quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Estreias da semana – Nos cinemas - Parte 2

 
O homem mais feliz do mundo
 
Exibido na seção Horizons do Festival de Veneza em 2022, o filme bósnio da premiada diretora Teona Strugar Mitevska acaba de entrar nos cinemas, com distribuição da Pandora Filmes. Escrito e dirigido por Teona, a formidável comédia dramática de ar cult acompanha o encontro inesperado de dois indivíduos que se conhecem num retiro para solteiros em Sarajevo. O local é um ponto para pessoas solitárias conhecerem um parceiro para namoro. Isolados num salão de festas, eles se aproximam e contam sobre o passado e suas individualidades. Ela é Asja (Jelena Kordic Kuret), de 40 anos, uma mulher com problemas antigos não resolvidos, e ele, Zoran (Adnan Omerovic), um banqueiro de 43 anos, ex-atirador durante a Guerra da Bósnia nos anos 90. Tudo se desenrola no velho salão, com muitas cenas de diálogos entre os dois personagens sentados um de frente com o outro numa mesa – e daí sabemos quem são eles, suas dificuldades, dilemas, gostos. Entre as questões tocadas no filme, perdão e reconciliação – trazidos para a tela com dor e também com momentos de leveza, com dança e música. Assista sabendo que é uma fita puramente de arte, com cara de festival de cinema, ou seja, para público específico familiarizados com narrativas assim. É uma produção da Macedônia do Norte e da Bósnia e Herzegovina, coproduzida com outros países, como Bélgica, Eslovênia e Croácia. Foi escolhido para representar a Macedônia do Norte no Oscar 2023, mas não entrou na lista da Academia. O filme anterior da diretora é grandioso, ‘Deus é mulher e seu nome é Petúnia’ (2019), premiado em Berlim, e este ano ela apresenta no Festival do Rio seu novo trabalho, ‘Madre’ (2025), uma revisão da biografia de Madre Teresa de Calcutá, com a sueca Noomi Rapace no papel-título.
 

 
GOAT
 
Jordan Peele assina como produtor este novo filme de terror alegórico, que está em exibição em alguns cinemas brasileiros. O título original, ‘Him’, caberia melhor no Brasil do que GOAT, já que pouquíssimos sabem o significado – é uma sigla para ‘Greatest of All Time’, utilizado para campeões esportivos, ou seja, ‘o melhor de todos os tempos’. No filme, um atleta promissor de futebol americano chamado Cam (Tyriq Withers) entra para um programa de treinamento que fica numa região remota, longe de qualquer contato humano. Quem coordena o lugar é um antigo campeão da modalidade, Isaiah (Marlon Wayans), que conduz com ferro e fogo seus aprendizes. Lá Cam será testado até o limite com atividades físicas exaustivas e estranhos medicamentos. Seu corpo passa então a ser transformado. Meio na linha de body horror, com cenas sangrentas e violentas – a mais insana e cruel deixada para o desfecho, carrega uma atmosfera de filmes de seitas macabras com alienação, tipo ‘Midsommar’, com um elenco de pessoas pretas – é o chamado ‘horror negro’ de Jordan Peele, que convidou para esta direção um jovem de nome Justin Tipping. A crítica do filme envolve o treinamento desgastante de atletas para se tornarem o melhor do mundo, muitos deles conduzidos por coachers esportivos que vem tomando conta do mercado. E também fala do fanatismo esportivo, pelas lentes do horror grotesco. Os recursos visuais são um destaque a parte da produção, com imagens em raio-X e em negativo, outras em câmera lenta. Tipo de filme que me atrai muito – gostei e recomendo. Nos cinemas pela Universal Pictures.



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