Especial ‘Gene
Hackman’ – Parte 2
Gerônimo: Uma lenda americana
Rápida e mortal
Mais dois filmes para
relembrar a carreira do premiado ator Gene Hackman, que faleceu essa semana aos
95 anos. Disponíveis em DVD.
Gerônimo: Uma lenda americana
O líder apache Gerônimo (Wes
Studi) enfrenta a cavalaria norte-americana no fim do século XIX para proteger
suas terras e seu povo.
Reconstituição em tom heroico
(mas sob a perspectiva dos americanos) da trajetória do líder apache Gerônimo (1829-1909),
que por duas décadas travou intensa batalha com o exército dos Estados Unidos para
proteger seu território no sul do país. Faroeste classe A, foca nos últimos dois
anos da caçada a Gerônimo, pela cavalaria, que mobilizou cinco mil homens no
Oeste selvagem. Quem liderou a missão para encontrar os apaches foi o
comandante Charles Gatewood (Jason Patric), que sob sol escaldante e uma
paisagem arenosa de vales e deserto, perseguiu Gerônimo de maneira incessante.
Em setembro de 1886, o líder indígena foi rendido com 35 membros do grupo, no
Arizona, próximo à fronteira do Mexico. Consta na História que entre Gatewood e
Gerônimo nasceu uma admiração mútua e respeito, negociaram bastante até a
rendição.
É um típico épico feito
com rigor e com pontos técnicos positivos, desde a trilha sonora de Ry Cooder à
impressionante fotografia – rodado na região de Utah. O ator Wes Studi está bem
no papel central, e no filme outras figuras reais aparecem, como o general
Crook, que ordena a missão da cavalaria, interpretado por Gene Hackman; o
experiente militar que rastreia foragidos Al Sieber (Robert Duvall), e o jovem
soldado Britton Davis (Matt Damon, em início de carreira).
Em tom de crônica,
mostra como ocorreu o apagamento do povo indígena nos Estados Unidos, entre o
fim do século XVIII e o início do XX, com o exército e seu alto poderio bélico aniquilando
apaches, comanches, sioux, navajos e cheyennes, no chamado Velho Oeste.
Indicado ao Oscar de
melhor som, tem roteiro de John Milius, de ‘Apocalypse now’ (1979) e ‘Conan, o
bárbaro’ (1982 – também o diretor do filme). Custou caro e não foi bem de
bilheteria, sendo exibido na TV muitas vezes. Diretor, roteirista e produtor
famoso, Walter Hill dirige – ele fez filmes de ação famosos, como ’48 horas’ –
partes 1 e 2 (1982 e 1990), e westerns como ‘Cavalgada dos proscritos’ (1980),
‘Wild Bill – Uma lenda do oeste’ (1995) e ‘O último matador’ (1996). Relançado
em DVD pela Classicline – em 2002 o filme saiu em DVD nas primeiras edições no
Brasil, pela Columbia.
Gerônimo: Uma lenda
americana (Geronimo:
An american legend). EUA, 1993, 115 minutos. Faroeste/Drama.
Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Walter Hill. Distribuição: Classicline (em
DVD).
Rápida e mortal
Ellen, uma misteriosa
pistoleira, apelidada de ‘The lady’ (Sharon Stone), chega à cidadezinha de
Redenção, no Velho Oeste, para participar de uma competição anual de tiros. Ela
está lá também por outro motivo: encontrar o responsável que acabou com sua família
quando era pequena.
Faroeste explosivo com
violência nos padrões dos antigos ‘westerns spaghetti’, repleto de personagens
carismáticos e um final absurdamente barulhento. Na época do lançamento teve
repercussão negativa da crítica, e assistindo hoje, 30 anos depois, o filme
merece uma chance – é divertido, bem montado, com enquadramentos frenéticos com
zoom e cenas empolgantes de duelo a dois, em que um sempre irá morrer.
Sharon Stone é a pistoleira
enigmática que chega a uma pequena cidade do Velho Oeste para uma competição de
tiros e também para se vingar da morte do pai. Ela não dará paz para ninguém
até encontrar seu alvo.
Tudo é construído com
suspense e boas doses de adrenalina. Personagens secundários auxiliam o andar
da trama, como Russell Crowe, um pastor forçado a lutar, Leonardo Di Caprio em
início de carreira, com 21 anos, como um menino prodígio que sabe atirar, Pat
Hingle como o dono do saloon, Lance Henriksen e Tobin Bell como dois pistoleiros
maus, Roberts Blossom como um ancião, e claro, Gene Hackman, o sádico vilão, o
manda-chuva da cidade, num papel que até no figurino lembra Henry Fonda em ‘Era
uma vez no oeste’ (1968) – aliás, há outras referências do clássico de Sergio
Leone, como uma cena de enforcamento, sem contar os ângulos e o clima. O veterano
Woody Strode, ator do mencionado western, fez sua última aparição no cinema
aqui – ele morreu no final das gravações, em 1994.
Há uma intrigante mistura
de épocas, perceba, quebrando a diegese do filme, em especial o figurino de
Sharon – as roupas e os óculos dela são modernos demais para aquele período,
dando uma pitada de originalidade na concepção visual do longa.
Trilha de Alan
Silvestri, fotografia e montagem dos italianos premiados Dante Spinotti e
Pietro Scalia, respectivamente, e uma direção vibrante de Sam Raimi, mestre do
terror, que fez ‘A morte do demônio’ (1981) e depois filmes bem mais
comerciais. Os momentos escrachados de tiros varando as pessoas é diversão
total – tudo realçado agora em bluray, em alta definição lançado pela
Classicline.
Rápida e mortal (The quick and the dead). EUA/Japão, 1995,
108 minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Sam Raimi. Distribuição:
Classicline (em bluray).
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