sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Dica de filmes - Nos cinemas e no streaming

 
 
Animais perigosos
 
Um serial killer ataca jovens no cais: ele aprisiona as vítimas em seu barco, leva-as até o meio do mar e lá faz um jogo insano de vida e morte com tubarões.
 
Nos cinemas brasileiros um bom filme de psicopata com cenas impactantes e uma trama de roer as unhas. Um rapaz fortão, que trabalha no cais levando para o alto-mar turistas que querem ver de perto tubarões, guarda um segredo – ele é um serial killer obcecado por tais animais marinhos (papel de Jai Courtney, de ‘Divergente’, que com este papel assustador entra na galeria dos assassinos insanos do cinema). Na verdade, quem sobre em seu barco não volta; as vítimas são aprisionadas num compartimento para servir a sua prática de sadismo – ele as filma com uma antiga câmera VHS, penduradas por cordas no mar enquanto os tubarões as comem. Uma garota aventureira (Hassie Harrison, da série ‘Yellowstone’), está na região para o surfe e se encontra com o psicopata – ele a sequestra na calada da noite e a coloca junto de outra jovem no compartimento de seu barco, à espera do melhor momento da filmagem... Tudo se passa em alto-mar, ou seja, um filme de um único ambiente, que provoca no público essa sensação de loucura e aprisionamento – as personagens femininas ficam trancafiadas num compartimento no andar debaixo do barco, sem comunicação, no meio do oceano. Há cenas violentas dos ataques dos tubarões, sustos e perseguição; a trama lembra um filme antigo de psicopata que gosto muito, ‘Terror a bordo’ (1989), com Nicole Kidman, que também se passa em um barco vagando no mar. Nos cinemas pela Diamond Films.
 
Animais perigosos (Dangerous animals). EUA/Canadá/Austrália, 2025, 98 minutos. Ação/Terror. Colorido. Dirigido por Sean Byrne. Distribuição: Diamond Films
 


 
Kill - O massacre no trem
 
Dois soldados encaram o maior desafio de suas vidas em uma viagem de trem a Nova Delhi: salvar os passageiros de um grupo de perigosos bandidos.
No cinema indiano contemporâneo há de tudo: dramas sentimentais, comédias românticas com números musicais, terror místico e fitas de ação ininterrupta, como é o caso deste longa de 2023 que passou nos cinemas no ano passado, com distribuição da Paris Filmes, e agora está no catálogo do Telecine, para assinantes. Teve até exibição em festivais, como Toronto, Tribeca e Sydney, e chegou a fazer barulho nas salas brasileiras – tem semelhança com ‘Trem bala’ (2022), movimentadíssima fita de ação com trem em movimento. Para quem gosta de filmaços de ação com perseguição e muita porradaria, este é um baita acerto. Em um trem, lotado de passageiros que viajam para a capital da Índia, Nova Délhi, dois jovens soldados lutam, sozinhos, contra uma horda de criminosos que não param de chegar. Eles lutam invadindo vagão por vagão, usam faca e armas improvisadas, e tentam salvar os inocentes ali presentes. Os criminosos estão ali por uma intenção, revelada lá na frente. Apesar de ser uma história só, na mesma batida, em um mesmo ambiente, que é o trem em viagem, ficamos atônitos na TV com essa trama mirabolante, violenta e cheia de truques. Os cortes ágeis e a edição fazem todo sentido para a proposta. Daqueles filmes que eletriza o público.
 
Kill – O massacre do trem (Kill). Índia, 2023, 105 minutos. Ação. Colorido. Dirigido por Nikhil Nagesh Bhat. Distribuição: Paris Filmes


Camponeses
 
Jagna Paczesiówna (Kamila Urzedowska), uma humilde camponesa, forja seu destino ao se casar com um fazendeiro rico, Antek Boryna (Robert Gulaczyk), abalando a tradição da família e do vilarejo onde reside.
 
A dupla de cineastas poloneses DK Welchman e Hugh Welchman, que revolucionou o mundo da animação com o impressionante ‘Com amor, Van Gogh’ (2017 - indicado ao Oscar na categoria), retorna após seis anos com a mesma técnica de pintura a mão, ‘quadro a quadro’, nessa luxuosa coprodução Polônia/Sérvia/Lituânia. Inspirado no livro épico ganhador do Nobel de Literatura em 1924 ‘Os camponeses’, de Wladyslaw Stanislaw Reymont (1867-1925), o filme segue a trajetória de uma camponesa polaca no final do século XIX que abandona tudo para se casar com um fazendeiro rico, abalando a tradição local. Contra os pais e a própria comunidade, ela buscará seu espaço no mundo, enfrentando preconceito e abandono. É uma animação de época, para adultos, com roteiro sólido e narrativa bem lenta, que trata de temas como patriarcado, tradição familiar e liberdade da mulher. Tem um acabamento gráfico estonteante, com traços vivos e cores que saltam na tela, nos moldes de ‘Com amor, Van Gogh’ - o longa foi filmado com atores e depois os mais de 40 mil frames/quadros foram pintados à mão, por cima, por mais de 120 artistas plásticos. Pela técnica detalhista, o filme demorou seis anos para ser concluído. Uma obra única, que entra no seio dos ritos familiares poloneses para criar uma história intensa e marcante. Exibido nos festivais de Toronto, Tallinn, Valladolid e BFI, concorreu ao Annie Awards, considerado o Oscar de animação. Candidato da Polônia para uma vaga ao Oscar de 2024, ficou fora da lista final – uma pena, pois o filme seria um forte concorrente. Disponível na HBO Max e para aluguel na AppleTV, Youtube Filmes e Google Play.
 
Camponeses (Chlopi/ The peasants). Polônia/Sérvia/Lituânia, 2023, 114 minutos. Animação. Colorido. Dirigido por DK Welchman e Hugh Welchman. Distribuição: Sony Pictures Classics

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