terça-feira, 4 de março de 2025

Estreias da semana - Nos cinemas e no streaming


Último alvo (2024)

Está em exibição nos cinemas brasileiros o novo filme de ação com Liam Neeson, ‘Último alvo’, dirigido pelo norueguês Hans Peter Molland, realizador da cultuada fita de crime com humor ‘O cidadão do ano’ (2014) e do remake com o mesmo Neeson, ‘Vingança a sangue frio’ (2019). Na nova parceria, diretor e ator trabalham com uma história de redenção e reaproximação familiar. Um velho gângster com uma doença terminal procura contato com a família distante; ele quer abandonar a vida de crime, só que, para tanto, precisará corrigir erros do passado. Com 72 anos nas costas, Neeson, nas duas últimas décadas, parece só aceitar os mesmos papéis, de sujeitos enrascados em situações-limite com missões praticamente suicidas – em 2008 ele encarnou aquele agente da CIA disposto a tudo para salvar a filha sequestrada em Paris, ‘Busca implacável’, que fez sucesso, ganhou continuações e de lá para cá o ator repete os mesmos tipos em thrillers movimentados (alguns deles são ‘Desconhecido’, ‘Sem escalas’, ‘Caçada mortal’, ‘Noite sem fim’, ‘O passageiro’, ‘Legado explosivo’ e outros). Com menos cenas de ação e mais drama, ‘Último alvo’ é apenas um pequeno aperitivo sem gosto, uma fitinha corriqueira com trama frágil, sem emoção ou furor, com um Neeson envelhecido e cansado que fica o tempo todo pensando em passar os últimos meses de vida ao lado da família. Custou caro para um projeto desse naipe, U$ 30 milhões, e faturou até agora 10% do orçamento, já demonstrando um fiasco de bilheteria... Neeson tem seus fãs, que capaz de curtirem o trabalho. Nos cinemas pela Imagem Filmes.

 


 

Carcaça (2024)

Estreia nas plataformas de streaming (para aluguel) ‘Carcaça’, um trabalho experimental escrito e dirigido por André Borelli, que acompanha um casal em crise que aos poucos enlouquece enquanto marido e mulher estão isolados em casa durante a pandemia. Alterna momentos amorosos com drama e suspense, com aspectos de filmes de terror psicológico. Tem pontos fortes e alguns duvidosos. Gosto da fotografia em preto-e-branco, um belíssimo trabalho que me atingiu profundamente, bem como os enquadramentos com close nos rostos dos personagens e os plongées que o diretor usa. Parte técnica nota 10. O aspecto de teatro, com apenas dois personagens em cena, também me seduziu. O problema está na entrega do elenco – Paulo Miklos é o marido, um homem bem mais velho, com temperamento de altos e baixos, e que se torna um cara possessivo – segundo o olhar da esposa; o ator, brilhante em filmes como ‘O invasor’ e ‘Estômago’, faz menos, falta uma pitada de excelência na performance, e vejo que o problema está na má direção dele; Carol Bresolin, uma jovem youtuber que fez participação em dois ou três filmes, no papel da jovem esposa, padece de garra e convicção para manter o papel forte e sério que é exigido – ela abusa de trejeitos, com caras e bocas de comercial de TV e vídeos de rede social – também faltou um olhar apurado do diretor para resolver isso. Tenta ser visceral, procura ter um clima de paranoia, até começa bem, só que com o tempo perde o fio. Queria ter gostado, mas não foi dessa vez... Disponível para aluguel no Total Play, Apple, Net Now, Youtube, Vivo, Amazon, Claro Video e Google Play, com distribuição da California Filmes.



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