Especial ‘Bravura
indômita’
Bravura indômita *
O xerife texano Rooster
Cogburn (John Wayne), velho e beberrão, auxilia a garota Mattie (Kim Darby) a
encontrar os assassinos de seu pai. Para isso, terão de percorrer longas
caminhadas a cavalo pelo Oeste selvagem, terra dos indígenas.
Faroeste classe A da
Paramount, protagonizado pelo lendário ator John Wayne, o velho cowboy do
cinema, ícone dos westerns americanos. Por esse filme ele ganhou o único Oscar
da carreira, em 1970 – ele havia sido indicado duas vezes antes, por “Iwo Jima
– O portal da glória” (1949) e “O álamo” (1960). Na pele de um destemido xerife
que vive alcoolizado e que usa um tapa-olho, Wayne conduz a trama de vingança
no Oeste selvagem. Toma a causa de uma menina, cujo pai foi assassinado por
pistoleiros, e segue no encalço dos bandidos. Só que terão pela frente os
indígenas.
O personagem Rooster
Cogburn ficou célebre pelos detalhes cômicos (beberrão, falar irritado),
carregando o estereótipo dos velhos xerifes (chapéu, jaqueta surrada, lenço
vermelho no pescoço, pistolas nos coldres, tapa-olho e botas com esporas).
Apesar do jeito truculento do grandalhão, no fundo, no fundo, seu coração é
piedoso para com as pessoas de boa índole – já os maus ele manda para a cova.
Há uma sequência famosa
onde o xerife, montado em seu cavalo, segura as rédeas pelos dentes, nas mãos
segura uma pistola e uma espingarda, e com um olho só mira um bando de
matadores, também a cavalo, e sai atirando para todos os lados. Violento (não
chega a ser sanguinário como os faroestes de Sam Peckinpah) e ao mesmo tempo
descontraído, o filme tem, como diretor, Henry Hathaway, especialista no gênero
e parceiro de trabalho de John Wayne - juntos fizeram também “A lenda dos
desaparecidos” (1957), “A conquista do Oeste” (1962) e “Os filhos de Katie
Elder” (1965).

No elenco há
participação de futuros astros, como Robert Duvall e Dennis Hopper, além de
rostos conhecidos do faroeste, como Strother Martin e Jeff Corey, e ainda do
cantor country Glen Campbell. A jovem atriz Kim Darby, na época com 22 anos,
interpreta uma personagem bem mais nova, super carismática - pelo papel recebeu
indicação ao Bafta. Bravura indômita” foi indicado também ao Oscar de melhor
canção, “True grit”. Seis anos depois de “Bravura indômita”, em 1975, houve uma
continuação menor, mas bem produzida e movimentada, intitulada “Justiceiro
implacável”, novamente com John Wayne, fazendo par com Katharine Hepburn. E em
2010, os irmãos Coen rodaram o remake homônimo, totalmente descartável, sem
motivo cabível para existir, protagonizado por Jeff Bridges – devido a uma
alucinação coletiva da Academia, concorreu a 10 Oscars, incluindo melhor filme,
direção, roteiro adaptado e ator, não vencendo nenhuma categoria.
Recentemente a
Classicline lançou o filme em DVD juntamente com a continuação – e ambas as
versões já haviam sido lançadas em DVD muito tempo atrás.
* Reedição do texto publicado por mim em 06/03/2013
Bravura indômita (True grit). EUA, 1969, 129 minutos.
Faroeste. Colorido. Dirigido por Henry Hathaway. Distribuição: Classicline (DVD
de 2024) e Paramount Pictures (DVD de 2004)
Justiceiro implacável
Rebaixado por cometer
excessos, o veterano xerife "Rooster" Cogburn (John Wayne) está
prestes a se aposentar. Quando é informado que uma perigosa quadrilha roubou um
carregamento de nitroglicerina no Arkansas, Cogburn obtém de volta o distintivo
para voltar em cena e enfrentar o bando de algozes, liderado por Hawk (Richard
Jordan) e Breed (Anthony Zerbe). No caminho se juntará à filha de um reverendo
assassinado pelo grupo, que deseja vingança, Eula (Katharine Hepburn).
Com uma brilhante
fotografia das reais montanhas do Oregon, essa continuação de ‘Bravura indômita’
(1969) é um faroeste bem-humorado, veloz e com dois monstros sagrados fazendo a
única parceria de suas carreiras, Katharine Hepburn, única atriz a ganhar
quatro Oscars e que não tem nada de parentesco com Audrey, e a lenda do cinema
western John Wayne, em seu penúltimo filme – ele estava com 68 anos, e morreria
quatro anos depois. É uma mistura de ‘Uma aventura na África’ (1951) com ‘Os
abutres têm fome’ (1970) no melhor estilo bangue-bangue, com o retorno triunfal
do xerife zangado, bebum e grosseiro, mas de bom coração, Cogburn, papel que
rendeu a Wayne o Oscar de melhor ator na obra original, em 1970. Ele agora
encara uma missão derradeira, de capturar um bando que roubou nitroglicerina
para explodir um carregamento de ouro e roubar a enorme carga. Há momentos
engraçadíssimos dos dois personagens improváveis, que vivem se cutucando,
brincam com a velhice e tentam elaborar armadilhas criativas para caçar os
criminosos. Há uma cena de ação particularmente muito boa, nas corredeiras de
um rio violento, bem filmada, com os atores idosos substituídos por dublês,
devido aos riscos. Quem, como eu, curte faroeste, irá se divertir. Segundo e
último filme dirigido por Stuart Millar, três anos depois de ‘Quando morrem as
lendas’ (1972), que era produtor e depois só rodou seriados.
Recentemente a
Classicline lançou o filme em DVD juntamente com a primeira parte, ‘Bravura
indômita’ (foto abaixo) – e ambas as versões já haviam sido lançadas em DVD muito tempo atrás
pela Universal e Paramount Pictures.
Justiceiro implacável (Rooster Cogburn). EUA, 1975, 108
minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Stuart Millar. Distribuição:
Classicline (DVD de 2024) e Universal Pictures (DVD de 2005)
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