Primeiro encontro
Dois
filmes cult estão nos principais cinemas brasileiros com o selo de distribuição
da Pandora Filmes: a comédia romântica italiana ‘Primeiro encontro’ (2025) e o
drama coprodução Holanda e Bélgica ‘Reedland: Um crime obscuro’ (2025).
O
primeiro é um filme alto astral, para todos os públicos, especialmente aquele
que gosta de histórias de amor. Foi sucesso de bilheteria na Itália, percorreu mais
de 20 países e chegou ao Brasil semana passada, nas principais salas de cinema –
temos uma tradição desde os anos 60 de exibir filmes italianos com bom resultado
de público. É uma obra afetuosa com direção e roteiro de Paolo Genovese, cujo
maior destaque na carreira é um filme que teve versões em diversos países e acaba
de ganhar uma no Brasil, que também está nas salas hoje, ‘Perfeitos
desconhecidos’ (2016). Acompanha o primeiro encontro de Piero e Lara, ele um cinquentão
desiludido (papel de Edoardo Leo), e ela, 20 anos mais nova, uma jovem no auge
da maturidade (Pilar Fogliati). Entre um buquê de flores e rápidos desentendimentos,
o novo casal procura se estabelecer fugindo das regras sociais. O diferencial
do filme está nas consequências daquela relação – grande parte da história se
passa na mente deles dois, em que as vozes da razão, da emoção e de outros
sentimentos são personificados em figuras engraçadas, sentados numa sala de
estar de uma espécie de ateliê/loft. Genovese se inspirou na animação ‘Divertida
mente’, da Pixar, para escrever o roteiro, que se torna interessantíssimo se você
embarcar na proposta. Pilar e Edoardo têm química e timing perfeito para o
humor, e o elenco secundário, que ocupa as mentes dos dois, está afinado com um
humor sutil e com certa criticidade.
Reedland
– Um crime obscuro
Outro
título de destaque nos cinemas brasileiros é o drama de mistério ‘Reedland – Um
crime obscuro’, uma coprodução Holanda e Bélgica, que esteve na seleção oficial
do Festival de Cannes 2025 e é o representante da Holanda ao Oscar 2026. É um filme
de um homem só, isolado entre os juncos secos de um vilarejo rural na Holanda. Johan
cultiva uma extensa área de juncos e se prepara para a colheita. No meio do
processo, encontro o corpo de uma garota. Imóvel diante da menina morta, continua
suas tarefas diárias até que horas depois comunica a polícia. Ele é tomado por
um sentimento de culpa, ao mesmo tempo com estranhas lembranças envolvendo a
garota morta, e passa a cuidar com mais zelo da neta, única pessoa que mora com
ele naquela fazenda. Johan auxilia na investigação do crime procurando pistas
que levem para a solução do caso. Com poucos diálogos, o filme assume um tom de
suspense sufocante, sem trilha sonora ou reviravoltas hollywoodianas. Tudo acontece
nas expressões faciais do protagonista, um ator pouco conhecido, Gerrit Knobbe,
que faz um trabalho digno. Há longas cenas de contemplação em que se ouve o
vento nos juncos e planos-sequências demorados na rotina do personagem,
solitário naquela região erma - são escolhas do estreante diretor e roteirista Sven
Bresser que contribuem para a essência e os dilemas do personagem, tomado por
um inevitável sentimento de culpa. Um autêntico filme cult de festivais
europeus, para apreciadores do estilo. Em Cannes participou da Semana da
Crítica e ao prêmio Golden Camera. Nos cinemas pela Pandora Filmes.
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