sábado, 8 de março de 2008

Cine Lançamento

Os Simpsons – O Filme

Homer Simpson provoca um desastre ambiental de proporções catastróficas, colocando Springfield em estado de alerta. A cidade torna-se a mais poluída dos Estados Unidos. O presidente do país, Arnold Schwarzenegger, então convoca a força militar para isolar a população em uma redoma de vidro. Os moradores da pacata Springfield querem, a todo custo, a cabeça de Homer.
Esperava-se mais do primeiro filme do famoso seriado “Os Simpsons”, criado por Matt Groening e que este ano completa 19 anos de existência (e mais de 420 capítulos produzidos exibidos em 100 países). Basicamente é uma reunião de mini-histórias, como se fossem as do seriado, independentes e que acabam se entrelaçando. Temos o bizarro relacionamento entre Homer e um porco de estimação (as cenas mais hilárias estão aqui), o novo amor de Lisa e os vícios e as maldades de Bart. Não há, em especial, argumentos novos e, sim, situações recicladas que ainda garantem risadas.
Personagens importantes e engraçados do seriado, como Mr. Burns, as irmãs gêmeas fumantes de Marge, Patty e Selma, e o melhor amigo de Homer, o alcoólatra Barney, são poucos explorados e alguns sequer aparecem.
Seguindo a onda de filmes e documentários sobre preocupação com o meio ambiente, os produtores da animação resolveram trilhar pelo mesmo caminho. Aqui, Lisa, filha de Homer, torna-se defensora das leis ambientais e tenta levar a mensagem aos moradores. Só que sei pai (reflexo da própria população desleixada e cara-de-pau) polui a cidade.
Como não podia faltar, existem referências a filmes como “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, na única cena com a dupla Comichão e Cocadinha, “Titanic”, “Homem-Aranha” e até a “Uma Verdade Inconveniente”, em que Lisa, assim como Al Gore no documentário, utiliza uma pequena cabina móvel para apresentar ao público um projeto sobre problemas ambientais.
Longe de ser um desastre, “Os Simpsons – O Filme” faz rir mesmo com as histórias fraquinhas. Particularmente não resisto à imbecilidade de Homer, figura que satiriza o típico pai de família norte-americano, aquele que gosta de beber com amigos no bar, tem sono agudo e evita pensar. É sabido também que o personagem representa a decadência intelectual do povo estadunidense. Um indivíduo que se envolve em casos patéticos e não faz nada certo. Antes dos créditos iniciais, Homer critica o filme brincando diretamente com nós, os telespectadores.
Na cena da igreja, contestam-se, de forma de cruel, os ritos protestantes. Igualmente no seriado, está distante de ser uma animação para crianças.
Atenção para o presidente dos Estados Unidos, Arnold Schwarzenegger, um espelho de George Bush, que troca o diálogo pelas ações de intervenção, e ao próprio Tom Hanks tirando sarro do governo. Os créditos finais dão abertura a uma possível continuação.
Indicada ao Globo de Ouro de melhor animação este ano (perdeu para Ratatouille), “Os Simpsons – O Filme” pode ser assistido como um bom passatempo de sábado à tarde. Mas não espere algo sensacional. Por Felipe Brida

Título original: The Simpsons Movie
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Vozes de Dan Castellaneta, Julie Kavner, Nancy Cartwright, Hank Azaria, Yeardley Smith, Harry Shearer, Pamela Hayden, Albert Brooks, Tom Hanks, Joe Mantegna.
Direção: David Silverman
Gênero: Animação
Duração: 87 min.

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