terça-feira, 27 de novembro de 2018

Resenha especial


Trolls

Os trolls, criaturinhas alegres e coloridas, vivem pacificamente numa vila longínqua. Quando o local é invadido pelos malvados monstrengos Bergens, Poppy (Anna Kendrick) e Branch (Justin Timberlake) precisarão deixar de lado as desavenças para defender o território milenar dos trolls.

Excêntrica e colorida, a animação “Trolls”, da Dreamworks, contagiou o ânimo da criançada em 2016, quando exibida nos cinemas, fazendo sucesso imediato pelo mundo afora. Alto astral, conta com uma trilha sonora legal com canções pop que vão dos anos 60 aos 80 (tem Simon & Garfunkel e até Cindy Lauper), e criaturinhas mágicas baseadas nos bonecos “Troll doll”, populares nos Estados Unidos e que no Brasil pegou 30 anos atrás. Os bonecos receberam denominações variadas em outros países, como Dam doll, Gonk troll e Good Luck Troll, produzidos no fim dos anos 50 na Dinamarca, chegando na América do Norte pouco tempo depois. Eles se destacavam pelos cabelos compridos puxados para cima, com cores fortes, rosto pequeno, nariz achatado e olhos estatelados. E a partir do molde dos brinquedos, foi desenhado este primeiro filme em computação gráfica, divertido e bem realizado, mais para as crianças, com um roteiro basicão: a vila dos trolls é alvo de monstros verdes dominados pela infelicidade; esses bichos desprezam a alegria dos trolls e pretendem comê-los um a um. Para salvar a comunidade troll, dois deles, perspicazes, unirão suas forças, mobilizando o grupo para um revide. Momentos de aventura e bons números musicais auxiliam no desenrolar da história, opção para quem procura um filme para se distrair, relaxar, se sentir bem. 
Quem dá voz aos dois personagens centrais, Poppy e Branch, são Anna Kendrick e Justin Timberlake (que compôs a canção principal, “Can't stop the feeling!”, sucesso nas rádios, ganhadora do Grammy e indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro). Outros atores de peso emprestam suas vozes para a animação, como Zooey Deschanel, Russell Brand, John Cleese, Jeffrey Tambor, Christine Baranski e a cantora Gwen Stefani. 


É o melhor trabalho do diretor Mike Mitchell, dos fracos “Shrek para sempre” (2010) e “Alvin e os esquilos 3” (2011), que dirige agora “Uma aventura Lego 2”, previsto para 2019. Contou com a mão do roteirista Walt Dohrn, da franquia “Shrek” e diretor de episódios da série “Bob Esponja”, que assina como codiretor.
Relançado em DVD em outubro, no Dia das Crianças, numa edição dupla, com “O poderoso chefinho” (2017), pela Universal. No disco há uma dúzia de extras como videoclipes, making of e cenas excluídas.

Trolls (Idem). EUA, 2016, 92 min. Animação. Colorido. Dirigido por Mike Mitchell e Walt Dohrn. Distribuição: Universal Pictures

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Nota do blogueiro


Três lançamentos fresquinhos nas lojas! Paramount apresenta "Missão impossível: Efeito Fallout", mais uma fita eletrizante de ação da franquia de sucesso estrelada por Tom Cruise, enquanto a Universal Pictures traz a alegre comédia com grandes nomes do cinema "Mamma mia! Lá vamos nos de hoje" e o bom documentário religioso "Papa Francisco: Um homem de palavra". Em DVD e Bluray.





quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Nota do Blogueiro


Novos filmes em DVD!

Confiram os big lançamentos em DVD da Obras-primas do Cinema, para a loucura dos cinéfilos. Três boxes divinos, um mais exuberante que outro. Tem "Napoleão" (1927), o épico revolucionário francês na versão integral restaurada (de 5h de duração): e as coleções "Marlene Dietrich", com quatro filmes da atriz alemã, todos dirigidos pelo cineasta Josef Von Sternberg - Marrocos (1930), Desonrada (1931), A Vênus loira (1932) e O expresso de Shanghai (1932), e "Sessão Anos 80 - volume 4", com quatro comédias que agitaram o público - Como eliminar seu chefe (1980), Uma mistura especial (1982), Te pego lá fora (1987) e O céu se enganou (1989). Já nas lojas! Valeu, pessoal da @obrasprimas_docinema, pelos DVDs.



segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Cine Lançamento



A história de Wim de A a Z

Wim (Tygo Bussemakers) é um garotinho órfão que trabalha forçadamente numa antiga fábrica. Maltratado pelos patrões, não tem outra opção de vida a não ser ficar lá até atingir a maioridade. Seu único amigo é um pequeno macaco, esperto igual ele. Numa certa ocasião, Wim, cansado daquela vida sofrida, foge rumo às ruas da cidade, onde conhece outros garotos, que o ajudam a buscar um lar para ser adotado.

Disponível em DVD pela Flashstar, este encantador filme infanto-juvenil produzido na Holanda é um passatempo prazeroso para uma sessão da tarde, para juntar toda a família. A história se passa nos primeiros anos do século XX, sobre um garoto órfão, sonhador e inteligente, que não tem oportunidade para ir à escola. Para se sustentar, trabalha dia e noite numa fábrica suja, acompanhado de um único amigo, um macaquinho. Quando foge do emprego, cria laços com novos amigos de rua, pobres igual ele. Movido por uma enorme força de vontade, Wim terá como objetivo encontrar um lar.
Feita com sutileza, a fita apresenta-se nos moldes de um conto de fadas e não esconde a influência do musical da Broadway “Annie” e do clássico romance de Charles Dickens “Oliver Twist” (ambos sobre órfãos aprisionados em internatos que fogem dos maus-tratos dos adultos), misturados a elementos inerentes da cultura nórdica.
Um filme curtinho, agradável, sobre as novas amizades que a vida nos presenteia - e que ainda abre uma reflexão ao trabalho infantil, prática condenável que persiste em vários países.
Quem dirige é o cineasta holandês Johan Nijenhuis, importante em sua terra natal, onde fez mais de 40 filmes de aventura para as crianças – aqui o diretor é desconhecido.
Encante-se e se emocione com a vida de Wim, de A a Z.

A história de Wim de A a Z (Apenstreken). Holanda, 2015, 90 min. Comédia/ Aventura. Colorido. Dirigido por Johan Nijenhuis. Distribuição: Flashstar



Resenha Especial



Os 7 suspeitos

Seis pessoas são convidadas para um misterioso jantar em uma mansão em New England. O que não imaginam é que um criminoso estará entre eles para cometer uma série de assassinatos.

Divertida versão para cinema do famoso jogo de tabuleiro inglês “Detetive” (“Clue” ou “Cluedo”), modinha entre a garotada nos anos 80 e 90 (eu joguei muito e para quem conhece os detalhes do jogo fica mais fácil para sacar a história envolvendo crimes e muitos suspeitos). Foi John Landis, diretor de “Os irmãos cara-de-pau” (1980) e “Um lobisomem americano em Londres” (1981), quem produziu e escreveu o engenhoso roteiro, com gags impecáveis, com ajuda do diretor Jonathan Lynn, expert em comédias, como “Meu primo Vinny” (1990) e “Meu vizinho mafioso” (2000). E contrataram um elenco de peso, de ilustres comediantes indicados ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao Emmy (Eileen Brennan, Madeline Kahn, Christopher Lloyd, Tim Curry, Lesley Ann Warren e outros). O resultado não poderia ser outro... uma comédia original de investigação cheia de truques, mortes estranhas e um humor negro afiado.


Nesta farsa mirabolante, em estilo teatral, conhecemos seis convidados que chegam para um jantar num velho casarão, em 1954, debaixo de uma forte chuva. Nenhum deles entende o motivo de estar ali. São recebidos pelo mordomo Wadsworth (Tim Curry), enquanto aguardam o anfitrião. Não podem falar o nome verdadeiro, então o mordomo os apelida com cores (Dona Branca, Sra. Violeta, Professor Preto, Coronel Mostarda, Sra. Vermelha e Sr. Verde, mais o anfitrião, Sr. Corpo). A única coisa que sabemos sobre os ilustres desconhecidos é que todos estão ligados ao alto escalão do governo americano e são vítimas de chantagem política. Até que as luzes se apagam, e os crimes têm início (as armas utilizadas são as mesmas do jogo, castiçal, cano, corda, revólver, chave inglesa e punhal). Quem será o assassino? E por que ele está agindo? Descubra por si só, assistindo com atenção a esse nostálgico filme classe A da Paramount Pictures, sucesso de público quando exibido na TV aberta.
Saiu em DVD no Brasil em 2005 e anos depois em Bluray, pela Paramount Pictures, com os três finais alternativos que passaram nos cinemas.

Os 7 suspeitos (Clue). EUA, 1985, 96 min. Comédia/Suspense. Colorido. Dirigido por Jonathan Lynn. Distribuição: Paramount Pictures


domingo, 18 de novembro de 2018

Resenha Especial


A loucura entre nós

Um olhar sensível sobre os corredores de um hospital psiquiátrico em Salvador (BA) onde os internos contam suas tristes histórias de abandono. O documentário dá voz especialmente às mulheres, que falam de seus desejos e das amarguras do passado, na tentativa de quebrar as barreiras entre o mundo real e a loucura.

Em 2016 a distribuidora Obras-primas do Cinema, especializada em resgatar filmes antigos, trouxe pela primeira vez um título lançamento do ano, que é este documentário “A loucura entre nós”, em parceria com a Água de Março Filmes. Imprescindível para quem trabalha ou estuda nas áreas de Psicologia e Psiquiatria, o doc brasileiro foi livremente inspirado no livro de mesmo título, de 2014, do psiquiatra Marcelo Veras, e ganhou prêmios em festivais independentes dentro e fora do país, além de ter integrado a seleção oficial de mostras europeias (como Portugal e França).
Marcou a estreia da cineasta baiana Fernanda Fontes Vareille num longa-metragem. A partir do livro de Veras, a diretora, com uma equipe reduzida de quatro profissionais, visitou por três anos o Hospital Juliano Moreira, em Salvador (BA), onde o psiquiatra e autor do livro foi médico. Por muito tempo intitulada “Hospício de Alyenados São João de Deus”, a instituição é uma das mais antigas do Brasil, hoje com 144 anos. No local, a cineasta colheu 300 horas de imagens e depoimentos de internos reduzindo o material para 1h16, com foco na fala das mulheres, que têm sonhos, desejos e lamentam a falta de carinho dos familiares. “A loucura entre nós”, um título paradoxal, vale destacar, humaniza os pacientes, abordando a luta antimanicomial, discutida amplamente no meio clínico, e comprova uma nova configuração da Saúde Mental a partir do final dos anos 90, que possibilita a reinserção dos “loucos” na sociedade. Este é um documentário oportuno, que quebra preconceitos e estigmas, que tenta responder incômodas questões sobre os limites da nossa sanidade e o que nos define como normais. Como complemento, no DVD há entrevistas na seção de extras e o premiado curta-metragem da diretora “Deixe-me viver” (2009), sobre os conflitos entre Israel e Palestina.

A loucura entre nós (Idem). Brasil, 2016, 76 min. Documentário. Colorido. Dirigido por Fernanda Fontes Vareille. Distribuição: Obras-Primas do Cinema


sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Resenha Especial



O inquilino

Um serial killer ataca mulheres loiras em Londres. Alvoraçadas, a polícia e a comunidade se mobilizam para caçar o perigoso assassino.

Terceiro filme de Alfred Hitchcock, o mestre máximo do suspense, em sua fase inglesa, e seu primeiro thriller (e também o primeiro em que ele faz a famosa aparição, de segundos). É um filmão de mistério, preto-e-branco e mudo, sobre um serial killer que ataca mulheres em Londres, apelidado pela mídia de “O Vingador”, e a investigação da polícia para prender o criminoso.
Neste exercício de iniciante, Hitchcock já incursiona pelas técnicas e temáticas que o consagrariam, principalmente na fase norte-americana a partir dos anos 40. Em “O inquilino”, também conhecido no Brasil como “O pensionista”, há elementos preciosos do seu suspense, como o cuidado cirúrgico com a montagem, recursos de câmera originais (como angulações inusitadas para realçar pontos de vista), humor jocoso, com possibilidades burlescas, extensas camadas psicológicas dos personagens centrais (dos bons e dos maus), um jogo mortal com pistas falsas, forte apelo às expressões faciais e gestuais dos atores e figuras femininas louras (uma fixação do diretor, e aqui, na trama, elas são chamadas de ‘cachinhos dourados’). Hitchcock aproveita para outros contornos no filme, como uma crítica à polícia da época, e possibilita efeitos originais curiosos, como os infográficos na abertura e nas passagens de cenas. Para o papel principal, o tal do inquilino do título, suspeito número um, contratou Ivor Novello, um artista galês de mil facetas, que trabalhou como ator, roteirista, dramaturgo, cantor e compositor. E deu certo, principalmente pela corpulência do astro, que se enquadrava bem na câmera.


O filme foi baseado no livro homônimo de Marie Belloc Londres, que por sua vez havia se inspirado no caso verídico de “Jack, o estripador”. Quatro décadas mais tarde Hitchcock voltaria com um filme semelhante de serial killer de mulheres, “Frenesi” (1972), seu penúltimo trabalho e um de meus favoritos dele.
A melhor cópia do filme disponível no Brasil é a da Versátil, lançada num box de disco duplo em homenagem ao diretor, chamado “A arte de Alfred Hitchcock”, com quatro títulos restaurados do cineasta na fase inglesa: este “O inquilino”, “O marido era o culpado” (1936), “Jovem e inocente” (1937) e “A estalagem maldita” (1939). Dois pontos fortes desta magnífica cópia são a boa restauração, realizada em 2012 pelo reputado British Film Institute, em que nela foi adicionada uma trilha sonora moderna do músico Nitin Sawhney, e a metragem estendida, de 90 minutos (a original tinha 68 minutos, editada na época pelo Conselho Britânico de Censura). Por todas essas questões é dever dos amantes da Sétima Arte assistir a este filme de início de carreira do mestre dos mestres do suspense mundial!

O inquilino (The lodger: A story of the London fog). Reino Unido, 1927, 90 minutos. Suspense. Preto-e-branco. Dirigido por Alfred Hitchcock. Distribuição: Versátil


terça-feira, 13 de novembro de 2018

Nota do Blogueiro


Mais um pra série Cinema Soviético! A distribuidora CPC-Umes Filmes acaba de lançar no Brasil a comédia musical "Noite de inverno em Gagra" (1985), do diretor Karen Shakhnazarov. Imperdível aos fãs do cinema russo! Já nas lojas. Valeu, @cpcumesfilmes, pelo envio do DVD.



domingo, 11 de novembro de 2018

Resenha Especial


Manifesto

Treze personagens encenados pela atriz Cate Blanchett discursam manifestos políticos e artísticos para responder questões acerca do mundo contemporâneo.

Assisti a “Manifesto” pela primeira vez em outubro do ano passado numa cabine para jornalistas em São Paulo e depois, em DVD, revi duas vezes. É uma co-produção Alemanha/Austrália, de 2015 (demorou dois anos para chegar no Brasil), escrito e dirigido por Julian Rosefeldt, exibido nos Festivais de Sundance, Rotterdam e Tribeca. Também passou no Festival do Rio e foi para as salas de cinema, distribuído nos cinemas e em DVD pela Mares Filmes.
O que achei? Um filme desafiador, que coloquei na minha lista dos melhores do ano passado, com um trabalho visceral e fora do comum de Cate Blanchett num tour-de-force interpretando 13 personagens em manifestos efusivos, alguns históricos, contra todo tipo de sistema e convenções. Na pele de uma viúva no funeral do marido, de um andarilho, de uma cientista (numa cena lindamente alusiva à "2001 – Uma odisseia no espaço", com direito ao monolito negro), de uma operária no chão de fábrica, de uma professora com metodologias revolucionárias ou de uma ventríloqua que manipula um boneco em autoimagem, por trás existe um grito desesperado por mudanças, em uma sociedade deteriorada pelo modo capitalista de viver. As declarações públicas dos personagens surgem em referências claras a artistas modernos e contemporâneos que romperam com a arte tradicional, com menção a Kandinsky, Braque, Rodchenko, além de manifestos de diretores de cinema, como Godard, e dos cineastas do Dogma, como Lars Von Trier.


Para o diretor, só a arte engajada poderá salvar a humanidade de um sistema falido para habilitar uma nova práxis e por consequência reconstruir um novo mundo. Uma obra experimental desconcertante e urgentemente obrigatória, mais atual do que nunca! Já em DVD pela Mares.

Manifesto (Idem). Alemanha/Austrália, 2015, 94 min. Drama. Colorido. Dirigido por Julian Rosefeldt. Distribuição: Mares Filmes

Nota do Blogueiro


Segunda parte dos novos filmes em DVD distribuídos pela A2 com os selos Mares, Flashstar e Focus. São nove ao todo: Com amor, Van Gogh (2017, indicado ao Oscar, ao Bafta e ao Globo de ouro de animação), A viagem de meu pai (2015), Bye bye Alemanha (2017), Tráfico de mulheres (2017), A viagem de Fanny (2016), Lembranças de uma infância (2015), Segredos obscuros (2017), O resgate de uma vida (2016) e Crônicas da tribo fantasma (2015). Já nas lojas - e logo tem crítica deles no blog e na fanpage Cinema na Web. Obrigado, @andrecavallini @a2_filmes @maresfilmes, pelo envio dos DVDs.










sábado, 10 de novembro de 2018

Nota do Blogueiro


Filmes e mais filmes chegando em DVD pela A2 com os selos Mares, Flashstar e Focus. Esta é a primeira remessa dos bons títulos lançados pela distribuidora ao longo deste ano: Thelma (2017), Rodin (2017 - indicado à Palma de Ouro em Cannes), Stonewall - Onde o orgulho começou (2015), Manifesto (2015), Terraformars - Missão em Marte (2016) e A história de Wim de A a Z (2016). Já nas lojas - e logo tem crítica deles no blog e na fanpage Cinema na Web. Obrigado, @andrecavallini @a2_filmes @maresfilmes, pelo envio dos DVDs.







quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Nota do blogueiro


Amigos, criei ontem a fanpage Cinema na Web em comemoração aos 10 anos do meu blog. Já estou postando lá críticas e resenhas de filmes lançados em DVD e em Bluray, e também de filmes do Netflix (o blog continua normalmente). Se quiser acompanhar seja bem-vindo! Deixe comentários e sugestões. Boa leitura! :) 
https://www.facebook.com/Cinema-na-Web-315962665906787


Cine Lançamento


 Arranha-céu: Coragem sem limite

O ex-agente do FBI Will Sawyer (Dwayne Johnson) trabalhava como negociador de resgate de reféns. Numa invasão em uma casa, certa vez, uma explosão o deixou gravemente ferido. Ele perdeu a perna esquerda e precisou implantar uma prótese. À procura de emprego, é contratado como segurança do maior edifício do mundo, com 220 andares. Mas um incêndio criminoso deverá destruir o prédio em poucas horas, e Sawyer terá de invadir o arranha-céu em chamas para resgatar sua família, que está presa num dos quartos.

O popular astro Dwayne Johnson, ex-The Rock, co-produziu esse blockbuster incendiário lotado de situações impossíveis e muitos efeitos especiais, que só tem sentido se desligarmos o botão da realidade e o encararmos como um cinemão de entretenimento com um balde de pipoca na mão. Com menos simpatia, Johnson interpreta um veterano de guerra, ex-líder da equipe de resgate do FBI, que num dia de trabalho ficou ferido numa explosão. Amigos morreram, ele perdeu a perna e hoje usa prótese. Desistiu da profissão, está sem emprego, e agora recebe a proposta de um amigo para ser segurança do maior prédio do mundo, um arranha-céu de 220 andares, equipado com o melhor sistema de proteção. É um edifício futurista chamado Pérola (fictício), criado por um magnata da tecnologia de Hong Kong, com destaque para os 990 metros de altura, que concentra parques temáticos, áreas arborizadas e centros comerciais. Com a oportunidade, ele retoma a vida, porém mal é contratado terá de voltar à ativa policial para resgatar a mulher e os filhos do prédio – criminosos incendiaram o lugar, para um plano mirabolante, com a família dele trancada num dos quartos.


O personagem de Johnson, amputado, com perna mecânica, escala o prédio, ataca um grupo inteiro de bandidos, sobe em guindastes, envolve-se numa noite infernal para salvar a família, num filme que mistura “Inferno na Torre” (1974), “Duro de matar” (1988), “Risco total” (1993) e momentos absurdos de James Bond. Por esta razão, não é para ser levado a sério nem chiar... É uma fita assumidamente de ação, bem feita, com efeitos especiais pirotécnicos (de destruição em massa do exuberante prédio, rodado em estúdios), para consumo rápido. Breve filme de entretenimento e não mais que isto.
Para compor o personagem, Dwayne Johnson inspirou-se no primeiro norte-americano amputado a escalar o Monte Everest, atleta campeão das Paraolimpíadas chamado Jeff Glasbrenner (que acompanhou as gravações no set). Independente de Glasbrenner ter superado o Everest, o que o personagem inspirado nele faz no filme, para um amputado ou não, é coisa de cinema... É ver para crer!
Chama a atenção no elenco a atriz Neve Campbell, sumida das telas, como a esposa de Johnson. Continua bonita, com certo charme. Lembram-se dela, da quadrilogia “Pânico” e de “Garotas selvagens”?
“Arranha-céu: Coragem sem limite” foi escrito e dirigido por Rawson Marshall Thurber, da divertida comédia “Família do bagulho” (2013), que já tinha trabalhado com Johnson em “Um espião e meio” (2016), e sua nova produção rendeu bilheteria média nos cinemas, com certeza devido à presença do astro, arrecadando U$ 305 milhões (a produção custou U$ 125 milhões). Se perdeu nos cinemas assista agora em casa; o DVD e o Blu-ray acabaram de sair pela Universal, com extras variados. São seis especiais sobre a produção, cinco cenas excluídas, cinco cenas prolongadas e comentários do diretor.

Arranha-céu: Coragem sem limite (Skyscraper). EUA, 2018, 102 min. Ação. Colorido. Dirigido por Rawson Marshall Thurber. Distribuição: Universal Pictures

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Nota do blogueiro


Super lançamento do mês em DVD pela Universal Pictures: o blockbuster incendiário "Arranha-céu: Coragem sem limite" (2018), com Dwayne Johnson e Neve Campbell. Uma boa fita de ação para passar o tempo! Já nas lojas. Amanhã tem crítica dele no blog e na fanpage Cinema na Web. Obrigado pelo filme, @universalpicsbr, @m2.comunicacao e @2014mada.


Cine Lançamento



Sicário: Dia do soldado


O agente federal Matt Graver (Josh Brolin) recontrata o sicário Alejandro (Benicio Del Toro) para atuar em novas diretrizes na guerra contra o tráfico, já que agora os carteis começaram a traficar terroristas pela fronteira dos Estados Unidos. Orientado secretamente pelo governo americano, Alejandro tem de sequestrar a filha de um barão de drogas mexicano, para assim dar início a uma guerra perversa entre os carteis de droga rivais.

Um novo capítulo surpreendentemente bom surge para a série de três filmes de “Sicário”, que começou em “Sicário: Terra de ninguém” (2015) e terminará em 2020, com a volta da atriz Emily Blunt (que fez o primeiro e nesta segunda parte ficou de fora). Benicio Del Toro e Josh Brolin retomam com brutalidade seus papeis de homens durões capciosos, mais complexos e humanos, para mais uma história violenta sobre tráfico de drogas na fronteira do México com os Estados Unidos, um lugar sem lei, dominado pelos carteis. Com cenas de ação de deslumbrar, o filme reúne acontecimentos em várias partes do mundo, como Texas (na fronteira Estados Unidos-México), Golfo da Somália, Djibuti (na África), Cidade do México, e a base de todos os conflitos, no cartel de drogas mais antigo da América, o Cartel do Golfo, conhecido como Matamoros, um verdadeiro sindicato do crime. Agora não há somente as drogas; neste segundo capítulo temos a ótica do terrorismo, empurrando os personagens no olho do furacão. Josh Brolin é o agente da CIA designado para uma missão secreta. Ele contrata novamente o sicário (matador de traficantes) Alejandro, interpretado por Benicio Del Toro, que tem dívidas com o chefão de um cartel mexicano, pois sua família inteira foi morta pelas mãos dele. Alejandro aproveita para se vingar. O plano: sequestrar a filha de um barão das drogas, como forma de rivalizar o conflito entre os traficantes da região. Porém o caso será tão complicado que haverá traição e descaminhos, numa onda de crimes não planejada.
O destaque continua com Del Toro em seu Alejandro misterioso, um homem de jogada imprevisível, que assassina sem dó os inimigos. Vale tudo na guerra contra o tráfico e o terrorismo, como o filme deixa em evidência.
Tem uma história paralela pouco explorada, a de um garoto que vira traficante ao lado do primo, ascendendo no crime, cujo sentido se dará no final do filme, aliás, um desfecho que me deixou abismado!


Gosto demais do primeiro “Sicário” (2015), realizado por um dos melhores diretores desta década, Dennis Villeneuve, e esta segunda parte, mesmo não tendo o cineasta à frente do projeto, é uma continuação fora do comum, tão violenta e dura quanto o original. O roteirista permaneceu, o jovem Taylor Sheridan, que dirigiu “Terra selvagem” (2017), e quem pegou a direção foi o italiano Stefano Sollima, que havia feito uma fita policial ítalo-francesa chamada “Suburra” (2015) e ficou conhecido pela série “Gomorra” (ele é filho do diretor de faroestes spaghettti Sergio Sollima). Por conhecer os meandros do cinema de ação criou uma fita feroz, também sem final feliz, sem meio termo, sem patriotismo barato, para alertar sobre a guerra contra o tráfico (que necessita de políticas rigorosas para o combate efetivo) e por trás do pano provoca o público com um tema atualíssimo que cutuca o governo Trump: a polêmica posição do governo norte-americano contra os imigrantes mexicanos, envolvendo a eterna e não resolvida questão da fronteira.
É um dos grandes filmes policiais de 2018, intenso, com uso adequado da violência e sequências estilizadas de assassinato. Há participações especiais de Catherine Keener, Matthew Modine e Jeffrey Donovan, que passam imperceptíveis devido ao brilho de Del Toro e, em segundo plano, Brolin. Exibido nos cinemas em junho, saiu em DVD agora pela Sony Pictures, com três making of especiais como extra.

Sicário: Dia do soldado (Sicario: Day of the Soldado). EUA, 2018, 122 min. Ação. Colorido. Dirigido por Stefano Sollima. Distribuição: Sony Pictures

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Resenha Especial


Sicário: Terra de ninguém

A agente do FBI Kate Macer (Emily Blunt) recebe o convite para liderar uma operação contra o tráfico internacional de drogas na fronteira entre Estados Unidos e México. Ao seu lado estão dois homens durões da força-tarefa do governo americano, Alejandro (Benicio Del Toro) e Matt (Josh Brolin), que irão reunir uma equipe de atiradores super treinados para capturar o chefe de um cartel de drogas.

Uma fita de ação explosiva digna de méritos do ótimo cineasta canadense Dennis Villeneuve (de “A chegada” e “Blade runner 20149”), um dos diretores-revelação dos últimos anos. Implacável, nua e crua, para um público com nervos de aço, que escancara a rede de narcotráfico na América do Sul, com personagens sanguinários e frios, que vão desde matadores de aluguel (conhecidos como sicários) a policiais corruptos.
O diretor é um mestre na criação de cenas fortes. Conduz a ação como ninguém, deixa o público tenso, parece que estamos dentro das perseguições policiais. São poucas, mas vigorosas sequências de tiroteio e violência, sempre com estilo ímpar de Villeneuve.
Já na abertura dá um choque na plateia com um momento memorável, quando os agentes da Swat invadem um esconderijo de traficantes e encontram cadáveres ocultados dentro das paredes. A cena é uma porrada e incomoda, além de outras que aparecerão nas duas horas seguintes.
O roteiro é de Taylor Sheridan, um ator de seriados americanos, que optou por uma história intensa, sem clichês, sem final feliz – ele ganhou destaque no cinema a partir daí, e no ano seguinte escreveu “A qualquer custo” (2016), pelo qual foi indicado ao Oscar, e em seguida roteirizou e dirigiu o bom thriller “Terra selvagem” (2017). Pode parecer confuso nos primeiros 50 minutos, devido a um monte de personagens, situações que faltam explicação, mas aos poucos a história se clareia até o desfecho brilhante. Parece o filme “Traffic”, com mais violência, pois se concentra no tráfico internacional tratando da corrupção no sul dos Estados Unidos, na extensa fronteira com o México, um lugar sem lei, dominado pelo crime.
É um grandes momentos de Emily Blunt, que deveria ter sido indicada ao Oscar pelo papel da agente do FBI idealista no meio da força-tarefa contra o tráfico. Del Toro arrasa num personagem de poucas falas, parceiro de cena de Brolin, que completa o elenco de primeira linha.
Sobre o título: nos créditos iniciais aparece o significado de “Sicário”, termo que vem dos zelotes de Jerusalém, que eram seguidores de uma seita judaica que propunha luta armada contra os romanos (datada de 2000 anos atrás), dispostos a matar a qualquer custo, e que no México, onde o filme se passa, significa um matador de aluguel sanguinário.


Para mim um dos grandes filmes de ação dessa década, obra intensa e reveladora, rica em imagens simbólicas, de significados perturbadores, reveladora. Concorreu à Palma de Ouro em Cannes e a três Oscars - fotografia, trilha sonora (novamente parceria firme de Villeneuve com Jóhann Jóhannsson, falecido prematuramente este ano) e edição de som, além de três Bafta (trilha, fotografia e ator coadjuvante para Benicio Del Toro).
Ganhou, este ano, uma continuação decente e envolvente chamada “Sicário: Dia do soldado” (2018), com o retorno de Del Toro e Brolin (sem a presença de Blunt), recém-lançada em DVD pela Sony Pictures. A intenção é ser uma trilogia, com a terceira parte programada para 2020.

Sicário: Terra de ninguém (Sicario). EUA/México, 2015, 121 min. Ação. Colorido. Dirigido por Denis Villeneuve. Distribuição: Paris Filmes

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Resenhas especiais


É apenas o fim do mundo

Ausente há 12 anos, Louis (Gaspard Ulliel) retorna para a casa da família para comunicar que está morrendo de uma doença incurável.

Dois anos atrás assisti no cinema a esse penúltimo trabalho de Xavier Dolan, para mim o melhor de sua carreira ao lado de “Amores imaginários” (2010) e “Mommy” (2014). Saí da sala com a voz embargada, emocionado como todos os presentes na sessão. E recentemente comprei o DVD, lançado pela California Filmes, para uma revisão, que ficou ainda melhor. Que filme sublime!
Apontado como o cineasta mais promissor do Canadá da geração atual, o jovem Xavier Dolan, que é ator, tem apenas 29 anos (ele nasceu no mesmo dia e mês que eu, 20 de março) e realizou sete filmes até agora - seu novo trabalho, intitulado “The death and life of John F. Donovan”, foi exibido no Festival de Toronto em setembro, ainda sem previsão de estreia no Brasil. Dolan é um criador de imagens fortes e provocativas, escolhe as próprias músicas da trilha sonora, dá espaço para todos em cena. Os coadjuvantes têm uma força brutal até maior que os protagonistas em suas histórias (sempre envolvendo conflitos na família), com destaque para o papel das mães, recorrentes em suas produções – são mulheres de meia idade, com roupas extravagantes, à beira da explosão, e aqui, nesse filme fora do comum, Dolan volta a adentrar o seio das relações familiares.
“É apenas o fim do mundo” têm personagens de muitas camadas em uma história dura, de uma família em colapso. Primeiramente é mostrado o jovem Louis, que volta para casa para um comunicado derradeiro: que sofre de uma doença terrível (nunca sabemos qual é ela), e tem pouco tempo de vida. Ele chega para uma visita, e ninguém imagina o motivo de ele estar ali. A família demonstra surpresa. Porém Louis não consegue dar a trágica notícia, ele tem dificuldade em se expressar e ao mesmo tempo na família só há gente brigando, discutindo, falando alto sobre outros assuntos fúteis.
O rapaz apresenta um grau moderado de nostalgia, identifica-se imediatamente com a esposa do irmão (Marion Cotillard), única que o entende, e os dois são os mais lúcidos de uma família à beira do caos. O irmão, mais velho (Vincent Cassel), é um sujeito irritado e grosseiro, que alfineta um a um. Tem ainda uma irmã passiva (Léa Seydoux) e, claro, a mãe (Nathalie Baye), sustentáculo da casa, meio desmiolada, também explosiva. Nessa volta para casa, a identidade de Loius se revela, assim como partes do passado, em flashbacks, luzes e apagões - ele é um dramaturgo que tentou a vida na arte, vive em outro país, agora ficou doente.
O tema do filme é a falta do diálogo na família, algo recorrente nos dias de hoje. Ninguém da casa dá ouvidos para o que o jovem (que está morrendo) tem a dizer, ao mesmo tempo em que ele sofre com um medo duplo medo: o de contar sobre a doença fatal e de como os familiares vão reagir. Obra máxima de Dolan, muito necessária para o tempo atual, que nos comove e provoca lágrimas. 
Baseado numa peça biográfica de Jean-Luc Lagarce, recebeu indicação à Palma de Ouro em Cannes, e no mesmo festival ganhou o Grande Prêmio do Júri e o Prêmio Ecumênico.

É apenas o fim do mundo (Juste la fin du monde). Canadá/França, 2016, 97 min. Drama. Colorido. Dirigido por Xavier Dolan. Distribuição: California Filmes


A vilã

Depois de presenciar o assassinato do pai, a pequena Sook-hee (Ok-bin Kim) é treinada para matar. Os anos passam, e ela, já jovem, comete um ato de vingança eliminando um grupo de bandidos. Mas é presa e obrigada a trabalhar numa agência de assassinos, com a promessa de ser libertada para a sociedade em 10 anos.

Um filmão sul-coreano de arrepiar, segundo longa-metragem de ficção do diretor Byung-gil Jung, de “Confissão de assassinato” (2012). Eletrizante desde a abertura, quando a personagem Sook-hee mata dezenas de homens com vários tipos de armas, deixando uma pilha de corpos e um rio de sangue pelo caminho. A cena, de oito minutos, tem um visual fortíssimo, a câmera, em primeira pessoa, capta o furor do crime, e a partir daí a história se desenrola, sobre uma mulher programada para matar para poder ter a liberdade de volta. É narrado em primeira pessoa, pelo ponto de vista da protagonista, Sook-hee, da infância à juventude.
A estética é brilhante, um trabalho genial, de tirar o fôlego, cheio de cortes malucos, correria entre corredores estreitos, perseguições em alta velocidade e sequências brutais de assassinato. Por ter uma garota sanguinária liderando lembra a fita francesa do mesmo gênero “Nikita – Criada para matar” (1990), mas com ingredientes do cinema asiático, tão incomum nas produções dos outros países.
Sou fã do cinema policial da Coreia do Sul desde “Oldboy” (2003), que reformulou o gênero, influenciando cineastas de outras partes do mundo, e este “A vilã” é um filho mais novo de Oldboy, que faz justiça às suas origens. Prepara-se para essa fita explosiva, dinâmica, bem realizada, que estreou em Cannes em maio de 2017, onde integrou a mostra fora da competição, ganhando destaque em festivais internacionais. Em DVD.

A vilã (Aknyeo/ The villainess). Coreia do Sul, 2017, 123 min. Ação. Colorido. Dirigido por Byung-gil Jung. Distribuição: Paris Filmes

domingo, 4 de novembro de 2018

Resenhas Especiais


Goosebumps: Monstros e arrepios

Zach (Dylan Minnette) muda-se para uma cidade pequena e torna-se amigo da vizinha, Hannah (Odeya Rush), uma garota muito bonita, que é filha do famoso escritor de livros infanto-juvenis sobre monstros “Goosebumps”, R. L. Stine (Jack Black). Numa noite, Zach entra na biblioteca de Stine e após uma confusão acidentalmente desperta os monstros dos livros, que saem das páginas e tomam conta da cidade. Com ajuda de Hannah, terá pela frente uma longa aventura para capturar as criaturas.

Uma aventura inesquecível para toda a família se deliciar, de longe o melhor trabalho do diretor Rob Letterman, que fez muitas fitinhas irregulares para as crianças, como “O espanta tubarões” (2004 – não entendo até hoje porque foi indicado ao Oscar de animação), “Monstros vs. Alienígenas” (2009) e o fiasco “As viagens de Gulliver” (2010 – também com Jack Black, que até foi indicado ao Framboesa de Ouro de pior ator). Todo o prestígio e o ar criativo que não obteve nessas três produções bobocas, conseguiu em “Goosebumps”, um exemplar divertido, empolgante e nostálgico, com homenagem à cultura geek dos anos 80 e 90.
O roteiro, escrito a quatro mãos, mistura personagens e monstros da série de livros infanto-juvenis de terror ‘Goosebumps’, lançada entre 1992 e 1997 (que já tinha dado origem a um seriado muito querido pelos norte-americanos, feito de 1995 a 1998). O autor, R.L. Stine, liberou os direitos e até o uso do próprio nome para Jack Black interpretá-lo, numa autoreferência engraçada, com manias, trejeitos, jeito de falar parecidos com o do escritor verdadeiro. Relata Stine que em suas viagens literárias para bolar as histórias de Goosebumps recriava monstros reais que o perturbavam na infância e hoje ficavam aprisionados dentro dos livros, numa biblioteca segura. Este é o ponto de partida para o que se vê no filme, quando os garotos Zach, Hannah (que é filha do escritor) e mais um amigo invadem a biblioteca de Stine e, sem querer, despertam as criaturas furiosas das páginas. Gafanhotos gigantes, mortos-vivos, plantas carnívoras imensas, um menino invisível, o abominável homem das neves e o grande destaque, o vilão Slappy, o boneco de ventríloquo amaldiçoado (voz de Jack Black), atacam a cidade, e a dupla terá de devolvê-los para os livros, numa viagem a um mundo fantástico com perseguições, suspense e altas doses de adrenalina.
O diretor Rob Letterman acertou na mosca, com uma fita deliciosa, típica “Sessão da tarde”, entretenimento nota 10, com efeitos especiais extraordinários e momentos assustadores para a criançada. Adoro o comediante Jack Black (aqui ele faz bem o papel de Stine), e os dois garotos têm sintonia e simpatia (ele é Dylan Minnette, que iniciou a carreira ainda criança, dois anos antes de protagonizar o megassucesso “13 reasons why”, série do Netflix).
Há uma semana, no dia 31 de outubro, estreou a segunda parte, “Goosebumps 2: Halloween assombrado”, com novo elenco, novo diretor, nova história (ainda não conferi), com bilheteria fraca tanto aqui como nos Estados Unidos.
Este Goosebumps tem disponível em DVD e Bluray - quem é colecionador e gosta de extras vai curtir, pois há uma infinidade no disco, como especiais, erros de gravação, bastidores e uma boa abertura alternativa.

Goosebumps: Monstros e arrepios (Goosebumps). EUA/Austrália, 2015, 103 min. Aventura. Colorido. Dirigido por Rob Letterman. Distribuição: Sony Pictures. Disponível em DVD e Blu-ray.


Tal pai, tal filha

Rachel (Kristen Bell) é uma mulher workaholic, que acabou de ser abandonada no altar. Triste pelo fim do casamento que não se concretizou, aproveita a viagem de lua-de-mel para se juntar ao pai ausente, Harry (Kelsey Grammer), que não via há tempos. Eles seguem em um cruzeiro onde irão relembrar o passado e tentar estabelecer uma nova convivência.



Produção sutil e bonitinha do Netflix sobre relação de pai e filho que voltam a manter contato depois de um longo inverno. Kristen Bell e Kelsey Grammer estão discretos, eles atuam bem neste filme pequenino, pouco visto (estreou no Netflix em setembro), mas cativante e bem intencionado. Grammer é o pai que abandonou a filha aos cinco anos de idade e sumiu para o mundo. Nunca mais deu sinal. O tempo correu, a idade pesou, e a pedido da filha restabelece a relação. Ela (Kristen Bell) foi rejeitada pelo noivo minutos antes do casamento, está em crise, mas com vontade de tocar a vida da melhor maneira. Junta o pai ausente e aceita fazer com ele um cruzeiro para a Jamaica, que seria sua lua-de-mel. Na viagem em alto-mar os dois vão se reconectando aos poucos, cada um abrindo o coração para compreender os fatos do passado e perdoar pelos erros cometidos.
Às vezes um drama sensível, ameno, às vezes uma comédia leve, “Tal pai, tal filha” é o primeiro longa-metragem de Lauren Miller Rogen, esposa do comediante Seth Rogen (ele aparece por 15 segundos no filme!). 

Tal pai, tal filha (Like father). EUA, 2018, 103 min. Drama. Colorido. Dirigido por Lauren Miller Rogen. Distribuição: Netflix