quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Morre no Rio o ator Fábio Sabag


O ator e diretor Fábio Sabag morreu na madrugada de hoje (dia 31) aos 77 anos no Rio de Janeiro. Vítima de câncer de próstata, estava internado desde o mês passado no Hospital Quinta D´Or, no Rio.
Nascido em 19 de novembro de 1931 em Bariri, Sabag era descendentes de libaneses. Estreou a carreira artística como ator de cinema em "Ladrão em noite de chuva" (1960). Atuou em cerca de 50 filmes, dentre eles "Mineirinho vivo ou morto" (1967), "Os raptores" (1969), "Memórias de um gigolô" (1970), "Os inconfidentes" (1972), "Os condenados" (1973), "Tati - A garota" (1973), "O casal" (1975), "Teu tua" (1979), "O homem do pau-brasil" (1982), "Luz Del Fuego" (1982), "Memórias do cárcere" (1984), "Ópera do malandro" (1986) e "Maria, mãe do filho de Deus" (2003).
Em novelas participou de "Elas por elas" (1982), "Partido alto" (1984), "Cambalacho" (1986), "Brega & Chique" (1987), "Pecado capital" (1998), "Kubanacan" (2003) e "A lua me disse" (2005), sua última aparição na TV.
Na Rede Globo, onde trabalhou nos anos 70 como produtor executivo, dirigiu, em conjunto com outros realizadores, as novelas "A cabana do pai Tomás" (1969), "Nina" (1977), "Mandala" (1987), "Que rei sou eu?" (1989), "Rainha da sucata" (1990), "Vamp" (1991) e "De corpo e alma" (1992).
Recentemente completou 60 anos de carreira no teatro, onde atuou em mais de 70 peças - as montagens mais famosas, "Gata em teto de zinco quente" e "O fiel camareiro". O corpo do ator será enterrado amanhã em São Paulo. Por Felipe Brida

domingo, 28 de dezembro de 2008

Cine Lançamento


Wall-E

No ano de 2800, o planeta Terra sofre com o acúmulo de lixo. Devido à poluição atmosférica os seres humanos trocaram suas casas por naves e foram viver em outra órbita. Wall-E, um dos robôs especiais programados para limpar o lixo, passa a trabalhar sozinho em uma área contaminada por gases tóxicos. Certo dia conhece uma robô, de nome Eva, que chega à Terra com a missão de procurar vida naquele ambiente devastado. Nasce então um estreito laço de amizade entre os dois.

Dirigido por Andrew Stanton, ganhador do Oscar de melhor animação por “Procurando Nemo” em 2004, quando dividiu o prêmio com o co-diretor Lee Unkrich, “Wall-E” rapidamente tornou-se sucesso de público e de crítica. A nova animação da Pixar/Disney liderou o primeiro lugar nas bilheterias norte-americanas na estréia em junho deste ano, e a sensação repetiu-se no Brasil, onde o filme também ficou em primeiro lugar no final de semana quando lançado.
Bem escrito, o filme evita piadas e carrega um visual intenso de desolação pós-apocalipse, o que nem por intervenção divina irá agradar as crianças. A lenta narrativa inicial e a temática adulta deverão atrair em especial os jovens.
Como pano de fundo, mensagens de preservação ambiental e de preocupação com o futuro da vida humana. Os reduzidos diálogos ajudam a remeter ao clima de devastação de um planeta Terra engolido pelo lixo, conseqüência do consumismo capitalista. Como podemos notar os desenhos estão deixando de lado aquelas antigas historinhas para fazer criança sorrir. Questões de debate envolvendo problemáticas sociais já podem ser vistas em animações recentes – “Happy Feet – O pingüim”, por exemplo.
Os conhecedores de cinema encontrarão em “Wall-E” referências musicais de outras fitas, como o clássico tema “Assim falou Zaratustra”, de “2001 – Uma odisséia no espaço” (aliás, na seqüência que precede o clímax o sistema que comanda uma das naves rebela-se de forma parecida ao do personagem de Arthur C. Clarke, Hall-9000). As semelhanças não param por aí. A animação tem um quê de “Corrida Silenciosa” (1972) – a proteção de um ser em extinção, as plantas em ambos os casos. O modelo de Wall-E é o mesmo de “Short Circuit – Um robô em curto-circuito” (1986), e seu sentimento de solidão lembra “ET”, de Spielberg (até a voz é parecida). Tem ainda a homenagem-mote declarada a “Alô, Dolly” cuja música “Put on your Sunday clothes” repete incessantemente ao longo do filme.
Não é por acaso que Eva, a robô por quem Wall-E se apaixona, evoca o nome da primeira mulher criada por Deus e conseqüentemente a primeira a habitar o mundo. Acopla-se assim à idéia defendida por estudiosos de que, se a degradação ao meio ambiente continuar, as catástrofes, naturais ou induzidas, acometerão a vida na Terra, e o a humanidade se reorganizará a partir dos primórdios.
Por essas razões “Wall-E” fica distante de uma animação comum. E a ambientação recria um medonho futuro não muito longínquo ou impossível. Por Felipe Brida

Título original: Wall-E
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: vozes de Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin, Fred Willard, John Ratzenberger, Kathy Najimy, Sigourney Weaver, MacInTalk.
Direção: Andrew Stanton
Gênero: Animação
Duração: 98 min.
Lançamento em DVD: Primeira quinzena de dezembro
Distribuidora: Walt Disney

sábado, 27 de dezembro de 2008

Entrevista Especial


Selton Mello estréia como diretor em filme sobre desestruturação familiar (*)

Felipe Brida

Mineiro natural de Passos, o ator Selton Mello, que completa 36 anos na próxima terça-feira, dia 30, assinou recentemente seu primeiro filme como diretor de cinema. O drama “Feliz Natal” teve estréia nos cinemas brasileiros no dia 21 de novembro e, devido às críticas positivas, deverá permanecer nas salas de projeção até o próximo mês.
Premiado em festivais de cinema de todo o país, dentre eles três prêmios no Festival de Paulínia – melhor diretor, atriz coadjuvante (Darlene Glória e Graziella Moretto) e menção especial para o ator Fabrício Reis, e nove troféus no Festcine Goiânia, “Feliz Natal” é um dramático painel sobre desestruturação e tragédia familiar.
O longa-metragem narra a história de Caio (Leonardo Medeiros), um homem de 40 anos que, no dia de Natal, decide retornar à casa dos pais após vários anos longe da família. Lá reencontra o pai, Miguel (Lúcio Mauro), que não aceita a sua volta, o irmão Téo (Paulo Guarnieri), que enfrenta uma crise conjugal, e a mãe, Mércia (Darlene Glória), alcoólatra e perturbada. A presença de Caio altera a vida de todos os membros da família, provocando comportamentos extremos, como ódio e reconciliação.
Confira abaixo a entrevista exclusiva concedida pelo diretor Selton Mello ao Notícia da Manhã.


NM – Selton, nessa primeira investida como diretor de cinema você resolveu rodar um projeto de carga dramática densa, que aborda a desestruturação no ambiente familiar. Como foi levar essa temática tão séria ao cinema?

Mello – Foi uma tentativa de dizer algo que eu vinha querendo me expressar há tempos, mas como ator não tive a possibilidade de fazer. Resolvi então ir a fundo num projeto cuja idéia principal era de fazer um filme intenso sobre incomunicabilidade entre pais e filhos e ao mesmo tempo o da solidão em suas diversas formas. Outro diferencial do meu primeiro longa é que o caso gira em torno de uma família classe média, tão pouco abordada no cinema brasileiro hoje em dia. Espelhei-me nos ensinamentos de Arnaldo Jabor, que fazia tão bem filmes sobre a classe média em sua fase inicial da pornochanchada.


NM – Pelo fato de o filme ser dramático, pesado, angustiante, o que foge do gosto habitual do telespectador, acredita que “Feliz Natal” atingirá o público?

Mello – Espero que sim. As críticas são positivas, e o público vem demonstrando calorosa aceitação. Destaco que o longa é uma história próxima de nós; existe uma família em ruínas, o filho sai de casa, a mãe é alcoólatra e separou-se do marido, o irmão está infeliz com o casamento. Há um passado negro na vida do personagem central, só revelado nos momentos finais da fita, em uma seqüência marcante, puramente visual e poética. Estou confiante: acredito que fui feliz nesse projeto.

NM – Uma das críticas positivas sobre seu trabalho é de que você “dirige atores”. Por ser um estreante tal comentário torna-se um grande empurrão para continuar nesse ramo. No entanto, “dirigir atores” atrapalha num momento em que o cinema prefere almejar o mercado e a indústria?

Mello – O diferencial do filme é justamente ter reunido um time de atores e atrizes de primeira categoria, e, claro, ter rodado um projeto de cunho autoral e bastante peculiar. Cada um dos personagens traz uma história diferente. Darlene Glória não atuava há muito tempo, pelo menos num papel de destaque. Uma atriz grandiosa nos anos 70 e que hoje estava esquecida. E seu papel é uma explosão. Paulo Guarneiri não atuava desde 1996, e é um dos grandes atores brasileiros, também esquecido. Tem ainda Lúcio Mauro, Graziella Moretto e o principal, Leonardo Medeiros, que vem firmando carreira e é sem duvida um dos maiores nomes da geração atual de atores.

NM – Recentemente, no Festival de Cinema de Goiânia, você declarou ao público que irá a partir de agora dedicar-se à direção e possivelmente dará uma freada como ator. Você pretende deixar de atuar?

Mello – Não pretendo, por enquanto, deixar o trabalho de ator. Apenas estou me sentindo cansado, meu emocional anda esgotado. Eu sou uma pessoa bastante crítica; considero que meus trabalhos como ator, nos últimos tempos, vem se repetindo. E eu não quero continuar na mesmice. Por isso minha intenção é tirar férias, repensar meu trabalho e me reinventar.

(*) Entrevista publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 27/12/2008. Crédito para as duas fotos: Divulgação.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Morre o diretor Robert Mulligan


Indicado ao Oscar como melhor diretor por "O sol é para todos" em 1963, o cineasta Robert Mulligan morreu na última sexta-feira (dia 19) aos 83 anos. Ele sofria de problemas cardíacos.
Irmão mais velho do falecido ator Richard Mulligan (1932-2000), Robert nasceu no Bronx, Nova York, em 23 de agosto de 1925. Iniciou a carreira na primeira metade dos anos 50, dirigindo filmes para TV e seriados. Dentre os trabalhos desse período estão "Suspense", "The Alcoa Hour", "Studio One" e "Playhouse 90".
No cinema dirigiu 20 filmes. Sua estréia deu-se em 1957 com "Vencendo o medo", cujo elenco contava com Anthony Perkins e Karl Malden. Logo depois vieram duas fitas com Tony Curtis como protagonista - "A taberna das ilusões perdidas" (1960) e "O grande impostor" (1961). Ainda em 1961 dirigiu "Quando setembro vier", clássica comédia romântica estrelada por Rock Hudson e Gina Lollobrigida. Voltou a trabalhar com Hudson no ano seguinte, em "Labirinto de paixões".
A partir de 1962 Mulligan foi responsável por filmes que receberam uma série de indicações ao Oscar. "O sol é para todos" ganhou três prêmios da Academia, dentre eles o de melhor ator para Gregory Peck. "O preço de um prazer" (1963) foi indicado a cinco categorias no Oscar - uma delas melhor atriz para Natalie Wood. O drama "À procura do destino" (1965) recebeu três indicações, incluindo atriz coadjuvante para a veterana Ruth Gordon, e a comédia dramática "Tudo bem no ano que vem" (1978), quatro.
Em 1971 Mulligan dirigiu "Verão de 72", filme-símbolo da época - aqui no Brasil recebeu o título de "Houve uma vez um verão". O drama projetou a atriz carioca Jennifer O'Neill ao mundo do cinema e deu a Michel Legrand o Oscar de melhor música.
Outros trabalhos do diretor incluem "Subindo por onde se desce" (1967), "A noite da emboscada" (1968), "A inocente face do terror" (1972), "Irmãos de sangue" (1978), "Clara's heart" (1988) e "No mundo da lua" (1991), seu último trabalho. Por Felipe Brida

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Morre o ator Van Johnson aos 92

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Astro de Hollywood nos anos 40 e 50, o ator Van Johnson morreu hoje aos 92 anos. Ele vivia em um asilo em Nova York e faleceu de causas naturais.
Nascido em 26 de agosto de 1916 em Newport, Rhode Island (EUA), Johnson iniciou a carreira em 1940 fazendo pontas em filmes. Em 1942, logo após assinar contrato com a MGM, foi convocado para combater na Segunda Guerra Mundial; porém não pôde servir seu país devido ao fato de que, em decorrência de um acidente automobilístico, havia implantado uma placa metálica na cabeça.
Longe de metralhadoras e bombas, firmou sólida carreira no cinema a partir dos anos 50. Atuou em mais de 100 filmes. Com Humphrey Bogart e Jose Ferrer participou do drama de guerra "A nave da revolta" (1954); no mesmo ano fez par romântico com Eizabeth Taylor em "A última vez que vi Paris" (1954). Trabalhou com grandes atrizes, dentre elas Esther Williams, Judy Garland, Janet Leigh e Jane Wyman. Na carreira de Johnson constam ainda os filmes "Dois no céu" (1943), "A comédia humana" (1943), "Ziegfeld Follies" (1946), "Mamãe, ele e eu" (1949), "O preço da glória" (1949), "A noiva desconhecida" (1949), "Meu coração tem dono" (1950), "Todos são valentes" (1951), "Brigadoon - A lenda dos beijos perdidos" (1954), "Pelo amor de meu amor" (1955), "A 23 passos da rua Baker" (1956), "Esposas e amantes" (1963), "Os seus, os meus e os nossos" (1968) e "O seqüestro do presidente" (1980).
Conhecido por usar meias vermelhas extravagantes, o ator atuou em seriados norte-americanos, como "Maude". A única indicação a um prêmio que Johnson recebeu ao longo da carreira foi um Emmy pela participação no seriado "Rich Man, Poor Man" em 1976. Johnson deixa uma filha. Por Felipe Brida

Especiais sobre Cinema


Lista com indicados ao Globo de Ouro é anunciada em Los Angeles (*)


Felipe Brida

A Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood anunciou na manhã de hoje, quinta-feira, a lista dos indicados à 66ª edição do Globo de Ouro. A divulgação ocorreu no hotel Beverly Hilton, em Los Angeles.
O ator Heath Ledger (foto ao lado), falecido em janeiro deste ano em decorrência de uma overdose de medicamentos, recebeu indicação de melhor ator coadjuvante em “Batman – O cavaleiro das trevas”, onde interpreta o famoso vilão Coringa. O brasileiro “Última Parada 174”, dirigido por Bruno Barreto, ficou de fora da disputa na categoria filme estrangeiro.
O drama biográfico “Frost/Nixon”, do aclamado diretor Ron Howard, e a fantasia “The Curious Case of Benjamin Button”, adaptação de uma história de F. Scott Fitzgerald dirigida por David Fincher, tiveram o maior número de indicações: cinco categorias cada um.
Considerado prévia do Oscar, o Globo de Ouro será realizado no dia 11 de janeiro, a partir das 17 horas em Los Angeles.

Confira abaixo a lista completa dos indicados (exceto as categorias relacionadas a seriados e minisséries).


Melhor filme - Drama:

"The Curious Case of Benjamin Button"
"Frost/Nixon"
"The Reader"
"Revolutionary Road"
"Slumdog Millionaire"

Melhor filme - Comédia ou musical:

“Queime Depois de Ler”
“Happy-Go-Lucky”
“Na mira do chefe”
“Mamma Mia! – O filme”
“Vicky Christina Barcelona”

Melhor diretor:

Danny Boyle, por “Slumdog Millionaire”
Stephen Daldry, por “The reader”
David Fincher, por “The Curious Case of Benjamin Button”
Ron Howard, por “Frost/Nixon”
Sam Mendes, por “Revolutionary Road”

Melhor atriz dramática:

Anne Hathaway, por “Rachel getting married”
Angelina Jolie, por “Changeling”
Meryl Streep, por “Doubt”
Kristin Scott Thomas, por “I've Loved You So Long”
Kate Winslet, por “Revolutionary Road”

Melhor ator dramático:

Leonardo DiCaprio, por “Revolutionary Road”
Frank Langella, por “Frost/Nixon”
Sean Penn, por “Milk”
Brad Pitt, por “The Curious Case of Benjamin Button”
Mickey Rourke, por “The wrestler”

Melhor atriz em comédia ou musical:

Rebecca Hall, por “Vicky Christina Barcelona”
Sally Hawkins, por “Happy-go-lucky”
Frances McDormand, por “Queime depois de ler
Meryl Streep, por “Mamma Mia! – O filme”
Emma Thompson, por “Last Chance Harvey”

Melhor ator em comédia ou musical:

Javier Bardem, por “Vicky Christina Barcelona”
Colin Farrell, por “Na mira do chefe”
James Franco, por “Pineapple Express”
Brendan Gleeson, por “Na mira do chefe”
Dustin Huffman, por “Last Chance Harvey”

Melhor ator coadjuvante:

Tom Cruise, por "Tropic Thunder"
Robert Downey Jr. por "Tropic Thunder"
Ralph Fiennes, por "The Duchess"
Philip Seymour Hoffman, por "Doubt"
Heath Ledger, por "Batman – O cavaleiro das trevas"


Melhor atriz coadjuvante:
Amy Adams, por "Doubt"
Penelope Cruz, por "Vicky Christina Barcelona"
Viola Davis, por "Doubt"
Marisa Tomei, por "The Wrestler"
Kate Winslet, por "The Reader"

Melhor roteiro:

Simon Beaufoy, por “Slumdog millionaire”
David Hare, por “The reader”
Peter Morgan, por “Frost/Nixon”
Eric Roth, por “The Curious Case of Benjamin Button”
John Patrick Shanley, por “Doubt”


Melhor filme de animação:

"Bolt"
"Kung Fu Panda"
"Wall-E"

Melhor trilha sonora:

Alexandre Desplat, por “The Curious Case of Benjamin Button”
Clint Estwood, por “Changeling”
James Newton Howard, por “Defiance”
A.R. Rahman, por “Slumdog millionaire”
Hans Zimmer, por “Frost/Nixon”


Melhor canção:

“Down to Earth” – Wall-E
“Gran Torino” – Gran Torino
“I thought I lost you” – Bolt
“The wrestler” – The wrestler
“Once in a lifetime” – Cadillac Records

Melhor filme em língua estrangeira:

“The Baader Meinhof Complex” (Alemanha)
“Everlasting Moments” (Suécia/Dinamarca)
“Gomorra” (Itália)
“I've Loved You So Long” (França)
“Waltz With Bashir” (Israel)



(*) Matéria publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 12/12/2008. Crédito para as fotos: Divulgação.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Cine Lançamento

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Arquivo X – Eu quero acreditar

A ex-agente do FBI Dana Scully (Gillian Anderson) agora trabalha como médica em um hospital. Procurada para auxiliar em um estranho caso envolvendo uma agente seqüestrada e um padre pedófilo com visões sobrenaturais, Scully recorre ao antigo colega de trabalho, Fox Mulder (David Duchovny), também afastado do FBI. Juntos irão atuar na última investigação de suas vidas.

Dez anos após o primeiro filme baseado na franquia “Arquivo X”, o produtor do seriado Chris Carter aparece com a tentativa de resgatar da tumba os agentes do FBI Fox Mulder e Scully em um caso policial sobre seqüestro e visões do além. Infelizmente, com ajuda de Frank Spotnitz, outro produtor do seriado, escreveu um roteiro confuso, cheio de pequenas histórias paralelas que nunca se concluem e um final apressado, à beira do catastrófico. Aliás, o filme caminha sempre sem clima. Uma experiência decepcionante.
O seriado terminou de vez em 2002, após nove anos de exibição, e tudo já havia se concluído. Ou seja, não havia motivos para ressuscitarem os antigos fantasmas. É um desprazer reunir Scully médica, levando outra vida, e Mulder, isolado em um apartamento, barbudo e sem ânimo. Parece que a própria dupla central demonstra um baita desinteresse por estar nessa segunda continuação.
O intrigante caso do padre pedófilo, um dos chamarizes da fita, conclui-se de forma banal. Em tudo é um verdadeiro blergh (ou blasé, como queiram). Por Felipe Brida

Título original: The X-Files: I want to believe
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: David Duchovny, Gillian Anderson, Amanda Peet, Billy Connolly, Xzibit, Mitch Pileggi.
Direção: Chris Carter
Gênero: Ficção científica
Duração: 104 min.
Lançamento: Primeira quinzena de dezembro
Distribuidora: 20th Century Fox

Morre o ator Robert Prosky


O ator Robert Prosky morreu aos 77 anos na última segunda-feira, dia 8, conforme anunciado hoje pelos familiares. Vítima de complicações decorrentes de uma cirurgia no coração, Prosky faleceu em um hospital próximo à sua residência, em Washington DC.
O ator, nascido em Philadelphia, Pennsylvania, no dia 13 de dezembro de 1930, formou-se em Economia. Enquanto estudava teatro em Nova York, trabalhava como guarda-livros no Federal Reserve Bank.
Iniciou a carreira artística no teatro durante os anos 60. No cinema, atuou em aproximadamente 60 filmes, dentre eles "O quarto poder" (1997), "O segredo" (1996), "A letra escarlate" (1995), "O último grande herói" (1993), "Hoffa - Um homem, uma lenda" (1992), "Um sonho distante" (1992), "As coisas mudam" (1988), "As grandes férias" (1988), "Nos bastidores da notícia" (1987), "Christine - O carro assassino" (1983) e "Profissão ladrão" (1981).
Prosky era casado com Ida Hove, mãe de seus três filhos. Por Felipe Brida

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Especiais sobre Cinema


Restauração de “São Bernardo” realça visão capitalista corrosiva de Leon Hirszman (*)

Felipe Brida

Lançado em 1972 após sete meses de censura pelo Regime Militar, o filme “São Bernardo”, baseado na obra de Graciliano Ramos escrita em 1934, sai agora em um DVD especial distribuído pela Vídeo Filmes. O lançamento é resultado do projeto de restauro digital da obra de Leon Hirszman (1937-1987), diretor do longa-metragem. Encabeçam o trabalho de restauração o crítico de cinema Carlos Augusto Calil, os irmãos Lauro e Eduardo Escorel, diretores de fotografia, e os filhos do cineasta, Maria e João Pedro Hirszman.
“São Bernardo” retrata a vida do modesto caixeiro-viajante Paulo Honório (Othon Bastos), que, no interior de Alagoas, enriquece de uma hora para outra e torna-se um homem rude e inescrupuloso. Adquire terras, escraviza seus funcionários e tenta de todas as formas comprar a fazenda de São Bernardo. Arranja um casamento forçado com a professora Madalena (Isabel Ribeiro), a qual a trata como objeto. O conflito entre o casal se intensifica quando Madalena resolve se livrar da dominação do marido.
Em 1974 “São Bernardo” recebeu prêmios em diversos festivais de cinema no Brasil, dentre eles Gramado. A obra restaurada teve sua primeira exibição em tela de cinema na noite de abertura do 41º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, no dia 18 de novembro. O Teatro Nacional recebeu um público de 600 pessoas e contou ainda com a presença dos três últimos integrantes vivos da produção: os atores Othon Bastos e Nildo Parente e o diretor de fotografia Lauro Escorel.
Em entrevista especial ao Notícia da Manhã, o ator Othon Bastos relembrou as dificuldades em se adaptar a obra de Graciliano Ramos para o cinema em plena época do Regime Militar. Confira.


NM – Othon, diante do período turbulento do Regime Militar, em épocas de “Brasil: ame-o ou deixe-o”, como foi construir o personagem Paulo Honório?

Bastos – Vivíamos uma época de repressão, era difícil se manifestar naqueles anos. O personagem não poderia ser outro em circunstância do período que passávamos então: Paulo Honório é rude, frio, perturbado. Ele não aceitava idéias socialistas, revolucionárias. Chega ao ponto de combater o padre, acusando-o de ser comunista. E como poderia amar uma mulher que dizia a realidade, que os empregados da fazenda deveriam receber melhor tratamento, um salário digno? Paulo Honório é a imagem do capitalismo selvagem e violento – ele vem do nada e rapidamente atinge a ascensão, e torna-se um fazendeiro inescrupuloso. E ao mesmo tempo um opressor. Falar desses assuntos durante o Regime Militar era uma questão polêmica. Ao decorrer do filme (e do livro) fica evidente a auto-destruição daquele homem, reflexo dos tempos modernos. É sem dúvida um personagem difícil e que ainda hoje incomoda. As questões do filme e do livro não envelheceram e continuam super-atuais.

NM – O senhor foi um dos rostos marcantes do Cinema Novo, talvez por ter se sobressaído com personagem-chave do filme de maior destaque desse período, “Deus e o Diabo na terra do sol”, dirigido por Glauber Rocha. Como era trabalhar na efervescência do cinema de vanguarda no Brasil?

Bastos – Eu entrei no Cinema Novo pelas portas do fundo; não fazia parte da elite do Cinema Novo, composto por Glauber Rocha, Ruy Guerra, Cacá Diegues, Joaquim Pedro de Andrade e o próprio Leon Hirzsman. Inicialmente, não tinha muita ligação com esse grupo que pensava política e socialmente o movimento cinematográfico. Comecei mesmo em “Deus e o diabo”, em 1964. Depois desse filme, tornei-me a própria imagem do Cinema Novo. Mais tarde, devido a convites, comecei a andar com os fundadores do Cinema Novo. Fiz poucos filmes desse período, aliás antes de “Deus e o Diabo” participei em ponta de dois filmes inaugurais do movimento. Mas o que marcou mesmo foi a figura dual e impressionante do Corisco na obra máxima de Glauber. Trabalhar em cinema nesse período era escolher papéis e saber aonde deveríamos pisar para não ser “comido” pelo Regime Militar. Eram tempos duros.

NM – Antes, diretores e atores estavam à mercê da repressão no Brasil. E hoje, é possível apontar um inimigo cuja classe artística fica acuada?

Bastos – Nos anos 60 e 70 tínhamos um inimigo comum e todos sabiam quem era ele. Sabíamos aonde pisar, como driblar o sistema e, claro, tínhamos a noção de que qualquer passo errado poderia se transformar em uma situação de vida ou morte. O risco era iminente não só para os artistas, mas para políticos e pensadores. Atualmente não sabemos quem são nossos inimigos. Talvez o maior deles seja a parte financeira: muitos diretores e atores tentam fazer cinema, mas por falta de incentivo acabam parando. Alguns conseguem verba com patrocínio, outros recorrem à ajuda estrangeira. Fazer cinema no Brasil hoje é um trabalho árduo e penoso.


Saiba mais sobre o ator

Nascido em Tucano, Bahia, no dia 23 de maio de 1933, Othon Bastos atua em cinema e televisão desde os anos 60. Iniciou a carreira como ator em 1962 participando de uma ponta no filme “Tocaia no asfalto”. No cinema trabalhou em mais de 40 filmes e foi premiado três vezes: melhor ator por “Os deuses e os mortos” em 1970 no Festival de Brasília e na mesma categoria por “São Bernardo” em 1974 no Festival de Gramado, e ator coadjuvante por “Bicho de sete cabeças” em 2002 no Grande Festival de Cinema Brasileiro. Trabalhou em mais de 40 filmes, dentre eles “Bicho de sete cabeças” (2001), “Mauá – O imperador e o rei” (1999). Atuou em 30 novelas, dentre elas “Roque Santeiro” (1985), “Selva de pedra” (1986), “Despedida de solteiro” (1992), “A padroeira” (2001) e “Desejo proibido” (2007), e minisséries como “Desejo” (1990), “O quinto dos infernos” (2002) e “Mad Maria” (2005).


(*) Entrevista publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 05/12/2008. Crédito para a primeira foto, cena de "São Bernardo": Divulgação. Duas outras fotos: Felipe Brida

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Cine Lançamento


Kung Fu Panda

Urso panda desajeitado, Po (voz de Jack Black) recebe uma missão divina: treinar kung fu ao lado dos mais importantes lutadores de sua terra a fim de proteger o Vale da Paz do vingativo leopardo Tai Lung.

Junto com “Shrek” e “Wallace & Gromit – A batalha dos vegetais”, “Kung Fu Panda” é uma das melhores animações produzidas pela DreamWorks. Tornou-se sucesso de público imediato. No final de semana de estréia nos EUA, na primeira quinzena de junho, arrecadou USS 60 milhões desbaratinando filmes que já estavam consolidados em cartaz – “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal”, “Sex and the city - O filme” e “Homem de ferro”.
Diverte e agrada jovens e adultos. No entanto os meninos irão curtir mais as incríveis seqüências de lutas e pancadaria produzidas em computação gráfica cujas técnicas ainda recriam um visual deslumbrante de uma China que preserva os tempos medievais. O uso adequado do sistema digital neste caso comprova a eficácia da incorporação do vídeo-game no cinema, questão bastante debatida hoje por cineastas e estudiosos na área de cinema.
A voz do comediante Jack Black é combinação perfeita para o panda trapalhão e sem jeito para o kung fu. Como não poderia faltar, as mensagens positivas (sobre perseverança, crescimento pessoal etc) conduzem as ações dos personagens da fita.
Em sua primeira animação em formato longa-metragem, Mark Osborne (indicado ao Oscar de curta-metragem de animação em 1998 por “More”) levantou, dentro e fora dos Estados Unidos, nova franquia. A continuação de “Panda”, anunciada recentemente, está prevista para 2011. Por Felipe Brida

Título original: Kung Fu Panda
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Vozes de Jack Black, Dustin Hoffman, Angelina Jolie, Jackie Chan, Ian McShane, Lucy Liu, James Hong, Seth Rogen, Randall Duk Kim, Michael Clarke Duncan, Wayne Knight.
Direção: Mark Osborne/ John Stevenson
Gênero: Animação
Duração: 92 min.
Lançamento: Segunda quinzena de novembro
Distribuidora: DreamWorks Animation/ Paramount Pictures/ UIP