"A Computação Leste dos anos de guerra, uma seção com tantos funcionários que as mulheres foram forçadas a se instalar em corredores e saletas ou qualquer lugar que as acomodasse, tinha se tornado vítima do próprio sucesso. As Computadoras Leste veteranas saíam para trabalhos integrais nos túneis e nenhuma garota nova era contratada para substituí-las. O grupo principal, que havia se estabelecido no escritório do Túnel de Pressão de Dezenove Pés no lado leste, minguava. As garotas passaram a responder diretamente aos engenheiros ou às supervisoras de computadoras ligadas aos engenheiros".
Trecho do livro "Estrelas além do tempo", da escritora Margot Lee Shetterly, publicado em 2016 e que no mesmo ano ganhou a versão para cinema, de mesmo título, indicada a três prêmios no Oscar. No Brasil ganhou tradução pela editora Harper Collins (2017, tradução de Balão Editorial, 344 páginas). Biográfico, o livro é uma "história real que não foi contada", sobre três mulheres negras expert em Matemática que foram trabalhar na Nasa em plena Corrida Espacial, no final da década de 50. Conhecidas por "Computadores Humanos", sofreram todo tipo de desprezo e preconceito num ambiente dominado por homens brancos. Numa luta incansável, o trio de matemáticas conseguiu dar visibilidade à mulher negra (e aos negros em geral) - e inclusive estiveram diretamente envolvidas na chegada do homem à Lua, fato apagado dos registros históricos.
Um livro que ganhou um filme à altura, ambos de mensagem importantíssima para os dias atuais, que reflete com precisão o racismo e reafirma o papel e a luta da mulher na sociedade.
Recomendo! Obrigado, Harper Collins, pelo envio do livro.
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