Dois bons títulos da A2 Filmes em DVD! "Um dia perfeito" (2015) e "Belos sonhos" (2016)
Um dia perfeito
Um
grupo de voluntários da Assistência Sem Fronteiras trabalha dia e noite em prol
de uma comunidade remota nos Balcãs, em 1995. Certo dia, Mambrú (Benicio Del
Toro), B (Tim Robbins), Sophie (Mélanie Thierry) e Damir (Fedja Stukan) saem desesperadamente
em busca de uma corda para retirar um homem morto de dentro de um poço que
abastece água para a população. Eles têm apenas 12 horas antes que a água fique
contaminada. Só que a missão não será nada fácil, em uma região dominada pela
guerra, por forças militares e ainda por grupos que têm outros interesses em vista.
Aplaudido
no Festival de Cannes, onde foi apenas exibido, “Um dia perfeito” é um ótimo
filme escrito e dirigido pelo espanhol Fernando León de Aranoa, de “Segunda-feira
ao sol” (2002) e do recente “Escobar: A traição” (2017), que saiu em DVD pela
Focus. Bem inusitado, misturando aventura, drama e comédia, tem um ponto de
partida semelhante a fitas iranianas (de uma história só, mas que assume reviravoltas
engenhosas), cheio de diálogos afiados e um elenco de alta qualidade, composto
por nomes de várias nacionalidades, a destacar as atuações de Benicio Del Toro,
Tim Robbins (engraçadíssimo), e da dupla feminina, Mélanie Thierry e Olga
Kurylenko (que aparece mais para a metade). Eles compõem um grupo da
Assistência Sem Fronteiras, que atuam numa região de risco nos Balcãs. Acolhem
um garoto perdida na zona de guerra e seguem uma jornada interminável para
encontrar a tal corda (um objeto aparentemente simples, mas que vai dar uma dor
de cabeça danada a eles). A cada passo dado, o grupo se vê envolvido num
complicado jogo político.
Assisti
pela primeira vez em 2015, creditei como uma das fitas mais originais daquele
ano, e revi semana passada, tendo a mesma sensação. É incrível e vale cada momento!
Destaque também para a trilha sonora de rock, que vai de Ramones a Marilyn
Manson! Nota 10.
Um dia perfeito (A perfect day). Espanha, 2016, 105
minutos. Comédia/Drama. Colorido. Dirigido por Fernando León de Aranoa.
Distribuição: Focus Filmes
Belos sonhos
A
vida de Massimo, dos nove aos 40 anos. Quando garoto, teve uma infância abalada
pela morte repentina da mãe, e mesmo diante da situação tentava ter belos
sonhos. Na década de 90, já adulto, torna-se jornalista, época em que vai
cobrir a Guerra de Sarajevo. Retorna de lá com ataques de pânico, sempre revivendo
um passado de traumas.
Trabalho
autoral mais recente do cineasta italiano Marco Bellocchio (1939-), que abriu a
40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2016. O diretor e
roteirista foi o grande homenageado da edição, que teve uma retrospectiva com
seus principais filmes, dentre eles sua obra-prima, “De punhos cerrados”
(1965). Naquele ano assisti ao filme na noite de abertura e em seguida entrevistei
Bellocchio, um homem calmo, inteligente e carismático.
“Belos
sonhos” é baseado no romance de Massimo Gramellini e inspirado em fatos verídicos.
Um filme simples na forma, que carrega uma história singela em torno do olhar
da criança sobre a perda, fazendo um paralelo com a vida adulta do mesmo personagem,
um jornalista cheio de conflitos internos por causa do passado. Como de
costume, Bellocchio faz um novelão, tristonho, com toques biográficos e uma
infinidade de situações cotidianas. Por isto é bem longo, tem 131 minutos.
Indicado
a prêmios menores, como o David di Donatello, tem uma fotografia de época bem
escura, um ritmo lento e participação da atriz argentina indicada ao Oscar
Bérénice Bejo. Interessou? Eu gostei e indico àqueles que apreciam cinema de
arte europeu.
Belos sonhos (Fai bei sogni). Itália/França, 2016,
131 min. Drama. Colorido. Dirigido por Marco Bellocchio. Distribuição: Mares
Filmes
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