quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cine Lançamento


O contador de histórias

Baseado em fatos reais, o filme acompanha a trajetória de Roberto Carlos Ramos, hoje pedagogo e um dos mais renomados contadores de histórias do Brasil, de fama internacional. Nascido em uma favela em Belo Horizonte, passou a infância na Febem, local onde conheceu a educadora e pedagoga francesa Margherit Duvas (Maria de Medeiros), alicerce fundamental para a construção de seu repertório e conhecimento.

Um belíssimo drama brasileiro ligado a causas humanas, que até recebeu o selo da Unesco. A grande atriz portuguesa Maria de Medeiros, que viveu na França por muitos anos, encaixa-se sublimemente no papel – ela está ótima, domina as cenas com sua personagem sensível e amorosa. Como a pedagoga que “adota” o pequeno marginal, faz das tripas coração para que o menino se torne sociável, já que o aterrador ambiente onde foi criado não trouxe futuro digno para seu crescimento pessoal. Ela descobre o potencial escondido no rapaz e o inicia às práticas de leitura e ao contato com a boa literatura. Com todo esse arranjo perfeito entre roteiro (de José Roberto Torero), atuação, ritmo e sensibilidade, o filme tem estrutura suficiente para ser apontado como um dos destaques imperdíveis do ano.
Mesmo com poucos projetos rodados, o diretor Luiz Villaça demonstra ser fera no assunto - antes havia filmado o engraçadinho “Cristina quer casar” (2003), agradável, mas pouco memorável.
Confira “O contador de histórias”, um bom drama cuja vida dos personagens centrais trará emoções compreensíveis ao público. Por Felipe Brida

Título original: O contador de histórias
País/Ano: Brasil, 2009
Elenco: Maria de Medeiros, Marco Antônio, Cleiton dos Santos da Silva, Paulo Henrique, Ju Colombo, Victor Fasano, Chico Diaz.
Direção: Luiz Villaça
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Distribuidora: Warner Home Video

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Viva Nostalgia!

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Adorável avarento

Ebenezer Scrooge (Albert Finney) é um senhor rabugento que vive de mau humor e trabalha em um escritório em Londres, na primeira metade do século XIX. Odeia as festividades do Natal, só reclama da vida e despreza as pessoas que o cercam. Na véspera do Natal, sua vida começa a tomar novos rumos quando recebe a visita de três fantasmas – o do passado, o do presente e o do futuro. Será que Scrooge ainda tem chance de se tornar um homem de coração bom?

Musical de excelente qualidade visual, “Adorável avarento” é uma das melhores adaptações de “O conto de Natal”, de Charles Dickens, considerado um clássico natalino, talvez o mais famoso de todos os tempos, que inclusive já foi transformado em inúmeros filmes, musicais, espetáculo teatrais e séries de TV.
As lições de moral inseridas na história tratam sobre harmonia entre os homens, procura pela paz interior, ou seja, aqueles velhos temas de clima natalino, que, mesmo saturados, tornam a perspectiva do final de ano reflexiva.
Fita de primeira, com Albert Finney no papel de Scrooge, o velho que detesta o natal, e ainda com a participação especial de grandes nomes do cinema inglês, dentre eles Sir Alec Guiness (como o assombroso espírito das correntes) e Edith Evans, como o fantasma do passado.
Recebeu quatro indicações ao Oscar – direção de arte, figurino, trilha sonora e canção (“Thank you very much”). Disponível em DVD pela Paramount Pictures. Por Felipe Brida

Título original: Scrooge
País/Ano: Inglaterra, 1970
Elenco: Albert Finney, Kenneth More, Alec Guiness, Edith Evans, Laurence Naismith, Roy Kinnear, Kay Walsh.
Direção: Ronald Neame
Gênero: Musical
Duração: 113 min
Distribuidora: Paramount Pictures

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Especiais sobre cinema

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Natal. Palavrinha de cinco letras com um significado imenso! Para uns, é tempo de alegria e comilança. Para outros, reflexão e paz interior. Nesse período em que se faz planos para o ano vindouro, vamos alimentar nossos sonhos, sejam eles do tamanho de uma formiga ou grandões como um elefante.
Aos leitores registro aqui votos de paz e sabedoria, e que 2010 chegue como um ano de conquistas, de harmonia entre os homens, de recomeço.
E para garantir bons momentos em clima de final de ano, seguem dicas de filmes que entretém e nos faz refletir. Feliz 2010! Por Felipe Brida

A felicidade não se compra (1946)

De ilusão também se vive (1947 - foto acima)

Natal branco (1954)



Adorável avarento (1970 - foto)




Gremlins (1984 - foto)

Os fantasmas contra-atacam (1988)

Férias frustradas de Natal (1989)

Gremlins 2 – A nova batalha (1990)

Esqueceram de mim (1990)

Esqueceram de mim 2 (1992)

Parente é serpente (1992)

Milagre na rua 34 (1994 – refilmagem de “De ilusão também se vive”)

Um herói de brinquedo (1996)

Um natal bom pra cachorro (1998)

O grinch (2000)

Um duende em Nova York (2003 - foto)

Simplesmente amor (2003)

Um natal muito, muito louco (2004)

O expresso polar (2004)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cine Lançamento


Up – Altas aventuras

Vendedor de balões, o velhinho Carl Fredricksen (voz de Edward Asner) perde a esposa e passa a viver sozinho. Prestes a perder a casa para uma empreiteira, reluta em deixar o local. Após uma crise nervosa, agride uma pessoa com sua bengala e torna-se uma ameaça pública. Forçado a se internar em um asilo, o idoso torna realidade uma ideia mirabolante: enche milhares de balões dentro de sua casa, o que a faz voar. Seu sonho é viajar até à América do Sul para encontrar uma nova moradia.

“Up – Altas aventuras” é a nova animação da Disney/Pixar, que estreou no topo da bilheteria tanto norte-americana quanto na brasileira, arrecadando gordos milhões de dólares nos primeiros dias de exibição nos cinemas. Não é por menos. A fabulosa história encanta crianças, jovens e adultos. Tem um pouco de tudo e na medida certa: aventura, drama, suspense, comédia. São poucos personagens – na realidade temos apenas o velhinho protagonista, inicialmente carrancudo e com o passar da história deixa aflorar seu bom coração, e o escoteiro Russell, que se envolve em inúmeras aventuras ao lado do idoso. Mas o grande chamariz mesmo é a casa voadora – as bexigas cheias fazem-na voar como um balão, percorrendo as Américas!
Trata ainda de questões tidas como sociais, por exemplo o valor do ser humano na terceira idade. Aqui o idoso não é um ser inválido mesmo diante do despejo; ele assume seu lado jovial, passando a aproveitar a vida da maneira mais enérgica possível.
Dirigido por Pete Docter, do grupo da Disney, responsável por “Monstros S.A.” (2001), “Up” recebeu duas indicações ao Globo de Ouro para 2010 – melhor animação e trilha sonora para Michael Giacchino. Obviamente será um possível finalista do Oscar.
Na dublagem em português destaque para Chico Anísio; no áudio original a voz de Fredricksen é feita pelo veterano ator e dublador Edward Asner.
Um filme-família que serve como bom divertimento nesse final de ano. Por Felipe Brida

Título original: Up
País/Ano: EUA, 2009
Vozes de: Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Delroy Lindo, Bob Peterson, John Ratzenberger
Direção: Pete Docter
Gênero: Animação
Duração: 96 min.
Distribuidora: Pixar/Disney

domingo, 20 de dezembro de 2009

Morre a atriz Brittany Murphy aos 32 anos


A atriz Brittany Murphy, de apenas 32 anos, morreu na manhã de hoje, horas após dar entrada em um hospital em Los Angeles. Segundo informações do site TMZ, Brittany teve uma parada cardíaca na casa da mãe, onde morava com o marido.
Nascida em Atlanta, Geórgia, no dia 10 de novembro de 1977, a atriz iniciou carreira artística em comerciais televisivos bem jovem, no final da década de 80. Com 16 anos passou a atuar no popular seriado "Blossom". Estreou nos cinemas em "As patricinhas de Beverly Hills" (1995), e desde então trabalhou em inúmeros filmes. Dentre os principais estão "Freeway - Sem saída" (1996), "Drive - Tensão máxima" (1997), "Anjos rebeldes 2" (1998), "A matemática do diabo" (1999), "Garota, interrompida" (1999), "Medo em Cherry Falls" (2000), "Refém do silêncio" (2001), "Os garotos da minha vida" (2001), "Spun - Sem limites" (2002), "8 mile - Rua das ilusões" (2002), "Recém-casados" (2003), "Grande menina, pequena mulher" (2003), "Sin City" (2005), "O segredo de Neverwas" (2005), "Amor e outros desastres" (2006), "Happy feet - O pinguim" (2006 - voz) e "Correndo contra o tempo" (2009).
Brittany havia acabado de participar de "The expendables", a nova fita de ação dirigida por Sylvester Stallone prevista para ser lançada em 2010. Por Felipe Brida

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Morre o roteirista de filmes de terror e ficção Dan O’Bannon, aos 63 anos

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O roteirista de filmes de terror e ficção científica Dan O’Bannon morreu ontem aos 63 anos em Los Angeles. Em nota à imprensa, a família informou que Dan havia ficado doente nos últimos meses. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em 30 de setembro de 1946 em Saint Louis, Missouri, O’Bannon escrevia roteiros de cinema inspirado nas revistas em quadrinhos “Contos da cripta”. Considerado um de seus trabalhos mais célebres, o roteiro de “Alien – O oitavo passageiro” (1979 - foto abaixo), bem como a criação do personagem monstruoso, reformulou o gênero ficção científica, gerando seqüências e muitas imitações.
Também escreveu o roteiro de “Dark star” (1974), “Os mortos-vivos” (1981), “Força sinistra” (1985), “O vingador do futuro” (1990) e “Screamers – Assassinos cibernéticos” (1995). Foi responsável por escrever uma dos segmentos da animação dark “Heavy Metal – Universo em fantasia” (1981) e ainda foi co-roteirista de “Trovão azul” (1983).
Ao longo da carreira dirigiu dois filmes: “A volta dos mortos-vivos” (1985 – com roteiro próprio) e “Renascido das trevas” (1992).
Em 1977 integrou a equipe de consultores de efeitos visuais da superprodução “Star wars” (1977), dirigida por George Lucas.
O’Bannon era casado e deixa um filho. Por Felipe Brida

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Morre a atriz Jennifer Jones aos 90 anos


Ganhadora do Oscar de melhor atriz por "A canção de Bernardette" em 1944, Jennifer Jones morreu hoje aos 90 anos, em sua casa em Malibu, Califórnia. A atriz, nascida no dia 2 de março de 1919 em Tulsa, Oklahoma, recebeu ainda outras quatro indicações ao Oscar, três deles em anos consecutivos - "Desde que partiste" (1944), "Um amor em cada vida" (1945) e "Duelo ao sol" (1946), e depois por "Suplício de uma saudade" (1956).
Iniciou os trabalhos no cinema no final em 1939, e em 35 anos de carreira participou de aproximadamente 25 filmes, dentre eles "O retrato de Jennie" (1948), "Adeus às armas" (1957) e "Suave é a noite" (1962). Afastada das telas desde "Inferno na torre" (1974), passou a se dedicar, a partir da década de 80, à uma fundação para doentes mentais, que leva seu nome.
Foi casada com o ator Robert Walker e também com o produtor David O. Selznick. A atriz deixa três filhos. Por Felipe Brida

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Especiais sobre cinema


Nomeados ao Globo do Ouro 2010 são anunciados

Os indicados ao Globo de Ouro 2010 foram anunciados na manhã de ontem pela Hollywood Foreign Press Association. Na liderança, com seis nomeações, incluindo melhor filme (drama), está a comédia dramática “Amor sem escalas”, seguido do musical “Nine”, que acumula cinco indicações ao prêmio.
A 67ª edição do Globo de Ouro será realizada no dia 17 de janeiro, no Hotel Beverly Hilton, em Los Angeles. Pela primeira vez na história o evento cinematográfico, considerado uma prévia do Oscar, terá transmissão ao vivo, pela NBC, a partir das 17 horas (horário local/EUA), com apresentação do comediante inglês Ricky Gervais. Na cerimônia também haverá uma homenagem especial ao cineasta Martin Scorsese, que receberá o prêmio Cecil B. DeMille, pela carreira.
Segue abaixo a lista completa dos indicados na grande categoria "cinema". Por Felipe Brida


Melhor Filme - Drama

"Avatar"
"Guerra ao terror"
"Bastardos inglórios"
"Preciosa – Uma história de esperança"
"Amor sem escalas"


Melhor Filme - Comédia ou Musical

"(500) dias com ela"
"Se beber, não case"
"Simplesmente complicado"
"Julie & Julia"
"Nine"


Melhor Atriz - Drama

Emily Blunt, "The young Victoria"
Sandra Bullock, "The blind side"
Helen Mirren, "The last station"
Carey Mulligan, "Educação"
Gabourey Sidibe, "Preciosa – Uma história de esperança"


Melhor Ator - Drama

Jeff Bridges, "Crazy heart"
George Clooney, "Amor sem escalas"
Colin Firth, "A single man"
Morgan Freeman, "Invictus"
Tobey Maguire, "Brothers"


Melhor Atriz - Comédia ou Musical

Sandra Bullock, "A proposta"
Marion Cotillard, "Nine"
Meryl Streep, "Simplesmente complicado"
Meryl Streep, "Julie & Julia"
Julia Roberts, "Duplicidade"


Melhor Ator - Comédia ou Musical

Matt Damon, "O desinformante"
Daniel Day-Lewis, "Nine"
Robert Downey Jr., "Sherlock Holmes"
Joseph Gordon-Levitt, "(500) dias com ela"
Michael Stuhlbarg, "A serious man"


Melhor Ator Coadjuvante

Matt Damon, "Invictus"
Stanley Tucci, "Um olhar do paraíso"
Christopher Plummer, "The last station"
Christopher Waltz, "Bastardos inglórios"
Woody Harrelson, "The messenger"


Melhor Atriz Coadjuvante

Mo’Nique, "Preciosa – Uma história de esperança"
Julianne Moore, "A single man"
Anna Kendrick, "Amor sem escalas"
Vera Farmiga, "Amor sem escalas"
Penélope Cruz, "Nine"


Melhor Diretor

Kathryn Bigelow, "Guerra ao terror"
James Cameron, "Avatar"
Clint Eastwood, "Invictus"
Jason Reitman, "Amor sem escalas"
Quentin Tarantino, "Bastardos inglórios"


Melhor Roteiro

"Amor sem escalas"
"Simplesmente complicado"
"Distrito 9"
"Guerra ao terror"
"Bastardos inglórios"


Melhor Filme em Língua Estrangeira

"Baaria" (Itália)
"Abraços partidos" (Espanha)
"A prophet" (França)
"The white ribbon" (Alemanha)
"La nana" (Chile)


Melhor Filme de Animação

"Coraline e o mundo secreto"
"O fantástico Sr. Raposo"
"Tá chovendo hambúrguer"
"A princesa e o sapo"
"Up - Altas aventuras"


Melhor Canção

I will see you - "Avatar"
The weary kind - "Crazy heart"
Winter - "Brothers"
Cinema Italiano - "Nine"
I want to come home - "Everybody's Fine"


Melhor Trilha Sonora Original

Michael Giacchino, "Up - Altas aventuras"
Marvin Hamlisch, "O desinformante"
James Horner, "Avatar"
Abel Krozeniowski, "A single man"
Karen O. & Carter Burwell, "Onde vivem os monstros"

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Viva Nostalgia!


Cría cuervos

Em Madri, três irmãs, todas menores, são criadas pela austera tia após a morte dos pais. Dentre as órfãs está Ana (Ana Torrent), uma garotinha pensativa e fascinada pela morte. Presenciara a mãe agonizar na cama até morrer, e logo depois encontrara o pai morto. Só que um mistério ronda o passado da pequena menina.

Obra-prima do diretor espanhol Carlos Saura, vencedora do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 1976 e indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro.
Aparentemente o filme é um retrato sobre a infância. Porém a psicologia é mais profunda. Saura esteve engajado contra o regime totalitário de Francisco Franco (conhecido como “El Caudillo”) na Espanha; por causa disso, “Cria cuervos” carrega uma aura de mistério, metáforas e inúmeras simbologias, que já se inicia com o próprio título – uma alusão ao ditado espanhol: “Crie corvos e eles te comerão os olhos”. A mãe agonizando na cama remete à ideia da pátria doente, assim como o envolvimento do general com a amante implica na concepção implícita da traição do país – e que culmina com a criança matando o pai com veneno, simbolizando a revolta popular a fim de depor o presidente. A música-tema, cantada por Jeanette, “Por que te vas”, sucesso na época, é cínica e ambígua.
No elenco, destacam-se a garotinha Ana Torrent, em início de carreira – hoje uma mulher belíssima e importante atriz, além de Geraldine Chaplin, em papel duplo feito em tempos diferentes – a mãe e a filha (na fase adulta).
Um clássico de nossos tempos, que sai agora em boa cópia pela Platina Filmes. Por Felipe Brida

Título original: Cría Cuervos
País/Ano: Espanha, 1976
Elenco: Geraldine Chaplin, Ana Torrent, Monica Randall, Florinda Chico, Hector Alterio.
Direção: Carlos Saura
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Distribuidora: Platina Filmes

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cine Lançamento


Jean Charles

História real do brasileiro Jean Charles de Menezes (Selton Mello), que, confundido com um homem-bomba durante a onda de ataques terroristas em Londres, em 2005, foi assassinado pela polícia britânica dentro do metrô da capital.

O cineasta Henrique Goldman adaptou para as telas (assinando roteiro e direção) a vida do jovem emigrante Jean Charles, mundialmente conhecido após ser inocentemente morto a tiros pelas forças armadas da Scotland Yard em Londres, há quatro anos. O resultado é um excelente filme biográfico, produzido e rodado na Inglaterra, e infelizmente esquecido nas premiações de cinema tanto dentro quanto fora do Brasil.
Retrata, de forma humana e muito sincera, não só a história de Jean Charles de Menezes, o rapaz nascido em Minas Gerais, mas a de tantos outros Jeans, jovens sonhadores em busca de trabalho na cidade grande, obcecados pelo sucesso, à procura de melhores condições de vida, correndo atrás de um suposto futuro promissor.
Desde o início o público sabe qual será o desfecho, portanto a fita é triste e pode emocionar.
O bom elenco faz a diferença – Selton Mello está mais natural que de costume, no papel principal; a ótima Vanessa Giácomo marca naturalidade; e o humorista Luís Miranda dá um show com seu tom cômico moderado. E tem ainda a participação especial do cantor Sidney Magal, no final.
Desta safra de nacionais, um dos melhores da lista. Por Felipe Brida

Título original: Jean Charles
País/Ano: Inglaterra, 2009
Elenco: Selton Mello, Vanessa Giácomo, Luís Miranda, Renu Setna. Participações especiais: Sidney Magal, Daniel de Oliveira.
Direção: Henrique Goldman
Gênero: Drama
Duração: 91 min.
Distribuidora: Imagem Filmes

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Morre o ator Gene Barry aos 90 anos


O ator Gene Barry morreu na noite da última quarta-feira aos 90 anos em sua casa, em Los Angeles. Vencedor do Globo de Ouro de melhor ator pelo seriado de TV “Burke’s Law” (1965), Barry faleceu de causas naturais, segundo informou a agência de notícias Associated Press.
Nascido em 14 de junho de 1919 na cidade de Nova York, Barry dedicou-se a inúmeros trabalhos na TV. Protagonizou o seriado western “Bat Masterson” (1958-1961) e fez participações especiais em “A ilha da fantasia”, “O barco do amor”, “As panteras” e “Além da imaginação”.
Foram poucos os trabalhos no cinema. Das produções destacam-se as duas versões de “Guerra dos mundos” (a de 1953 e a de 2005), ”Cidade atômica” (1952), “Ligas encarnadas (1954) e “O aventureiro de Hong Kong” (1955). Atuou ainda em dois filmes dirigidos por Samuel Fuller, ambos em 1957 - “China gate” e “Dragões da violência”.
O ator era viúvo e deixa três filhos, três netos e dois bisnetos. Por Felipe Brida

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Resenhas & Críticas


Viva o Gordo

Chega em DVD, pela Som Livre em parceria com a Globo Marcas, uma coletânea especial com as melhores esquetes do programa humorístico “Viva o gordo”, exibido pela Rede Globo entre 1981 e 1987. O DVD duplo totaliza 5h30 de puro riso e nostalgia, com os personagens mais hilários imortalizados pelo comediante e hoje apresentador de TV Jô Soares, influenciado pelo modelo de fazer comédia de Chico Anísio.
Na época de seu lançamento, o país vivia os anos finais da Ditadura – a Anistia já havia sido decretada, as eleições diretas circulavam na boca do povo, e o regime militar ruía com o presidente João Baptista Figueiredo. Devido a tais fatos históricos, “Viva o gordo” traça, de forma irônica e também cínica, assuntos daquele momento, por exemplo o fim da censura e do exílio, ou seja, há um sem número de críticas sociais certamente datados se vistos atualmente. Para aqueles que não viveram a década de 80 ou para a geração mais nova que desconhece a História Contemporânea do Brasil, poderá não acompanhar as piadas. Se olharmos bem, todo programa de humor em formato de esquetes, seja aqui ou lá fora, são elaborados a partir de atualidades, momentos do hoje.
Bem editado, o DVD, embalado em uma lata redonda toda colorida, vem dividido por ano de exibição, cada qual com os personagens de maior destaque do período, como a atriz da pornochanchada Bô Francineide, o sonegador Bianor, Múcio, Al Cafona, Don Casqueta, Zé da Galera, Capitão Gay (foto ao lado), Dr. Caldeira e a amante argentina, Reizinho etc. E os bordões? “Tem pai que é cego” (dita por Tavares, pai de filhos homossexuais), “Olha como é que eu tô” (Geléia, o guarda medroso) e “Bocãão” (Turíbio, o dentista doido por mulheres).
Um bom material para se ter na coleção, para ver, rever e gargalhar. Por Felipe Brida

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Morre o ator Richard Todd


O ator irlandês Richard Todd, ex-combatente na Segunda Guerra Mundial, morreu ontem aos 90 anos em Lincolnshire, Inglaterra. Nas seis décadas dedicadas ao cinema, Todd atuou em dezenas de filmes de guerra, drama e aventura. Recebeu inclusive uma indicação ao Oscar de melhor ator por "Coração amargurado" (1949).
Nascido em Dublin, no dia 11 de junho de 1919, antes da carreira artística trabalhou no Exército. Na Segunda Guerra, comandou um pelotão de soldados durante o desembarque da Normandia (no chamado "Dia D"), tornando-se um dos heróis da batalha.
Iniciou-se como ator a partir dos anos 40. Dentre as produções de destaque estão "Labaredas do inferno" (1955), "A rainha tirana" (1955), "O dia D" (1956), "Joana D'Arc" (1957), "Intent to kill" (1958), "O mais longo dos dias" (1962) e "À beira do abismo" (1978).
O ator era casado e deixa quatro filhos. Por Felipe Brida

Cine Lançamento


Biografia do imperador mongol Genghis Khan (1168-1227), um dos maiores conquistadores da história universal. Nascido no sul da Sibéria com o nome de Temudjin, a vida de Khan foi cercada por lendas xamânicas e mitos orientais. Após presenciar o clã familiar ser destruído, cresceu em busca de vingança. Na ascensão do seu império, organizou um exército impiedoso, reconhecido pelas estratégias e táticas de guerra bem sucedidas.

Épico exemplar e emocionante, produzido no Cazaquistão e rodado em diversos países, como Sibéria, Rússia e China. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2008, perdeu para o polonês “Os falsários” (divulgado na edição do dia 13 de novembro na coluna Cinema em foco).A narrativa acompanha uma “meia” saga de Genghis Khan (da infância até a ascensão ao poder), líder dos guerreiros mongóis. No poder, conquistou o império persa, engolindo as fronteiras do sul da Rússia, e partes da China e da Ucrânia. Seu grupo, lotado de homens frios e vingativos, foi responsável por mais de um milhão de mortes diante das centenas de batalhas travadas.Um filme sobre heroísmo e vingança, com uma espetacular fotografia das gélidas paisagens da Sibéria que enche o olhar do público.O russo Sergei Bodrov dirige essa aventura épica, feita sumariamente para substituir dois antigos projetos comerciais e desastrosos sobre Genghis Khan, que nunca deram certo – são eles “Sangue de bárbaros” (1956), com John Wayne na pele do imperador (que loucura!), considerado uma fita maldita, já que após as gravações, nas planícies de Utah, grande parte do elenco morreu de câncer, em decorrência de o lugar ter sido contaminado por bombas químicas, e Omar Sharif no filme “Genghis Khan”, de 1965.Digno de méritos, aplausos e calorosa recepção. Por Felipe Brida

Título original: Mongol
País/Ano: Cazaquistão/Mongólia/Rússia/Alemanha, 2007
Elenco: Tadanobu Asano, Honglei Sun, Khulan Chuluun, Aliya, Ba Sen.
Direção: Sergei Bodrov
Gênero: Aventura/Drama
Duração: 126 min.
Distribuidora: Europa Filmes

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Morre a atriz brasileira Leila Lopes


A atriz Leila Lopes, de 50 anos, foi encontrada morta na madrugada de ontem, em sua residência, no bairro Morumbi (São Paulo), vítima de uma parada cardiorrespiratória. A polícia investiga a hipótese de suicídio.
Nascida em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, no dia 19 de novembro de 1959, Leila iniciou a carreira como atriz na extinta Rede Manchete, nas novelas “Pantanal” (1990) e “O guarani” (1991). Contratada pela Rede Globo, atuou em “Despedida de solteiro” (1992), “Renascer” (1993), “Tropicaliente” (1994) e “O rei do gado” (1996), e ainda participou de episódios de “Você decide” e “Malhação” (1997). Sua última aparição na TV deu-se em “Marcas da paixão” (2000), na Rede Record.
Em 2008 causou polêmica no meio artístico ao atuar em três filmes pornográficos. Por Felipe Brida

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Viva Nostalgia!

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O gato de nove caudas

Com a ajuda do ex-jornalista Franco Arno (Karl Malden), hoje cego e aposentado, o repórter Carlo Giordani (James Franciscus) tenta resolver uma série de mortes relacionadas a uma empresa farmacêutica.

Nos anos 70, o cultuado diretor Dario Argento inovou o cinema italiano com uma nova perspectiva de filmes de suspense sobre serial killers, cujo estilo recebeu o nome de “giallo” – além de ser responsável pelas fitas de terror em tom sobrenatural com cores estilizadas (como Suspiria, seu melhor projeto). Antes de “O gato” Argento rodou “O pássaro das plumas de cristal” (1970) e logo depois “Quatro moscas no veludo azul” (1971), todos “gialli” da fase inicial do cineasta, com aquele gostinho de Hitchcock.
“O gato de nove caudas” é o único com elenco de famosos – Karl Malden, recentemente falecido, e James Franciscus, morto precocemente em 1991, formam a dupla de jornalistas investigadores.
Repleto de cortes bruscos e close-up, técnicas comuns do diretor italiano, só descobrimos o assassino na conclusão. Ao longo da fita só vemos os olhos do cruel matador, em flashes embaçados, piscando – outro recurso diferenciado de Argento, que virou efeito do suspense norte-americano “Os olhos de Laura Mars” (1978). Vale também a bonita trilha sonora, assinada pelo mestre Ennio Morricone.
Aos apreciadores de thriller, uma opção para se redescobrir agora em DVD, lançado pela Platina Filmes. Aliás, a edição em widescreen traz boa qualidade de imagem, com a dublagem em inglês e italiano. Por Felipe Brida


Título original: Il gatto a nove code
País/Ano: Itália/França/Alemanha, 1971
Elenco: Karl Malden, James Franciscus, Catherine Spaak, Pier Paolo Capponi, Horst Frank.
Direção: Dario Argento
Gênero: Suspense
Duração: 112 min.
Distribuidora: Platina Filmes

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Há tanto tempo que te amo

Juliette Fontaine (Kristin Scott Thomas) sai da prisão após cumprir pena de 15 anos acusada de ter assassinado o filho pequeno. Profundamente abalada, Juliette é acolhida pela irmã, Léa (Elsa Zylberstein), e encontrará uma série de dificuldades para se reintegrar à sociedade.

Ficou fora da lista dos nomeados ao Oscar esse trágico drama francês indicado a dois Globos de Ouro (melhor atriz para Kristin Scott Thomas e filme estrangeiro). Acompanha as dificuldades de uma mãe sofrida em retornar à vida social, marginalizada pela família e amparada apenas pela irmã mais nova. Kristin Scott Thomas esbanja novamente seu potencial em um papel difícil, amargo, que exige verve – a atriz está desglamourizada, envelhecida, o que ajuda a criar o perfil de uma mulher massacrada pelos fantasmas do passado, por ter cometido uma atitude desesperadora só revelada no final.
Humano, poético, intimista, o filme, o primeiro dirigido por Philippe Claudel, é um forte exercício psicológico sobre reintegração social. Para mulheres sentirem a essência da alma de Juliette e se emocionarem. Por Felipe Brida

Título original: Il y a longtemps que je t'aime
País/Ano: França/Alemanha, 2008
Elenco: Kristin Scott Thomas, Elsa Zylberstein, Serge Hazanavicius, Laurent Grévill.
Direção: Philippe Claudel
Gênero: Drama
Duração: 117 min.
Distribuidora: Paramount Pictures

domingo, 22 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Inimigos públicos

Depressão Americana, anos 30. Em meio à crise provocada pelo crack da Bolsa de Valores, John Dillinger atemoriza a polícia norte-americana devido aos seus meticulosos assaltos a bancos. Líder de um grupo de corajosos criminosos, Dillinger vira alvo fácil do FBI e atinge o “status” de inimigo público.

Biografia linear do famoso ladrão de bancos John Dillinger (1903-1934), eleito pelo FBI como inimigo público durante a Grande Depressão, acusado de matar dezenas de policiais. O personagem real, aqui interpretado por Johnny Depp em atuação nada mais do que convencional, era um destemido fora-da-lei, violento e sem escrúpulos. Escapou ileso de atentados, foi preso em várias ocasiões e organizou planos de fuga mirabolantes dentro da cadeia.
“Inimigos públicos” resgata momentos da vida do bandido, desdobrando-se em cenas de tiroteios e perseguições de carro bem montadas – uma delas é a interminável emboscada na floresta, cheia de balas, capotamento de automóveis e assassinatos.
Porém como produção hollywoodiana o filme é longo, e o roteiro é um velho conhecido da indústria de cinema, já filmada outrora (o temível assaltante foi encarnado por Lawrence Tierney, Warren Oates e até Martin Sheen).
O título, tanto o original quanto o traduzido, faz menção à era desses bandidos do início do século, só que o projeto se volta apenas a Dillinger – e não de outros criminosos como faz supor, como Bonnie & Clyde, que viveram a mesma época.
O “Batman” Christian Bale também não marca com a figura pacífica de um investigador do FBI, tampouco Marion Cottilard, premiada com o Oscar no papel da cantora francesa Edith Piaf no ano passado, infelizmente em segundo plano, mal aproveitada como par romântico de Depp.
Projeto audacioso do expert Michael Mann (de “Fogo contra fogo” e “O informante”), com boa direção de arte, mas sem um “quê” especial ou mesmo marcante. Por Felipe Brida

Título original: Public enemies
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cottilard, Billy Crudup, James Russo, Giovanni Ribisi, Stephen Dorff, Channing Tatum, Rory Cochrane, Stephen Lang, Leelee Sobieski.
Direção: Michael Mann
Gênero: Ação/ Drama
Duração: 140 min
Distribuidora: Universal Pictures

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Morre o produtor de cinema Herbert Richers


O produtor de cinema Herbert Richers morreu hoje aos 86 anos de idade. Ele estava internado na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, após enfrentar graves problemas renais.
Nascido no dia 11 de março de 1923 em Araraquara, interior de São Paulo, Richers fundou, em 1956, e dirigiu um dos maiores estúdios de dublagens do país, responsável pela produção de cinejornais e distribuição de longas-metragens. Ao todo a empresa “Herbert Richers Produções Cinematográficas” produziu 58 filmes (de 1956 a 1975), como as chanchadas “Pé na tabua” (1957), “É de chuá” (1958), “Os três cangaceiros” (1959), “Pistoleiro Bossa Nova” (1959), “Garota enxuta” (1959), “Marido de mulher boa” (1960) e “Um candango na Belacap” (1961).
No Cinema Novo esteve à frente de dramas sérios e contundentes, como “O assalto ao trem pagador” (1962), “Vidas secas” (1963), “Paraíba – Vida e morte de um bandido” (1966) e “Mineirinho vivo ou morto” (1967).
Como produtor encerrou suas atividades no cinema na década de 70, época em que realizou “Meu pé de laranja lima” (1970), “As confissões do frei Abóbora” (1971), “Rua descalça” (1971) e “Ana, a libertina” (1975), seu último trabalho.
Richers deixa três filhos, dentre eles o ator e também produtor de filmes Herbert Richers Jr. Seu corpo será cremado amanhã, no Rio. Por Felipe Brida

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Morre o ator inglês Edward Woodward


O veterano ator inglês Edward Woodward morreu hoje aos 79 anos. Mais lembrado pelo cult de terror “O homem de palha” (1973) e das séries televisivas “Callan” (1967-1972) e “The equalizer” (1985-1989), Woodward estava internado em um hospital inglês em decorrência de uma grave pneumonia.
Nascido em Croydon, Surrey, Inglaterra, no dia 1º. e junho de 1930, o ator firmou vasta carreira no cinema, na TV e no teatro. De 1955 para cá participou de 40 seriados e mais de 40 filmes, dentre eles “Becket” (1964), “Nas garras do leão” (1966), “Callan” (1974), “Breaker Morant” (1980), “As viagens de Gulliver” (1996), “The abduction club” (2002) e “Chumbo grosso” (2007).
Woodward era casado, pela segunda vez, com a atriz de séries inglesas Michele Dotrice e deixa quatro filhos. Por Felipe Brida

domingo, 15 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Os falsários

Falsificador de documentos, o judeu Salomon Sorowitsch (Karl Markovics) ganha notoriedade pela perfeição de seus trabalhos escusos. Preso durante a Segunda Guerra Mundial, “Sally” comanda um grupo de prisioneiros judeus, financiado pelos nazistas, para o maior plano de falsificação de dinheiro da história, conhecido como “Operação Bernhard”. Em meio às bombas, fuzilamentos e câmaras de gás, os prisioneiros terão pela frente a truculenta ação criminosa para beneficiar o Reich Alemão.

Vencedor do Oscar na categoria filme estrangeiro em 2008, “Os falsários” remonta a trajetória real do maior fraudador de notas de todos os tempos, Sorowitsch, um judeu na mira dos nazistas que, preso em um campo de concentração, aceita colaborar com os alemães na “Operação Bernhard”. Para atingir os resultados, lidera um pequeno grupo de judeus na mesma situação que a dele, monta um galpão para produzir dinheiro falso e dessa maneira ergue o maior esquema de falsificação de papel da história – ao todo foram produzidas 132 milhões de libras. Com uma regular montagem de época, esse drama de guerra é uma co-produção Áustria-Alemanha, cujo excelente ponto de partida se resolve pelo bom elenco – o protagonista Karl Markovics, mesmo com aquela cara sonolenta, traz uma feição pesada, amargurada, que ajuda a entender seus demônios interiores. Na verdade reside aí uma questão paradoxal: um judeu nadando contra a corrente, alimentando os negócios ilícitos dos nazistas na Segunda Guerra. Por isso, o personagem central vive um dilema macabro, a cada dia vendendo um pouco de sua alma ao diabo. O filme tem alguns defeitos de estrutura; sinto falta de mais injeção de vida à trama. Não me emocionou e nem me provocou impacto – por isso prefiro o antecessor “A vida dos outros”, que se assemelha em muitas questões. Mas sem duvida é uma fita importante, vale conhecer. Direção assinada pelo austríaco Stefan Ruzowitzky, o mesmo de Anatomia (as duas partes). Por Felipe Brida

Título original: Die fälscher
País/Ano: Áustria/Alemanha, 2007
Elenco: Karl Markovics, August Diehl, Devid Striesow, August Zirner, Veit Stubner.
Direção: Stefan Ruzowitzky
Gênero: Drama
Duração: 98 min.
Distribuidora: Europa Filmes

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Morre a atriz brasileira Mara Manzan


A atriz e comediante Mara Manzan morreu na manhã de hoje aos 57 anos. Ela estava internada desde o último sábado (dia 7) no Hospital Rio's D'or, em decorrência de uma pneumonia. Desde 2008 a atriz vinha lutando contra um câncer de pulmão, doença que se agravara nos últimos meses.
Nascido em São Paulo no dia 28 de maio de 1952, Mara Manzan atuou em 10 novelas da Rede Globo, dentre elas "A viagem" (1994), "Salsa & Merengue" (1996), "Pecado capital" (1998), "O clone" (2001), "Kubanacan" (20032), "Senhora do destino" (2004), "Duas caras" (2007) e "Caminho das Índias" (2009). Ainda fez participação especial na minissérie "Hilda Furacão" (1998) e no filme "Sexo com amor?" (2008).
Casada, deixa uma filha e três netos. Por Felipe Brida

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Cine Lançamento


Transformers – A vingança dos derrotados

Novamente sob a mira dos gigantescos Decepticons, Sam (Shia LaBeouf) terá de enfrentar a fúria dos robôs, que precisam do rapaz vivo para remontar a origem dos Transformers. Para proteger o jovem, militares apoiados pela força internacional unem-se aos Autobots, o que gera uma guerra robótica sem precendentes.

Sequência inferior da fita de ação “Transformers”, indicada a três Oscars em 2008 e adaptada do desenho animado dos anos 80. Com repercussão calorosa do público, mas não da crítica, esta segunda parte angariou uma bilheteria monstruosa no mundo inteiro, em especial nos Estados Unidos, na China e no Brasil.
A mesma equipe de produtores comandada por Michael Bay volta com toda a parafernália de efeitos visuais ágeis, a fim de remontar a origem dos robôs lutadores. O problema é que ficou sério demais, perdendo o lado romântico e cômico do filme anterior. Ainda mais longo que o primeiro (a duração chega a 2h30), a ação/aventura ficou arrastada dissipando-se em muitas histórias paralelas sem novidades. Nem mesmo o astro Shia LaBeouf, o protagonista, se contém: está esquisito e caricato demais.
Os efeitos em computação gráfica continuam espetaculares, um show à parte, bem intensos. Além dos carros e caminhões, pessoas passam a se transformar em robôs, num estilo futurista à la “Exterminador do futuro”.
Válido como um passatempo sem compromisso, para ingerir rapidamente e logo esquecer. Por Felipe Brida

Título original: Transformers: Revenge of the fallen
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, John Turturro, Tyrese Gibson, Kevin Dunn.
Direção: Michael Bay
Gênero: Ação/Aventura
Duração: 150 min.
Distribuidora: Paramount Pictures

domingo, 8 de novembro de 2009

Morre o ator e diretor Anselmo Duarte


O ator e diretor Anselmo Duarte faleceu na madrugada de ontem aos 89 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).
Nascido na cidade de Salto, interior de São Paulo, no dia 21 de abril de 1920, Duarte iniciou a carreira artística como ator em produções brasileiras e argentinas do final dos anos 40 - como "Não me diga adeus" (1947) e "Querida Susana" (1947). Seu primeiro sucesso frente às telas foi na chanchada "Carnaval no fogo" (1949), dirigida por Waltson Macedo. A partir dos anos 50 rapidamente tornou-se galã, atuando em importantes produções, como "Aviso aos navegantes" (1950), "Tico-tico no fubá" (1952), "Apassionata" (1952), "Sinhá moça" (1954), "Depois eu conto" (1956) e "Absolutamente certo" (1957). Ainda esteve no elenco de "O caso dos irmãos Naves" (1967), "A madona de cedro" (1968), "Independência ou morte" (1972) e "O marginal" (1974).
Destacou-se internacionalmente como diretor, realizando uma das obras-primas do cinema brasileiro, "O pagador de promessas" (1962), que rendeu ao filme a Palma de Ouro em Cannes e ainda uma indicação ao Oscar na categoria melhor filme estrangeiro. Dentre outras nove produções dirigidas, destacam-se "Um certo capitão Rodrigo" (1971), "O descarte" (1973) e "Os trombadinhas" (1979).
Duarte trabalhou também como roteirista, editor e produtor de alguns filmes próprios - e ainda compôs o corpo de jurados do Festival de Cannes em 1971.
O ator foi enterrado na manhã deste domingo no cemitério de Salto. Por Felipe Brida

sábado, 24 de outubro de 2009

Cine Lançamento

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Tudo por ela

Julien (Vincent Lindon) é um professor de francês que leva uma vida pacífica com a dedicada esposa Lisa (Diane Kruger) e o filho pequeno. Certo dia, policiais invadem o apartamento do casal e prende Lisa; ela é acusada de assassinar uma mulher no estacionamento de um prédio, fato que ela nega ter se envolvido. Acreditando na inocência da mulher, Julien fará de tudo para retirá-la da penitenciária feminina.

Um bom filme francês da nova safra do país, com clima tenso no mais típico estilo thriller. Logo de início sabemos que a mulher não cometeu o crime que a levara à cadeia, por isso resta torcermos pelos personagens, que vivem um desespero danado em busca de solução para o caso.O marido aflito atinge as últimas consequencias, disposto a organizar um plano secreto para arrancar da prisão, a todo custo, a mulher que tanto ama.Momentos mais sensíveis – a angústia do casal – injetam dramaticidade na história para proporcionar mais realismo, o que resulta em um bom acabamento.Apesar de moralmente discutível (o professor torna-se cada vez mais violento, ouvindo conselhos de traficantes e bandidos para falsificar documentos e assim invadir a penitenciária) e apresentar reviravoltas um tanto impossíveis, a fita prende o público até o fim. Prepare-se: a tensão cresce a cada instante, atingindo um clímax aonde roemos as unhas! Até que ponto você chegaria para salvar a pessoa que ama?Primeiro longa do diretor Fred Cavayé, responsável por uma série de curtas-metragens na França. O remake, já com o título “The next three days”, está sendo rodado por Paul Haggis (do importante “Crash – No limite”); o novo filme conta com Russell Crowe no papel principal, previsto para ser lançado em 2011. Por Felipe Brida

Título original: Pour elle
País/Ano: França, 2008
Elenco: Vincent Lindon, Diane Kruger, Lancelot Roch, Olivier Marchal, Hammou Graïa.
Direção: Fred Cavayé
Gênero: Drama/Suspense
Duração: 96 min.
Distribuidora: Paramount Pictures

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Resenhas & Críticas

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Tempo de resistência

Documentário brasileiro sobre os movimentos estudantis e de luta armada que se organizaram para combater o Regime Militar após o golpe de 1964 no Brasil.
Um exímio resgate histórico baseado no livro homônimo escrito pelo ex-militante político, advogado e músico Leopoldo Paulino, que chegou a trabalhar em um escritório de advocacia em Catanduva na década de 60 – atualmente ele reside em Ribeirão Preto, onde foi vereador por seis mandatos.Os historiadores e interessados, até mesmo estudantes, devem conhecer esse retrato minucioso que faz um panorama das organizações que enfrentaram a ferra e fogo a Ditadura Militar no Brasil, movidas pelo ideal de liberdade de expressão e do fim do autoritarismo opressor. Trechos extraídos da obra de Paulino se complementam com depoimentos de políticos, militantes e guerrilheiros que foram punidos pelo Regime Militar, alguns até exilados, como o próprio autor (idealizador do projeto), Franklin Martins, José Dirceu e Aloysio Nunes Filho.Uma autêntica aula audiovisual de História do Brasil, bem contada, com histórias e relatos impactantes. Traz ainda um vasto material recortado da época, com imagens reais de ações dos movimentos de luta armada e de manifestações sociais, atitudes estas que culminaram com o fim do militarismo no Poder e consequentemente a redemocratização na década de 80. Por Felipe Brida

Título original: Tempo de resistência
País/Ano: Brasil, 2005
Direção: André Ristum
Gênero: Documentário
Duração: 115 min.
Distribuidora: Versátil

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Cine Lançamento


Halloween – O início

Em Haddonfield, Michael Myers, um garoto de 10 anos atormentado pelas brincadeiras dos colegas de classe, não tem o apoio da desajustada família, que o despreza. Movido pela vingança, comete uma chacina dentro de casa, matando o padrasto, a irmã e o namorado dela, na noite do Dia das Bruxas. É detido pela polícia e recluso em uma clínica psiquiátrica. Quinze anos depois, Myers foge após matar policiais e enfermeiros, retornando à sua antiga cidade, em busca de novas vítimas.

Lançado em DVD no Brasil sem cortes, em versão com 30 minutos a mais de cenas fortes e violência, “Halloween – O início”, como o título sugere, retrata as origens do famoso psicopata do cinema Michael Myers. Baseado no roteiro original escrito (e dirigido por John Carpenter em 1978), que abriu as portas para os filmes de terror com serial killers e renovou o gênero, essa nova versão é assinada pelo diretor underground Rod Zombie, ex-vocalista da banda trash White Zombie nos anos 80.
Toda a parte inicial explica a infância trágica de Myers, que vive angústias em meio a uma família perdida. Dá uma dimensão mais humana e até perturbadora da mente do personagem, porém a fita é grotescamente violenta, com sequências de puro sadismo e sangue aos montes – cai na maldição das mãos trash do cineasta, que já dirigiu outras fitas barras-pesada. Desnecessário, suportável apenas aos fãs de terror. Por Felipe Brida

Título original: Halloween
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Malcolm McDowell, Scout Taylor-Compton, Tyler Mane, Daeg Faerch, William Forsythe, Danny Trejo.
Direção: Rod Zombie
Gênero: Terror
Duração: 121 min.
Distribuidora: Playarte

domingo, 18 de outubro de 2009

Viva Nostalgia!

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A balada de Narayama


No século XIX, em um vilarejo japonês, há uma tradição em que os velhos, ao completarem 70 anos, idade notada pela perda dos dentes da frente, devem ser deixados nas gélidas montanhas de Narayama, para morrerem solitariamente. Sumiko, uma senhora de 69 anos, ao mesmo tempo em que sai em busca de uma mulher para o filho, pretende antecipar a própria morte. Lidar com isso torna-se um tortuoso dilema para a família da idosa.

O falecido diretor japonês Shohei Imamura dirige com maestria essa fita de arte de extrema sensibilidade, dotada de beleza visual pungente, ora sensível ora de frieza alongada. Antíteses de cinema rondam o filme, como símbolos de vida e morte, morbidez e felicidade, prazer e tristeza. Naquele microcosmo, verdadeiras relações afetivas fazem da conduta dos personagens a própria honra familiar.
Há uma cena notória da idosa que, aos 69 anos, quer antecipar sua morte: para isso, arranca os próprios dentes, batendo a boca em uma pedra.
Uma pequena jóia do cinema japonês contemporâneo, vencedora da Palma de Ouro em Cannes. Por Felipe Brida

Título original: Narayama-bushi kô
País/Ano: Japão, 1983
Elenco: Ken Ogata, Sumiko Sakamoto, Tonpei Hidari, Aki Takejo
Direção: Shohei Imamura
Gênero: Drama
Duração: 128 min.
Distribuidora: Platina Filmes

sábado, 17 de outubro de 2009

Resenhas & Críticas


Maré – Nossa história de amor

Em um grupo de dança na comunidade da Maré, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, Analídia (Cristina Lago), filha de um chefe do tráfico que está preso, apaixona-se por Mc Jonatha (Vinicius D’Black), irmão do atual cabeça das organizações criminosas do local. Só que os jovens fazem parte de famílias rivais, o que gera desconfiança e violência entre os membros da favela.

Livre adaptação do clássico romance “Romeu e Julieta”, produzida antes do sucesso de bilheteria – e superior – “Era uma vez” (de Breno Silveira), que aborda a mesma história de Shakespeare, atualizada. Aqui, a diretora Lúcia Murat exprime, por meio da dança, a união de grupos opostos, filhos e sobrinhos de bandidos que vivem na favela dividida pelo tráfico e crime organizado. Um projeto bonito sobre a arte educativa alimentando sonhos de pessoas desesperançadas.
Os atores, a maioria amador, moram na Maré, são dançarinos da comunidade, e devido a um projeto social tiveram a chance de atuar no filme. A atriz Marisa Orth participa em poucas cenas como a professora do grupo, numa atuação natural, humana, fugindo dos papéis cômicos que a consagraram.
Repleto de danças contemporâneas e mistura de estilos (hip hop, rap, axé etc), a fita, um musical meio drama meio romance, vale ser conferido. Por Felipe Brida

Título original: Maré – Nossa história de amor
País/Ano: Brasil/França/Uruguai, 2009
Elenco: Cristina Lago, Vinícius D'Black, Marisa Orth, Babu Santana, Flávio Bauraqui, Mr Catra.
Direção: Lúcia Murat
Gênero: Drama/Romance
Duração: 104 min.
Distribuidora: Casablanca Filmes

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cine Lançamento

O mistério das duas irmãs

Anna Rydell (Emily Browning) retorna para casa após uma estada em uma clínica psiquiátrica. Vai morar com a irmã mais velha e o pai (David Strathairn), que hoje mantém relacionamento com uma misteriosa enfermeira (Elizabeth Banks). No novo lar, Anna passa a ter visões fantasmagóricas da falecida mãe, que morrera carbonizada em uma explosão.

Dos produtores de “O chamado”, chega em DVD essa boa fita de terror, refilmagem de um thriller de terror coreano de mesmo título em inglês, “The uninvited”, lançado em 2003 e que ficou pouco conhecido no Brasil (aqui saiu em DVD como "Medo", pela Europa Filmes). A arrepiante história cria uma atmosfera de tensão do início ao fim - com uma jovem perturbada pela morte da mãe e que passa a ver vultos noturnos e ouvir barulhos estranhos pela casa, como o de um sino (que era usado no pulson pela mãe quando estava doente na cama). Medo, sustos, cenas de impacto não faltam. A conclusão imprevisível e a trama cheia de truques visuais deverão atrair os fãs do gênero.
Se gostaram de “O sexto sentido” (1999) e “Os outros” (2001), “O mistério das duas irmãs” é um prato cheio (se puder assista ao filme original, "Medo", que é tão aterrorizante quanto o remake americano). No elenco a carismática Emily Browning, de "Navio fantasma" (2002) e "Desventuras em série" (2004), segura as pontas como a protagonista, atormentada pela morte da mãe, e tem participação correta de David Strathairn, indicado ao Oscar em "Boa noite e boa sorte" (2005), como o pai. Confiram (e se preparem, pois o medo vai tomar conta!). Por Felipe Brida

Título original: The uninvited País/Ano: EUA/Canadá/Alemanha, 2009 Elenco: Emily Browning, Arielle Kebbel, David Strathairn, Elizabeth Banks, Maya Massar, Jesse Moss, Don S. Davis. Direção: Charles Guard & Thomas Guard Gênero: Terror Duração: 87 min. Distribuidora: Paramount Pictures Site oficial: http://www.uninvitedmovie.com/

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cine Lançamento


Che

Em novembro de 1956, revolucionários de origem cubana e argentina, liderados por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, preparam um grupo de guerrilheiros para derrubar o governo de Fulgêncio Batista, na capital de Cuba.

Primeira parte do épico biográfico sobre o guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, baseado em suas memórias. Um dos líderes da Revolução Cubana ao lado dos irmãos Fidel e Raul Castro em 1959, o médico Che Guevara tornou-se uma figura marcante do século passado, ícone da luta comunista. O premiado ator Benicio Del Toro tomou o desafio de montar o personagem, e sai-se bem, recebendo inclusive o prêmio de melhor ator em Cannes pela segunda parte, que atualmente está nas salas de cinema. Del Toro cria a postura dominadora do líder nato, firme na voz e de ações imediatas, porém de coração amolecido, até bondoso. E o personagem é mostrado como um homem de bem, consciente e disposto a tudo para concretizar seus planos audaciosos.
No entanto “Che” (ambas as partes) não engrenou, até mesmo desmerecido pelo público. O maior problema se dá por questões estruturais do filme, como as longas discussões sobre táticas de guerrilha e a organização do golpe (que terá destaque na seqüência), que cansam. O ritmo é sonolento, quase estático. Somente no rumo ao desfecho há um clima de tensão que antecipa a guerra civil, porém as cenas não trazem impacto.
O diretor Steven Soderbergh, ultimamente numa má fase após sucessivos fracassos, lança uma narrativa diferente para contar a história – há um jogo de inversão de cores em seus tempos: o PB é o atual, com Che participando de uma entrevista, e o colorido, as lembranças do líder. Soderbergh rodou todo o projeto de uma vez e separou-o em duas partes para um retorno comercial (a duração total é de 4h30 de filme).
Rodrigo Santoro interpreta o irmão de Fidel, Raul Castro, com rápidas aparições, nem um pouco marcantes.
Uma ideia interessante, com boas intenções, todavia sem grandeza cinematográfica. Por Felipe Brida
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Título original: Che: Part One
País/Ano: França/Espanha/USA, 2008
Elenco: Benicio Del Toro, Demián Bichir, Julia Ormond, Rodrigo Santoro, Catalina Sandino Moreno, Jorge Perugorría.
Direção: Steven Soderbergh
Gênero: Drama
Duração: 134 min.
Distribuidora: Europa Filmes
Site oficial: http://www.che-movie.co.uk/

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cine Lançamento

A era do gelo 3

Sid (voz de John Leguizamo), o bicho-preguiça trapalhão, rouba os ovos de um dinossauro fêmea, e é capturado pelo gigantesco animal. Levado para uma selva distante, Sid precisa fugir para que não seja devorado. Para salvá-lo, entram em ação seus amigos jurássicos, Manny (voz de Ray Romano) e Diego (voz de Denis Leary), que saem em uma louca jornada mata adentro.

Nova aventura da franquia de sucesso “A era do gelo”, dirigida outra vez pelo brasileiro Carlos Saldanha, hoje naturalizado nos Estados Unidos. Mesmo sem maiores novidades, a história tem ritmo, efeitos visuais de qualidade e momentos superengraçados (como a abertura tradicional com o esquilo Scrat, agora com uma namoradinha). Agrada as crianças, distrai jovens e adultos, e é sem dúvida um bom passatempo para a família.
A série de filmes começou em 2002, com Saldanha como codiretor, auxiliando o diretor ganhador do Oscar Chris Wedge. Em 2006, ele assumiu a direção, também à frente dessa terceira parte. De todos os filmes, o capítulo três é o que mais teve bilheteria, e o mais caro da franquia: custou U$ 90 milhões, rendendo quase U$ 890 milhões nos cinemas (tirando os longas da Disney, é uma das animações mais rentáveis da história). A série deu certo graças à ambientação exótica, na Pré-História (algo diferente visto em animações) e à simpatia dos personagens, composto pelo casal de mamutes Manny e Ellie, o preguiça sonso Sid, o esquilo jurássico Scrat na busca desesperada pela noz e o valente tigre dentes-de-sabre Diego. E nesta continuação outros bichos aparecem para incrementar a animação, como Buck, a doninha de um olho só, caçadora de dinossauros. Com certeza haverá mais continuações! Já disponível em DVD. Por Felipe Brida

Título original:
Ice age: Dawn of the dinosaurs
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Vozes de John Leguizamo, Queen Latifah, Denis Leary, Jane Lynch, Karen Disher.
Direção: Carlos Saldanha
Gênero: Animação
Duração: 94 min.
Distribuidora: 20th Century Fox
Lançamento (DVD): Segunda quinzena de setembro

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Cine Lançamento


Gomorra

O trabalho ilegal dos integrantes da Camorra é o foco desse drama baseado em fatos reais. Desde tráfico de drogas, armas e fertilizantes até assassinatos por encomenda fazem da Camorra a máfia mais atuante e violenta da Itália.
Adaptação do best-seller homônimo escrito pelo jornalista italiano Roberto Saviano, que, na mesma linha do livro, expõe com minúcia chocante o cotidiano dos mafiosos napolitanos. O autor, por retratar o cotidiano sombrio dos membros da Camorra, está jurado de morte desde 2006 (atualmente ele vive escoltado a mando do primeiro ministro da Itália).O filme incomoda pela frieza dos personagens, todos guiados pela ganância e pelo poder. Na realidade são histórias distintas que se cruzam, sempre tendo a máfia como a questão-chave; dentre elas estão a de dois amigos sonhadores que almejam reconhecimento – e ao encontrarem armas abandonadas, tentar ingressar em atividades ilegais; e a de um adolescente que é treinado pela Camorra para auxiliar em trabalhos escusos.Uma realidade perturbadora sobre a máfia que domina Nápoles e Campanha, cujos integrantes põe amarras na população, comandam a própria polícia, são truculentos e geram a criminalidade numa interminável rede de assassinatos.Indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro e vencedor do Grande Prêmio em Cannes em 2008, “Gomorra” é para poucos. Uma fita de denúncia, sem concessão. Os interessados pelo assunto devem conhecer. Por Felipe Brida

Título original: Gomorra
País/Ano: Itália, 2008
Elenco: Toni Servillo, Gianfelice Imparato, Maria Nazionale, Salvatore Cantalupo, Salvatore Abruzzese, Marco Macor, Ciro Petrone, Gigio Morra.
Direção: Matteo Garrone
Gênero: Drama/Ação
Duração: 137 min.
Distribuidora: Paris Filmes

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Cine Lançamento


JCVD

O ator Jean Claude Van Damme enfrenta uma maré de azar: recém-divorciado da esposa, passa por dificuldades financeiras e briga na justiça pela custódia da filha. Porém, um assalto em um banco colocará Van Damme no alvo da polícia e também no retorno à mídia.

Van Damme interpreta a si mesmo nesse bem bolado filme de drama com boas doses de ação. Lembrado por uma série de fitas descartáveis de luta (várias com o nome “Dragão”), o ator belga, quase na “casa dos cinqüenta”, tem a chance, aqui, de mostrar seu potencial, que andava adormecido. É a sua melhor performance em anos. Ele encara um personagem contido, supernatural, sem exageros – ficam de fora as pancadarias como era de costume nas produções de outrora. Rende-se aos problemas pessoais e expõe suas angústias reais de forma desesperada.
Associei ao trabalho de Mickey Rourke no ótimo “O lutador” – tanto Van Damme em “JCVD” quanto Rourke enfrentam os fantasmas do passado frente às câmeras.
Uma fita européia, independente, que merece ser conhecida. Por Felipe Brida

Título original: JCVD
País/Ano: França/Bélgica/Luxemburgo, 2008
Elenco: Jean-Claude Van Damme, François Damiens.
Direção: Mabrouk El Mechri
Gênero: Drama/Ação
Duração: 97 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Lançamento (DVD): Segunda quinzena de agosto

sábado, 26 de setembro de 2009

Cine Lançamento


Watchmen – O filme

O brutal assassinato do super-herói Blake, o Comediante, faz com que seus antigos companheiros vigilantes se reencontrem. Unidos, saem em busca de um homem mascarado, aparentemente um matador de super-heróis.

Produção caprichada aonde se recuperam os principais personagens da homônima história em quadrinhos da DC Comics, escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, lançada entre os anos de 1986 e 1987. Tanto o enredo das HQs quanto a do filme se passa em 1985, durante a Guerra Fria, permeado por referências históricas relevantes e ficção.
Nessa adaptação para o cinema, efeitos digitais ímpares, aliados a uma direção de arte cuidadosamente traçada, aonde cores vibrantes invadem as telas, garantem um produto de qualidade. Por contar em detalhes a complexa trama de assassinato dos super-heróis, a fita resulta longa (são duas horas e quarenta de filme) e um pouco lenta. Mas isto não é motivo para o público desanimar, pois por outro lado há sequências das mais primorosas do cinema, conduzidas por canções famosas (“The sound of silence”, de Simon & Garfunkel, “Hallellujah”, de Leonard Cohen, e a da inteligente abertura, por Bob Dylan, “The times they are a-changin”).
Novamente Zack Snyder demonstra competência na direção, confirmando-se como um mais bem sucedidos visionários do cinema atual. Para recordar ele foi responsável pela refilmagem de zumbis “Madrugada dos mortos” e pelo notório “300”. Por Felipe Brida

Título original: Watchmen
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Billy Crudup, Matthew Goode, Malin Akerman, Jackie Earle Haley, Patrick Wilson, Carla Gugino.
Direção: Zack Snyder
Gênero: Ação
Duração: 162 min.
Distribuidora: Paramount Pictures

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Viva Nostalgia!


Johnny Guitar

Prestes a ser expulsa da cidade onde vive, Vienna (Joan Crawford), proprietária de um saloon no Oeste americano, recorre a um antigo namorado, Johnny Guitar (Sterling Hayden), para enfrentar o xerife local. Este, aliado a um grupo de pistoleiros comandados pela insensata Emma Small (Mercedes McCambridge), antiga rival de Vienna, fará de tudo para cumprir com a promessa.

Notório pelas cores agressivamente fortes e por uma fotografia escura, esse faroeste barroco é um dos mais diferentes do gênero. Com alta tensão psicológica, traz em destaque duas mulheres que se odeiam de corpo e alma. E que se movem pelo prazer da vingança. Como resultado, bons diálogos e embates nervosos entre duas grandes atrizes da época (a ótima Joan Crawford e a vencedora do Oscar Mercedes McCambridge). Quando lançado em 1954, diziam que era um “western homossexual”, devido à frieza com que as personagens centrais se tratam. Teriam tido Vienna e Emma Small, no passado, um relacionamento amoroso e hoje seriam arquiinimigas?
Sai em DVD em nova edição pela distribuidora Cult Classic, com boa qualidade de imagem e som. Boa sessão! Por Felipe Brida

Título original: Johnny Guitar
País/Ano: EUA, 1954
Elenco: Sterling Hayden, Joan Crawford, Mercedes McCambridge, Scott Brady, Ernest Borgnine, John Carradine
Direção: Nicholas Ray
Gênero: Faroeste
Duração: 104 min.
Distribuidora: Cult Classic

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Morre a atriz Dirce Migliaccio aos 75 anos


A atriz brasileira Dirce Migliaccio morreu na manhã de hoje aos 75 anos de idade. Internada no Hospital Álvaro Ramos, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, desde o último dia 8, ela faleceu vítima de complicações de uma pneumonia. No ano passado a atriz sofreu um AVC e ultimamente estava sob cuidados médicos no Retiro dos Artistas.
Nascida em São Paulo no dia 30 de setembro de 1933, Dirce era irmã mais velha do ator Flávio Migliaccio. Ganhou estrelato nos anos 70 ao interpretar a boneca Emília no seriado da Rede Globo "Sítio do Pica Pau Amarelo", adaptado da obra de Monteiro Lobato.
Trabalhou em novelas como "Nino, o italianinho" (1969), "O bem amado" (nas duas versões, de 1973 e 1980, aonde interpretou, em ambas, uma das irmãs Cajazeira, Judicéa), "Marrom glacê" (1979), "A gata comeu" (1985) e "Quem é você?" (1996). Fez participações especiais em programas humorísticos e seriados da Rede Globo, dentre eles "Sai de baixo", "A comédia da vida privada", "Brava gente" e "Casos e acasos".
No cinema Dirce participou de aproximadamente 10 produções, como "O assalto ao trem pagador" (1962), "O caçador de fantasma" (1975), "Guerra conjugal" (1975), "Baixo Gávea" (1986), "Bufo & Spallanzani" (2001), "Sem controle" (2007) e "Xuxa em Sonho de menina" (2008).
O corpo da atriz será sepultado amanhã, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Por Felipe Brida