domingo, 31 de outubro de 2010

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As melhores coisas do mundo

O garoto Mano (Francisco Miguez), de 15 anos, vive uma tensão dentro e fora de casa. Enquanto faz de tudo para conquistar uma menina do colégio, bastante cobiçada, vê o casamento dos pais cair por terra, o que afeta inclusive o irmão mais velho, Pedro (Fiuk). Nesse ínterim, o pai faz uma confissão que destrói as poucas forças que existem dentro do jovem. Contando com o apoio dos poucos amigos, Mano terá de lidar com essas e outras situações comuns da vida.

Um dos bons filmes nacionais de 2010, essa comédia dramática super próxima do público devido aos temas retratados tem como protagonista um jovem de 15 anos (interpretado por um ator-revelação convincente e descolado, Francisco Miguez) que, nessa fase crítica da adolescência, descobre as melhores coisas do mundo, pelo ponto de vista dele e dos amigos: a primeira transa, a primeira paixão e tocar violão. Nem só do prazer emocional vive o homem, e com as melhores coisas do mundo aparecem também as piores para Mano: a decepção amorosa, o divórcio dos pais e, em especial, a revelação do pai, que assume ser gay e estar morando com um ex-aluno. É a partir daí que Mano pira geral, quando passa a ser mal visto no colégio. Assim, o jovem terá de aprender as duras lições da vida, e com maturidade enfrentar os desafios que o mundo propõe. Mano, Mano, as barreiras assumem papel fundamental na formação do indivíduo como ser social.
O tema aparenta ser forte, mas o lado dramático da história anda lado-a-lado com a comédia, o que suaviza o sufoco que o roteiro supõe.
Ah, e não é o filme do Fiuk como andaram falando por aí. É o filme do Miguez! Fiuk está bem, tem aparição marcante, mas é papel secundário. Quem rouba a atenção e brilha em cada momento é Miguez, um achado no cinema! Mano transmite sinceridade, sentimentos humanos, nos faz rir e ficar emocionados. Que talento nato! Grande revelação do ano, e tomara que o jovem ator seja aproveitado na carreira que se inicia.
Conta ainda com as participações de Denise Fraga (como a mãe amargurada), Zé Carlos Machado (o pai), Caio Blat (o professor que chacoalha o coração das alunas) e Paulo Vilhena (o professor de violão).
Não deixem de ver esse novo trabalho de Laís Bodanzky, cineasta importante nos dias de hoje, em seu melhor filme. Por Felipe Brida

Título original: As melhores coisas do mundo
País/Ano: Brasil, 2010
Elenco: Francisco Miguez, Fiuk, Denise Fraga, Zé Carlos Machado, Gabriela Rocha, Caio Blat, Paulo Vilhena
Direção: Laís Bodanzky
Gênero: Drama/ Comédia
Duração: 100 min
Distribuição: Warner Bros

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Como treinar o seu dragão

Na ilha de Berk, o pequeno Hiccup se inscreve em um programa de treinamento para lutar contra dragões, prática comum dos habitantes do local. Torna-se amigo de um dragão filhote e adota-o como bicho de estimação. Enquanto tenta demonstrar ao seu povoado que os dragões não são perigosos como aparentam, uma nova batalha está prestes a ser travada na ilha entre os seres humanos e as criaturas.

Nova animação da Dreamworks e uma das melhores do ano. Por semanas liderou bilheteria nas salas de cinema tanto nos EUA quanto no Brasil, atingindo público recorde na estréia. E ainda saiu em duas versões: a comum e a em 3D.
Muito bem produzido, com efeitos visuais deslumbrantes, “Como treinar o seu dragão” tem dose certa pra agradar crianças e adultos: é divertido, ágil, com diálogos inteligentes e muitas referências sobre filmes e games.
Em um mundo dominado por vikings e dragões, um garotinho sábio se dá bem ao descobrir que aquelas enormes criaturas temidas pelos humanos não passam de animais adoráveis se cuidados com carinho. Os monstrinhos substituem a figura do cão, o fiel amigo do homem, nessa fábula bonita e rica de ensinamentos. É clara a mensagem sobre proteção aos animais, por isso não percam essa agradável produção. Pelos meus cálculos, tem chance ainda de ser indicado ao Oscar de animação em 2011! Por Felipe Brida

Título original: How to train your dragon
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Vozes de Jay Baruchel, Gerard Butler, Craig Ferguson, America Ferrera
Direção: Dean DeBlois/ Chris Sanders
Gênero: Animação
Duração: 98 min
Distribuição: Paramount Pictures

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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Educação

Num bairro suburbano de Londres, no início da década de 60, a jovem Jenny Carey (Carey Mulligan), de 16 anos, enfrenta uma série de dilemas. Um deles é suportar a família de ideais superconservadores. Como toda garota, alimenta seus sonhos de menina e não vê a hora de atingir a maioridade. Desafiando pai e mãe, conhece um homem bem mais velho, o charmoso e enigmático David (Peter Sarsgaard). Aceita namorar com ele e, diante do novo amor, tem a chance de conhecer um mundo diferente; juntos passam a desfrutar do glamour da noite londrina e da boa vida. É quando Jenny encontra seu maior dilema: conquistar a tão sonhada liberdade ou voltar para casa a fim de respeitar as pretensões dos pais.

Ambientado na Londres dos anos 60, em uma época de grandes agitações culturais no campo das artes e da política mundiais, “Educação” é um drama bonitinho, bem feitinho e nada mais. O elenco é encabeçado pela ótima Carey Mulligan (indicada ao Oscar de melhor atriz esse ano pelo filme), que interpreta uma jovem sonhadora e super atraente, sufocada pelos ensinamentos tediosos dos pais de mente fechada, que querem que ela estude em Oxford, batendo de frente com os anseios da menina. Nessa fase de descobertas, Jenny se apaixona por um homem maduro, já na casa dos trinta anos, David (Peter Sarsgaard, sempre em composições interessantes, mas com o habitual olhar de catalepsia). É com ele que a jovem encontra o seu eixo, passa a frequentar galerias de arte, participar de festas glamorosas, a amar de verdade. Porém a menina está crescendo e tem dentro dela um turbilhão de indecisões no tocante à vida e à fruição.
Histórias com fundo psicológico desse naipe podem ser encontradas aos montes no cinema atual. A diferença aqui é uma produção fina, com narrativa lenta, de origem inglesa, com quê de arte, muitos diálogos, ou seja, fora dos padrões comerciais. É charmoso, mas não excepcional, e não deve ser encarado como sinônimo de “o melhor do ano”, como o Oscar listou – a de atriz até que é correta, porém são absurdas as indicações nas categorias melhor filme e outra de roteiro adaptado! Não, não...
Teve pouca repercussão no Brasil e, acredito, será pouco visto. Vale lembrar: “Educação” é mais indicado ao público feminino, que terá maior facilidade em se identificar com a personagem Jenny. Por Felipe Brida

Título original: An education
País/Ano: Inglaterra, 2009
Elenco: Carey Mulligan, Peter Sarsgaard, Olivia Williams, Alfred Molina, Cara Seymour, Dominic Cooper, Rosamund Pike, Emma Thompson, Sally Hawkins
Direção: Lone Scherfig
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Distribuição: Sony Pictures

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

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Anjo maldito

Em um hospital norte-americano, a paciente Caroline Kuntz (J.J. Neward) acorda depois de semanas internada entre a vida e a morte. Num ataque de fúria, mata várias pessoas do local e foge. Pela cidade espalha uma onda de terror. É quando o policial Carruthers (Ving Rhames) assume a investigação a fim de conter os crimes.

Transposição para o cinema do velho mito de Lilith, numa produção B de mau gosto, abaixo da média, com direito a muito sangue e violência gratuita.
A própria história de Lilith fica apagada, aparecendo apenas em uma citação medíocre (segundo sabedorias hebraicas inscritas na Cabala, e não aceitas pela Igreja Católica, Lilith foi a primeira mulher de Adão, antes mesmo de Eva, e que se transformou em cobra, espalhando o terror no Éden).
Começa com certo ar de policial, daí vira uma fita de terror sobre possessões demoníacas. Longo e arrastado (tem duas horas de duração), traz um elenco pobre – de uns anos para cá Ving Rhames vem aparecendo em cada produção de dar dó, enquanto a atriz J.J. Neward, que interpreta a sedutora vilã Caroline, possuída pelo demônio, é fraca e sem chances.
Inexpressivo, saiu direto em home vídeo. Passe longe. Por Felipe Brida

Título original: Evil angel
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Ving Rhames, J.J. Neward, Ava Gaudet, Richard Dutcher
Direção: Richard Dutcher
Gênero: Terror
Duração: 123 min
Distribuição: Paramount Pictures

terça-feira, 19 de outubro de 2010

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Pânico na neve

Três jovens ficam presos em um teleférico na pista de ski. Esquecidos no alto de uma montanha congelada, o trio de esquiadores luta para sobreviver em meio à neve e a uma alcatéia de lobos ferozes.

Rodado em apenas uma locação (a montanha coberta pela neve), num ambiente de causar arrepios, “Pânico na neve” é um bom exemplar de suspense psicológico, com inclinações ao gênero horror. E muito dramático também, já que acompanha uma noite interminável, de medo e angústia, na vida de três amigos esquiadores. Presos em uma cabine no teleférico, distante do chão, e quase congelados pela nevasca, eles precisam unir forças para fugir do lugar. Só que, para descer, terão de enfrentar dois inimigos cruéis: o frio cortante e um grupo de lobos famintos.
Bastante tenso, tem cenas fortes (censuradas em outros países) em relação à fúria dos animais e outras muito aflitivas, como a do rosto de um dos personagens sendo “queimado” pelo gelo.
Lembra outra fita independente, o monótono “Mar aberto” (2003), sobre um casal de mergulhadores perdido no mar, espreitado por tubarões.
“Pânico na neve” é um filme regular, que causou auê em festivais de cinema de horror nos Estados Unidos e chegou no Brasil diretamente em DVD, sem muitos comentários. Uma atenção apenas: exige do público um estômago vitaminado. Por Felipe Brida

Título original: Frozen
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Emma Bell, Shawn Ashmore, Kevin Zegers, Ed Ackerman
Direção: Adam Green
Gênero: Suspense/Drama
Duração: 93 min
Distribuição: PlayArte

domingo, 17 de outubro de 2010

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Distúrbios do prazer

Pela internet, a dona de casa Nancy (Maria Bello) marca um encontro amoroso com um matador de aluguel, Louis (Jason Patrick). Ela foge com o desconhecido, deixando apenas uma carta de despedida ao marido, Albert (Rufus Sewell); indignado, sai em busca da esposa. No entanto, a cada dia Nancy se afunda na depressão e na loucura.

Inspirado em fatos reais, “Distúrbios do prazer” é um filme menor, independente, produzido em 2008 cujo maior mérito foi o de concorrer ao Grande Prêmio do Júri no Festival de Sundance daquele ano. Com um elenco interessante composto por três artistas da nova geração (Maria Bello, Rufus Sewell e Jason Patrick), aborda um tema atual e perigoso, sobre encontros amorosos pela internet, colocando em primeiro plano uma personagem difícil, Nancy, uma ninfomaníaca suicida que está com depressão, tem tendência explosiva e fixação pela morte. Numa de suas navegações pelo mundo virtual, apaixona-se por um matador profissional e ambos iniciam um relacionamento conturbado, repleto de dor e culpa. A partir daí algumas reviravoltas acontecem até chegar a um desfecho nada convencional. Dá para perceber que a fita é de um amargor total e, por isso, não atinge o grande público.
É um filme estranho, super pra baixo, um pouco lento para os padrões, indicado apenas aos interessados pelo assunto, ou seja, para público muito específico. Por Felipe Brida

Título original: Downloading Nancy
País/Ano: EUA, 2008
Elenco: Maria Bello, Rufus Sewell, Jason Patrick, Amy Brenneman, Michael Nyqvist
Direção: Johan Renck
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Distribuição: Paramount Pictures

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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Zona Verde

Em 2003, as tropas norte-americanas ocupam Bagdá. Um dos grupos liderados pelo subtenente do Exército Roy Miller (Matt Damon) tem a árdua missão de localizar armas de destruição em massa, escondidas no deserto. Porém a rotina desses homens é virada de ponta-cabeça quando descobrem um plano ameaçador envolvendo as tropas do Iraque.

Nova parceria entre o diretor Paul Greengrass e o ator Matt Damon, que fizeram juntos os dois últimos filmes da trilogia Bourne – “A supremacia” e “O ultimato”, em mais um filme sobre a Guerra do Iraque, tema já batido pelo cinema de uns anos para cá. Só tem como diferencial o estilo de filmagem própria desse bom cineasta contemporâneo. Com a câmera na mão, sem uso de gruas ou parafernália de equipamentos, Greengrass capta imagens com trepidações e ainda altera a velocidade da gravação, gerando assim uma sequência de imagens “rápidas”. É a única pitada extra de “Zona Verde”, porque do resto (a história em si) estamos carecas de ler nos jornais e acompanhar nas histórias de bastidores.
Rodado na Espanha e em Marrocos e com roteiro do oscarizado Brian Helgeland, o filme é uma adaptação do livro “Imperial Life in the Emerald City: Inside Iraq's Green Zone”, escrito pelo jornalista Rajiv Chandrasekaran. É cinema-denúncia, com pano de fundo real por trás. É também cinema de ação, com muito barulho de tiros e explosões, e um tema muito discutido na época, polêmico por sinal, que condenava diretamente as ações do presidente Bush quando da invasão no Iraque após a fragilidade do regime ditatorial de Saddam Hussein em 2003, que culminou inclusive com o enforcamento desse líder estadista três anos depois. Todos sabem do fracasso que foi a invasão dos Estados Unidos no Iraque, resultando em nada, apenas em tensão mundial, pois nenhuma arma de alta destruição foi encontrada. E isto o filme aborda com clareza. Resumindo: a maior parte do público já conhece tudo isto.
O título faz menção à tal “Zona Verde”, onde se transcorre as ações do filme, que é uma área diplomática e de segurança (a mais fortificada do país) onde estão as sedes do governo, do parlamento e das embaixadas.
Fracasso de bilheteria, rendendo somente um terço do orçamento total, que foi de U$ 100 milhões, não é uma fita ruim, apenas feita com atraso e sem trazer nenhuma notícia espetacularmente nova. Por Felipe Brida

Título original: Green Zone
País/Ano: EUA/Inglaterra/França/Espanha, 2010
Elenco: Matt Damon, Greg Kinnear, Jason Isaacs, Brendan Gleeson, Amy Ryan, Yigal Naor, Antoni Corone, Raad Rawi
Direção: Paul Greengrass
Gênero: Ação
Duração: 115 min
Distribuição: Universal Pictures
Site oficial: http://www.greenzonemovie.com/

domingo, 10 de outubro de 2010

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Homem de ferro 2

Ainda mais famoso no mundo dos negócios, o bilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.), empresário do ramo de armas, enfrenta o mais novo desafio de sua vida: deter o inventor russo Ivan Danko (Mickey Rourke), que planeja construir um exército de super-máquinas de combate.

Continuação inferior, mas que não deixa de ser empolgante, da franquia “Homem de ferro”, que procura repetir a dose do original. Deu certo nas telinhas e foi um megassucesso de público, liderando por semanas as bilheterias em todo o mundo.
Com menos ação e uma história melhor, essa segunda parte demora para começar, focando inicialmente o ego de Tony Stark diante da fama. Ele é um típico narcisista, que adora se exibir em carros luxuosos e ao lado de lindas mulheres. A postura arrogante dele só não afasta os telespectadores pela forma como Robert Downey Jr. pondera o personagem com certo grau de simpatia, humor e algumas atrapalhadas. O ator sempre está à vontade no papel, o que com certeza sustenta o filme.
Stark conta agora com novos super-heróis aliados, infelizmente pouco desenvolvidos na trama, como a Viúva Negra (papel pequeno de Scarlett Johansson, ruiva), para impedir o provável caos que venha a surgir pelas mãos do temível Ivan Danko, mecânico filho de um cientista que, num passado distante, foi colega do pai do Homem de Ferro. Quem interpreta o vilão, que aparece pouco, é Mickey Rourke, em uma composição interessante, com seu rosto deformado de verdade pelas plásticas e botox mal sucedidos, cavanhaque e cabelos compridos, e cicatrizes na face. É um personagem feio, em estilo freak, uma retomada de outro vilão das histórias em quadrinho, Dynamo. Pensando bem, só poderia ter sido encarnado por Rourke, já que seus traços esquisitos coincidem com o de Danko.
São poucas as sequências movimentadas – por isso os que esperavam Tony Stark em ação frenética não aprovaram muito o resultado. A primeira delas é uma das melhores da fita, com a grande aparição do vilão russo, que invade a pista de corridas e, segurando chicotes eletrificados, reparte carros no meio. O desfecho também apresenta uma luta infernal entre máquinas destruidoras e muitos tiros.
Longe de ser a decepção que parte dos fãs apontou, tem pouca ação, e em contrapartida um roteiro mais original. O filme diverte e entretém, ou seja, pode assistir sem medo.
Jon Favreau, que aparece aqui também como ator, dirigiu a primeira parte, e tem projetos legais no currículo, como o divertido “Um duende em Nova York” e o interessante “Zathura – Uma aventura espacial”. Por Felipe Brida

Título original: Iron man 2
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Mickey Rourke, Don Cheadle, Scarlett Johansson, Sam Rockwell, Jon Favreau, Samuel L. Jackson, Garry Shandling
Direção: Jon Favreau
Gênero: Aventura
Duração: 124 min
Distribuição: Paramount Pictures

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

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A Riviera não é aqui

Philippe Abrams (Kad Merad) administra uma agência de correios no sul da França, onde leva uma vida estável com a esposa e o filho. Quando a mulher demonstra sinais de depressão, solicita ao chefe transferência para a Riviera Francesa. O pedido é negado, e resta a Abrams aceitar a proposta de ir para Bergues, cidadezinha no Norte, no interior do país. Com as malas prontas, parte para o lugar desconhecido. Um estilo de vida nunca imaginado espera por ele...

Simpática comédia francesa, com momentos bem divertidos, que obteve sucesso na Europa e foi produzida há dois anos, chegando somente agora ao Brasil, direto em DVD. O filme, previsível e com narrativa muito simples, fala sobre sonhos desfeitos, em que o protagonista, ansioso para mudar de ares após a doença da esposa, tem de engolir Bergues, um pequeno lugarejo afastado do oba-oba das metrópoles, um local tipicamente interiorano. Brinca com sotaques do interior, nesse caso os “ch’tis”, criticando de maneira moderada o preconceito das cidades grandes em relação às pequenas, ou melhor, ao modo discriminatório como os cidadãos dos grandes centros enxergam os interioranos (os tais “caipiras”, pra ser mais exato). A questão maior: será que Abrams trocará o certo pelo improvável?
Um charme da fita são as bonitas locações do norte do país, rodada inclusive na verdadeira Bergues, situada na divisa com a Bélgica, que tem quatro mil habitantes e uma infinidade de construções medievais.
Assina a direção um ator de sucesso em seu país, Danny Bonn, que interpreta aqui o carteiro abobalhado. Confira. Por Felipe Brida

Título original: Bienvenue chez les Ch’tis/ Welcome to the Sticks
País/Ano: França, 2008
Elenco: Kad Merad, Danny Boon, Zoé Félix, Anne Marivin
Direção: Danny Boon
Gênero: Comédia
Duração: 106 min
Distribuição: Imagem Filmes

terça-feira, 5 de outubro de 2010

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Cadê os Morgan?

O casal Paul Morgan (Hugh Grant) e Meryl (Sarah Jessica Parker) está em processo de separação. Em Nova York, os dois levam uma vida bem-sucedida no mundo dos negócios. Certa noite saem para jantar como amigos e acabam testemunhando um assassinato. Com medo de represálias, os dois entram para um programa do governo voltado a proteção a testemunhas. Para tanto, mudam de nome e vão morar em uma cidade do interior de Wyoming, na casa de um casal de caçadores. Será que realmente os Morgan estão fora de perigo?

Era de se prever o tremendo fracasso dessa terrível comédia nas bilheterias norte-americanas – não rendeu nem metade do investimento total, que custou cerca de U$ 58 milhões. Muito mal contada, essa é das histórias mais sem graça que encontrei recentemente no cinema. Difícil rir das piadas que se concentram no dia-a-dia atrapalhado de duas pessoas finas que, para se protegerem de bandidos, escondem-se no meio do nada, em um pequeno lugarejo interiorano, onde encontram resistência em se adaptar. Na natureza selvagem, o casal terá de conviver em harmonia bucólica, ao lado de ursos, galinhas e muito mato.
Não precisa ser gênio para saber que os assassinos voltarão a atazaná-los e novas situações se desenrolarão.
Apesar de a capinha informar que o filme é do gênero comédia romântica, não existe comédia nem romance, já que tudo é forçado, e o resultado é um desperdício só de tão banal.
E não é tarefa fácil agüentar dois artistas chatos como protagonista (Hugh Grant, cheio de caretas, falando asneiras e piadinhas toscas, e Sarah Jessica Parker, que por este papel foi indicada ao Framboesa de Ouro – prêmio dado aos piores do ano!).
Um dos bons filmes ruins do ano, que demonstra a falta de cuidado de um diretor que até se deu bem em 2007, quando rodou o agradável “Letra e música”, com High Grant novamente fazendo par romântico com Drew Barrymore. Aconselho nem tentar. Por Felipe Brida

Título original: Did you hear about the Morgans?
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Hugh Grant, Sarah Jessica Parker, Sam Elliott, Mary Steenburgen, Dana Ivey, Wilford Brimley, Natalia Klimas
Direção: Marc Lawrence
Gênero: Comédia
Duração: 103 min
Distribuição: Sony Pictures

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

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Direito de amar

Na década de 60, o professor de inglês George Falconer (Colin Firth) repentinamente vê-se em um beco sem saída após a trágica morte de seu amante de longa data em um acidente. Dilacerado, entra em depressão e tenta o suicídio. Recorrendo a lembranças, começa a questionar os valores de sua vida.

Estréia do estilista Tom Ford na direção, em um projeto digno e muito pessoal. Ele, como diretor, investiu dinheiro para rodar o filme, algo raro no cinema hoje. Adaptou a história do livro homônimo do inglês Christopher Isherwood (“A single man”, na tradução literal, “Um homem solteiro”) para fazer esse drama sensível sobre perda e dor, que arrecadou bons elogios da crítica e também do público.
O personagem central é um professor da Califórnia, interpretado por Colin Firth (em um papel humano, que lhe rendeu indicação ao Oscar de ator esse ano), que, ao ser informado da morte do namorado, em um acidente de carro na neve, desiste de viver. Dominado por uma tristeza profunda, ele não consegue lidar com a dor que diariamente, e de forma voraz, consome suas entranhas.
O filme se passa em 1962 e acompanha um dia na vida desse homem solitário de meia idade, que, devastado, recorre ao passado para a tentativa de um recomeço. Nessas 24 horas ele flerta com um aluno, conhece um garoto de programa atencioso e aproxima-se de uma amiga inglesa que pode auxiliá-lo com conselhos (Julianne Moore, cujo papel, curto, mas marcante, deu a ela indicação ao Globo de Ouro). Mas tudo é em vão, já que para Falconer nada substitui a presença física do amante com quem morou junto por 16 anos.
Propositalmente envelhecido, Colin Firth é brilhante. Contém-se a falar pouco, faz da expressão facial saltar a emoção pretendida. Um papel humano, muito digno, um trabalho excepcional desse ator inglês que se supera a cada novo projeto.
Rodado em apenas 20 dias, é um tanto quanto pesado pela forma como faz o público se aproximar do personagem, fazendo-o sentir o drama pessoal do professor. O final é triste, pra baixo, mas não tira a delicadeza e a coerência desse bom filme, lançado no Brasil com um horrível título em português, de novela da Globo. Assista, porém preparado! Por Felipe Brida

Título original: A single man
País/Ano: EUA, 2009
Elenco: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode
Direção: Tom Ford
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Distribuição: Paris Filmes

sábado, 2 de outubro de 2010

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Caçador de recompensas

O ex-policial Milo Boyd (Gerard Butler) trabalha hoje como um caçador de recompensas. Designado para uma missão aparentemente simples – a de capturar sua ex-mulher, a jornalista Nicole (Jennifer Aniston), encontrará pela frente uma série de perigos quando percebe que ambos estão na mira de assassinos.

Um casal improvável, sem química, dentro de uma história sem um pingo de graça. Morre, dessa forma, essa fitinha de comédia romântica, que não deu muito certo.
Gerard Butler é um ator sem panca para fitas assim. Ele interpreta o descolado caçador de recompensas do título, disposto a ir até o fim do mundo para caçar a ex-mulher, uma jornalista (Jennifer Aniston, cativante, no entanto sempre com os mesmos papéis ao estilo de “Friends”). Esta está sendo perseguida por criminosos após denunciar um assassinato durante uma reportagem. A trama acaba aí: gira em torno apenas desse casal que tem de se unir para fugir dos malfeitores que querem eliminá-los.
O problema é que o filme não tem humor, nunca sai do lugar, nunca engrena. Fica só ali nas peripécias do casal em fuga. Deus me livre!
Confirma-se que comédia romântica não é a praia do diretor Andy Tennant, que rodou uma bobeira lascada antes, “Um amor de tesouro” (2008), além do fraco “Hitch – Conselheiro amoroso” (2005). Melhor mesmo seus projetos da década passada, como “Para sempre Cinderella” e “Anna e o rei”. Não perca seu precioso tempo com esse “Caçador de recompensas”. Por Felipe Brida

Título original: The bounty hunter
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Jennifer Aniston, Gerard Butler, Gio Perez, Christine Baranski, Adam Rose, Joel Garland
Direção: Andy Tennant
Gênero: Comédia romântica
Duração: 110 min
Distribuição: Sony Pictures