas. Natural do Rio de Janeiro, atualmente reside em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Cine Lançamento

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Onde os Fracos Não Têm Vez

Em 1980, o caçador de coiotes Llewelyn Moss (Josh Brolin) depara-se, em plena região desértica do sul do Texas, com um grupo de traficantes mortos em um provável acerto de contas. No local da chacina, encontra uma valise com mais de um milhão de dólares e resolve levá-la escondida. O plano parece simples, mas a situação se complica quando passa a ser perseguido por um psicopata frio e sem piedade, Anton Chigurh (Javier Bardem) que, disposto a recuperar o dinheiro que lhe pertence, deixa um rastro de sangue por onde passa. Ao mesmo tempo, o xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones) entra na investigação do caso do desaparecimento do dinheiro e também dos assassinatos cometidos por Chigurh.

“Onde os Fracos Não Têm Vez”, junto com o drama “Sangue Negro”, recebeu oito indicações ao Oscar este ano e saiu-se o grande vitorioso da noite, premiado em quatro categorias: a modalidade principal, filme, diretor (para os irmãos Coen), roteiro adaptado (também para Ethan e Joel Coen, que escreveram o roteiro baseado no livro de Cormac McCarthy) e ator coadjuvante (Javier Bardem). Superestimado pela crítica norte-americana, o filme não chega a ser excepcional e seu resultado pode dividir opiniões, inclusive quanto ao final sorumbático construído em um rápido diálogo metafórico. Mais um caso para demonstrar que nos últimos tempos o Oscar deixou de premiar os promissores e merecidos.
Apesar das premiações exageradas, a fita tem suas qualidades. Em especial admiro a peculiar narrativa, seca e sem música, algo que não deverá agradar o grande público. É uma aridez que complementa o espírito fútil dos dois personagens do embate – de um lado o caçador ganancioso que, naquele momento, só quer abocanhar o dinheiro alheio, e do outro, o assassino sanguinário, impiedoso. Aliás, a figura “fantasmagórica” do matador, idéia citada no filme para mostrar que o sujeito ultrapassa os limites do plano real, é de arrepiar a espinha, ardorosamente interpretada pelo espanhol Javier Bardem. Um cidadão estranho, com cabelo channel, frio, calculista, calado, de olhar penetrante e rápido em suas ações. Faz um jogo com moedas antes de eliminar seus alvos e ainda usa armas nada convencionais (uma delas é um equipamento para matar bois, composto por um balão de oxigênio que, ao emitir pressão, lança um bastonete que chega a arrancar maçanetas de portas!). Bardem, ótimo em Mar Adentro, perdeu a grande chance de ganhar um Oscar merecido em 2001, quando protagonizou o drama “Antes do Anoitecer”, cujo papel era o do escritor cubano homossexual Reinaldo Arenas. Em “Onde os Fracos”, o ator está em forma, porém esquisitão e estilizado em aspectos bizarros (é característica dos irmãos Coen fundamentar no roteiro personagens extravagantes).
Como um todo, o filme trata sobre o acaso, as conseqüências de planos mal formulados e de atitudes inconseqüentes, e, acima de tudo, focaliza a forte temática, sob visão pessimista, da sociedade em desintegração devido à violência urbana. Os homicídios cometidos por Chigurh, injustificáveis, refletem a decadência do ser humano atual, que mata por prazer e, em muitos casos, dominam os ambientes, pondo amarras na própria polícia. E mesmo os sonhos, como na abordagem do encerramento, valem a pena somente enquanto dormimos, já que a realidade é uma criatura atemorizadora.
Podemos identificar, em “Onde os Fracos”, uma mistura de “Gosto de Sangue”, o primeiro filme dos irmãos Coen, lançado em 1984, quanto ao uso de violência explícita e às incansáveis perseguições, e “Um Plano Simples” (1998), de Sam Raimi, no tocante aos efeitos negativos resultantes de comportamentos imorais.
Ethan e Joel Coen assinam a edição com o pseudônimo de Roderick Jaynes (indicado ao Oscar nesta categoria também). Talvez os irmãos tenham recebido o Oscar de diretor pelo conjunto da obra, como forma de consolação, já que perderam antes por Fargo, em 1997. Ambos atuam conjuntamente nas principais etapas do processo de criação de um projeto cinematográfico: escrevem o roteiro, dirigem, produzem e editam. Há pouco tempo puderam assinar juntos a direção, pois o Sindicato dos Diretores proibia parceria nos créditos das fitas.
Uma fita forte e crua, sem delongas, cujo intuito é fazer o público questionar a fragilidade do ser humano, cada vez mais individualista e indiferente, em meio à trêmula sociedade pós-moderna. Lançado em DVD na última semana. Por Felipe Brida

Título original: No Country for Old Men
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Josh Brolin, Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Kelly MacDonald, Woody Harrelson, Garret Dillahunt, Tess Harper, Barry Corbin.
Direção: Ethan & Joel Coen
Gênero: Policial/Suspense
Duração: 122 min.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cine Lançamento

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Eu Sou a Lenda

Um vírus mortal dissemina-se pela ruas de Nova York e dizima a população da cidade mais importante dos Estados Unidos. Apenas uma pessoa sobrevive, o cientista Robert Neville (Will Smith), que procura saber os motivos de ter ficado imune ao vírus. Junto com o cão de estimação, percorre Nova York em busca de sobreviventes. Porém, Neville começa a ser perseguido por criaturas mutantes que saem à noite para se alimentar.

O mais novo filme protagonizado por Will Smith quebrou recordes de bilheteria tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, em janeiro deste ano, com um faturamento que atingiu a marca de U$ 580 milhões (o filme custou quase quatro vezes menos, U$ 150 mi). Sob uma ótica caótica e ambientada no futuro, a fita mistura ficção científica e ação e mostra uma das principais cidades do mundo, Nova York, em estado devastado por um vírus. Há apenas um sobrevivente, e tal personagem – o cientista – é quem conduz a história. O ritmo é ágil, intermediado por flashbacks dramáticos e discussões paralelas alongadas.
As assustadoras criaturas, uma variação de vampiros (não podem entrar em contato com a luz e se alimentam de sangue), todas feitos por computação gráfica, correm muito rápido (o que não dá carga de vivacidade ou realidade, mais parecendo um jogo de videogame), mas eles protagonizam cenas tensas, de medo.
O filme é uma adaptação do livro “I am legend”, escrito por Richard Matheson e publicado pela primeira vez em 1954, obra esta que deu origem a pelo menos dois outros filmes na linha ficção/terror: “Mortos que matam” (de 1964, com Vincent Price) e “A última esperança da Terra” (1971, com Charlton Heston). Apesar de o clima de desolação aqui visto não ser uma sacada nova – veja “A última esperança da Terra” e “Extermínio”, que são bem melhores – o aspecto geral é interessante e provoca no público a sensação de isolamento e tormento. E Smith está bem ao lado da brasileiríssima Alice Braga, filha da ex-atriz da pornochanchada Ana Maria Braga (não a jornalista e apresentadora de TV) e sobrinha de Sônia Braga, que aparece depois de uma hora de filme com um papel menor.
Filmado na verdadeiras Washington Square Park, em Nova York, e ponte do Brooklyn, o filme deve atrair mais o público jovem e masculino.
A Warner Bros detinha dos direitos do livro desde os anos 70, porém as tentativas de desengavetar o projeto foram fracassadas. Diretores como Ridley Scott e Guilhermo Del Toro foram cogitados para rodar o filme, mas desistiram. Michael Bay chegou a filmar em 2002 trechos com Will Smith, no entanto não continuou, até que caiu nas mãos do diretor de "Constantine", Francis Lawrence.
Para quem conhece as antigas adaptações do livro de Matheson, “Eu sou a lenda” não passará de um pequeno aperitivo, ainda que empolgante como "sessão da tarde". Lançado em DVD na primeira quinzena de maio. Por Felipe Brida

Título original: I Am Legend
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Will Smith, Alice Braga, Charlie Tahan, Willow Smith, Salli Richardson.
Direção: Francis Lawrence
Gênero: Ficção Científica/Ação
Duração: 101 min.

Ator André Valli morre aos 62 anos no Rio

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O ator de cinema e telenovelas André Valli morreu na madrugada de hoje aos 62 anos em seu apartamento em Copacabana. Ele sofria de câncer no fígado, doença diagnosticada há um mês. Valli ficou conhecido pelo papel de Visconde de Sabugosa na minissérie O Sítio do Pica-Pau Amarelo, versão de 1977, em que viveu o personagem por 10 anos. Atualmente estava no elenco de Zorra Total, programa humorístico da Rede Globo.
Nascido em Recife, Pernambuco, André Valli iniciou a carreira na primeira metade dos anos 60, quando saiu da cidade natal para o Rio de Janeiro onde estudou teatro. Atuou em mais de 20 novelas, grande parte delas na Rede Globo, dentre elas O Cafona (1971), O Bem Amado (1973), Escalada (1975), Pecado Capital (1975), O Feijão e o Sonho (1976), Escrava Isaura (1976), Selva de Pedra (1986), Pacto de Sangue (1989), Gente Fina (1990), Despedida de Solteiro (1992), Quem é Você? (1996), Zazá (1997), Pecado Capital (1998), Força de um Desejo (1999), Laços de Família (2000) e Senhora do Destino (2004). Ainda na Globo fez três minisséries: O primo Basílio (1988), O Portador (1991) e as duas temporadas de Hoje é Dia de Maria.
Na Rede Record participou de duas novelas - Cidadão Brasileiro e Vidas Opostas, ambas em 2006.
Valli também trabalhou no cinema. Dentre as produções estão O Lobisomem (1974), As Mulheres que Fazem Diferente (1974), O Vampiro de Copacabana (1976), O Casamento (1976), Tieta do Agreste (1996), O Viajante (1999), Xuxa e os Duendes (2001), Maria - Mãe do Filho de Deus (2003) e Vestido de Noiva (2006). Estava no elenco da refilmagem de Bonitinha mas Ordinária, de Moacyr Goés, previsto para ser lançado nos cinemas em 2009.
O ator será enterrado amanhã em Recife, onde reside seus familiares. Por Felipe Brida

ARTIGO

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DOA a quem doer... (*)

DOA – Vivo ou Morto, lançado em 2006, é mais uma obra da sétima arte baseada em um clássico dos games. O título do jogo de luta aclamado pela crítica e conhecido no ocidente como Dead or Alive está na sua quarta edição e inserido na leva de games para a nova geração de consoles (X-box 360 da Microsoft). As empresas responsáveis pelo desenvolvimento do game são: Tecmo, TEAM Ninja e Microsoft, um trio extremamente respeitado no mundo milionário dos games.
Já o filme, de estrutura frágil, consegue convencer os fãs de que estão realmente apreciando seus personagens preferidos na telona; figurino levemente trabalhado, atores escolhidos para criarem um link visual com os lutadores do game e mecânica muito parecida conseguem agradar aqueles que jogaram, jogam ou que conhecem a trama de Dead or Alive, porém os problemas são inúmeros.
O roteiro, meio “jogado” e sem maiores explicações, pode desagradar pessoas que não conhecem a trama; como por exemplo em uma das cenas iniciais, quando cada membro do torneio de luta fica sabendo que está convidado para o “DOA”, uma espécie de bumerangue digital aparece do nada, cai sobre um local próximo ao lutador e começa a piscar com a palavra “DOA”, despertando em muitos a seguinte idéia : “O que é isso, de onde veio, quem mandou, o que é DOA?”. Com o desenrolar da trama, algumas explicações são dadas, mas nada concreto e fundamentado, apenas para dar andamento ao filme.
O figurino agrada, mas deixa a impressão de que algo mais deveria ser feito, por não trabalhar de forma fiel com o figurino dos personagens do game (ponto para o filme Mortal Kombat, que conseguiu um figurino idêntico aos games).
Mesmo com nomes não tão conhecidos, a interpretação do elenco convence; as garotas bonitas de DOA desfilam pelos cenários sempre com pouca roupa e esbanjado sensualidade, exatamente como no game.
As cenas de lutas bem coreografadas são interessantes de se assistir, mesmo contando com um humor nada engraçado. Alguns dos efeitos especiais são interessantes e bem elaborados, como, por exemplo, os socos e chutes que explodem em uma onda de vento, criando a impressão de que o impacto foi extremamente forte, mas em outros momentos específicos os cenários em 3D confundem um pouco e em algumas partes se equivalem a uma maquete estática.
“DOA – Vivo ou Morto” é um filme interessante para passar alguns momentos de descontração e principalmente ação. Agradará os fãs das séries por ser uma produção, se não fiel, pelo menos parecida com o game, mas com certeza deixará em dúvida todos que não tiveram contato com o mundo de Dead ou Alive nos consoles.


(*) Mário Sérgio Morabito de Paula, 23 anos, reside em Catanduva/SP. Empresário, responsável pela gestão e administração do sistema Superação Centro de Ensino, é formado em Comunicação Social com ênfase em design gráfico pelo Instituto Municipal de Ensino Superior (Imes), de Catanduva. Trabalhou dois anos como assistente de criação na agência Public, atuou em atendimento publicitário por mais dois anos na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Catanduva, foi diretor de arte e fundador da Agência Experimental Éden de Comunicação e hoje trabalha como criador na agência publicitária ODYN Comunicação, em Catanduva. Foi um dos criadores do CINEinCAT (2001-2002), site com informações sobre o mundo cinematográfico, em parceira com Felipe Brida, criador e mantenedor deste blog.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Morre o diretor francês Jean Delannoy

O diretor e roteirista de cinema frânces Jean Delannoy morreu ontem aos 100 anos, conforme anunciou hoje sua família. A causa da morte não foi divulgada. Delannoy, aclamado com o Grande Prêmio no Festival de Cannes em 1946 pelo drama A Sinfonia Pastoral, dirigiu mais de 45 filmes, dentre eles Jogo Feito (1947), Amar-te é meu Destino (1952), Maria Antonieta - Rainha da França (1955), O Corcunda de Notre Dame (versão de 1956 com Anthony Quinn e Gina Lollobrigida), Vênus Imperial (1963) e Bernardette (1989). Junto com Jacques Cocteau dirigiu Além da Vida (1943), e ainda rodou um dos espisódios de "A Francesa e o Amor" (1960).
Nascido em 12 de janeiro de 1908 em Noisy-le-Sec, Ile-de-France (França), Delannoy iniciou a carreira como ator no final dos anos 20 e, depois, tornou-se editor de filmes. Dirigiu seu primeiro trabalho em 1934, Paris-Deauville, então com 26 anos de idade. Costumava inserir no elenco de seus projetos um dos grandes atores franceses dos anos 30 e 40, Jean Gabin.
De estilo acadêmico e metódico, foi criticado durante a Nouvelle Vague nos anos 50/60, época de grandes transformações no cinema francês. Seu último filme como diretor foi Maria de Nazaré (1995). Por Felipe Brida

Especiais Sobre Cinema

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AFI divulga lista dos "100 melhores" de todos os tempos
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O American Film Institute (AFI), uma das principais organizações independentes de cinema dos Estados Unidos, divulgou esta semana a lista dos 100 filmes mais importantes produzidos em Hollywood desde a década de 20. Ao todo são 10 filmes inseridos em dez gêneros cinematográficos distintos (animação, fantasia, gângster, ficção científica, faroeste, esporte, mistério, comédia romântica, drama de tribunal e épicos), analisados e selecionados por cerca de 1500 críticos, artistas e historiadores de cinema.
Na seleção, que apresenta obras duvidosas (principalmente na categoria "esporte", em que elegeram Sorte no Amor um dos bam-bam-bam), faltou a inclusão de gêneros populares, como o terror, assim como o musical, documentário e guerra. Confira abaixo a relação completa (título em português, título original e ano de produção):


Animação












1 Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs), 1937
2 Pinóquio (Pinocchio), 1940
3 Bambi, 1942
4 O Rei Leão (The Lion King), 1994
5 Fantasia, 1940
6 Toy Story, 1995
7 A Bela e a Fera (The Beauty and the Beast), 1991
8 Shrek, 2001
9 Cinderella, 1950
10 Procurando Nemo (Finding Nemo), 2003


Fantasia











1 O Mágico de Oz (The Wizard of Oz), 1939
2 O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring), 2001
3 A Felicidade não se Compra (It's a Wonderful Life), 1946
4 King Kong, 1933
5 Milagre na Rua 34 (Miracle on 34th Street), 1947
6 Campo dos Sonhos (Field of Dreams), 1989
7 Meu Amigo Harvey (Harvey), 1950
8 Feitiço do Tempo (Groundhog Day), 1993
9 O Ladrão de Bagdá (The Thief of Bagdad), 1924
10 Quero Ser Grande (Big), 1988


Gângster














1 O Poderoso Chefão (The Godfather), 1972
2 Os Bons Companheiros (Goodfellas), 1990
3 O Poderoso Chefão 2 (The Godfather Part II), 1974
4 Fúria Sanguinária (White Heat), 1949
5 Bonnie & Clyde - Uma Rajada de Balas (Bonnie and Clyde), 1967
6 Scarface: A Vergonha de uma Nação (Scarface: The Shame of a Nation), 1932
7 Pulp Fiction - Tempo de Violência (Pulp Fiction), 1994
8 Inimigo Público (The Public Enemy), 1931
9 Alma no Lodo (Little Caesar), 1930
10 Scarface, 1983


Ficção Científica













1 2001: Uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey), 1968
2 Guerra nas Estrelas (Star Wars: Episode IV - A New Hope), 1977
3 ET - O Extraterrestre (E.T. - The Extra Terrestrial), 1982
4 Laranja Mecânica (A Clockwork Orange), 1971
5 O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still), 1951
6 Blade Runner - O Caçador de Andróides (Blade Runner), 1982
7 Alien - O Oitavo Passageiro (Alien), 1979
8 O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final (Terminator 2: Judgement Day), 1991
9 Vampiros de Almas (Invasion of the Body Snatchers), 1956
10 De Volta para o Futuro (Back to the Future), 1985


Faroeste










1 Rastros de Ódio (The Searchers), 1956
2 Matar ou Morrer (High Noon), 1952
3 Os Brutos também Amam (Shane), 1953
4 Os Imperdoáveis (Unforgiven), 1992
5 Rio Vermelho (Red River), 1948
6 Meu Ódio Será sua Herança (The Wild Bunch), 1969
7 Butch Cassidy (Butch Cassidy and The Sundance Kid), 1969
8 Jogos e Trapaças - Quando os Homens são Homens (McCabe & Mrs. Miller), 1971
9 No Tempo das Diligências (Stagecoach), 1939
10 Dívida de Sangue (Cat Ballou), 1965


Esporte













1 Touro Indomável (Raging Bull), 1980
2 Rocky - Um Lutador (Rocky), 1976
3 Ídolo, Amante e Herói (The Pride of the Yankees), 1942
4 Momentos Decisivos (Hoosiers), 1986
5 Sorte no Amor (Bull Durham), 1988
6 Desafio à Corrupção (The Hustler), 1961
7 Clube dos Pilantras (Caddyshack), 1980
8 Correndo pela Vitória (Breaking Away), 1979
9 A Mocidade É Assim Mesmo (National Velvet), 1944
10 Jerry Maguire - A Grande Virada (Jerry Maguire), 1996


Mistério









1 Um Corpo que Cai (Vertigo), 1958
2 Chinatown, 1974
3 Janela Indiscreta (Rear Window), 1954
4 Laura, 1944
5 O Terceiro Homem (The Third Man), 1949
6 O Falcão Maltês/Relíquia Macabra (The Maltese Falcon), 1941
7 Intriga Internacional (North by Northwest), 1959
8 Veludo Azul (Blue Velvet), 1986
9 Disque M para Matar (Dial M for Murder), 1954
10 Os Suspeitos (The Usual Suspects), 1995


Comédia romântica










1 Luzes da Cidade (City Lights), 1931
2 Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall), 1977
3 Aconteceu Naquela Noite (It Happened one Night), 1934
4 A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday), 1953
5 Núpcias de Escândalo (The Philadelphia Story), 1940
6 Harry e Sally - Feitos um para o Outro (When Harry Met Sally), 1989
7 A Costela de Adão (Adam's Rib), 1949
8 Feitiço da Lua (Moonstruck), 1987
9 Ensina-me a Viver (Harold and Maude), 1971
10 Sintonia do Amor (Sleepless in Seattle), 1993


Drama de tribunal











1 O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird), 1962
2 Doze Homens e uma Sentença (12 Angry Men), 1957
3 Kramer Vs. Kramer, 1979
4 O Veredito (The Verdict), 1982
5 Questão de Honra (A Few Good Men), 1992
6 Testemunha de Acusação (Witness for the Prosecution), 1957
7 Anatomia de um Crime (Anatomy of a Murder), 1959
8 A Sangue Frio (In Cold Blood), 1967
9 Um Grito no Escuro (A Cry in the Dark), 1988
10 Julgamento em Nuremberg (Judgement at Nuremberg), 1961


Épicos







1 Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia), 1962
2 Ben-Hur, 1959
3 A Lista de Schindler (Schindler's List), 1993
4 ...E o Vento Levou (Gone with the Wind), 1939
5 Spartacus, 1960
6 Titanic, 1997
7 Sem Novidade no Front (All Quiet on the Western Front), 1930
8 O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, 1998)
9 Reds, 1981
10 Os Dez Mandamentos (The Ten Commandments), 1956.

Por Felipe Brida

terça-feira, 17 de junho de 2008

Morre a atriz e dançarina Cyd Charisse

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A atriz e dançarina Cyd Charisse morreu hoje aos 87 anos em Los Angeles, um dia após ter sofrido uma aparente parada cardíaca. Afastada das telas desde o final dos anos 70, Cyd era uma das grandes estrelas da "época de ouro" do cinema.
Texana de Amarillo, nascida em março de 1921, aos 14 anos integrou o Balé Russo participando de inúmeras turnês na Europa. Com a Segunda Guerra Mundial, voltou para os Estados Unidos para atuar como dançarina em filmes da MGM, em pleno vigor da Technicolor. Apesar de ter iniciado a carreira em 1943, o sucesso só veio em 1952 com o musical "Cantando na Chuva", ao lado de Gene Kelly. Com o ator ainda fez outros dois musicais "A Lenda dos Beijos Perdidos" (1954) e "Dançando nas Nuvens" (1955). Junto com Fred Astaire estrelou "Ziegfeld Follies" (1946), "A Roda da Fortuna" (1953) e "Meias de Seda" (1957). Esteve em mais de 40 filmes, dentre eles "A Bela do Bas-Fond" (1958), "A Cidade dos Desiludidos" (1962) e "O Agente Secreto Matt Helm" (1966).
Além de atriz e dançarina, Cyd Charisse também cantava e emprestou a voz para a trilha sonora de vários filmes musicais. Entre os anos 80 e 90 fez pequenas participações em seriados e filmes para a TV.
Cyd era casada com o cantor Tony Martin desde 1948 e deixa dois filhos, um deste último casamento e outro que teve com o primeiro marido, o dançarino Nico Charise. Por Felipe Brida

Morre o "mago" dos efeitos especiais Stan Winston, aos 62 anos

Especialista em efeitos especiais e maquiagem e quatro vezes ganhador do Oscar - por Aliens, o Resgate (1986), O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final (1991) e Jurassic Park (1993), Stan Winston morreu no último domingo, dia 15, aos 62 anos, em Los Angeles, Califórnia. Ele sofria de um mieloma múltiplo e estava em tratamento médico.
Proprietário de três estúdios de artes visuais, Winston iniciou a carreira no cinema no início dos anos 70 como aprendiz de maquiagem nos estúdios da Walt Disney. Nascido em Richmond, Virgínia, em abril de 1946, trabalhou como maquiador em 35 filmes e criou efeitos especiais para outras 25 produções. Além das quatro estatuetas do Oscar, recebeu outras seis indicações ao maior prêmio do cinema: três na categoria de maquiagem, por Fábrica de Robô (1981), Edward Mãos de Tesoura (1990) e Batman - O Retorno (1992), e três em efeitos visuais - O Predador (1987), Jurassic Park - O Mundo Perdido (1997) e AI: Inteligência Artificial (2002).
No departamento de maquiagem obteve notoriedade ao dar vida à mão assassina no terror A Mão (1981), às monstruosas criaturas de O Enigma do Outro Mundo (1982 - foto acima à direita) e aos sanguinolentos vampiros em Entrevista com o Vampiro (1994). Produziu os efeitos visuais de Congo (1995), Instinto (1999), Fim dos Dias (1999), Jurassic Park III (2001), Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003), entre outros.
Iron Man (2008), Contraponto (2005), Constantine (2005) e O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas (2003 - foto acima) foram os últimos trabalhos de Winston no cinema. Deixa um filho ator, Matt Winston. Por Felipe Brida

sábado, 14 de junho de 2008

Cine Lançamento

O Gângster

Início dos anos 70. Nos Estados Unidos alastra-se o clima de instabilidade política e social decorrente da Guerra do Vietnã. Em Nova York, a corrupção policial atinge níveis alarmantes, e o tráfico de drogas corre solto pelas ruas. Em meio a essa situação, o motorista negro Frank Lucas (Denzel Washington), guarda-costas de um importante mafioso, após a morte do chefe, assume seu lugar. Na trilha do tráfico, vende entorpecente mais puro e barato diretamente da Tailândia, despertando a ira dos concorrentes. No encalço de Lucas surge o detetive durão Richie Roberts (Russell Crowe), disposto a tudo para colocá-lo atrás das grades.

O diretor Ridley Scott, mentor de projetos ambiciosos, como Gladiador, Cruzada, Falcão Negro em Perigo e 1492 – A Conquista do Paraíso, retorna aqui com um drama/policial em que retrata a ascensão e queda de um dos maiores traficantes de Nova York, Frank Lucas, responsavel por introduzir a heroína no país. Molda-se uma biografia desconhecida e imponente, com alguns deslizes. Com uma produção cara (custou U$$ 100 milhões) e um elenco central de peso, o filme traz história interessante, com roteiro do premiado Steven Zaillian, porém nada de magistral. A narrativa segue o modelo de histórias hollywoodianas sobre líderes do crime, excessivamente dialogada e pouca ação. Tem seus prós, como a bem trabalhada direção de arte, indicada ao Oscar este ano, em que foca o ambiente marginal e desglamourizado de uma Nova York em transformação, dominada por traficantes e pessoas morrendo de overdose, e tudo captado por uma fotografia escurecida. As sucintas cenas em locações em Bangcoc, capital da Tailândia, também resultam interessantes.
Não perco tempo nem linhas para falar de Denzel Washington, sempre bom ator e que, aqui, prossegue poderoso como a figura real que interpreta – um cidadão de comportamento instintivo que guarda dentro de si uma bomba-relógio prestes a explodir (Denzel foi indicado ao Globo de Ouro pelo trabalho). Quanto a Russell Crowe tenho minhas restrições. O maneirismo não disfarçado do ator me faz questionar e deixa dúvidas, ainda mais com a sub-trama dispensável e arrastada em torno dos problemas conjugais do personagem que termina em divórcio. É o terceiro filme em que é dirigido por Ridley Scott – os anteriores foram Gladiador e Um Bom Ano.
Não gosto especialmente da conclusão, antiquada e cheia de sorrisos, o que não condiz com o “todo” do filme. Porém, não acho que atrapalha o resultado da obra, bem realizada e que foi bem recebida pelo público e crítica internacionais.
Destaque para a chocante seqüência da inspeção nos caixões dos fuzileiros mortos no Vietnã, uma das melhores partes do filme.
Os verdadeiros Frank Lucas e Richie Roberts estão vivos e colaboraram como consultores do filme.
A atriz negra Ruby Dee, de 83 anos, foi indicada ao Oscar de melhor coadjuvante. Ela aparece pouco, no entanto encenou a famosa cena do tapa na cara. Ruby é a segunda mulher na lista das atrizes mais velhas da história a serem indicada ao Oscar (a primeira é Gloria Stuart, que, aos 87 anos, foi nomeada por Titanic). Josh Brolin, que 
interpreta um chefe de polícia corrupto, ressurge das cinzas e agora aparece em tudo o que é produção. Só em 2007 esteve, além de O Gângster, em Planeta Terror, No Vale das Sombras e Onde os Fracos Não Têm Vez.
Lançado em vídeo na semana passada, o DVD traz duas versões: a regular, com 157 minutos, e a estendida com 19 minutos a mais, totalizando 176 min. Pobre em extras – traz apenas comentários do diretor. Por Felipe Brida

Título original: American Gangster
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin, Lymari Nadal, Ruby Dee, Ted Levine, John Hawkes, RZA, Cuba Gooding Jr., Armand Assante, Jon Polito.
Direção: Ridley Scott
Gênero: Drama
Duração: 157 min.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Cine Lançamento

O Orfanato

Laura (Belén Rueda) passou sua infância em um orfanato localizado em um antigo casarão à beira da praia. Trinta anos depois, decide reabrir o local abandonado para transformá-lo em uma moderna entidade voltada a crianças portadoras de necessidades especiais. Para isto, muda-se para lá com o marido, Carlos (Fernando Cayo) e o filho Simon (Roger Príncep), de sete anos. Porém o ambiente desperta a imaginação de Simon, que passa a ter contato com “amigos invisíveis”. À medida que os fatos vão se tornando estranhos e assustadores, Laura passa a desconfiar que eles não estão sozinhos no orfanato.
É raro eu assistir novamente ao mesmo filme assim que ele termina. “O Orfanato”, estréia do diretor espanhol Juan Antonio Bayona, que segue os preceitos estilísticos de Guilhermo Del Toro, produtor desta fita, arrebatou-me de uma maneira que não pude resistir. Revi o filme com todas as sensações perturbadoras e contundentes propostas aos telespectadores “de primeira sessão”.
Um roteiro inteligente que ora assusta e faz arrepiar ora emociona. Chega a ser difícil classificar esta fita quanto ao gênero. Basicamente é, como a própria tagline aponta, um conto de terror que mistura fantasia e drama familiar. Até a metade da fita anuncia-se uma trama que lembra aqueles inúmeros filmes dos anos 80 e 90 sobre casas mal-assombradas. Por felicidade dos produtores e do diretor a falsa aparência logo é desmascarada. Tem até sensitivos e videntes que procuram desvendar de onde vêm as energias que rondam o orfanato (participação assombrosa de Geraldine Chaplin como a líder do grupo de sensitivos e parapsicólogos). A partir do desaparecimento do garoto, muda-se o tom da narrativa, e desfaz-se, paulatinamente, o gênero horror. A conclusão é mágica e comovente, apesar de pender para um lado romântico agradável e onírico.
A estrutura do filme é montada com tantas minúcias que os detalhes podem passar batidos e fazer com que o público se atrapalhe em certos momentos. Por isso, atenção redobrada!
A “mão” de Guilhermo Del Toro corre solta aqui, trilhando o lado fantástico de “A Espinha do Diabo” e “O Labirinto do Fauno”. O elenco complementa o trabalho, em especial a atriz protagonista Belén Rueda, primorosa.
Confesso que, diferente de muitos amigos e companheiros de profissão, não sou hábil em descobrir finais de antemão, e aqui tive a mesma surpresa de quando assisti “Os Outros” e “O Sexto Sentido”. E a revelação final é chocante e desagradável.
Premiado em mais de 15 festivais em todo o mundo, venceu sete categorias das 14 a que foi indicado ao Goya 2008 (o Oscar espanhol): diretor estreante, desenho de produção, maquiagem, direção de arte, roteiro original, som e efeitos especiais. Representante da Espanha ao Oscar 2008 na categoria filme estrangeiro, ficou fora da lista dos cinco finalistas. As novas gerações poderão reconhecer o ator Edgar Vivar, o “Seu Barriga” do seriado Chaves, que faz uma participação como o parapsicólogo.
Aclamada pelo público e vista por mais de cinco milhões de pessoas somente nas primeiras semanas de estréia na Espanha no final do ano passado, “O Orfanato” passou em salas especiais no Brasil em circuitos fechados, sem alcançar o devido reconhecimento. Merece, agora, com seu lançamento em DVD, maior atenção por parte do público brasileiro. Obrigatório para os fãs de horror e àqueles que curtem uma boa história. Por Felipe Brida

Título original: El Orfanato
País/Ano: México/Espanha, 2007
Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera, Edgar Vivar, Montserrat Carulla, Geraldine Chaplin..
Direção: Juan Antonio Bayona
Gênero: Terror/Drama
Duração: 101 min.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Especiais Sobre Cinema

Festival de Cinema Brasileiro em Toronto abre inscrições para cineastas

Cineastas de todo o Brasil já podem inscrever seus filmes no processo de seleção da 2º edição do Festival de Cinema Brasileiro em Toronto (Brazilian Film Festival of Toronto), que será realizado no Bloor Cinema, entre 6 e 9 de novembro de 2008, em Toronto, Ontário, Canadá.
O Edital com todas as informações e a ficha de inscrição podem ser retirados por meio do link http://www.brazilianfilmfestivalcanada.com/submissions.html
Os filmes serão selecionados pela curadoria do jornalista e crítico de cinema Celso Sabadin e concorrerão ao Troféu Golden Maple, desenvolvido pelo designer Nilson J. dos Santos, em cinco categorias: Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Diretor, Melhor Filme e o Melhor do Público. Podem participar curtas, médias e longas metrangens.
O Festival é organizado pela Puente Agência de Comunicação, da jornalista Cecília Queiroz, e pela canadense Southern Mirrors, da atriz Bárbara de La Fuente. O evento está registrado na Ancine e faz parte do Guia Brasileiro de Festivais de Cinema e Vídeo 2008, publicado pela Associação Cultural Kinoforum. Possui registro junto à Lei Rouanet e atualmente está em fase de captação de patrocínio.
O festival tem apoio das empresas canadenses Mellohawk, A Docuvixen Film e CMichelon e das brasileiras Canal Brasil, Revista de Cinema, Planeta Tela, Ponto e Letra, Gráfica Iara, Graffbox Embalagens, SPTuris - São Paulo Turismo, São Paulo Convention Bureau, Roteiro do Imóvel, Instituto Cefac, Jornal Centro em Foco, Jornal do Golfe, Portal WMulher, Castellano, Bono & Peixoto Advogados e Consultores Jurídicos.

Nossos filmes no Canadá

Em 2007, no I Brazilian Film Festival of Toronto - primeiro festival de filmes exclusivamente brasileiros a ser apresentado no Canadá - foram exibidos 20 filmes, entre eles, Saneamento Básico, Tapete Vermelho, Vida Maria, O Grão e Histórias do Rio Negro.
Em pesquisa realizada com 15% dos espectadores do evento (65% masculino e 30% feminino), os filmes apresentados pelo I Brazilian Film Festival of Toronto foram considerados excelentes por 65% e bons por 30%. A maioria da audiência foi de canadenses (48%), seguida de brasileiros (35%) e outras nacionalidades (17%). A idade média dos espectadores das sessões foi de 20 a 40 anos (60%), seguida por adolescentes (15%) e terceira idade (10%). Por Assessoria de Imprensa da Puente Agência de Comunicação

terça-feira, 10 de junho de 2008

Entrevista Especial

Criminalidade e humor ácido: temas presentes nos roteiros de Marçal Aquino (*)

Felipe Brida

Os roteiros de cinema assinados por Marçal Aquino reúnem aspectos peculiares, tanto nas histórias policiais, com foco na violência urbana e no submundo da prostituição, quanto nas metáforas e acidez na comédia de humor negro. Apesar de estar escondido por trás dos textos, Aquino é hoje um dos nomes de destaque do cinema brasileiro. Seu rosto não está na telona, mas as idéias e reviravoltas das tramas mantêm-se presentes.
Jornalista e escritor, nascido em 1958 em Amparo, interior de São Paulo, firmou sólida parceria com o diretor Beto Brant, e juntos fizeram cinco longas-metragens: “Os Matadores” (1997), “Ação Entre Amigos” (1998), “O Invasor” (2002), “Crime Delicado” (2005) e “Cão Sem Dono” (2007). Escreveu ainda o roteiro da prestigiada comédia-dramática “O Cheiro do Ralo”, um dos filmes-sensação de 2007.
Em entrevista especial ao Notícia da Manhã, Marçal Aquino, que esteve no SESC/Catanduva para participar do “Encontro Marcado com a Literatura” no dia 29 de maio, contou mais sobre o universo dos roteiros de cinema criados e fez uma avaliação a fundo sobre o atual sistema de produção de filmes no Brasil.


NM – A parceria com Beto Brant rendeu trabalhos elogiados em festivais de cinema de todo o mundo. Como surgiu esse trabalho em dupla?

Aquino – Em 1991 o Beto, que até então não me conhecia, interessou-se por um conto do meu livro “As Fomes de Setembro”. A idéia dele era rodar um curta e para tal resolveu me procurar para receber a autorização para o projeto. Estabelecemos a partir daí uma amizade, rica em diálogos sobre cinema, literatura e vida. Até hoje cultivamos esse diálogo, que já rendeu cinco longas-metragens – a maior parte deles sucesso de público. Escrevi o roteiro de todos os filmes de Beto Brant. Quando resolveu rodar seu primeiro filme, estávamos muito próximos,e pediu para que eu escrevesse uma história intrigante. Apresentei um esboço que logo viraria seu primeiro trabalho, o policial “Os Matadores”, em 1997. Firmamos parceria e sempre discutimos idéias de roteiro juntos. Continuo feliz ao ver minhas histórias serem transpostas ao cinema pelas mãos de Beto Brant.

NM – Nota-se a linha policial na primeira fase de Beto Brant, um gênero pouco manejado pelos diretores brasileiros. De onde vem seu interesse pela narrativa policial?

Aquino – Como leitor, sempre gostei de textos policiais, e vale destacar que estive ligado ao mundo da polícia quando era repórter (policial) em jornais de São Paulo, como o Jornal da Tarde. Uma das vertentes da minha obra é policial – “Os Matadores”, “O Invasor” e o novo “Cabeça a Prêmio”, sob a direção de Marco Ricca, um projeto já em andamento. Eu prezo e gosto de inventar uma boa trama envolvendo as facetas da polícia, bolar algo que prenda o leitor/telespectador do começo ao fim diante de uma temática intrigante e diferente.

NM – Sobre o conturbado “O Cheiro do Ralo”, predominam na comédia dramática elementos metafóricos, retirados da obra original de Lourenço Mutarelli. Como foi transpor tais metáforas para o roteiro e depois vê-los na tela?

Aquino – O trabalho propriamente de roteiro foi bastante simples, já que o diretor pernambucano Heitor Dhália havia feito um trabalho prévio, e por ser um diretor detalhista e aplicado, começou a estabelecer em sua cabeça as referidas metáforas. Ele usa e abusa das figuras de linguagem, que são essenciais em “O Cheiro do Ralo”. O filme pode ser considerado linear, porém, com as metáforas, o telespectador “quebra” a cabeça para entender o trabalho visual e as mensagens ali escondidas. Há abertura para diversas interpretações e ambigüidade. Por isso, não é um filme de fácil compreensão, há muita riqueza por trás. Vale reassistir a obra (e ler o livro) para uma melhor compreensão.

NM – “O Cheiro do Ralo” é o segundo filme com Heitor Dhália. Uma nova parceria começa a se formar?

Aquino – O Heitor é um diretor extremamente aplicado e um novo nome de destaque no cinema nacional contemporâneo. Ele sabe distinguir cada etapa de um filme e não se limita apenas ao papel de um diretor, mas vê o filme como um todo (enquadramento, figurino, direção de arte etc). A prova de que o Dhália sabia o que estava fazendo com “O Cheiro do Ralo” foi tentar construir um filme mais acessível que seu primeiro longa, “Nina” (com roteiro meu). Eu achava que impossível devido ao tema intrínseco de “O Cheiro do Ralo”. E quando ficou pronto o projeto, vi que era mesmo mais acessível do que “Nina”. Isto porque o diretor usou o caminho da comédia de humor negro para suavizar a indigesta trama.

NM – Houve então mudança de tom do livro do Mutarelli para o roteiro?

Aquino – O livro do Mutarelli (que está atuando agora, inclusive no novo filme baseado em sua obra, “O Natimorto”) é difícil de ser definido. É complexo demais, tem lá seu humor, mas este é cáustico, forte. Se você ler o livro sob uma clave séria, ele chega a ser insuportável dado à crueldade do protagonista, um sujeito maldoso e apático. Dhália sacou que poderia variar o tom e transforma-lo para que o filme fosse levado ao público. Foi feliz na escolha. Houve um sucesso inesperado de um filme pequeno, barato, feito na raça e que pôde chegar ao universo de muitos.

NM – Marçal, sobre a atual produção de cinema no Brasil, o país ainda sofre com a falta de distribuição de filmes? Ainda é válida aquela história de que brasileiro não assiste a filme brasileiro?

Aquino – A gente conseguiu equacionar um problema antigo, que era o fomento da produção a partir da Retomada (na era Collor o cinema brasileiro “morreu”). Quando muitos diretores se lançaram a produzir filmes, atingimos o fomento, no entanto não chegamos ao outro extremo, que é a distribuição e exibição das obras. Produz-se, mas não se exibe. Temos hoje uma produção forte, ainda que apoiada e sustentada pelas leis de renúncia fiscal; no ano passado foram 40 longas produzidos. É necessário resolver os detalhes da distribuição e exibição, uma questão mais complexa, porque existem hoje as distribuidoras norte-americanas chegando com condições especiais de lançamento. Eu não tenho a solução, mas quem lida com leis de incentivo ao cinema precisa rever a situação. Necessita-se de um “escoador” para passar esses filmes ao público. Fazer filme e exibir uma sessãozinha no gueto e depois ser esquecido é ingrato demais para um país forte na área de cinema.

(*) Entrevista publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 10/06/2008. Créditos para foto de Marçal Aquino: Felipe Brida

domingo, 8 de junho de 2008

Resenhas & Críticas


Esboços de Frank Gehry

Documentário que constrói a personalidade de um dos grandes nomes da arquitetura do século XX, Frank Gehry. Recriada em formato convencional, a biografia do renomado artista vai sendo incrementada com depoimentos de amigos íntimos e colegas de profissão.
Exibido fora da competição na seleção oficial do Festival de Cannes em 2006, este documentário, último filme do diretor Sydney Pollack, falecido mês passado aos 73 anos – chegou direto em vídeo no Brasil, em março, depois de dois anos de seu lançamento em DVD no exterior. Uma biografia primorosa sobre um arquiteto genial, canadense de origem judia, cujas obras faraônicas e futuristas, que incluem museus, edifícios e monumentos variados, estão espalhadas nos quatro cantos do mundo – Museu Guggenheim (Bilbao, Espanha), Walt Disney Concert Hall (Los Angeles, Califórnia), Museu de Vitra (Alemanha), Dancing House (Praga, República Tcheca) e a própria residência de Gehry, localizada em Santa Mônica, Califórnia, toda cercada por alambrados e grades de ferro.
O ousado projeto de Pollack, seu único em formato de documentário, procura expor a alma imponente do artista em questão, com recurso intimista e por meio de análise de seus projetos. E para confirmar a suntuosidade do trabalho do biografado, Pollack entrevista um sem-número de pessoas ligadas a Gehry, como o ator Dennis Hopper, o cantor Bob Geldof, o diretor de cinema Julian Schnabel, psiquiatras, arquitetos, entre outros.
A metodologia empreendedora praticada por Gehry, um perfeccionista de primeira classe, provém de um rigor formal que nasce de um esboço em papel e cartolina, dobrados e rearranjados muitas vezes no calor do momento. E da maquete erguem-se as notórias construções.
Pouco comentado pelo público, o documentário é curto e apresentado de forma direta e regular. Uma biografia que deve ser experimentada, ainda mais agora em DVD. Por Felipe Brida

Título original: Sketches of Frank Gehry
País/Ano: EUA/Alemanha, 2005
Direção: Sydney Pollack
Gênero: Documentário
Duração: 83 min.

sábado, 7 de junho de 2008

Morre o diretor italiano Dino Risi

O diretor e roteirista italiano Dino Risi morreu aos 91 anos em Roma na manhã deste sábado. Ao lado de Mario Monicelli, Luigi Comencini e Ettore Scola, criou, nos anos 50, a comédia italiana, que se tornou mundialmente famosa e imitada.
Entre 1946 e 2002 dirigiu 80 filmes, inclusive vários para a TV. Muitos deles retratavam a vida dos italianos no pós-Segunda Guerra, de maneira engraçada e sutil. Atingiu notoriedade com o filme "Pão, Amor e..." (1955), que encerra a trilogia precedida por "Pão, Amor e Fantasia" (1953) e "Pão, Amor e Ciúme" (1954), ambos dirigidos por Luigi Comencini. Foi responsável em impulsionar a carreira de Sophia Loren e de Vittorio Gassman a partir dos anos 50.
Nascido em Milão, em 23 de dezembro de 1916, Dino rodou importantes filmes inseridos no gênero comédia, como "Os Monstros" (1963) e "O Tigre e a Gatinha" (1967), além das comédias dramáticas, como "Uma Vida Difícil" (1961) e "Aquele que Sabe Viver" (1962). Considerado um de seus maiores filmes, "Perfume de Mulher" (1974), refilmado em 1992 com Al Pacino, recebeu indicação ao Oscar de roteiro adaptado, escrito por Risi e Ruggero Maccari, e de filme estrangeiro.
Em 2002, o cineasta recebeu o prêmio honorário de Leão de Ouro no Festival de Veneza pelo conjunto da obra. Dois anos depois lançou sua autobiografia, "I Miei Mostri".
Dino trabalhou como intérprete e era pai do também diretor de cinema Marco Risi e irmão do cineasta Fernando Risi. Poucas obras de Risi estão disponíveis em DVD. Por Felipe Brida

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Cine Lançamento

O Caçador de Pipas

Cabul, anos 70. Na capital do Afeganistão, dois garotos, Amir (Zekeria Ebrahimi) e Hassan (Ahmad Khan Mahmoodzada), vivem uma amizade intrínseca como dois irmãos unidos. O divertimento deles é soltar pipas e ler livros. Mas um infeliz e inesperado evento separa completamente os amigos, algo que mudará para sempre a vida dos garotos. Depois de 20 anos, Amir, que hoje reside nos Estados Unidos, retorna ao país natal para tentar consertar os erros do passado. Em devoção a Hassan, irá enfrentar o governo talebã em busca da reconciliação com o amigo.
Um dos filmes mais aguardados do ano, “O Caçador de Pipas”, baseado no best seller homônimo do escritor e médico afegão Khaled Hosseini, narra uma história peculiar sobre amizade, traição e redenção, sob o ponto de vista de um homem que volta às origens para rever os valores e atos cometidos no passado. Este é o mesmo homem que, ao pisar em solo natal, sente o impacto do tempo ao ter contato com um ambiente em pé de guerra, e terríveis verdades à espreita.
Ajudada por uma comovente trilha sonora, a fita, um pouco mais romanceada, segue a dimensão do livro e capta a essência da perturbação de Amir, que nada mais é a figura real do escritor Hosseini, naturalizado norte-americano cujos fatos relatados na obra literária baseiam-se na verdadeira amizade que cultivou com um homem persa, quando este trabalhava na casa de seus pais, antes do golpe comunista que levou os soviéticos a tomar o Afeganistão em 1979 (situação apenas pincelada no filme).
O filme de Marc Foster, diretor de “A Última Ceia” e “Em Busca da Terra do Nunca” e que está rodando a nova aventura de James Bond, “007 – Quantum of Solace”, é bem narrado, com fotografia primorosa e um elenco essencialmente composto por afegãos. Destaque especial a Khalid Abdalla, inglês de descendência egípcia, no papel de Amir em idade adulta; as duas línguas mais faladas na fita são o dialeto persa dari e o pashtu, oficiais do Afeganistão.
Ainda que as competições de pipas sejam mal aproveitadas, com poucas cenas situadas no início e outras na conclusão, e haja um desnivelamento na seqüência da confusão entre Amir e os afegãos, na segunda parte da fita – que parece deslocada e sem amarração com os fatos seguintes – o resultado não sai prejudicado.
Tornou-se polêmica a utilização da cena de estupro de Hassan, já que a família do ator mirim (Ahmad Khan Mahmoodzada) entrou na justiça para retirar tal parte do filme.
Recebeu indicação ao Oscar de melhor trilha sonora, duas ao Globo de Ouro (filme estrangeiro e trilha sonora) e três ao Bafta (filme estrangeiro, roteiro e trilha sonora). Lançado em DVD na segunda quinzena de abril. Por Felipe Brida

Título original: The Kite Runner
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Khalid Abdalla, Zekeria Ebrahimi, Ahmad Khan Mahmoodzada, Atossa Leoni, Shaun Toub, Homayoun Ershadi, Sayed J. M. Gharibzada.
Direção: Marc Forster
Gênero: Drama
Duração: 128 min.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Especiais Sobre Cinema

Bandidagem na estrada
Road-movie brasileiro “Carmo” é destaque no Festival de Cannes (*)


Felipe Brida

Dirigido pelo brasileiro Murilo Pasta, o road-movie Carmo, uma co-produção Brasil, Espanha e Polônia, teve estréia mundial em uma mostra paralela no 61º Festival de Cannes, evento encerrado no último domingo (dia 25). Bem recebido pelo público, o filme narra as aventuras de Marco (Fele Martinez, de “Fale com Ela” e “Má Educação”, ambos dirigidos por Pedro Almodóvar), contrabandista com a intenção de ganhar a vida na fronteira do Brasil e Paraguai. Topa então participar de uma ação criminosa. É quando se envolve com a jovem Maria do Carmo (Mariana Loureiro, de “Abril Despedaçado” e “Garotas do ABC”), uma sul-matogrossense grávida de dois meses ligada ao submundo do crime.
No elenco do filme, previsto para ser lançado no Brasil no final do próximo mês, está a atriz Rosi Campos, que interpreta o papel da cinqüentona Serra Feliciano. Em entrevista especial ao Notícia da Manhã, Rosi contou sobre os bastidores da produção e as perspectivas do filme quanto ao circuito de cinema internacional.


NM – Rosi, “Carmo” carrega uma história de amor conturbada, cheia de peripécias e uma mistura de gêneros. Como classificaria o filme?

Rosi – A fita, produzida pela Companhia A Contraluz, da Espanha, é um road-movie, ou seja, as ações se desenrolam em viagens na estrada. É uma história sobre relações difíceis, contado de
forma bacana, que mistura humor, drama e aventura. O filme foi rodado em quatro cidades do Mato Grosso do Sul, Corumbá, Ladário e Terenos e a capital, Campo Grande, com locações naturais, e conta com um grande elenco. Além de Martínez e da Mariana, temos a espanhola Paca Gabaldón e os brasileiros Seu Jorge que, junto com Márcio Garcia (irreconhecível como um homem desfigurado, cheio de próteses), faz uma dupla de capangas; temos ainda Norival Rizzo, Nanda Costa,Thaís Fersoza (outro papel interessante, a de uma veterinária sadomasoquista), e ainda a participação especial do cantor Zeca Baleiro, em uma rápida cena no bar. Foram dois meses de produção, entre os meses de abril e maio de 2007, e um orçamento de R$ 4 milhões. O filme foi montado na Espanha e deverá ser distribuído para dezenas de países a partir de junho, inclusive no Brasil. A expectativa é de sucesso.

NM – O público que assistiu “Carmo” em Cannes prestigiou a fita. Acredita que este será um filme brasileiro aplaudido em festivais internacionais?

Rosi – O longa foi selecionado para o MIF (Marche International du Film) e teve estréia mundial em uma mostra paralela no Festival de Cannes deste ano. O objetivo dos produtores é levar “Carmo” aos festivais de renome, como Sundance, Berlim e também para eventos de cinema no Brasil. Tudo indica que temos chance. Basta agora esperar a aceitação dos organizadores dos festivais e dos críticos de cinema.

NM – Rosi, sobre sua carreira, quais projetos estão em vista?

Rosi – Há muitos projetos em andamento. Ainda falando em cinema, recebi recentemente o convite para o filme “Menino da Porteira”, refilmagem daquele feito em 1977 com Sérgio Reis. Está em fase de produção e previsto para ser lançado em 2009. No elenco, o cantor Daniel e o ator José de Abreu. Outros deverão ser escalados em breve. A direção é de Jeremias Moreira, o diretor do filme original. Na próxima segunda-feira (dia 2), estréia a nova novela das oito da Rede Globo, “A Favorita”, de João Emanuel Carneiro. Eu estarei no elenco, que conta com grandes nomes – Patrícia Pillar, Claudia Raia, Ary Fontoura, Mariana Ximenes, Murilo Benício, Gloria Menezes e outros. Estou com a peça “Mãos ao Alto, São Paulo”, que estreou em 2007 e agora está sendo exibida em cidades do interior de São Paulo, como Americana e Limeira, além de espetáculos infantis, como “A Saga da Bruxa Morgana e o Enigma do Tempo”, em que encarno a personagem Morgana, do Castelo Rá-tim-bum.

Conheça a atriz Rosi Campos

A atriz Rosi Campos, nascida em Bragança Paulista no dia 30 de março de 1954, completa 35 anos de carreira em 2008. Jornalista formada pela ECA/USP (Escola de Artes e Comunicação da Universidade de São Paulo), trabalhou como assessora de imprensa na Som Livre por cinco anos e, logo depois, abandonou a função para seguir carreira artística no teatro. Esteve em mais de 15 espetáculos teatrais entre os anos de 1984 e 1990.
Sua estréia na televisão deu-se em 1990, no SBT, na novela “Brasileiros e Brasileiras”. Na Rede Globo atuou em inúmeras telenovelas, como “Cara e Coroa”, “Salsa e Merengue”, “Meu Bem Querer”, “Vila Madalena”, “Desejos de Mulher”, “Da Cor do Pecado”, “América” e “O Profeta”. Fez minisséries, como “Éramos Seis”, “Hilda Furacão” e “A Casa das Sete Mulheres”. No cinema, esteve em “A Causa Secreta”, “Ed Mort”, “Castelo Rá-tim-bum – O Filme”, “Avassaladoras” e “Tapete Vermelho”.
Seu personagem mais famoso foi a bruxa Morgana Stradivarius no seriado infantil “Castelo Rá-tim-bum”, exibido na TV Cultura. Além de atriz, Rosi Campos atua como roteirista e produtora.

(*) Entrevista publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 30/05/2008. Créditos para foto de Rosi Campos: Felipe Brida

terça-feira, 3 de junho de 2008

Morre o ator e produtor Mel Ferrer

O ator e produtor de cinema Mel Ferrer, considerado um dos grandes galãs nos anos 50, morreu aos 90 anos, em seu rancho localizado próximo a Santa Bárbara, Califórnia, na manhã de ontem. O falecimento de Ferrer foi anunciado hoje pelo seu agente; as causas da morte não foram divulgadas.
Participou em mais de 60 filmes, dentre eles produções norte-americanas, francesas, italianas e alemãs. Destacam-se em sua filmografia: Scaramouche (1952), O Diabo Feito Mulher (1952), Lili (1953), Guerra e Paz (1956), O Mais Longo dos Dias (1962), A Queda do Império Romano (1964), Quando Paris Alucina (1964) e Lili Marlene (1981).
Produziu em 1967 o suspense Um Clarão nas Trevas, estrelado pela atriz Audrey Hepburn, com quem foi casado entre 1954 e 1968. Nascido em agosto de 1917, em Elberon, New Jersey, teve seis filhos em quatro casamentos. Por Felipe Brida

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Cine Lançamento

Na Natureza Selvagem

Em 1990, Christopher McCandless (Emile Hirsch), jovem recém-formado, resolve fugir de casa e viajar sem rumo cruzando o território norte-americano. A cada lugar que passa, conhece pessoas diferentes e mantém estreitos laços com cada uma delas. Dois anos depois, toma seu destino final: Alasca.
O diretor Sean Penn demorou 10 anos para rodar este filme baseado na história real do aventureiro Christopher McCandless. O resultado é uma fita tocante, repleta de paisagens naturais ostentosas (todas as cenas são locações, inclusive a região gélida do Alasca). Contada em flashbacks, a história foca os dois últimos anos da vida do personagem, de espírito megalomaníaco e desbravador. Ao contrário do que faz supor, o rapaz não é apenas um rebelde sem causa que sai de casa para enfrentar o mundo. A negação da hipocrisia dos pais (interpretados por Márcia Gay Harden e William Hurt) e do consumismo barato move os sentimentos mais profundos de McCandless. Em um ato extremo, abandona a família e ruma sozinho em busca do auto-conhecimento. Evidencia-se claramente o “mito do Bom Selagem”, de Rousseau, pelo ideal grandiloqüente do personagem em se aproximar da natureza e repensar a simplicidade da vida. Com certeza é uma fita de ampla leitura, ainda mais quando da análise da personalidade de McCandless, de gênio difícil e apático.
A longa duração e a narrativa minuciosa não atrapalham. Traz inovação com a música moderna criada pelo líder da banda Pearl Jam, Eddie Vedder (premiado com o Globo de Ouro de melhor canção este ano por “Guaranteed”, a bonita música-tema). A resolução é triste e sem disfarce, aproximando-se do desfecho do real McCandless. Alguns poderão se derramar em lágrimas.
O ator Emile Hirsch se revela, a cada projeto, um dos melhores nomes de sua geração (para comprovar, assistam a “Alpha Dog” e “Os Reis de Dogtown”). Aqui, dá vivacidade ao protagonista e carrega com ânimo o papel nas costas. Curiosidade: Hirsch perdeu 18 quilos para fazer o filme, que pode ser notado na cena final dentro do ônibus abandonado, momento mais forte da fita.
Recebeu duas indicações ao Oscar 2008 – melhor ator coadjuvante (Hal Holbrook – um dos atores mais velhos a concorrer à estatueta, então com 83 anos) e edição. Aliás, Holbrook tem uma participação pequena, como uma das tantas pessoas que cruza com McCandless, bem no final, porém marcante. O diálogo no carro entre ele e Hirsch é de dar nó na garganta. Um filme importante e de impacto. Lançado em DVD em abril. Por Felipe Brida

Título original: Into the Wild
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener, Vince Vaugh, Brian H. Dierker, Hal Holbrook, Kristen Stewart.
Direção: Sean Penn
Gênero: Aventura/Drama
Duração: 148 min.