sábado, 31 de outubro de 2020

Morre aos 90 anos Sir Sean Connery, o eterno 007

Foi anunciada há uma hora a morte de Sean Connery, ocorrida hoje aos 90 anos. Um ator imponente, que imortalizou James Bond no cinema (em sete filmes da franquia 007). Atuou em 70 longas, como Marnie: Confissões de uma ladra, O homem que queria ser rei, Robin e Marian, O golpe de John Anderson, Zardoz, Outland: Comando titânico, Highlander: O guerreiro imortal, O nome da rosa, Os intocáveis (pelo qual ganhou o Oscar de coadjuvante), Indiana Jones e a última cruzada, A caçada ao outubro vermelho, A casa da Rússia, Sol nascente, Lancelot: O primeiro cavaleiro, Armadilha, e mais...
Afastado do cinema desde 2012 por problemas de saúde, o ator escocês obteve o título de Sir pelas mãos da rainha da Inglaterra em 2000. Ele deixa um grande legado ao cinema e milhões de fãs pelo mundo afora.
RIP (e um VIVA ao mesmo tempo!)




Especial de Cinema


Os melhores filmes da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

A 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, iniciada em 22 de outubro, exibe, em formato online pela primeira vez, 198 filmes de 71 países. Ela segue até dia 04 de novembro, com uma seleção de fitas de arte premiadas em festivais como Berlim, Cannes, Sundance, Rotterdam, Tribeca, Gramado e Veneza. Toda a programação está no site oficial, https://44.mostra.org.
O acesso à 44ª Mostra Intl. de São Paulo se dá pela plataforma exclusiva “Mostra Play”, pelo link https://mostraplay.mostra.org. Os ingressos têm o valor padrão de R$ 6 por título, e os filmes estão sujeitos a um limite de visualizações. Também há exibições gratuitas nas plataformas do SP Cine Play (www.spcineplay.com.br ), Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br ) e no Sesc Digital (https://sesc.digital).
Confira abaixo uma seleção feita por mim dos melhores filmes da Mostra 2020.

Mães de verdade (Japão, 2020, 140 min. Direção: Naomi Kawase)

Casal procura clínica para adotar um bebê. Marido e mulher conseguem, mas tempos depois aparece na porta deles uma jovem que diz ser a mãe biológica da criança e traz à tona trágicos segredos. Drama japonês que nos leva a lágrimas, da diretora de “Sabor da vida”, que discute de maneira delicada o tema de adoção de bebês. Fita feminina do bom momento atual do cinema de arte do Japão. Exibido no Festival de Toronto.

O tremor (Índia, 2020, 71 min. Direção: Balaji Vembu Chelli)

Drama indiano intimista com um personagem só, um fotojornalista designado para cobrir um terremoto, porém chegando ao local encontra uma cidade abandonada. Intriga do começo ao fim, auxiliado pela fotografia e narrativa atraentes.

Nova ordem (México/França, 2020, 89 min. Direção: Michel Franco)

Na Cidade do México tomada por protestos, um casamento de luxo é invadido por revolucionários e termina em chacina. Há um golpe de Estado na capital, que gera caos no sistema político, com o governo sendo substituído por um regime totalitário adepto de tortura, estupro e assassinatos em massa. Violento, polêmico, o filme de abertura da Mostra ganhou o Urso de Prata em Berlim, também exibido em Toronto, e pode ser candidato ao Oscar de filme estrangeiro em 2021. Deveria, pois é retumbante e dialoga com os regimes de extrema-direita que pipocam pelo mundo afora.



Lua vermelha (Espanha, 2020, 84 min. Direção: Lois Patiño)

Exibido no Festival de Berlim, esse drama sobrenatural independente acompanha um povoado onde residem pessoas num estado de paralisia que aguardam a chegada de um marinheiro desaparecido. A tal lua vermelha faz do filme um bom exemplar do cinema fantástico, com mistérios no ar e um desfecho instigante.

Welcome to Chechnya (EUA, 2020, 107 min. Direção: David France)

Poderá pegar indicação ao Oscar de documentário em 2021 esse filmaço premiado nos Festivais de Berlim e Sundance. Trata da sistemática perseguição aos gays na Chechnya por grupos radicais, responsável por torturas e mortes. Impactante e necessário para discutir um dos temas da pauta do momento, a homofobia/LGBTfobia.

Kubrick by Kubrick (França, 2020, 73 min. Direção: Gregory Monro)

Documentário revelador sobre o cineasta Stanley Kubrick a partir de uma série de entrevistas que ele concedeu nos anos 70 e 80 ao crítico de cinema Michel Ciment. Do curta de estreia, “O dia da luta”, ao derradeiro “De olhos bem fechados”, conhecemos um pouco do legado cinematográfico de Kubrick que marcou gerações - e desvendamos também a alma desse gênio das câmeras. Exibido no Festival de Tribeca.

Cracolândia (Brasil, 2020, 87 min. Direção: Edu Felistoque)

Em estreia nacional, o documentário abre um diálogo social em torno da área mais marginalizada de São Paulo, a Cracolândia, triste habitát de usuários de crack. O diretor Edu Felistoque tenta mostrar como a sociedade enxerga as pessoas entregues ao vício e como as políticas públicas para conter o problema andam de mal a pior.



Sibéria (Itália/Alemanha/Grécia, 2020, 92 min. Direção: Abel Ferrara)

Sexta parceria de Willem Dafoe com o diretor Abel Ferrara, agora num filme de terror psicológico bem simbólico. Misturando psicodelismo a uma camada existencial, é a jornada interior de um homem solitário na Sibéria que revisita seu passado recorrendo a tortuosas memórias com o pai. Concorreu ao Urso de Ouro em Berlim.

Poppie Nongena (África do Sul, 2020, 98 min. Direção: Christiaan Olwagen)

História real de uma faxineira negra que trabalhava para patrões brancos e ricos na África do Sul, foi considerada uma residente ilegal no país, cria os filhos com muita dureza e sofre uma gama de preconceitos. Ótimo filme para discutir a posição da mulher negra numa sociedade segregada pelo Apartheid.

Miss Marx (Itália/França, 2020, 108 min. Direção: Susanna Nicchiarelli)

Cinebiografia da pensadora, escritora e ativista Eleanor Marx, filha de Karl Marx, e sua luta em prol ao direito das mulheres no final do século XIX. Também lutou contra o trabalho infantil. Grande desempenho da atriz inglesa duas vezes indicada ao Globo de Ouro, Romola Garai. Mais um filme da Mostra sobre o papel de resistência da mulher numa sociedade dominada pelos homens. Premiado no Festival de Veneza.

Mosquito (Portugal, 2020, 122 min. Direção: João Nuno Pinto)

Exibido no Festival de Roterdã, o drama de guerra português se passa na Primeira Guerra Mundial com enfoque em um soldado de 17 anos enviado a Moçambique para defender a colônia portuguesa dos alemães. Ele contrai malária, é abandonado pelo grupo e tenta sobreviver em meio a alucinações causadas pela doença. Ágil, bem fotografado, conta com participação do veterano ator português João Lagarto. Baseado em fatos verídicos vivenciados pelo avô do diretor.



La planta (Brasil/Uruguai, 2020, 51 min. Direção: Beto Brant)

Média-metragem do diretor brasileiro Beto Brant (de “O invasor”) rodado no Uruguai, sobre o uso medicinal da maconha para tratamentos de enfermidades. Um documentário informativo, de um tema que vem sendo falado há muito tempo e, assim, abre um rico debate para o campo da medicina (e para a sociedade em geral).

Verlust (Brasil/Uruguai, 2020, 111 min. Direção: Esmir Filho)

Novo filme do diretor Esmir Filho (da série “Boca a boca”, do Netflix), com Andréa Beltrão deslumbrante como sempre; ela é uma poderosa empresária em crise no casamento (o marido é o ator uruguaio de “O clube”, Alfredo Castro), que, isolada na mansão a beira-mar, tem de lidar com a rebeldia da filha e com a carreira de uma ícone musical (a cantora Marina Lima). Filmão com embates memoráveis, cheio de simbologias e uma direção consistente e sóbria (trabalho de mestre).


sábado, 24 de outubro de 2020

Especial de Cinema

Online, Mostra Internacional de Cinema de SP leva 198 filmes ao público até dia 04/11

A 44ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo teve início na noite da última quinta-feira (dia 22), realizada em formato online, com uma programação que contempla 198 filmes de 71 países. Ela segue até dia 04 de novembro, com uma seleção de fitas de arte diferenciadas, muitas delas premiadas em festivais como Berlim, Cannes, Sundance, Rotterdam, Tribeca, San Sebastian, Gramado e Veneza. A organizadora da Mostra, Renata de Almeida, comentou sobre o evento e os filmes selecionados. “Escolhemos pouco mais de 190 filmes de 70 países para a edição de 2020. Foi um desafio diante da pandemia que assola o mundo. É a primeira vez que a Mostra promove uma edição em ambiente virtual, o que irá propiciar acesso para todo o Brasil”.


Todo ano um cineasta importante recebe o convite para fazer o pôster da Mostra, e a da 44ª edição foi criada pelo diretor chinês Jia Zhangke, que terá seu novo filme exibido, o documentário “Nadando até que o mar se torne azul” (2020), indicado em Berlim. Toda a programação está no site oficial, https://44.mostra.org

Mostra Play

O acesso à 44ª Mostra Intl. de São Paulo se dá pela plataforma exclusiva “Mostra Play”, desenvolvida pelo Festival Scope/Shift72, responsável pela plataforma dos festivais de Toronto e Tribeca. O link direto é https://mostraplay.mostra.org
Também haverá exibições na plataforma Spcine Play, Itaú Cultural e no Sesc Digital, e sessões no Belas Artes Drive-in e no CineSesc Drive-in (na unidade Sesc Parque Dom Pedro II), em São Paulo.

Ingressos

Os ingressos pela Mostra Play terão o valor padrão de R$ 6 por visualização. “Este ano, dada as diferentes formas de exibição e ao valor reduzido dos ingressos, a Mostra não oferecerá pacotes e haverá número limitado de visualizações, entre 1000 e 2000 views por filme”, informou a Assessoria de Imprensa da Mostra.

Bate-papo, fórum e palestras

Como não haverá sessão presencial em salas de cinema, a Mostra não trará esse ano seus convidados para São Paulo, como diretores, ator/atriz e produtores. A presença dos profissionais de cinema se dará por vídeos, depoimentos gravados e lives. As atividades como bate-papo, fórum e palestras já estão divulgadas no site.

Júri e prêmios

O júri da edição de 2020 é composto pelo diretor, cenógrafo e produtor teatral Felipe Hirsch, pela montadora de cinema Cristina Amaral e pela produtora Sara Silveira, que também será homenageada com o Prêmio Leon Cakoff. Já o Prêmio Humanidade será destinado aos funcionários da Cinemateca Brasileira. “Como toda homenagem é um agradecimento, agradecemos aqui os funcionários da Cinemateca Brasileira por conservarem a nossa memória neste ano tão difícil”, comentou Renata de Almeida.

Sessões gratuitas

Na plataforma do Sesc Digital (https://sesc.digital/home ), 15 filmes da edição desse ano estarão gratuitos ao público, que vão ser liberados em três blocos, com limite de 1000 views cada; destaque para o drama português “A herdade”, indicado ao Leão de Ouro em Veneza, e os documentários brasileiros “Sobradinho” e “Cracolândia”, além de três obras do falecido diretor brasileiro Fernando Coni Campos, como “O mágico e o delegado” (1983), outro homenageado desse ano.
Outra plataforma que disponibiliza filmes gratuitos da Mostra é a SPCine Play (http://www.spcineplay.com.br), e lá o público pode conferir vários títulos, como “Solo”, “La planta”, “O pequeno refugiado” e “Colômbia era nossa”.
Por fim, o site Itaú Cultural traz cinco filmes brasileiros de edições passadas da Mostra, gratuitos, até o dia 04/11 (em https://www.itaucultural.org.br/) - dentre eles “Era o Hotel Cambridge” (2016), “Mulher do pai” (2016) e “Pitanga” (2017).

Filmes de destaque

São 198 filmes programados para a 44ª Mostra de SP, premiados em inúmeros festivais. Confira abaixo alguns títulos:

Os premiados



- Nova ordem (filme de abertura, ganhador do Leão de Prata em Veneza) - México/França

- Não há mal algum (ganhador do Urso de Ouro em Berlim) – Irã/Alemanha

- Miss Marx (3 prêmios especiais em Veneza) – Itália/Bélgica

- Meu coração só irá bater se você pedir (prêmio especial em Tribeca) - EUA

- Crianças do sol (prêmio especial em Veneza) - Irã

- Dias (prêmio especial em Berlim e indicado ao Urso de Ouro) – Taiwan

- Notturno (3 prêmios em Veneza) – Itália/França

- Welcome to Chechnya (ganhador de 3 prêmios em Berlim e prêmio especial em Sundance) - EUA

- City Hall (prêmio especial em Veneza) - EUA

- Gênero, Pan (prêmio especial em Veneza) - Filipinas

- Isso não é um enterro, é ressurreição (prêmio especial em Sundance) – Lesoto/África do Sul

- Nossa Senhora do Nilo (ganhador do Crystal Bear, em Berlim) – Ruanda/França

- Fábulas ruins (premiado com o Urso de Prata de roteiro, em Berlim) – Itália

- Malmkrog (prêmio especial em Berlim) – Romênia/Sérvia

- Todos os mortos (3 prêmios em Gramado e indicado ao Urso de Ouro em Berlim) – Brasil/França

- Shirley (prêmio especial em Sundance e indicado ao Teddy Bear em Berlim) - EUA

Filmes de diretores consagrados


- Vivos e Coronation (de Ai Weiwei) – China/Alemanha/México

 - Sportin’ life e Sibéria (de Abel Ferrara; “Siberia” foi indicado ao Leão de Ouro em Berlim) – Itália/Alemanha

 - O charlatão (de Agnieszka Holland - indicado ao Teddy Bear, em Berlim) – República Tcheca

 - Mães de verdade (de Naomi Kawase) - Japão

  

Outros filmes

  

- Lorelei (indicado a vários prêmios em Tribeca) - EUA

 - Quando anoitece (indicado em Rotterdam e em Sundance) - EUA

 - Um crime comum (indicado em Berlim) – Argentina/Brasil

 - Stardust – Reino Unido

 - Casulo (indicado ao Crystal e ao Teddy Bear, em Berlim) - Alemanha

 - Verão branco (indicado em Sundance) - México

 - Sem ressentimentos (2 prêmios em Berlim) - Alemanha

 - Casa de antiguidades (indicado em Cannes) - Brasil

 - Entre mortes (indicado ao Leão de Ouro em Veneza) – Azerbaijão/México

 - Animais nus (prêmio especial em Berlim) – Alemanha

 - Minha irmã (indicado ao Urso de Ouro e ao Teddy em Berlim) – Suíça

 - Mosquito (indicado em Rotterdam) - Portugal

 - O tremor - Índia

 - Lua vermelha - Espanha

 - Mate-o e deixe esta cidade (indicado a 2 prêmios em Berlim) - Polônia

 - Kubrick by Kubrick – França

 - Al-Shafaq: Quando o céu se divide - Turquia/Suíça

 - Apenas mortais - China

domingo, 18 de outubro de 2020

Cine Cult



Amor, drogas e Nova York

Harley (Arielle Holmes) é uma garota viciada em heroína que mora nas ruas de Nova York. Tem um relacionamento abusivo com o namorado Ilya (Caleb Landry Jones), e por mais que tente, não consegue sair das drogas.

Todo filmado nas ruas de Nova York com uma câmera incômoda, que se fixa no rosto dos personagens, esse drama cult, bem pra baixo, indicado em Veneza no Venice Horizons (ganhou prêmio especial lá), mostra com dissabor uma realidade ameaçadora das cidades grandes, a dos usuários de drogas que moram (e morrem) às margens da sociedade. O assunto não é especialmente novo, a obra lembra pelo menos dois cults impactantes, “Os viciados” (1971), aquele de início de carreira de Al Pacino, que também se passava em Nova York, e, claro, o indigesto “Eu, Christiane F. - 13 anos, drogada e prostituída” (1981), que marcou uma geração inteira pelas imagens fortes e abriu os olhos dos jovens da década de 80. Aqui as situações se repetem, há uma adolescente fragilizada, usuária de drogas, que tem um relacionamento abusivo com o namorado e ambos vão morar nas ruas. São alguns dias na vida dessa garota perdida, e os terríveis desdobramentos que nortearão a trajetória dela para sempre.
Olhe que interessante, o filme é baseado no livro de memórias da própria atriz, Arielle Holmes, chamado “Mad love in New York City”, que usava drogas na época das gravações e estava em processo de reabilitação – o namorado, o verdadeiro Ilya, morreu de overdose quase no final do filme (tanto que é dedicado a ele). Outro ponto de menção é o roteiro adaptado, dos irmãos Benny e Josh Safdie, com ajuda do parceiro Ronald Bronstein, que voltariam a escrever juntos os filmes “Bom comportamento” (2017) e “Joias brutas” (2019), duas fitas imperdíveis, duras e violentas! A dupla dirige também. É característica do cinema dos Safdie a câmera inquieta, andando de lá pra cá, temas difíceis que envolvem delinquência, e personagens anti-heróis, com atitudes nocivas e degradantes. Aliás, eles são uma das grandes duplas de diretores do cinema independente atual (americanos, descendem de sírios e russos, ambos judeus).


Um filme triste e real, que agoniza em nossa frente. Para público específico!

Amor, drogas e Nova York (Heaven knows what). EUA, 2014, 94 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Benny Safdie e Josh Safdie. Distribuição: Imovision

sábado, 17 de outubro de 2020

Cine Especial


Warlock, o demônio

Boston, 1691. O bruxo Warlock (Julian Sands), acusado de compactuar com o diabo, é morto aos olhos da sociedade. Trezentos anos depois, ele reaparece em Los Angeles para terminar um antigo plano, de usurpar os poderes de Deus, colocando a humanidade em risco. Redferne (Richard E. Grant), um caçador de bruxas, volta do passado para deter Warlock.

Terror cultuado do final dos anos 80, “Warlock” carrega certo humor e ares de filme de época, com figurinos que lembram Idade Média (o personagem-título retorna do passado, e ao chegar no tempo atual, há o contraste não só das roupas, mas do contexto social). Não é sanguinolento nem amedronta, tem um quê de scifi com aventura, cuja história traz traços de “Highlander”, dentro de um tema atraente, sobre feitiçaria e pacto com o diabo. Capricharam também nos efeitos, que reúnem maquiagem pesada de criaturas e tecnologia pré-digital da saudosa década oitentista.
Nome lembrado pelos fãs de terror, o diretor Steve Miner, de “Sexta-feira 13 - partes 2 e 3” (1981 e 1982), “A casa do espanto” (1986), “Halloween H20” (1998) e “Pânico no lago” (1999), sem esquecer do sucesso “Eternamente jovem” (1992), realizou uma bacana fita cult querida pelo público do gênero, e deu tão certo que originou um jogo de videogame do Nintendo, além de duas continuações, irregulares, “Warlock 2: O Armageddon (1993)” e “Warlock 3: O fim da inocência” (1999 – este para home vídeo).


O ator Julian Sands (que atuou na parte 2) trabalha ao lado da atriz e cantora Lori Singer (cuja carreira não engrenou) e “briga” o tempo todo com o personagem do recém-indicado ao Oscar Richard E. Grant.
Roteiro de David Twohy, de “O fugitivo” (1993), e diretor da trilogia “Eclipse mortal/ Riddick” (2000, 2004 e 2013, com Vin Diesel).
Está presente no box “Sessão de terror Anos 80 – volume 3”, com “Pague para entrar, reze para sair” (1981), “Príncipe das sombras” (1987) e “A passagem” (1988) – disco duplo, com extras e cards colecionáveis.



Warlock, o demônio (Warlock). EUA, 1989, 103 minutos. Terror/Aventura. Colorido. Dirigido por Steve Miner. Distribuição: Obras-primas do Cinema

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Resenha Especial


Pequena grande vida

Cientistas criam uma nova civilização reduzindo pessoas a um tamanho de 13 centímetros de altura. Paul (Matt Damon) e a esposa Audrey (Kristen Wiig) candidatam-se para o projeto pioneiro; eles são aceitos, reduzidos, e a partir daí surpresas e reviravoltas se sucederão na vida do casal, quando partem para morar na minúscula Lazerlândia.

Vaiado pelo público e pela crítica em 2017, a comédia dramática a la “Querida, encolhi as crianças” fracassou nas bilheterias mundiais, sendo o projeto mais caro do diretor e roteirista Alexander Payne, em mais uma parceria com o roteirista Jim Taylor – eles fizeram “Eleição” (1999), “As confissões de Schmidt” (2002) e “Sideways: Entre umas e outras” (2004). Eram esperadas indicações ao Oscar, mas o filme não pegou nenhuma (mas esteve, por exemplo, na edição de 2017 do Festival de Veneza, indicado ao Leão de Ouro).
Não é uma comédia para gargalhar, tem um lado dramático pungente, dialoga com os avanços tecnológicos da Medicina e as possibilidades da intervenção genética, conta com um Matt Damon maduro, e um papel extraordinário da tailandesa Hong Chau, da série “Watchmen”, indicada ao Globo de Ouro e ao SAG, na pele da ativista vietnamita durona, mas de coração generoso com os pobres, e que usa perna mecânica – para mim a figura mais presente e humanizada do filme. O duas vezes ganhador do Oscar Christoph Waltz também tem um personagem memorável!



Apesar de longo, agrada até quem não curte temas futuristas/scifi - eu pertenço ao time reduzido dos que gostaram da fita. Veja e tire suas conclusões.

Pequena grande vida (Downsizing). EUA/Noruega, 2017, 135 minutos. Drama/Ficção científica. Colorido. Dirigido por Alexander Payne. Distribuição: Paramount Pictures

Resenha Especial



Paraísos artificiais

Numa ilha paradisíaca do Nordeste brasileiro, durante um festival de música eletrônica, três jovens se entregam à felicidade imediata, recorrendo ao ecstasy, álcool, sexo e amizade.

Filmaço brasileiro mal interpretado na época, com uma fotografia de cair o queixo, toda em neon, estilizada, trazendo belas praias do Nordeste. Três atores estavam em início de carreira, Nathalia Dill, Luca Bianchi e Lívia de Bueno, entregando-se a cenas sexy de beijos e sexo, numa fita viril e modernosa.
A montagem tem ousadia e segue o ritmo alucinante da narrativa, como um videoclipe, o que propicia uma experiência sensorial única ao público.
O filme não banaliza o tema “drogas e sexo”, pelo contrário, faz um alerta sobre o uso descontrolado bebidas e drogas em festas lotadas, como raves, e a consequência trágica que isto pode gerar.
Dos produtores de “Tropa de elite” e do diretor de “Estamira” (2004), Marcos Prado, o drama recebeu indicação em cinco categoriais (de prêmios técnicos) no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2013, como melhor fotografia e direção de arte.


Se for assistir, opte pelo bluray, lançado pela Vinny Filmes: imagem e som ficam excelentes em alta definição!

Paraísos artificiais (Idem). Brasil, 2012, 98 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Marcos Prado. Distribuição: Vinny Filmes

domingo, 11 de outubro de 2020

Nota do Blogueiro


Mostra Internacional de Cinema de SP será online e começa dia 22

A 44ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo será realizada em formato online de 22 de outubro a 04 de novembro. Ontem pela manhã, em coletiva para a imprensa, via internet, a organizadora da Mostra, Renata de Almeida, comentou sobre o evento e os filmes selecionados “Escolhemos pouco mais de 190 filmes de 70 países para a edição de 2020. Foi um desafio diante da pandemia que assola o mundo. É a primeira vez que a Mostra promove o evento em ambiente virtual, o que irá propiciar acesso para todo o Brasil”, disse.
Na coletiva foi divulgado tanto a vinheta da 44ª edição, criada pelo diretor Jia Zhangke, quanto o site oficial (https://44.mostra.org ), e após a conversa foi exibido para a imprensa o drama japonês “Mães de verdade” (2020), de Naomi Kawase, que integra a programação desse ano.

Mostra Play

A 44ª Mostra Intl. de São Paulo poderá ser acessada pela plataforma exclusiva “Mostra Play”, desenvolvida pela Festival Scope/Shift72, responsável pela plataforma dos festivais de Toronto e Tribeca, além do mercado de Cannes. Ela já se encontra disponível pelo link https://mostraplay.mostra.org
Também haverá exibições na plataforma Spcine Play e no Sesc Digital, e sessões no Belas Artes Drive-in e no CineSesc Drive-in (na unidade Sesc Parque Dom Pedro II).



Ingressos

Os ingressos pela Mostra Play terão o valor R$ 6 por visualização. “Este ano, dada as diferentes formas de exibição e ao valor reduzido dos ingressos, a Mostra não oferecerá pacotes e haverá número limitado de visualizações por filme”, informou a Assessoria de Imprensa da Mostra. Na próxima semana serão divulgadas mais informações sobre a aquisição de ingressos e formas de pagamento. Outro destaque serão as sessões gratuitas na plataforma Sesc Digital.

Bate-papo, fórum e palestras

Como não haverá sessão presencial em salas de cinema, a Mostra não trará esse ano seus convidados para São Paulo, como diretores, ator[FBB1] /atriz e produtores. A presença dos profissionais de cinema se dará por vídeos, depoimentos gravados e lives. Em breve a lista com as atividades como bate-papo, fórum e palestras será divulgada.

Júri e prêmios

O júri da edição de 2020 é composto pelo diretor, cenógrafo, dramaturgo e produtor teatral Felipe Hirsch, pela montadora de cinema Cristina Amaral e pela produtora Sara Silveira, que também será homenageada com o Prêmio Leon Cakoff. Já o Prêmio Humanidade será destinado aos funcionários da Cinemateca Brasileira. “Como toda homenagem é um agradecimento, agradecemos aqui os funcionários da Cinemateca Brasileira por conservarem a nossa memória neste ano tão difícil”, disse Renata de Almeida.

Filmes de destaque

São mais de 190 filmes programados para a 44ª Mostra de SP, parte deles premiados nos Festivais de Cannes, Berlim, Veneza, Sundance, Tribeca, Rotterdam, San Sebastian e Gramado, por exemplo. Confira abaixo alguns títulos:

Filmes premiados

- Nova ordem (filme de abertura, ganhador do Leão de Prata em Veneza) – México/França

- Não há mal algum (ganhador do Urso de Ouro em Berlim) – Irã/Alemanha

- Miss Marx (ganhador de três prêmios especiais em Veneza) – Itália/Bélgica

- Meu coração só irá bater se você pedir (prêmio especial em Tribeca) - EUA

- Crianças do sol (prêmio especial em Veneza) - Irã

- Dias (ganhador de prêmio em Berlim e indicado ao Urso de Ouro) – Taiwan

- Notturno (três prêmios em Veneza) – Itália/França

- City Hall (documentário ganhador de prêmio especial em Veneza) - EUA

- Gênero, Pan (ganhador de prêmio especial em Veneza) - Filipinas

- Isso não é um enterro, é ressurreição (ganhador de prêmio especial em Sundance) – Lesoto/África do Sul

- Nossa Senhora do Nilo (ganhador do Crystal Bear, em Berlim) – Ruanda/França

- Fábulas ruins (premiado com o Urso de Prata de roteiro em Berlim) – Itália

- Malmkrog (prêmio especial em Berlim) – Romênia/Sérvia

- Todos os mortos (vencedor de três prêmios em Gramado e indicado ao Urso de Ouro em Berlim) – Brasil/França

- Shirley (ganhador de prêmio especial em Sundance, indicado ao Teddy Bear em Berlim) - EUA


Filmes de diretores consagrados

- Nadando até o mar se tornar azul (de Jia Zhangke – indicado em Berlim) - China

 - Vivos e Coronation (de Ai Weiwei) – China/Alemanha/México

- Sportin’ life e Sibéria (de Abel Ferrara; “Siberia” foi indicado ao Leão de Ouro em Berlim) – Itália/Alemanha

- Mães de verdade (de Naomi Kawase) - Japão

- O charlatão (de Agnieszka Holland - indicado ao Teddy Bear, em Berlim) – República Tcheca


Outros filmes

 - Mate-o e deixe esta cidade (indicado a dois prêmios em Berlim) – Polônia

- Lorelei (indicado a vários prêmios em Tribeca) - EUA

- Quando anoitece (indicado em Rotterdam e em Sundance) - EUA

- Um crime comum (indicado em Berlim) – Argentina/Brasil

- Stardust – Reino Unido

- Lua vermelha – Espanha

- Casulo (indicado ao Crystal e ao Teddy Bear, em Berlim) - Alemanha

- Verão branco (indicado em Sundance) - México

- Sem ressentimentos (dois prêmios em Berlim) - Alemanha

- Casa de antiguidades (indicado em Cannes) - Brasil

- Entre mortes (indicado ao Leão de Ouro em Veneza) – Azerbaijão/México

- Animais nus (prêmio especial em Berlim) - Alemanha

Cine Cult



Um acidente de caça

Três homens de meia-idade disputam o amor de uma jovem, na Rússia do século XIX.

Indicado à Palma de Ouro em Cannes, o drama romântico ganhou uma cópia belíssima em DVD pela CPC-Umes Filmes, a partir de uma restauração da Mosfilm, que salienta as deslumbrantes paisagens de campo e figurinos cheios de vida. A história de amor com desfecho melancólico é baseada no livro de Anton Chekov, publicado em formato de folhetim e depois compilado como romance, em 1895, precursor do romance policial psicológico. Temos no centro uma jovem descendente de servos, disputada por um príncipe, um detetive e um conde, cada qual com uma índole diferente. Existe amor ou apenas ímpetos de paixão?
Chekov fala do vazio moral da aristocracia decadente na Rússia do final do século XIX, e o filme de arte realça essa forte discussão, com uma direção sóbria de Emil Loteanu, que valorizava cenas campestres (aqui ele filma com primor caçadas de patos, e como sempre insere números musicais, como bem fez em “Os ciganos vão para o céu”).


A mesma trama (que ainda trata de feminicídio) havia sido gravada nos EUA em 1944, pelo diretor Douglas Sirk, no noir “O que matou por amor” (com Linda Darnell e George Sanders). Conheça e aprecie o bom trabalho da distribuidora CPC-Umes, especializada em cinema russo e soviético.

Um acidente de caça (Moy laskovyy i nezhnyy zver). URSS, 1978, 103 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Emil Loteanu. Distribuição: CPC-Umes Filmes

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Cine Especial


A relíquia

Um agente policial (Tom Sizemore) e uma antropóloga (Penelope Ann Miller) investigam uma estranha carga que chega ao Museu Field, em Chicago. Ela transporta um monstro destruidor, que foge espalhando medo e terror.

Rodado dentro do verdadeiro Museu Field de História Natural, em Chicago, a sinistra fita de terror peca apenas num ponto, pelas cenas escuras (a ideia era manter o clima sombrio do livro original, escrito pela dupla Douglas Preston e Lincoln Child, que narraram as passagens de suspense na penumbra, com o intuito de aumentar o clima de tensão). No cinema isso virou excesso, não vemos direito nem o monstro nem as mortes... Sentimos que tudo é rápido, barulhento, num típico terror B dos anos 80, mas feito nos 90.
O diretor Peter Hyams, de fitas scifi como “2010: O ano em que faremos contato” (1984, continuação de “2001: Uma odisseia no espaço”), “Capricórnio Um” (1977) e “Outland: Comando titânico” (1981), e ação, dentre eles “Mãos sujas sobre a cidade” (1974) e “De frente para o perigo” (1990), discute o perigo da manipulação genética, que pode criar monstros que fogem do controle humano (a carga, olhem só, vem do Brasil, e teve contato com uma tribo adoradora do diabo).



Tem participação dos veteranos Linda Hunt e James Whitmore, que dão um tchan na história. E a criatura, que pouco vemos, é do mestre dos efeitos visuais Stan Winston, de “Aliens” e “Jurassic Park”, ganhador de quatro Oscars. Longe de ser um exemplo de filme, vale uma espiada sem compromisso, principalmente quem curte fitas de monstros.

A relíquia (The relic). EUA/Reino Unido/Japão/Alemanha, 1997, 110 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Peter Hyams. Distribuição: Universal Pictures

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Cine Especial


Zuzu Angel

A luta da estilista brasileira Zuzu Angel (Patricia Pillar) contra a ditadura no Brasil dos anos 70, em busca de seu filho desaparecido, Stuart Angel (Daniel de Oliveira), um jovem estudante que integrou a luta armada.

Na época do lançamento (2006) elegi “Zuzu Angel” um dos melhores dramas biográficos da temporada, um filme engajado e emocionante, realizado no ápice das grandes produções brasileiras dos anos 2000. Anteontem pude rever o filme, em DVD, e ele continua bom e de certa maneira, atual.
A cinebiografia de Zuleika de Souza Netto, a Zuzu Angel (1921-1976), acompanha a dura jornada da estilista mineira em busca do filho desaparecido, abrindo “fogo” contra a ditadura militar na década de 70. Ela era uma mulher à frente de seu tempo, arejou o pensamento da moda brasileira contemporânea com suas formas e cores fora do comum, e ficou conhecida internacionalmente, chegando a ter como cliente estrelas de Hollywood, por exemplo, Liza Minnelli e Kim Novak. Seu lado social emergiu como um grito de alerta, na incansável busca por respostas quanto à morte do filho, Stuart Angel, torturado e morto em 1971, aos 25 anos – ele era estudante, integrou o movimento MR-8, que combatia a ditadura, e foi dado como “desaparecido político”.
Patrícia Pillar dá o tom vívido para a personagem angustiada, ao mesmo tempo uma mulher de fibra enfrentando os militares em pleno Anos de Chumbo. E morreu por isso (vítima de um suspeito acidente de carro na Gávea, no RJ, na madrugada de 14 de abril de 1976). Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade confirmou a morte de Zuzu e Stuart por agentes da repressão da ditadura, a partir da confissão de um dos acusados que atuou como delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). No ano passado, a jornalista Hildegard Angel, filha de Zuzu, obteve finalmente as novas certidões de óbito da mãe e do irmão, onde alteraram a causa das mortes como “morte não-natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistêmica e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”.
Um filmaço que mostra os abusos da ditadura militar, que foi um dos períodos mais sombrios e tensos da História do Brasil – segundo a Comissão da Verdade, 191 brasileiros morreram na ditadura, 210 permanecem desaparecidos, foram localizados 33 corpos, num total de 434 pessoas entre desaparecidos e mortos - e cerca de 337 agentes de órgãos de repressão foram identificados. Ditadura nunca mais!

Premiado em festivais no Brasil e pelo mundo, tem direção de Sergio Rezende, que criou uma série de biografias para o cinema (“O homem da capa preta”, “Lamarca”, “Guerra de Canudos”, “O paciente: O caso Tancredo Neves”), e escreveu o bom roteiro com Marcos Bernstein (co-roteirista de “Terra estrangeira”, “Central do Brasil” e “O xangô de Baker Street”).

Zuzu Angel (Idem). Brasil, 2006, 104 minutos. Drama. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Sergio Rezende. Distribuição: Warner Bros

sábado, 3 de outubro de 2020

Cine Clássico


A invasão dos discos voadores

Dr. Russell (Hugh Marlowe), cientista renomado, trabalha num projeto secreto do governo relacionado a pesquisas espaciais. Foguetes lançados pela equipe desaparecem de maneira misteriosa, então ele decide investigar o caso junto da esposa e assistente, Carol (Joan Taylor). Descobre que o desaparecimento dos foguetes tem relação com a vinda de extraterrestres à Terra, que causará, em poucos dias, destruição e pânico.

Esse grande clássico do cinema scifi americano acaba de ganhar edição especial em DVD pela Classicline, em disco duplo contendo a versão original em preto-e-branco e a colorizada por computador, além de extras. É diversão garantida, realizada nos primeiros anos da Corrida Espacial, quando se iniciou a exploração do sistema aéreo pelo homem, e também nos idos da paranoia da Guerra Fria.
Acompanhamos um cientista e a esposa que tentam salvar os Estados Unidos de alienígenas que atacam em suas naves redondas, exigindo “lealdade ou morte”. O roteiro tem um quê de estudos de ufologia, baseados em artigos sensacionalistas de jornais da época, e os efeitos visuais com bonecos, maquetes e uso de vídeos de desastres de avião são caprichados (por ser 1956), cautelosamente montados pelo marcante animador Ray Harryhausen (um mago dos efeitos de criação de monstros, que fez Simbad, Gulliver, “Fúria de titãs” etc). Tem duas cenas marcantes, a do “close encounter” com um ET abatido e a destruição de Washington no desfecho (Tim Burton homenageou a sequência em seu “Marte ataca!”).


O ator Hugh Marlowe participou, cinco anos antes, do clássico dos clássicos scifi, “O dia em que a Terra parou” (1951), e costumava aparecer em filmes do gênero.
Aventura scifi de alta qualidade. Assista!

A invasão dos discos voadores (Earth vs. the flying saucers). EUA, 1956, 83 minutos. Ficção científica. Preto-e-branco. Dirigido por Fred F. Sears. Distribuição: Classicline

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Cine Especial



Boneco do mal

Greta (Lauren Cohan) recebe uma irrecusável proposta de emprego, para trabalhar numa velha mansão como cuidadora de uma criança. Ao chegar lá, no primeiro dia, descobre que a criança é, na verdade, um boneco, que ocupa o lugar do filho dos proprietários da casa, que morreu há 20 anos. Greta tem uma lista de afazeres diários, e quando ela deixa de cumprir um, estranhos eventos tomam conta da mansão.

Rodado no Canadá com orçamento pequeno (U$ 10 milhões, rendendo U$ 36 milhões de bilheteria nos cinemas, em 2016), o filme de terror é um dos bons exemplares do gênero feitos recentemente, que não entrega o óbvio, ameniza cenas sangrentas de mortes, e guarda um momento-surpresa para o desfecho. É mais suspense psicológico que terror propriamente dito, por isso se diferencia da enxurrada de fitas do ramo e vale uma assistida. O boneco é sinistro, com um estranho rosto pálido, sem expressão, e cheio de segredos (ele ocupa o lugar de uma criança que morreu queimada, e aos poucos essa tragédia se revela no desenrolar do longa).
Como fã de cinema de horror, deixo a dica para quem ainda não assistiu (ele tem disponível em DVD e Bluray) – o roteirista Stacey Menear estreou aqui, e é o melhor trabalho do diretor William Brent Bell, que fez fitas B do gênero, como “Filha do mal” (2012).


Teve uma péssima continuação que estreou nos cinemas em março passado, que no Brasil mudou de título duas vezes, ficando “Brahms: Boneco do mal 2” (do mesmo diretor, e no elenco tem Katie Holmes). Esqueça essa segunda parte...

Boneco do mal (The boy). EUA/Canadá/China, 2016, 97 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por William Brent Bell. Distribuição: Imagem Filmes

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Nota do Blogueiro


A distribuidora Obras-primas do Cinema acaba de lançar dois boxes especiais para os colecionadores. No primeiro, "Sessão de terror Anos 80 - volume 3", quatro filmes do gênero se destacam: Pague para entrar, reze para sair (1981), O príncipe das sombras (1987), A passagem (1988) e Warlock: O demônio (1989). O outro é "Clássicos da animação", com quatro longas cultuados produzidos entre os anos 70 e 90: Uma grande aventura (1978), Quando o vento sopra (1986), Os anos de luz (1987) e Perfect blue (1997). As duas caixas são compostas por discos duplos, com muitos extras e cards colecionáveis.






Edições especiais

Destaque também para dois boxes exclusivos lançados pela OPC entre o final de 2019 e o início desse ano. São eles, "Frank Capra", contendo os filmes A mulher miraculosa (1931), O último chá do general Yen (1932), A mulher proibida (1932) e Dama por um dia (1933), e "Jacques Demy", com Lola, a flor proibida (1961), Os guarda-chuvas do amor (1964), Duas garotas românticas (1967) e Um quarto na cidade (1982). Todos com extras e cards.
Já nas melhores lojas! Obrigado, pessoal da OPC, pelo envio!