quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Morre o ator Tony Curtis aos 85 anos

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Um dos grandes nomes da Época de Ouro do cinema, o lendário ator Tony Curtis morreu ontem aos 85 anos, em Las Vegas. Ele sofria de uma doença pulmonar e faleceu após uma parada cardíaca.
Filho de judeus húngaros, nasceu no Bronx/Nova York, em 3 de junho de 1925, com o nome de Bernard Schwartz. Iniciou a carreira de ator fazendo pontas em filmes da Universal, no final da década de 40, e até 1950 adotou o nome artístico de Anthony Curtis. Nesse período participou de produções como “Traficantes da morte” (1949), “Baixeza” (1949), “Almas abandonadas” (1949) e “Winchester 73” (1950).
Assinando Tony Curtis, ganhou fama a partir dos anos 50 em filmes épicos como “Vikings, os conquistadores” (1958) e “Spartacus” (1960). Em 1958 recebeu sua única indicação ao Oscar, na categoria de melhor ator, por “Acorrentados” (recentemente lançado em DVD no Brasil).
Dentre seus trabalhos notórios estão o mágico Harry Houdini na biografia “Houdini – O homem miraculoso” (1953), o inescrupuloso assessor de imprensa Sidney Falco em “A embriaguez do sucesso” (1957) e o músico Joe, que depois se transforma na charmosa Josephine para fugir de bandidos em “Quanto mais quente melhor” (1959), par cômico com Jack Lemmon.
Atuou em mais de 110 produções, dentre elas “O filho de Ali Babá” (1952), “Trapézio” (1956), “De folga para amar” (1958), “Anáguas a bordo” (1959), “Quem era aquela pequena?” (1960), “A taberna das ilusões perdidas” (1960), “Taras Bulba” (1962), “20 quilos de confusão” (1962), “A lista de Adrian Messenger” (1963), “Pavilhão 7” (1963), “Quando Paris alucina” (1964), “Um amor do outro mundo” (1964), “Monsieur Cognac” (1964), “Boeing Boeing” (1965), “A corrida do século” (1965), “Um marido de morte” (1966), “Não faça ondas” (1967), “O homem que odiava as mulheres” (1968), “Os intrépidos homens e seus calhambeques maravilhosos” (1969), “O último magnata” (1976), “Manitou – O espírito do mal” (1978), “Erro fatal” (1979), “A maldição do espelho” (1979), “Malícia atômica” (1985), “Alvo mortal” (1991), “Nu em Nova York” (1993), “Os imortais” (1995) e “Por uma boa briga” (1999). Filmava “Morella” quando veio a falecer, previsto para ser lançado em 2011.
Foi casado seis vezes, uma delas com a falecida atriz Janet Leigh (entre 1951 e 1962). Desse casamento nasceu Jamie Lee Curtis, que, assim como os pais, seguiu carreira no cinema. Por Felipe Brida

Morre o diretor Arthur Penn, aos 88 anos

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Um dia após completar 88 anos de idade, o premiado cineasta Arthur Penn faleceu, na noite de anteontem, de causas naturais, em sua residência em Manhattan/Nova York. No auge da carreira, na década de 60, recebeu três indicações ao Oscar – por “O milagre de Anne Sullivan” (1962), “Bonnie & Clyde – Uma rajada de balas” (1967) e “Deixem-nos viver” (1969).
Nascido em 27 de setembro de 1922 em Filadélfia/Pensilvânia, era irmão mais novo do renomado fotógrafo de moda Irving Penn (1917-2009). Afastado do cinema desde a metade dos anos 90, Penn dirigiu importantes filmes, como “Mickey one” (1965), “Caçada humana” (1966), “Pequeno grande homem” (1970), “Um lance no escuro” (1975), “Duelo de gigantes” (1976), “Amigos para sempre” (1981), “O alvo da morte” (1985) e “Morte no inverno” (1987). Com John Frankenheimer, em 1964, co-dirigiu a fita de suspense/ação “O trem”.
Em 2007 foi o grande homenageado com o Leão de Ouro - Honorário no Festival de Berlin.
Penn era casado com a atriz de TV Peggy Maurer desde 1955, com quem teve dois filhos. Por Felipe Brida

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Morre a editora Sally Menke, duas vezes indicada ao Oscar

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Editora dos filmes de Quentin Tarantino e duas vezes indicada ao Oscar - por "Pulp fiction - Tempo de violência" (1994) e "Bastardos inglórios" (2009), Sally Menke foi encontrada morta ontem em Los Angeles. Ela tinha 56 anos. As causas da morte não foram reveladas. A hipótese é de que ela tenha sofrido um mal estar enquanto passeava com seu cachorro em um parque nas redondezas de sua residência.
Ao longo dos 25 anos de carreira dedicados ao cinema, Sally assinou a edição e a montagem de dezenas de filmes, como "Cães de aluguel" (1992), "Entre o céu e a terra" (1993), "O preço da traição" (1996), "Jackie Brown" (1997), "Nightwatch - O principal suspeito" (1997), "O encantador de cavalos" (2000), "Kill Bill - Vol. 1 e 2" (2003/2004), "À prova de morte" (2007) e o inédito "Peacock" (2010). Por Felipe Brida

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Morre a atriz Gloria Stuart aos 100 anos

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A atriz norte-americana Gloria Stuart faleceu no último domingo (dia 26), aos 100 anos, vítima de câncer na garganta, em Los Angeles/Califórnia. Indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante pelo personagem de Rose (no tempo presente, envelhecida) em "Titanic" (1997), é ainda hoje a artista mais velha a receber indicações ao prêmio da Academia (na época do filme, ela estava com 87 anos).
Nascida em 4 de julho de 1910 em Santa Mônica/Califórnia, Gloria trabalhou em cerca de 40 filmes para cinema e para TV, além de participações especiais em séries.
Iniciou a carreira no cinema na década de 30. Atuou em produções como "O homem invisível" (1933), "Aí vem a Marinha" (1934), "A pobre menina rica" (1936) e "Os três mosqueteiros" (1939). Na segunda metade da década de 40 dedicou-se aos palcos, abandonado o cinema. Só retornou às telas 30 anos mais tarde, aonde participou de "Um cara muito baratinado" (1982), "Crise de consciência" (1984), "Uma gatinha boa de bola" (1986), "A carta anônima" (1999), "O hotel de um milhão de dólares" (2000) e "Medo e obsessão" (2004).
Bastante querida em Hollywood pela simpatia e elegância, a atriz deixa uma filha. Por Felipe Brida

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cine Lançamento

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Fúria de titãs

Metade homem metade deus, Perseu (Sam Worthington), filho de Zeus (Liam Neeson), o soberano rei dos deuses, reúne um grupo de aliados para enfrentar o temível Hades (Ralph Fiennes), governante do mundo dos mortos. Numa fúria terrível, Hades envia criaturas e bestas para se apoderar do espaço terreno.

Refilmagem inferior da fita de aventura homônima produzida em 1981, famosa pelas figuras mitológicas feitas em “massinhas” (filmadas quadro a quadro, em stop motion), arte do mago dos efeitos visuais Ray Harryhausen (hoje com 90 anos de idade). A nova versão, que estreou no topo das bilheterias norte-americanas em abril, traz a mesma trama, com poucas mudanças na história original (alguns personagens sumiram, outros novos apareceram), ou seja, uma produção desnecessária, ainda que empolgante.
É a velha luta do bem contra o mal tendo como contexto a mitologia grega, neste filme personificado, respectivamente, por Perseu e seus homens corajosos, e Hades e as bestas medonhas (por exemplo a Medusa e o Kraken, o monstro do mar). Para defender a cidade onde vive, Perseu assume seu lado forte e sai numa jornada para combater o deus do inferno; no caminho, enfrentará monstros, seres medonhos e animais gigantes (os famosos escorpiões, que inclusive apareciam no antigo).
Um dos defeitos é terem escalado como protagonista Sam Worthington, ator fraco, com cara amarrada (no original Harry Hamlin, hoje sumido, não era grande coisa, faltava carisma também). O resto do elenco traz Liam Neeson (como Zeus) e Ralph Fiennes, como o vilão Hades, ambos com maquiagem pesada, bem barbudos, onde fica difícil reconhecê-los.
A aparição da corujinha de metal aqui é rápida; no original ela dava o tom cômico na história, o que falta aqui – essa nova versão está mais dark, mais ágil, séria demais, bem violenta.
Tem ainda muitos efeitos digitais, em computação gráfica, que recriam o mundo dos videogames, com figuras estilizadas.
A mitologia grega está renascendo no cinema, um aparente filão que surge, com “Fúria de titãs” e “Percy Jackson – O ladrão de raios”, que logo mais terá novos filmes na cinessérie.
Mesmo com as críticas negativas, essa refilmagem ainda é consumível, para quem curte aventuras ágeis. Depois procure o original, já disponível em DVD. Por Felipe Brida

Título original: Clash of the titans
País/Ano: EUA/Inglaterra, 2010
Elenco: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Jason Flemyng, Gemma Arterton, Alexa Davalos
Direção: Louis Leterrier
Gênero: Aventura
Duração: 106 min
Distribuição: Warner Home Video

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cine Lançamento

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O fim da escuridão

Detetive no departamento de Homicídios na polícia de Boston, Thomas Craven (Mel Gibson) testemunha o assassinato da filha, uma ativista ligada a causas ambientais. Resolve então investigar por conta própria o caso, e aos poucos descobre um perigoso esquema relacionado a armas nucleares e corrupção política.

Novamente Mel Gibson encara um policial durão, papel de praxe do ator (lembram-se de “O troco” e “O hotel de um milhão de dólares”?). Aliás, Gibson tornou-se mundialmente conhecido pelas fitas em estilo policial, que o consagraram, como a quadrilogia “Máquina mortífera”, “O preço de um resgate” e “Teoria da conspiração”. A notícia boa para os fãs do astro é que “Fim da escuridão” é um filme digno. Não chega a ser original, mas tem roteiro intrigante, que prende o público até o desfecho. Já começa com a filha do detetive sendo baleada em frente à casa onde ele mora. A jovem morre no local, e o pai sai em busca dos criminosos. A cada nova pista, o policial entra num jogo de gato e rato, confuso e recheado de armadilhas, que envolve o alto escalão da política, magnatas, crimes ambientais e armas nucleares potentes.
Apesar de árido, o filme fica ágil (e melhora bem) a partir da metade da história. O trabalho resulta interessante, e com certeza é indicado aos que curtem fitas policiais. Não precisamos ir além: há um ator que se identifica com o papel, um já veterano diretor de bons projetos, Martin Campbell, e um roteiro meio quebra-cabeça que prende. Ponto final.
Atenção para a participação curiosa e enigmática do ator inglês Ray Winstone, como um sinistro negociador, de voz baixa e rouca, disposto a matar qualquer um. Para mim fez a maior diferença no filme. Confira. Por Felipe Brida

Título original: Edge of darkness
País/Ano: EUA/Inglaterra, 2010
Elenco: Mel Gibson, Danny Huston, Ray Winstone, Bojana Novakovic, Shawn Roberts, Jay O. Sanders.
Direção: Martin Campbell
Gênero: Policial
Duração: 117 min
Distribuição: Imagem Filmes

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Cine Lançamento

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Para salvar uma vida

O jovem Jake Taylor (Randy Wayne) tem tudo do bom e do melhor em sua vida: saúde, dinheiro, fama, muitos amigos e uma namorada bonita. Por outro lado, seu melhor amigo, Roger Dawson (Robert Bailey Jr.) sofre com a humilhação dos colegas de classe por ser negro e bem pobre. Desesperançado, comete suicídio. Jake sente-se culpado por não ter impedido o crime, o que o leva a uma crise. É quando resolve questionar seus valores pessoais frente à sociedade.

De uns poucos anos para cá filmes com temática gospel vem fazendo sucesso entre os norte-americanos e também entre os brasileiros. E essa fita de baixo orçamento, em sua estréia nos cinemas (lá fora, porque aqui no Brasil não passou nas salas, e sim em igrejas evangélicas), arrecadou cerca de R$ 3 milhões no lançamento, superando os custos do projeto. Confirma-se assim a existência de um público fiel interessado em absorver filmes desse estilo.
Mas em se tratando de cinema “Para salvar uma vida” não é bela coisa. Há problemas no elenco, composto por jovens afeiçoados, mas sem o quê artístico, de presença de cena, bem como a construção de um roteiro melodramático e apelativo (o clichê exagerado do preconceito contra o negro, a extrema revolta do rapaz que não consegue impedir o suicídio do melhor amigo etc), com mensagem escancarada de superação.
A história é trágica propositalmente para provocar reflexão.
Um pouco melhor que outros dois filmes de cunho gospel/evangélico lançados pela BV Filmes, “Desafiando gigantes” (2006) e “Prova de fogo” (2008), este tem um desfecho bonito, e pode ser emocionante para aqueles que se envolverem.
Eu não gostei do que assisti, porém há uma certeza: a fita atingiu seus propósitos, chegou ao público, como comprova a bilheteria, demonstrando a aceitação desse projeto bem pessoal por uma boa parcela de seguidores. Já disponível nas locadoras. Por Felipe Brida

Título original: To save a life
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Randy Wayne, Robert Bailey Jr., Deja Kreutzberg, Joshua Weigel
Direção: Brian Baugh
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Distribuição: BV Films

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Resenhas & Críticas

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Herança paranormal

Poucos dias após da morte de sua tia, o advogado Bryan Becket (Tim Daly) muda-se para a velha mansão onde ela residia sozinha. Com a chegada na nova moradia, visto como um lugar mal-assombrado, Becket presencia fatos misteriosos. Cada vez mais ele sente uma estranha ligação com o passado da família, ouvindo vozes desconhecidas. Recorre então a uma paranormal, que tentará, junto com ele, desvendar os segredos que rondam aquela casa.

Fita de suspense abaixo da média, que até se enquadra no gênero drama, de narrativa lenta, sem ritmo. A história acompanha a transformação radical na vida de um homem com tendências paranóicas que, depois de se instalar em uma nova casa, sente presenças físicas estranhas, além de escutar sons e vozes incomuns. E a partir daí uma pergunta paira no ar: estará ele enfrentando uma crise de alucinação ou há realmente uma maldição impregnada no lugar? As respostas vão sendo construídas ao longo do filme, culminando com uma conclusão duvidosa, não muito convincente.
Casas mal-assombradas tiveram, outrora, bons momentos nas telinhas (“A troca”, de 1980, e “Poltergeist – O fenômeno”, de 1982, são dois ótimos exemplos). Não é o caso dessa fita desnecessária, fraquinha, desconhecida pelo público. Quem quiser arriscar... Por Felipe Brida

Título original: The skeptic
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Tim Daly, Zoe Saldana, Tom Arnold, Edward Herrman, Andrea Roth, Robert Prosky
Direção: Tennyson Bardwell
Gênero: Suspense
Duração: 89 min
Distribuição: Paramount Pictures

sábado, 18 de setembro de 2010

Resenhas & Críticas

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Instintos primitivos

Três amigos na casa dos 30 têm de encarar o tema da paternidade. Um deles acabou de ser pai; o outro terá um filho em breve; e o último, que tem chiliques só de pensar em se casar, descobre que a namorada não tomou anticoncepcional na última transa... Conseguirão eles viver sem enfrentar essa realidade?

Produção canadense em língua francesa, essa comédia dramática moderna trabalha temas atuais com seriedade ao mesmo tempo mesclando momentos cômicos. Traz à tona um assunto muito discutido pelos homens, a ardilosa questão da paternidade na atualidade (Ser ou não ser pai? O que isto acarreta? E as mudanças que tal comprometido provoca?). Para mostrar as diversas respostas da mente do homem, refletindo o que o sexo masculino pensa a respeito, o filme acompanha o dia-a-dia de três amigos super-baladeiros compromissados apenas com uma coisa: curtir a vida. Isto acaba quando bate à porta de cada um deles a possibilidade de se assumirem como pais e homens de família. Um tem comoção, outro pensa em fugir, outro se derrete. E agora?
Procurem por essa fita bem interessante, que sofreu atraso de quatro anos para ser lançada ao Brasil, e só agora chegou, distribuído pela Europa Filmes. Inteiramente rodado em Quebec (parte francesa do Canadá), o filme é embalado ao som da famosa música “I want to know what Love is”, da banda de rock Foreigner, enorme sucesso nos anos 80. Boa sessão! Por Felipe Brida

Título original: Horloge biologique
País/Ano: Canadá, 2005
Elenco: Patrice Robitaille, Pierre-François Legendre, Jean-Phillipe Pearson, Julie Perreault, Karen Elkin
Direção: Ricardo Trogi
Gênero: Comédia dramática
Duração: 100 min
Distribuição: Europa Filmes

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Morre o ator Kevin McCarthy aos 96 anos

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O ator norte-americano Kevin McCarthy morreu no último sábado (dia 11) aos 96 anos, em Hyannis Port (Massachusetts), vítima de uma grave pneumonia. No cinema, estrelou o clássico de ficção científica/horror "Vampiro de almas" (1956), e foi indicado ao Oscar de melhor ator por "A morte do caixeiro viajante" em 1952, ganhando o Globo de Ouro como ator-revelação nesse filme.
McCarthy nasceu em 15 de fevereiro de 1914 em Seattle (Washington), era irmão da falecida escritora Mary McCarthy e perdeu os pais na epidemia de gripe em 1918, quando tinha apenas quatro anos de idade. Em 1932, graduou-se na Faculdade de Wiscosin, e três anos depois estudou no Actor's Studio em Nova York, onde se formou.
Iniciou a carreira no teatro. Entre TV (seriados, minisséries e filmes para TV) e cinema, participou de aproximadamente 200 produções.
Seus principais filmes incluem "O cavaleiro misterioso" (1955), "Dois corações e uma alma" (1955), "Os desajustados" (1961), "20 quilos de confusão" (1962), "O prêmio" (1963), "Vassalos da ambição" (1964), "Miragem (1965), "Hotel de luxo" (1967), "Buffalo Bill/ West selvagem" (1976), "Piranha" (1978), "Invasores de corpos" (1978), "Grito de horror" (1981), "No limite da realidade" (1983), "Viagem insólita" (1987), "Matinee - Uma sessão muito louca" (1993), "Os puxa-sacos" (1994), "Justa causa" (1995) e "Disputa em família" (1995). Participou ainda, entre 2009 e 2010, de quatro produções que ainda não foram lançadas nos cinemas.
O ator foi casado por duas vezes e deixa cionco filhos. Por Felipe Brida

domingo, 12 de setembro de 2010

Morre o diretor de cinema Claude Chabrol

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Um dos mentores do movimento cinematográfico Nouvelle Vague na década de 60, o cineasta francês Claude Chabrol faleceu na manhã de hoje aos 80 anosa. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em 24 de junho de 1930 em Paris, Chabrol estudou Farmácia e iniciou a carreira artística como ator. Crítico de cinema na famosa revista "Cahiers du Cinéma", junto com os diretores François Truffaut e Jean-Luc Godard lançou a Nouvelle Vague no final dos anos 50, movimento de cinema de vanguarda que influenciaria cineastas no mundo inteiro. Foi nessa época que realizou seus grandes trabalhos na direção, dentre eles "Nas garras do vício" (1959), "Os primos" (1959 - indicado ao Urso de Ouro no Festival de Berlin), "Mulheres fáceis" (1960) e "Ophelia" (1963).
Dirigiu uma versão homônima de "Madame Bovary" em 1991 e refilmou "Mulheres diabólicas" em 1995, indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza e ao César (o Oscar francês) nas categorias melhor filme, diretor e roteiro adaptado.
Vários de seus filmes participaram dos principais festivais de cinema europeus, como Festival de Berlin (por "Amantes inseparáveis", de 1973, "Masques", de 1987, "No coração da mentira", de 1999, "La fleur du mal", de 2003, e "Comédia do poder", de 2006), Cannes ("Violette", em 1978, e "Frango ao vinagrete", de 1985), Veneza (por "Quem matou Leda?", de 1959, "Um assunto de mulheres", de 1988, e "Uma garota dividida em dois", de 2007 - seu último trabalho) e San Sebastian (por "Negócios à parte", de 1997).
Ainda dirigiu outras importantes produções como "Os escândalo" (1967), "As corças" (1968), "O grito da coruja" (1987), "Betty - Uma mulher sem passado" (1992), "Ciúme - O inferno do amor possessivo" (1994) e "A dama de honra" (2004).
Chabrol também atuou como produtor e foi casado com a atriz Stéphane Audran entre 1964 e 1980, estrela de seus filmes. Por Felipe Brida

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cine Lançamento

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Harry Brown

O ex-fuzileiro naval Harry Brown (Michael Caine), hoje viúvo, vive sozinho em um bairro inglês cercado pela violência e pelo tráfico de drogas. Após seu único amigo ser brutalmente assassinado por uma gangue, resolve fazer justiça com as próprias mãos. Sem o apoio da polícia, torna-se um justiceiro movido pelo sentimento de vingança a fim de “limpar” a violência nas ruas.

Aos fãs do cinema policial uma boa notícia: “Harry Brown”! O melhor filme do gênero do ano, produção inglesa que chega em DVD no Brasil com pouca divulgação. A fita revisita um tema bastante explorado pelo cinema nos anos 70 e 80, em especial “Desejo de matar” (com Charles Bronson), aqui com um roteiro ainda mais preciso e uma história atual.
O premiado ator Michael Caine, que tem dois Oscars acumulados, interpreta o personagem-título, um homem seco, desalentado com o mundo, durão, que, após perder as duas únicas pessoas próximas (a esposa, doente, e o amigo, assassinado), entra em uma crise depressiva sem precedentes. Isolado no apartamento onde vive, observa todas as noites, pelas janelas, a juventude se acabar nas drogas. Presencia a violência urbana, o tráfico, brigas, assaltos, tiroteios – tudo aquilo de negativo que o ambiente noturno oferece, ainda mais na periferia. Quando chega a seus ouvidos a notícia de que os criminosos que mataram seu amigo são soltos pela polícia após a investigação, é tomado por um ódio dominador. Resolve então colocar um ponto final na história eliminando o “lixo” das ruas.
Com ritmo ágil, o filme se constrói em volta da figura desse justiceiro noturno, que passa a matar um a um dos envolvidos na morte do companheiro, numa espécie de super-herói idoso (numa composição de anti-herói, já que Harry Brown é frio, calculista e com certo ar de torturador). É de uma teoria duvidosa fazer justiça com as próprias mãos, aplicando a “Lei de Talião” (olho por olho, dente por dente). Por mais que as leis sejam falhas, a violência sempre gera violência, e o homem acaba corrompendo sua idoneidade no crime.
A chave da fita é mesmo Michael Caine, super bem no papel do justiceiro que lembra policiais durões já interpretados por ele no cinema, como “Carter – O vingador”. A atriz Emily Mortimer, como a investigadora, está bem, mas sombreada pela figura ímpar do protagonista.
Uma das sequências, a da chegada de Brown a um cafofo de traficantes inteiramente entorpecidos para comprar armas, é realmente assustadora. Violento e impactante, “Harry Brown” é indicado para o público masculino. Um dos bons filmes da safra, que merece ser conhecido. Por Felipe Brida

Título original: Harry Brown
País/Ano: Inglaterra, 2009
Elenco: Michael Caine, Emily Mortimer, David Bradley, Charlie Creed-Miles, Iain Glen, Sean Harris, Ben Drew
Direção: Daniel Barber
Gênero: Policial
Duração: 103 min
Distribuição: Flashstar

sábado, 4 de setembro de 2010

Cine Lançamento

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Caso 39

Emily Jenkins (Renée Zellweger), uma assistente social idealista e dedicada à profissão, aceita cuidar do caso de uma jovem de 10 anos abusada pelos pais. Com o avanço das investigações, descobre que a garota não é tão inocente como aparenta. Uma série de fatos assustadores colocará em risco a vida de Emily.

Rodado no Canadá, com orçamento caro para os padrões do gênero (quase R$ 28 milhões), esse filme de suspense é derivativo e altamente previsível, aonde o público adivinha o que vai acontecer na história sem quebrar a cabeça. Além do mais, o roteiro é banal e mal alinhavado, cujo tema procura saídas para situações sobrenaturais que não se justificam no contexto da fita.
Nem mesmo a presença da premiada atriz Renée Zellweger garante melhor resultado. Sabe-se lá o motivo de ela estar à frente de um papel que poderia ser feito por qualquer um. Sem sombra de dúvida é um dos momentos sem brilho de sua carreira no cinema.
Infelizmente “Caso 39” não tem chance. O elenco não traz destaques – a atriz mirim canadense Jodelle Ferland, que interpreta a garota perturbada, é péssima, num papel irritante, e a conclusão ineficiente deixa dúvidas no ar. Para mim, é um dos piores lançamentos do ano. Já procurei esquecê-lo.
O diretor Christian Alvart, de origem alemã, rodou no mesmo ano “Pandorum”, uma violenta fita de ficção científica com Dennis Quaid (já divulgada na coluna “Cinema em foco”), sem muitos méritos também. Fuja desta! Por Felipe Brida

Título original: Case 39
País/Ano: EUA/Canadá, 2009
Elenco: Renée Zellweger, Jodelle Ferland, Ian McShane, Callum Keith Rennie, Bradley Cooper
Direção: Christian Alvart
Gênero: Suspense/Terror
Duração: 109 min
Distribuição: Paramount Pictures
Site oficial: http://www.case39movie.com/intl/br/

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cine Lançamento

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Ilha do medo

Em 1954, o agente policial Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) chega a uma ilha em Boston para investigar o desaparecimento de um paciente no Ashecliffe Hospital, manicômio onde estão alojados os criminosos mais perigosos do mundo. Com a ajuda do parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo), presencia fatos aterradores no local: o manicômio serve, também, como um laboratório experimental para cobaias humanas. Prestes a encontrar o paciente desaparecido, uma forte tempestade deixa a ilha sem comunicação. Teddy vê-se encurralado no hospital, e cada dia fica mais difícil sua saída.

O notório cineasta Martin Scorsese, um dos grandes nomes do cinema contemporâneo, injeta no público uma dose de paranóia infernal nesse seu novo filme sobre caos interno e crise de identidade, super intrigante e pouco usual, baseado no best seller “Paciente 67”, de Dennis Lehane.
Apesar de certos aspectos previsíveis (os mais espertinhos sacaram quem é o “paciente 67” pelo trailer promocional!), “Ilha do medo” é uma fita de surpresas estranhas, cada vez mais assustadoras, cujo quebra-cabeça só se completa mesmo na conclusão. E se segurem, pois são quase duas horas e meia de uma trama complexa, repleta de reviravoltas, que só pode ser decifrada com olhar atento.
Como gênero fica na tênue linha entre suspense e horror, num equilíbrio de fios que quase se rompem. Por isso é de dar calafrios e medo!
Repare como o personagem do agente policial interpretado por Leonardo DiCaprio (sempre se superando como ator, hoje um dos meus preferidos), quanto mais próximo da verdade, é afastado por uma força centrífuga, que o desloca das investigações, emparedando-o no hospital junto aos psicopatas mais procurados. Essa sacada inteligente é o grande trunfo do filme!
Pela galeria de personagens coadjuvantes desfila uma série de tipos medonhos. Não há pessoas de boa índole, todos guardam um mistério nebuloso, desde os assassinos enjaulados até os médicos com suas práticas ilegais para dopar os pacientes. Além de DiCaprio, o elenco de apoio está moderadamente bem, dentre eles Mark Ruffalo, Ben Kingsley e Emily Mortimer.
Dois outros elementos asseguram o clima de suspense no filme: a fotografia esmaecida (como um nevoeiro constante que invade a ilha) e a trilha sonora atordoante com apitos de navio, que se repete a cada instante. Tudo para cumprir com a proposta de incomodar o público (o que aconteceu comigo).
Uma das boas surpresas do ano. Fita séria, de gente grande. Confira! Por Felipe Brida

Título original: Shutter island
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Elias Koteas, Emily Mortimer, Max Von Sydow, Michelle Williams, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine.
Direção: Martin Scorsese
Gênero: Suspense
Duração: 138 min
Distribuição: Paramount Pictures