Especial Trilogia 'Sissi'
Clássicos que conquistaram o público e firmaram a carreira da atriz Romy Schneider voltam ao catálogo da Versátil!
Sissi
Sissi
(Romy Schneider) é uma garota romântica, que se apaixona pelo futuro noivo de
sua irmã mais velha, o imperador austro-húngaro Franz Josef (Karlheinz Böhm). Sete
anos mais velho, Josef também sente forte atração pela jovem. Os dois iniciam um
romance que duraria uma vida inteira.
O
primeiro filme da trilogia de sucesso “Sissi” encantou gerações e levou a atriz
Romy Schneider, então com 17 anos, ao estrelato. Com carisma, beleza e
elegância, ela interpreta uma jovem sonhadora que se vê envolvida com o futuro
noivo da irmã mais velha. Sissi desconhecia o fato de ele ser imperador,
acabaram se apaixonando e em breve se casaram com pompa, e por isto ela recebeu
o título de “Imperatriz da Áustria”.
O
filme, um drama romântico em formato de opereta, é baseado em fatos verídicos
que envolvem uma das últimas dinastias da Baviera, que governou por 600 anos, e
uma das figuras mais marcantes dela, a imperatriz Elizabeth da Áustria (1837-1898).
Idealiza e romanceia o perfil da personagem-título, nascida na Alemanha, que desde
pequena tinha o apelido carinhoso de Sissi. Ela foi duquesa, depois princesa da
Baviera até finalmente ser imperatriz-consorte da Áustria, devido ao casamento
com o imperador Franz Josef I (ou Francisco José I) - a ideia da mãe de Franz
era casar o filho com a irmã mais velha de Sissi, Helena, mas Sissi, no dia em
que acompanhava a família para o encontro do futuro casal, apaixonou-se por Josef,
numa troca recíproca, mudando o curso da história!
A
verdadeira Sissi, pelo que se conhece da História, era uma mulher bem diferente
daquela mostrada no famoso filme: tinha uma vaidade extrema, era uma esposa infeliz,
sofria de depressão e anorexia, obcecada por dietas rígidas. Na política tinha
ideais liberais, quebrava protocolos, ajudava os pobres, o que a tornou popular
entre os súditos. E morreu assassinada em Genebra, por um anarquista italiano,
aos 60 anos. O roteirista e diretor austro-húngaro Ernst Marischka (1893–1963)
personificou Sissi de um jeito singular, mais ameno e alegre, extraindo a parte
trágica da sua biografia, inclusive a morte. Ou seja, criou uma obra de apelo
mais popular, para todos os gostos, romântica e exuberante na direção de arte e
fotografia (realmente um deleite para quem gosta de filmes de época). Aliás,
muitos filmes biográficos produzidos entre as décadas de 50 e 60 romantizavam
os protagonistas.
O cinema
alemão se popularizava no Brasil na década de 50, e “Sissi” veio na onda,
ganhando o carinho do telespectador não só daqui, mas da Europa inteira. Até
hoje quem tem mais de 60 anos deve se lembrar dele, uma obra romântica e ingênua,
de um cinema que não existe mais.
Integra
o box com os três filmes restaurados, em uma cópia restaurada de brilhar os
olhos, que voltou ao catálogo da Versátil numa edição de luxo. Há alguns
extras, como como textos sobre o filme e biografia da atriz Romy Schneider,
galeria de fotos e pôsteres, trailer e um depoimento exclusivo do recém-falecido
crítico de cinema Rubens Ewald Filho.
Sissi (Idem). Áustria, 1955, 105 minutos.
Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Ernst Marischka. Distribuição: Versátil
Home Video
Sissi, a imperatriz
Sissi
(Romy Schneider) casa-se em Viena com o imperador austro-húngaro Franz Josef (Karlheinz
Böhm), tornando-se imperatriz. Enfrentará a partir de agora sérios problemas entraves,
como a difícil convivência com a sogra, as viagens oficiais e os protocolos da
Corte.
Segundo
filme e para mim o melhor da trilogia “Sissi”, lançado um ano depois do primeiro,
em 1956. O enfoque da continuação foge do romantismo do anterior, e se firma no
drama, mostrando as dificuldades de Sissi como imperatriz, a não-aceitação da
aristocracia de Viena pela sua pessoa, os eternos conflitos com a sogra
autoritária e controladora, Sophie, e o afastamento dos filhos (educados em outro
país). A soma desses acontecimentos levou a protagonista a sofrer uma doença
pulmonar e dos nervos (na verdade a imperatriz teve depressão e anorexia,
omitidos do filme – Leia a crítica do filme anterior).
A
trilogia Sissi foi o trampolim da atriz Romy Schneider à fama. Romy era uma atrizes
mais lindas do cinema europeu, que teve uma carreira sólida, porém sua vida foi
marcada por sucessivas tragédias. Vamos conhecer um pouco de Romy Schneider. Nascida
em 1938 em Viena, era filha de uma atriz de sucesso, Magda Schneider, que a
incentivou nas artes – ela atua na trilogia como a mãe de Sissi, a duquesa
Ludovika. Namorou o principal astro da Europa dos anos 60, Alain Delon, ficaram
juntos por cinco anos. Foi o grande amor de sua vida. Depois de se separar, casou-se
três vezes e teve dois filhos, até que no finalzinho dos anos 70 sua vida
entraria num mar de angústias e infortúnios: o primeiro marido, o ator e
diretor alemão Harry Meyen (1924-1979), suicidou-se; em 1981 separou-se do
segundo marido, na mesma época que descobriu um câncer e precisou extrair um
rim; e meses depois, uma notícia abalaria o mundo: seu filho de 14 anos, do
primeiro casamento, chamado David Christopher, morreu enganchado na grade da cerca
da casa da avó, quando tentou pulá-la. Romy adoeceu profundamente,
desenvolvendo depressão e usando medicamentos em excesso para aliviar a dor das
perdas. Abandonou o cinema e morreu em Paris em 1982, aos 43 anos, de ataque
cardíaco (na época especulou-se sobre uma overdose de remédios, nunca
comprovada pela família).
Romy
era linda em cena, uma atriz versátil, e em “Sissi” e “Sissi, a imperatriz” estava
no auge da beleza, conquistando fãs do mundo todo. Deixou com essa trilogia uma
marca absoluta na História do Cinema.
Indicado
à Palma de Ouro em Cannes, assim como a terceira parte, “Sissi e seu destino”
(1957).
Para
quem quiser assistir e ter em casa, a trilogia voltou ao catálogo da Versátil
recentemente, em cópia restaurada. Os mesmos extras estão nos três discos, que
são textos sobre o filme e biografia da atriz Romy Schneider, galeria de fotos
e pôsteres, trailer e um depoimento exclusivo do recém-falecido crítico de
cinema Rubens Ewald Filho.
Sissi, a imperatriz (Sissi - Die junge kaiserin).
Áustria, 1956, 105 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Ernst
Marischka. Distribuição: Versátil Home Video
Sissi e seu destino
A
imperatriz da Áustria Sissi (Romy Schneider) vive feliz ao lado do imperador
Franz Josef (Karlheinz Böhm) e dos filhos. Aos poucos assume os negócios do
Estado, mas se vê rejeitada por algumas autoridades de países vizinhos. Com seu
espírito liberal, Sissi terá de lidar com o poder que lhe foi concedido.
Último
filme da trilogia “Sissi”, um marco dos filmes românticos da Europa na década
de 50. Neste capítulo derradeiro da vida de Sissi, acompanhamos a protagonista no
dia a dia das formalidades reais, seu espírito aventureiro e reformador, que
por vezes desagradava os aliados. Dá-se aqui foco para os problemas pessoais dela,
quando teve problemas de pulmão e estresse, e seu tratamento na Ilha de Madeira
e em Korfu, bem como seu envolvimento direto na política. Termina com um desfecho
memorável, de uma longa sequência em que ela e o marido imperador, Josef,
percorrem um grande tapete vermelho numa travessia até os pés do palácio. Não só
este, os três filmes têm uma direção de arte exuberante, fotografia riquíssima do
período de ouro do Império Austro-Húngaro e um figurino de aplaudir em pé. Tudo
pensado com critério e um rigor clássico do diretor e roteirista Ernst
Marischka (1893–1963), realizador de operetas, que escreveu filmes populares em
sua terra, Viena, e era um grande apaixonado por música clássica – foi indicado
ao Oscar pelo roteiro da biografia de Chopin, “À noite sonhamos” (1945).
A
protagonista, uma figura real da Áustria do século XIX, foi vivido brilhantemente
pela linda e charmosa atriz de mesma nacionalidade de Sissi, Romy Schneider,
que tinha na época do terceiro filme 19 anos (Leia mais nas críticas
anteriores). A pedido do diretor e amigo Luchino Visconti, Romy voltaria a
interpretar Sissi, mas como rainha Elizabeth da Áustria, com outra criação, mais
sombria e mais parecida com a verdadeira, no filme “Ludwig: A paixão de um rei”
(1973).
“Sissi
e seu destino” recebeu indicação à Palma de Ouro em Cannes e fecha com chave de
ouro a popular trilogia do cinema, que conquistou gerações, é nostálgico, leve
e voltado para todos os públicos. Está no box com a trilogia completa em cópia
restaurada, que voltou ao catálogo da Versátil. Acompanham extras como textos
sobre o filme e biografia da atriz Romy Schneider, galeria de fotos e pôsteres,
trailer e um depoimento exclusivo do recém-falecido crítico de cinema Rubens
Ewald Filho.
Sissi e seu destino (Sissi - Schicksalsjahre einer kaiserin).
Áustria, 1957, 104 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Ernst
Marischka. Distribuição: Versátil Home Video
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