terça-feira, 31 de março de 2015

Morre aos 93 anos o diretor e ator Gene Saks



O ator e diretor de cinema e teatro Gene Saks faleceu no último sábado, dia 28, em East Hampton, New York, aos 93 anos. Ele estava internado para tratar de uma grave pneumonia.
Natural de New York City, nascido em 1921, Saks começou a carreira no início da década de 50, como ator, sempre coadjuvante. Atuou em cerca de 15 seriados entre 1951 e 1964, e dos filmes Mil palhaços (1965), O prisioneiro da segunda avenida (1975), O amor tem seu preço (1983), Um policial como poucos (1991), O indomável: Assim é minha vida (1994), A teoria do amor (1994) e Desconstruindo Harry (1997).
Como cineasta, adaptou para as telas peças importantes de Neil Simon, seu grande parceiro de trabalho, como Descalços no parque (1967), Um estranho casal (1968), O último Don Juan (1972) e Confissões de um adolescente (1986), além de Flor de cacto (1969), Mame (1974) e Doce infelicidade (1992).
Saks casou-se duas vezes: a primeira com a atriz Bea Arthur, falecida em 2009 (o casamento durou de 1950 a 1978, e tiveram dois filhos) e a segunda, com Karen Ettlinger (de 1980 até agora, com quem teve outro filho). Por Felipe Brida

sexta-feira, 27 de março de 2015

Resenha especial


Adeus, meninos

Segunda Guerra Mundial. Na França ocupada pelos nazistas, uma escola católica para alunos de classe média abriga secretamente garotos de origem judia. No internato nasce um forte laço de amizade entre o prodígio Julien Quentin (Gaspard Manesse), menino cristão de família rica, e Jean Bonnet (Raphael Fejtö), um ingênuo judeu refugiado.

Mentor da Nouvelle Vague francesa, o cineasta Louis Malle (1932-1995) rememorou a infância conturbada durante a Segunda Guerra nesse belíssimo drama indicado a dois Oscar (melhor roteiro, escrito por ele mesmo, e filme estrangeiro). “Adeus, meninos” foi o antepenúltimo filme do diretor, que construiu uma sensível obra-prima, sobre fraternidade em tempos de guerra, com lirismo, delicadeza e nostalgia. A história fixa-se entre 1943 e 1944, em uma escola conservadora da elite, onde nasce a amizade entre um garoto de 12 anos, de família rica (Julien, que seria o próprio Malle) e um menino judeu, de mesma idade, refugiado naquele internato carmelita, o Sainte-Croix. Ambos são inteligentes, estudiosos, porém Julien percebe o crescente isolamento de Jean, até que numa noite de inverno rigoroso observa, assustado, o menino vestir um solidéu (boina usada pelos judeus) e rezar em hebraico. Poderá Julien contar a verdade sobre Jean aos outros amigos do grupo?
Vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza, a fita francesa, co-produção Alemanha e Itália, é uma das obras decisivas sobre a infância e a amizade, em momento delicado da carreira de Malle (é outra fase do diretor, totalmente oposta aos dogmas avant-garde da Nouvelle Vague). Atenção para os simbólicos enquadramentos introspectivos e à deslumbrante fotografia de aprisionamento do suíço Renato Berta.
Sai em versão restaurada em DVD no Brasil pela Versátil. Necessário a todos os cinéfilos! Por Felipe Brida

Adeus, meninos (Au revoir les enfants). França/Alemanha/Itália, 1987, 104 min. Drama. Dirigido por Louis Malle. Distribuição: Versátil

quinta-feira, 26 de março de 2015

Morre aos 89 anos o humorista Jorge Loredo



Faleceu hoje no Rio o ator Jorge Loredo, aos 89 anos. Ele estava internado desde o início de fevereiro para tratar de um enfisema.
Humorista, nascido no Rio de Janeiro em maio de 1925, Loredo ficou conhecido dos brasileiros pelo papel de Zé Bonitinho, apresentando o papel em programas cômicos de diversas emissoras.
No cinema atuou nos filmes Sai dessa, recruta (1960), Sem essa aranha (1970 - como Zé Bonitinho), Abismu (1977), Tudo bem (1978), Chega de saudade (2007), A suprema felicidade (2010) e O palhaço (2011).
Paralelamente exerceu, por muito tempo, a profissão de advogado, especializado em Direito Previdenciário. Por Felipe Brida

segunda-feira, 23 de março de 2015

Morre aos 74 anos o ator Claudio Marzo



Faleceu ontem no Rio, aos 74 anos, o ator Claudio Marzo. Afastado da TV e do cinema desde 2007, Marzo estava internado desde o dia 4 em decorrência de uma pneumonia, que se agravou nos últimos dias.
Galã da TV nos anos 70, atuou em novelas como Brilhante, Partido alto, Cambalacho, Kananga do Japão, Pantanal, Cara e coroa, A indomada, Irmãos Coragem (nas duas versões), A lua me disse e Desejo proibido, além de filmes importantes como Copacabana me engana, A lira do delírio, Pra frente Brasil, A dama do lotação, Parahyba mulher macho, Perfume de Gardênia, O xangô de Baker Street e O homem nu (1997). Deixa três filhos (um de cada casamento, com as atrizes Betty Faria, Denise Dumont e Xuxa Lopes). Por Felipe Brida

Viva Nostalgia!


O túmulo vazio

Em Edimburgo, na primeira metade do século XIX, um médico chamado Wolfe MacFarlane (Hnery Daniell), com a ajuda de um sinistro taxista, John Gray (Boris Karloff), realiza experimentos com cadáveres que desenterram ilegalmente do cemitério. A obsessão por corpos é tamanha que ambos iniciam uma matança em busca do objeto de seus macabros trabalhos.

Clássico do cinema de horror, o filme acaba de ganhar versão restaurada em DVD no Brasil e sai no box “Obras-primas do terror – Volume 1”, pela Versátil. Com tema funesto e fotografia apavorante, de cemitérios e paisagens noturnas, este foi um dos primeiros filmes do diretor Robert Wise (1914-2005), que ficaria famoso posteriormente pelos notórios “O dia em que a Terra parou” (1951), “Amor, sublime amor” (1961), “A noviça rebelde” (1965) e “Jornada nas estrelas - O filme” (1979) - reparem como ele era versátil, investia em gêneros diversos, como ficção científica, musical, terror e romance, e sempre acertava!. O perspicaz cineasta reuniu um bom elenco, a começar pelo inglês Henry Daniell (na pele do médico sedento por experimentos com corpos humanos), e destacando dois coadjuvantes icônicos do cinema de horror americano, Boris Karloff e Bela Lugosi. Para quem aprecia um terror antigo, de primeira classe, sem exageros, este é um exemplar autêntico, baseado em conto do escocês Robert Louis Stevenson (o mesmo escritor de “O médico e o monstro”). Curiosidade: o escritor R.L. Stevenson nasceu em Edimburgo, capital da Escócia, e muitas histórias criadas por ele retrata, de forma imaginativa, o universo sombrio da cidade à noite, com seus castelos antigos e ruas desertas.
No box “Obras-primas do terror – Volume 1”, digistack com três DVDs e seis filmes, saem também “Na solidão da noite” (1945), “A noite do demônio” (1957), “A aldeia dos amaldiçoados” (1960), “O chicote e o corpo” (1963) e “A orgia da morte” (1964). E o volume dois está saindo do forno esse mês! Por Felipe Brida


O túmulo vazio (The body snatcher). EUA, 1945, 77 min. Terror. Preto-e-branco. Dirigido por Robert Wise. Distribuição: Versátil. Disponível em DVD.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Viva Nostalgia!


As coisas da vida

Pierre Bérard (Michel Piccoli), um renomeado engenheiro francês, sofre um gravíssimo acidente de carro. Enquanto aguarda socorro, relembra momentos marcantes e recentes vividos intensamente por ele e pela amante, Hélène (Romy Schneider).

Maravilhosa obra-prima de Claude Sautet (1924-2000), pela primeira vez em DVD no Brasil (estava inédito até agora e sai em edição restaurada pela Versátil). Baseado no premiado romance de Paul Guimard (que também fez o roteiro), o filme é uma crônica terna e sensível sobre a persistência das lembranças das pequenas coisas que fazem sentido na vida. Após um acidente de carro em uma estrada rural, o engenheiro, interpretado pelo grande ator francês Michel Piccoli, recorda fatos essenciais vividos ao longo dos últimos 20 anos e divididos entre a esposa e a amante secreta.
No elenco de coadjuvantes encontramos a linda atriz austríaca Romy Schneider, um charme de mulher, em momento importante da carreira (que pena ter partido tão cedo).
Uma fita notória do cinema francês do finalzinho dos anos 60, co-produção entre Itália e Suíça, com trilha sonora emocionante de Phillippe Sarde. E traz uma sequência antológica de acidente automobilístico, retomado em vários ângulos e diversos closes ao longo da história.
Indispensável aos cinéfilos! Por Felipe Brida


As coisas da vida (Les choses de la vie). França/Itália/Suíça, 1969, 82 min. Drama. Colorido. Dirigido por Claude Sautet. Distribuição: Versátil. Disponível em DVD.