Cão Sem Dono
Ciro (Júlio Andrade), recém-formado em Literatura, passa por uma crise existencial. Não tem planos para o futuro, vive solitário em um apartamento e está sem emprego. Certo dia, conhece Marcela (Tainá Muller), jovem modelo em busca de sucesso. Ambos se entregam a uma tórrida paixão, e passam a dividir também os problemas do dia-a-dia. E tudo é observado por um cão abandonado que aparece inesperadamente na casa de Ciro.
Reconhecido pelos filmes policiais rodados em câmeras ágeis, o diretor Beto Brant deixou tais técnicas para trás e enveredou, aqui, no drama psicológico de ritmo vagaroso, quase parando, para contar a história distanciada de um rapaz em crise e sem perspectivas. A narrativa é lenta, e os fatos se desenrolam em poucos ambientes, o que torna a fita cansativa e difícil de acompanhar. É comum vermos dramas psicológicos fracassarem, e com este não foi diferente.
O novo trabalho de Beto Brant e Roberto Ciasca apresenta falhas que prejudicam o conteúdo da fita. Ficou irregular a tentativa de filmar grande parte do enredo em formato de documentário, com close up, diálogos diretos para a câmera e cortes e aberturas de cena em “fade”. Assemelha-se a um projeto experimental. Infelizmente a história em si não é atraente, tampouco a linguagem metafórica em relação ao personagem Ciro, desorientado e sem companhia, e ao cachorro sem dono e abandonado. O mesmo espírito de solidão do cão envolve a atmosfera vazia do rapaz. E o escapismo de Ciro é beber e fazer sexo com a modelo por quem se apaixona (e depois esta descobre estar doente – sub-trama mal aproveitada e que poderia envolver o telespectador. Outro erro!).
Doideira coletiva do júri de festivais entregarem prêmios a “Cão Sem Dono”. Sinto muito, mas a atriz Tainá Muller levar o de melhor atriz nos festivais de Cuiabá e no CINE-PE (Recife) foi um tremendo engano. Em seu primeiro trabalho como atriz, a gaúcha (muito bonita) nada faz, não faz emocionar o público, não carrega o papel nas costas, é inexpressiva. Meu Deus! Poderiam ter indicado Júlio Andrade, bom ator, apesar de não ter grandes lances. E o filme ainda concorreu este ano ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, nas categorias diretor e roteiro adaptado.
Baseado no livro “Até o Dia em que o Cão Morreu”, de Daniel Galera, o drama chegou em DVD esta semana, sem alarde ou divulgação, e deverá permanecer assim por um bom tempo. Longe da agilidade e destreza dos longas anteriores roteirizados pelos colegas Beto Brant e Marçal Aquino, como “O Invasor”, “Os Matadores” e “Ação Entre Amigos”. Um filme de arte que nunca engrena. Por Felipe Brida
Título original: Cão Sem Dono
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Júlio Andrade, Tainá Muller, Marcos Contreras, Luiz Carlos V. Coelho, Janaina Kremer.
Direção: Beto Brant/Renato Ciasca
Gênero: Drama
Duração: 82 min.
Ciro (Júlio Andrade), recém-formado em Literatura, passa por uma crise existencial. Não tem planos para o futuro, vive solitário em um apartamento e está sem emprego. Certo dia, conhece Marcela (Tainá Muller), jovem modelo em busca de sucesso. Ambos se entregam a uma tórrida paixão, e passam a dividir também os problemas do dia-a-dia. E tudo é observado por um cão abandonado que aparece inesperadamente na casa de Ciro.
Reconhecido pelos filmes policiais rodados em câmeras ágeis, o diretor Beto Brant deixou tais técnicas para trás e enveredou, aqui, no drama psicológico de ritmo vagaroso, quase parando, para contar a história distanciada de um rapaz em crise e sem perspectivas. A narrativa é lenta, e os fatos se desenrolam em poucos ambientes, o que torna a fita cansativa e difícil de acompanhar. É comum vermos dramas psicológicos fracassarem, e com este não foi diferente.
O novo trabalho de Beto Brant e Roberto Ciasca apresenta falhas que prejudicam o conteúdo da fita. Ficou irregular a tentativa de filmar grande parte do enredo em formato de documentário, com close up, diálogos diretos para a câmera e cortes e aberturas de cena em “fade”. Assemelha-se a um projeto experimental. Infelizmente a história em si não é atraente, tampouco a linguagem metafórica em relação ao personagem Ciro, desorientado e sem companhia, e ao cachorro sem dono e abandonado. O mesmo espírito de solidão do cão envolve a atmosfera vazia do rapaz. E o escapismo de Ciro é beber e fazer sexo com a modelo por quem se apaixona (e depois esta descobre estar doente – sub-trama mal aproveitada e que poderia envolver o telespectador. Outro erro!).
Doideira coletiva do júri de festivais entregarem prêmios a “Cão Sem Dono”. Sinto muito, mas a atriz Tainá Muller levar o de melhor atriz nos festivais de Cuiabá e no CINE-PE (Recife) foi um tremendo engano. Em seu primeiro trabalho como atriz, a gaúcha (muito bonita) nada faz, não faz emocionar o público, não carrega o papel nas costas, é inexpressiva. Meu Deus! Poderiam ter indicado Júlio Andrade, bom ator, apesar de não ter grandes lances. E o filme ainda concorreu este ano ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, nas categorias diretor e roteiro adaptado.
Baseado no livro “Até o Dia em que o Cão Morreu”, de Daniel Galera, o drama chegou em DVD esta semana, sem alarde ou divulgação, e deverá permanecer assim por um bom tempo. Longe da agilidade e destreza dos longas anteriores roteirizados pelos colegas Beto Brant e Marçal Aquino, como “O Invasor”, “Os Matadores” e “Ação Entre Amigos”. Um filme de arte que nunca engrena. Por Felipe Brida
Título original: Cão Sem Dono
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Júlio Andrade, Tainá Muller, Marcos Contreras, Luiz Carlos V. Coelho, Janaina Kremer.
Direção: Beto Brant/Renato Ciasca
Gênero: Drama
Nenhum comentário:
Postar um comentário