Cinema anos 80: dois filmes para ver em casa em DVD e bluray.
Amores eletrônicos
Aficionado por
computação, o arquiteto Miles (Lenny von Dohlen) desenvolve uma paixão
avassaladora pela vizinha, uma jovem violoncelista (Virginia Madsen). Mas para
que o romance entre eles dê certo, Miles terá de encarar o ciúme doentio de seu
próprio computador, que adquire vida e não o deixa em paz.
Uma comédia romântica
sci-fi – olhe que inusitado - das mais divertidas dos anos 80, uma verdadeira
pérola resgatada em DVD pela Versátil Home Vídeo, que agora pode ser vista e
revista em casa. E veja que o filme não é apenas um entretenimento engraçadinho
- ele já tocava em temas sensíveis que culminariam no que vivemos hoje, do
vício em computador e como a máquina nos controla a ponto de causar alienação.
O filme já discutia a complexa relação da interação do homem com o computador,
numa época pré-internet e bem antes de Inteligência Artificial; no filme o
computador do arquiteto só interage com texto, com imagens e rabiscos verdes
pouco nítidos, porém ele entra em parafuso quando o jovem derruba champagne no
sistema. A máquina passa a controlar a vida do rapaz, e de aliado, torna-se um
tormento, quando começa a ter ciúmes de sua tentativa de aproximação com a
vizinha violoncelista.
O irlandês Steve Barron dirigiu clipes de bandas famosas, como a-Ha, The Jam e Toto, além de Madonna e Michael Jackson, e estreou aqui na direção, aproveitando a linguagem de videoclipes para fazer esse filme adorável e moderno - depois faria ‘As tartarugas ninja’ (1990), ‘Cônicos e cômicos’ (1993) e ‘Esse rato é um espanto’ (2000), além de episódios de seriados variados.
Conta com trilha sonora do pioneiro da eletromusic Giorgio Moroder, que fez muitas composições para cinema, e aqui fez uma música dançante com Phil Oakley, outro bambambam da música eletrônica, ‘Together in electric dreams’. Duas outras canções de sucesso de 1984 entraram no soundtrack do filme, ‘Love is love’, de Culture Club, e ‘Video!’, de Jeff Lynne.
O irlandês Steve Barron dirigiu clipes de bandas famosas, como a-Ha, The Jam e Toto, além de Madonna e Michael Jackson, e estreou aqui na direção, aproveitando a linguagem de videoclipes para fazer esse filme adorável e moderno - depois faria ‘As tartarugas ninja’ (1990), ‘Cônicos e cômicos’ (1993) e ‘Esse rato é um espanto’ (2000), além de episódios de seriados variados.
Conta com trilha sonora do pioneiro da eletromusic Giorgio Moroder, que fez muitas composições para cinema, e aqui fez uma música dançante com Phil Oakley, outro bambambam da música eletrônica, ‘Together in electric dreams’. Duas outras canções de sucesso de 1984 entraram no soundtrack do filme, ‘Love is love’, de Culture Club, e ‘Video!’, de Jeff Lynne.
Traz um bom trabalho de Lenny von Dohlen – o ator faleceu novo, aos 63 anos, em 2022, depois de longa doença, e de Virginia Madsen, irmã mais nova do ator Michael Madsen, em seu segundo filme, aos 22 anos, e depois ficaria conhecida por ‘O mistério de Candyman’ (1992).
Filme disponível no box ‘Clássicos Sci-fi – Anos 80’, da Versátil Home Video, junto de cinco filmes – ‘O domínio do olhar’ (1981), ‘Estranhas metamorfoses’ (1982), ‘A noite do cometa’ (1984), ‘As aventuras de Buckaroo Banzai’ (1984) e ‘Drive-in da morte’ (1986).
La Bamba
O filme abriria as portas para as cinebiografias musicais modernas, resultando numa obra irresistível, de muita energia. Mostra todas as fases da vida de Valens, do nascimento na pobreza, em 1941, numa área rural do subúrbio de Los Angeles, até a morte de avião aos 17 anos. Richard Steven Valenzuela era descendente de mexicanos, foi abandonado pelo pai, criado pela mãe e tinha como melhor amigo o irmão, Bob, que arrumava confusão e o arrastava para as tretas – papel de Esai Morales. Tinha sonho em ser cantor, até que aos 15 anos comprou uma guitarra e formou uma pequena banda. Após 60 tentativas em gravadoras, foi descoberto por um empresário e gravou o primeiro hit, "Come on let's go", em 1958 – ele tinha 16 anos. Meses depois, com o surgimento do rock and roll no mundo, Valens aproveitou o momento e gravou dois outros hits, ‘Donna’, que fala de uma paixão da escola, e ‘La bamba’, releitura de uma música folclórica mexicana. A carreira terminou cedo – no dia 3 de fevereiro de 1959, Valens, com apenas 17 anos, morreu em um acidente aéreo ao lado de dois jovens astros do rock, Buddy Holly e The Big Bopper – o monomotor conduzido por um piloto inexperiente saiu de Iowa com destino a Dakota do Norte, enfrentou uma forte nevasca logo após decolar e caiu em um milharal, matando todos os ocupantes. A tragédia ficou conhecida como "O dia em que a música morreu".
Recebeu indicação ao Globo de Ouro de melhor filme de drama e ao Grammy de melhor canção (‘La Bamba’, cantada para o filme pela banda Los Lobos). É um filme marcante, que na época alegrou e emocionou muita gente, e ainda provoca esse sentimento. Nos primórdios do DVD, em 2003, foi lançado pela Columbia Pictures, e nesse ano saiu numa ótima cópia em bluray pela Classicline, com quase duas horas de extras.
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