segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

ARTIGO

Um Tempo para a Sensibilidade (*)

"O Som do Coração" (August Rush) é um filme sensível, suave e ao mesmo tempo tomado de uma gama de força, emoção e ensinamentos nas entrelinhas, ou melhor, nas entre-notas musicais. Alguns "menos sensíveis" poderão classificá-lo de "açucarado, meloso". Prefiro ficar com a classificação de "suave". As telonas têm estado saturadas de sangue e violência; este filme dá "um tempo" nesse seguimento de fúria. Cada momento do filme é coberto de sensibilidade e ternura que nos é passado pelas cenas, diálogos, fotografias, e principalmente, pela interpretação do pequeno Freddie Highmore como August Rush, um gênio de musicalidade. Sua interpretação nos leva às lágrimas e ao mesmo tempo à reflexão sobre perseverança, desejos, sonhos e fé.
Vale muito assisti-lo, no mínimo, duas vezes. O filme só teve um grande erro, ao meu ver: o final não seguiu a suavidade do filme, termina de forma muito brusca. Uma pena que o diretor pecou no encerramento, poderia ser suave como o seguimento do filme. Mesmo assim vale ver. Uma dica aos "sensíveis de coração" e cansados de tanta violência nas telonas e vida real.

Sinopse: Louis Connelly (Jonathan Rhys Meyers), guitarrista irlandês, e Lyla Novacek (Keri Russell), jovem violoncelista, se conhecem em uma noite mágica em Nova York. Separados pelo destino desse encontro, nasce August Rush (Freddie Highmore), que vai parar no orfanato. O pequeno garoto decide sair em uma jornada musical em busca de seus pais. No caminho, ele recebe a ajuda de um estranho misterioso (Robin Williams). Dirigido por Kirsten Sheridan. Drama, 100 min.

(*) Morgana Deccache, 44 anos, é jornalista, professora universitária no campo de Comunicação e palestrante com formação nas áreas de liderança e teatro amador de pantomima. É também locutora e professora de cursos profissionalizantes. Escritora nas horas vagas. Natural do Rio de Janeiro, atualmente reside em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

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