Caixa Dois
O banqueiro milionário Luiz Fernando (Fúlvio Stefanini) recebe R$ 50 milhões na transação de precatórios. Só que o doleiro responsável pela liberação do cheque sofre um derrame cerebral e está em coma. Disposto a tudo para ganhar a dinheiro, o banqueiro usa sua secretária, Ângela (Giovana Antonelli) como “laranja” para a fraude. Mas o braço direito de Luiz Fernando, Romeiro (Cássio Gabus Mendes), comete um erro e faz com que os R$ 50 milhões vá parar na conta de Angelina (Zezé Polessa), mulher trabalhadora e honesta e que, por coincidência, é a futura sogra de Ângela. A confusão está armada.
O mais novo filme do notório diretor Bruno Barreto é baseado na peça Caixa Dois, de Juca de Oliveira, lançada em 1997 e que ficou seis anos em cartaz. O foco, seja na peça teatral ou no filme, é abordar, de maneira cômica, temas próximos dos brasileiros, como corrupção, fraudes envolvendo quantias monstruosas de dinheiro e ganância do povo, seja o rico ou o pobre. Parecia um projeto interessante para ser levado à tela. O resultado, infelizmente, foi uma tremenda furada.
A baixa do filme gira em torno do elenco. Cássio Gabus Mendes não se contém e interpreta um personagem insuportável, altamente abobalhado e cheio de caretas. Romeiro, que é o tal personagem, só abre a boca para falar asneiras e nunca se dá bem. O ator Thiago Fragoso faz o papel do namorado de Antonelli (casal sem química e tampouco interessante), sempre bonzinho, alegre. Ele, que tem uma participação importante no enredo, não convence. O comediante Daniel Dantas, responsável por interpretar o marido demitido por Luiz Fernando e marido de Angelina, que acabou de ganhar, por engano, o dinheirão, fica perdido. Oscila entre a gritaria e a paciência. Também deixa a desejar. E Giovana Antonelli está mais uma vez especialmente mal. Lembra de Avassaladoras e Bossa Nova? É a mesma mulher, sem tirar nem por. Inexpressiva e que não segura de jeito nenhum o papel. Já Fúlvio, com aquele jeito bonachão, e Zezé, como a dona-de-casa esforçada, trabalham bem, para compensar os colegas de cena.
Além das participações defeituosas, o filme conclui de forma aterradora. Custei a acreditar que a comédia terminava daquele jeito, banal. Mesmo um pouco antes da conclusão havia o que podemos chamar de “pré-conclusão”, que soava mais agradável. Mas relutaram em transpor o arranjo mais inescrupuloso possível.
Um filme com narrativa teatral, bem curto (81 minutos), preocupado em questionar a honestidade dos envolvidos na trama. No entanto, conduzido por um elenco caricato. Lances legais, como o cheque manchado de ovo, não contornam o resultado.
Sempre tive admiração por Bruno Barreto, “dono” de um dos maiores clássicos do cinema nacional, Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976). Dirigiu obras importantes, como Um Beijo no Asfalto (1981), Gabriela, Cravo e Canela (1983) e O que é Isso, Companheiro? (1997). Diverti-me bastante com Romance da Empregada (1987) e O Casamento de Romeu e Julieta (2005). Mas aqui errou feio e levou, para o currículo, uma obra infeliz. (Por Felipe Brida)
Título original: Caixa Dois
País/Ano: Brasil, 2007
Elenco: Giovana Antonelli, Fúlvio Stefanini, Daniel Dantas, Thiago Fragoso, Zezé Polessa, Cássio Gabus Mendes, Marina de Sabrit, Robson Nunces.
Direção: Bruno Barreto
Gênero: Comédia
Duração: 81 min.
O banqueiro milionário Luiz Fernando (Fúlvio Stefanini) recebe R$ 50 milhões na transação de precatórios. Só que o doleiro responsável pela liberação do cheque sofre um derrame cerebral e está em coma. Disposto a tudo para ganhar a dinheiro, o banqueiro usa sua secretária, Ângela (Giovana Antonelli) como “laranja” para a fraude. Mas o braço direito de Luiz Fernando, Romeiro (Cássio Gabus Mendes), comete um erro e faz com que os R$ 50 milhões vá parar na conta de Angelina (Zezé Polessa), mulher trabalhadora e honesta e que, por coincidência, é a futura sogra de Ângela. A confusão está armada.
O mais novo filme do notório diretor Bruno Barreto é baseado na peça Caixa Dois, de Juca de Oliveira, lançada em 1997 e que ficou seis anos em cartaz. O foco, seja na peça teatral ou no filme, é abordar, de maneira cômica, temas próximos dos brasileiros, como corrupção, fraudes envolvendo quantias monstruosas de dinheiro e ganância do povo, seja o rico ou o pobre. Parecia um projeto interessante para ser levado à tela. O resultado, infelizmente, foi uma tremenda furada.
A baixa do filme gira em torno do elenco. Cássio Gabus Mendes não se contém e interpreta um personagem insuportável, altamente abobalhado e cheio de caretas. Romeiro, que é o tal personagem, só abre a boca para falar asneiras e nunca se dá bem. O ator Thiago Fragoso faz o papel do namorado de Antonelli (casal sem química e tampouco interessante), sempre bonzinho, alegre. Ele, que tem uma participação importante no enredo, não convence. O comediante Daniel Dantas, responsável por interpretar o marido demitido por Luiz Fernando e marido de Angelina, que acabou de ganhar, por engano, o dinheirão, fica perdido. Oscila entre a gritaria e a paciência. Também deixa a desejar. E Giovana Antonelli está mais uma vez especialmente mal. Lembra de Avassaladoras e Bossa Nova? É a mesma mulher, sem tirar nem por. Inexpressiva e que não segura de jeito nenhum o papel. Já Fúlvio, com aquele jeito bonachão, e Zezé, como a dona-de-casa esforçada, trabalham bem, para compensar os colegas de cena.
Além das participações defeituosas, o filme conclui de forma aterradora. Custei a acreditar que a comédia terminava daquele jeito, banal. Mesmo um pouco antes da conclusão havia o que podemos chamar de “pré-conclusão”, que soava mais agradável. Mas relutaram em transpor o arranjo mais inescrupuloso possível.
Um filme com narrativa teatral, bem curto (81 minutos), preocupado em questionar a honestidade dos envolvidos na trama. No entanto, conduzido por um elenco caricato. Lances legais, como o cheque manchado de ovo, não contornam o resultado.
Sempre tive admiração por Bruno Barreto, “dono” de um dos maiores clássicos do cinema nacional, Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976). Dirigiu obras importantes, como Um Beijo no Asfalto (1981), Gabriela, Cravo e Canela (1983) e O que é Isso, Companheiro? (1997). Diverti-me bastante com Romance da Empregada (1987) e O Casamento de Romeu e Julieta (2005). Mas aqui errou feio e levou, para o currículo, uma obra infeliz. (Por Felipe Brida)
Título original: Caixa Dois
País/Ano: Brasil, 2007
Elenco: Giovana Antonelli, Fúlvio Stefanini, Daniel Dantas, Thiago Fragoso, Zezé Polessa, Cássio Gabus Mendes, Marina de Sabrit, Robson Nunces.
Direção: Bruno Barreto
Gênero: Comédia
Duração: 81 min.
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