Duas comédias românticas da California Filmes que se passam na França! Dica de cinema de hoje!
Paris pode esperar
Uma
dor de ouvido impede Anne (Diane Lane) de viajar com o marido, o produtor de
cinema Michael Lockwood (Alec Baldwin). Eles estão em Cannes, no famoso festival
de cinema francês. Michael segue de avião para Budapeste enquanto Anne resolve
ir de carro para Paris. Quem a leva é o sócio do produtor, um bon vivant chamado
Jacques (Arnaud Viard). A viagem, que demoraria sete horas, durará vários dias,
pois no caminho Jacques fará diversas paradas para que Anne conheça lugares
belíssimos do interior da França, numa aventura gastronômica sem limites.
A
esposa de Francis Ford Coppola, Eleanor Coppola, estreou no cinema ficcional com
este charmoso filme, aos 80 anos de idade. Mãe da atriz e cineasta Sofia
Coppola, antes ela havia dirigido apenas um documentário, “Francis Ford Coppola
– O apocalipse de um cineasta” (1991), ganhador do Emmy. Fez em seguida curtas
doc menos lembrados, e com maturidade e muita vivência nas costas entrou de
cara no cinema de ficção com o independente “Paris pode esperar”, escrito e
produzido por ela. É uma alegre comédia romântica para público que curte filmes
sobre passeios gastronômicos, que no final dá uma fome lascada!
A
personagem da ótima Diane Lane traz características pessoais de Eleanor Coppola,
que durante uma vida inteira acompanhou no set o marido, o diretor e produtor
Francis Ford Coppola (eles são casados desde 1963), e ao mesmo tempo tinha de lidar
com a solidão da ausência dele diante de seus projetos cinematográficos que exigiam
dedicação extrema.
Lane
interpreta essa Eleanor, uma mulher de meia-idade casada com um produtor de
cinema de Hollywood workaholic, só focado em trabalho. Uma dor de ouvido faz
com que ela não possa pegar avião com o esposo, então opta em voltar para Paris
de carro, com um amigo e sócio francês do marido, um homem alegre, de bem com a
vida. Nessa viagem pelo interior da França a dupla irá cruzar por paisagens
estonteantes e iluminadas, com direito a comidas apetitosas, de sabores
variados, regadas a vinhos únicos, algo que injeta ânimo de espírito para aquela
mulher que necessita de atenção e afeto. O que acontecerá com os dois amigos em
viagem? Assista para descobrir (e se entusiasmar)!
Diane
Lane dá o tom e o charme necessário para o filme se desenrolar. E o francês Arnaud
Viard se joga com graça e agitação num de seus melhores papéis no cinema. Outro
ponto alto são as autênticas locações, de cidades provincianas da França, uma
beleza para os olhos!
Paris pode esperar (Paris can wait). EUA/Japão, 2016, 92
minutos. Comédia romântica. Colorido. Dirigido por Eleanor Coppola.
Distribuição: California Filmes
Um amor à altura
Diane
(Virginie Efira), uma advogada que divide o escritório com o ex-marido, conhece
um arquiteto bem-sucedido e sedutor, Alexandre (Jean Dujardin), por quem se
apaixona. Ele tem baixa estatura, mas ela não se importa. Porém a família não
aceita o relacionamento, e a sociedade passa a ridicularizar o casal, o que faz
Diane repensar o namoro.
Caprichado
remake da comédia “Coração de Leão – O amor não tem tamanho” (2013, uma coprodução
Argentina e Brasil que já era bem legal), que manteve fielmente a história de uma
jovem bonita que se apaixonava por um homem de baixa estatura enfrentando
preconceito da família e da sociedade. Agora a produção se passa na França,
dirigida por Laurent Tirard, de boas fitas populares de comédia de época, como “As
aventuras de Molière” (2007) e “O retorno do herói” (2018, também com Jean
Dujardin), e dos infantis “O pequeno Nicolau” (2009) e a continuação, “As
férias do pequeno Nicolau” (2014). Ele adaptou o roteiro original do anterior
(que foi escrito pelo próprio diretor, o argentino Marcos Carnevale), atingindo
um resultado acima da média de uma refilmagem (lembrando que muitos remakes não
dão certo, ficam cópia escancarada, repetidas, sem nada novo para contar).
Ganhador
do Oscar de ator por “O artista” (2011), o francês Jean Dujardin está à vontade
no papel do arquiteto que sofre por ser pequeno de tamanho, um romântico à moda
antiga em busca de um grande amor. Cheio de graça, ele manda bem na frente das
câmeras, e ficou parecendo um anão com efeitos especiais de sobreplanos. A sua
parceria de cena, a belga Virginie Efira, de “Elle” (2016) e “Na cama com
Victoria” (2016), acrescenta humor e drama no papel da mulher dividida, que a duras
penas tem de encarar o romance malvisto pelos amigos e pelos seus pais. Os dois
têm uma incrível química, superam-se a cada momento, num filme que mexe com
nossos sentimentos, alternando cenas engraçadas com românticas, além das dramáticas,
para se refletir sobre o preconceito enraizado em todos os lugares, desde piadas
que parecem inofensivas até apontamentos e risadas direcionados a pessoas que
fogem do padrão de beleza imposto pela sociedade.
Assista
com consciência e se possível veja o original, de 2013.
Um amor à altura (Un homme à la hauteur). França, 2016,
98 minutos. Comédia romântica. Colorido. Dirigido por Laurent Tirard.
Distribuição: California Filmes
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