Jogo do dinheiro
O
jornalista Lee Gates (George Clooney) apresenta um programa financeiro na TV
americana com boa recepção dos telespectadores. Parecia ser um dia comum, até
que um jovem armado, Kyle (Jack O'Connell), que perdeu tudo em apostas, invade
o estúdio durante o programa ao vivo e faz o apresentador e toda a equipe de
refém. Lee e sua chefe de produção Patty (Julia Roberts) terão pela frente um
longo dia para negociar com o rapaz enquanto o movimento deles é transmitido para
milhões de pessoas.
Semelhante
ao notável drama de suspense “O quarto poder” (1997, de Costa-Gavras), o
excelente e menosprezado “Jogo do dinheiro” também trata de um assunto atual
cada vez mais relevante para a sociedade, do controle exercido pela imprensa,
de como ela influencia o público e provoca alienação. Também não deixa de falar
sobre ética jornalística e o sensacionalismo, utilizando como pano de fundo a
corrupção do sistema bancário que faz pessoas comuns perderem tudo o que
conquistaram numa vida inteira em investimentos de segundos no mercado de ações.
No filme o que está em voga é um rapaz induzido
por um apresentador de TV a investir em ações de uma empresa, porém ela perde
quase U$ 1 bilhão devido a uma pane causada por um algoritmo descontrolado, e o
rapaz quebra junto; ele enlouquece, invade o estúdio com revólver e bombas no
corpo e ameaça explodir todos ali presentes até que a situação seja explicada e
resolvida. A polícia é mobilizada, e o circo está armado, num espetáculo
midiático transmitido para o mundo que faz a audiência da TV aumentar
absurdamente.
Vira
um filme policial caprichado com ótimos diálogos, momentos de tensão de roer as
unhas e uma boa reviravolta final, contando com um trio espetacular (Julia, O'Connell
e Clooney, que assina como produtor). Exibido em Cannes, mas fora da
competição, em 2016, “Jogo do dinheiro” tem direção da atriz duas vezes ganhadora
do Oscar Jodie Foster em seu quarto trabalho como diretora.
Uma
curiosidade para destacar o difícil feito: o tempo de duração do filme, 98
minutos, é o tempo que dura toda a história sem cortes ou interferências, ou
seja, a abertura do programa, a invasão do rapaz ao estúdio, toda a negociação,
o desfecho e o epílogo duram 98 minutos corridos, sem pausa alguma. Um filme
sábio e feroz, em que assistimos com prazer! Boa sessão!
Jogo do dinheiro (Money monster). EUA, 2016, 98
minutos. Drama/Ação. Colorido. Dirigido por Jodie Foster. Distribuição: Sony
Pictures
Recém-separada,
a lobista de sucesso Leah (Sanaa Lathan) inicia um tórrido relacionamento com
um homem atraente, Carter (Michael Ealy). Apaixona-se acreditando ser ele o
cara perfeito para sua vida. Porém aos poucos percebe que Carter tem um comportamento
violento, que colocará em risco tanto sua integridade quanto a das pessoas
próximas a ela.
Sabe
aquele filme de suspense de pessoas que se apaixonam perdidamente por um
desconhecido, mas não imaginam que o indivíduo é um psicopata? Pois bem, “O
cara perfeito” é mais um dessa leva de filmes estilo B que Hollywood produziu
em larga escala, mas que sempre assistimos com gostinho de “quero mais”, como passatempo
mesmo, de pura distração. Um “guilty pleasure” assumido!
A
diferença deste está no casting, composto por 80% de atores negros, incluindo os
dois destaques dos papéis centrais, a atriz Sanaa Lathan, de “Blade, o caçador
de vampiros” (1998), “Amigos indiscretos” (1999) e da continuação, “O natal dos
amigos indiscretos” (2013) – ela é filha do diretor Stan Lathan, e Michael Ealy,
dos filmes “Uma turma do barulho” (2002) e “Ladrões” (2010), indicado ao Globo
de Ouro pela série “Sleeper cell” (2005). Interpretam, respectivamente, a
lobista com carreira em ascensão, recém-separada de um relacionamento que durou
muito tempo, e o estranho desconhecido que se aproxima da lobista e tornará a
vida dela um tormento.
Não
espere nada demais, apenas se jogue nesse sedutor jogo de gato e rato,
semelhante a tantos que vimos na década de 90, como “Morando com o perigo”
(1990), “Jogo perverso” (1990), “Dormindo com o inimigo” (1991) etc
O suspense
tem toques de terror devido à especialidade no gênero do roteirista Alan B.
McElroy, de “Halloween 4: O retorno de Michael Myers” (1988) e da franquia “Pânico
na floresta” e obteve boa bilheteria nos cinemas dos Estados Unidos (no Brasil
saiu direto em DVD, pela Sony Pictures). Conta com participação de Morris
Chestnut, Charles S. Dutton e dos sumidos John Getz e Tess Harper.
O cara perfeito (The
perfect guy). EUA, 2015, 100 minutos. Suspense. Colorido. Dirigido por David M.
Rosenthal. Distribuição: Sony Pictures
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