sábado, 16 de fevereiro de 2008

Resenhas & Críticas

Um Crime de Mestre

O engenheiro Ted Crawford (Anthony Hopkins) descobre que a esposa, Jennifer (Embeth Davidtz), o está traindo com um policial. No dia em que consegue provas sobre o adultério, desfere um tiro contra a mulher, deixando-a gravemente ferida. Crawford confessa o crime, é preso e levado a julgamento. Só que o engenheiro contorna o discurso, declara-se inocente e terá de enfrentar um advogado de acusação recém-formado, Willy Beachum (Ryan Gosling), que fará de tudo para colocar o criminoso atrás das grades.
Mais uma vez o diretor texano Gregory Hoblit trabalha em um suspense de tribunal levado às últimas conseqüências. Seu primeiro grande sucesso, “As Duas Faces de um Crime” (1996), trazia o jovem ator Edward Norton em uma trama complexa e intrigante. Em “Um Crime de Mestre”, a mesma dose é retomada. Dois personagens fortes se confrontam em um duelo titânico. De um lado, um velho com uma mente diabólica, interpretado pelo veterano Anthony Hopkins; do outro, um advogado inexperiente, porém firme e consciente, feito pelo carismático Ryan Gosling.
Logo de início ficamos surpresos ao ver o engenheiro atirar contra o rosto da mulher, à queima-roupa. Ou seja, não existem pistas para descobrir quem é o criminoso, pois ele está lá. O “homem mau” já é apresentado em menos de 15 minutos de filme. Mas não pense que a trama termina aí. A tensão cresce a cada encontro e desencontro da história, que oscila entre o suspense e o autêntico thriller. E no final, um elemento-surpresa que pode mudar as perspectivas e os rumos dos personagens.
Um bom suspense, com uma trama inteligente e situações imprevisíveis. Os atores estão bem. Hopkins, com olhar avoado e pensamentos cruéis, além do jeitão dissimulado, prende a atenção do público. E Gosling (indicado ao Oscar de melhor ator por Half Nelson, no ano passado), ator promissor e ainda pouco conhecido do público, não faz feio. Vale a pena. Uma boa pedida para o final de semana.
Só atenção para um problema de divulgação do filme. A “tagline” (frase chamativa que costuma estar impressa na capa dos filmes) é equivocada. Reparem que no DVD lançado no Brasil os dizeres são “Matei minha esposa. Agora prove”. Além de cafona demais, existem por trás dois erros. O original, em inglês, fica assim: “I shot my wife. Now prove it” (Atirei na minha esposa. Agora prove). Só que a tal mulher não morre. Estranho, não? Esses tradutores precisam voltar às aulas de inglês. E por que não bolar textos mais criativos? Vai entender... (Por Felipe Brida)
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Título original: Fracture
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Anthony Hopkins, Ryan Gosling, Billy Burke, Embeth Davidtz, David Strathairn, Rosamund Pike, Cliff Curtis, Fiona Shaw, Xander Berkeley, Bob Gunton.
Direção: Gregory Hoblit
Gênero: Suspense
Duração: 113 min.

Um comentário:

Elaine disse...

Eu gostei muito desse filme, achei muito bem feito, porém com uma falha...Sir. Hopkins interpreta um personagem inteligente e perspicaz, que sabe do comeco até o final do processo , para sua defesa, argumentar sem a presenca de um advogado. Contudo como pode ele cometer a falha de nao saber que um processo pode ser julgado novamente, quando o pedido do processo é muda. No caso, o primeiro processo fora julgado que ele era inocente na tentativa de homicidio, por falta de provas. Nao havendo revisao, pois o mesmo nao tinha advogado. No entanto, o que ele faz, ele concente que sejam desligados os aparelhos que manteem sua mulher viva e ela vem a morrer. O pedido do processo muda de tentativa para homicidio...e isso é uma das primeiras coisas que o estudante de Direito aprende..Como é que um cara tao inteligente pudesse cair numa armadilha deste teor? Em todo o caso, o filme me agradou...e muito.
Quanto a sua critica em outros filmes, estou de pleno acordo...fantastico...voce tem uma visao perspicaz daquilo que é bom e daquilo que a gente pode jogar no lixo....