segunda-feira, 22 de abril de 2019

Nota do Blogueiro


"Enquanto meu pai acelerava nas curvas da estrada, por um instante me imaginei abrindo a porta e caindo da caminhonete como havia visto caubóis fazerem. Mas para onde eu iria? Onde encontraria uma nova personalidade? Eu havia percorrido muitas daquelas trilhas nas tardes livres do ensino médio; algumas davam em penhascos de granito branco, outras seguiam até a represa de um lago artificial, mas todas retornavam ao centro da cidade em floreios labirínticos que sempre me deixavam sem fôlego".

Trecho de "Boy erased - Uma verdade anulada", livro de memórias de Garrard Conley lançado em 2016 e que acaba de ganhar edição brasileira com capa dupla pela editora Intrínseca (2019, 320 páginas, tradução Carolina Selvatici). A história gira em torno da dura adolescência de Conley, que, por ser gay, foi internado pelos pais altamente religiosos em um centro de reorientação sexual. O objetivo das terapias em grupo era apagar o comportamento lascivo dos garotos, que deveriam sair de lá heterossexuais, ou como diziam na instituição, "ex-gays". Conley, por meses, testemunhou uma série de fatos bizarros, além de torturas psicológicas agressivas e físicas cometidas pelos funcionários da instituição mantida pela Igreja Batista.
O polêmico livro sobre intolerância e preconceito e que discute de forma impactante a relação "religião x sexualidade" virou best seller nos Estados Unidos. Ganhou também uma ótima adaptação para cinema, de mesmo título, protagonizada por Lucas Hedges, com Nicole Kidman, Russell Crowe e Joel Edgerton no elenco.
Já nas livrarias. Obrigado, equipe da Intrínseca e da Universal Pictures, pelo envio do livro.




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