sexta-feira, 7 de junho de 2019

Resenhas Especiais



Godzilla

O monstro Godzilla emerge do mar no Japão, ataca as cidades litorâneas do país e segue em direção a São Francisco, na Califórnia. Perseguido por criaturas voadoras, ele deixa um rastro de destruição por onde passa. Para coibir o caos nos Estados Unidos, o Exército decreta estado de alerta sitiando a cidade de São Francisco.

Em 2014 produtores americanos e japoneses associados à distribuidora Warner Bros pensaram numa regravação do clássico “Godzilla” (1954), de Ishirô Honda, em comemoração aos 60 anos do filme japonês de sucesso, que caiu no imaginário popular. Como já existiram várias continuações e derivados, a ideia agora foi dar um ar denso de drama numa história de ação com monstros destruidores. O resultado desagradou grande parte do público, que esperava por uma fita violenta e barulhenta, com Godzilla aparecendo todo instante. Reside aí o diferencial do filme que teve uma alta bilheteria em 2014 (arrecadou U$ 530 milhões contra um custo de U$ 160 mi): temos como foco histórias de reconexão entre pais e filhos, muita discussão estratégica do Exército para salvar a população e o principal, aparição menor de monstros e do próprio Godzilla, que surge em cena somente nas penumbras depois de 1h (realmente o filme é bem escuro, com clima de angústia em meio a um apocalipse, com monstros apenas sugeridos, concepção do diretor Gareth Edwards a partir de um filme-revelação anterior dele, “Monstros”, de 2010, indicado ao Bafta, que é super bacana, sobre uma cidade mexicana atacada por uma polvo imenso, que aparece rapidamente – a trama é sobre relações humanas, no caso entre um membro do Exército e uma voluntária, durante o ataque). Deixo em destaque o comentário para explicar e justificar os tais “pontos negativos” do filme levantados pelo grande público e por parte da crítica. Eu gostei e melhorou na revisão dias atrás...
Conta com um elenco renomado, como Juliette Binoche, Sally Hawkins, Ken Watanabe, Elizabeth Olsen, David Strathairn e Bryan Cranston, boa parte com participações rápidas, além do mocinho da fita, Aaron Taylor-Johnson. E a trilha sonora bate bem com a proposta, assinada por Alexandre Desplat.
Aproveitando, “Godzilla” ganhou continuação este ano, ainda está nos cinemas “Godzilla II: Rei dos monstros”, tão bom quanto este primeiro capítulo, com mais destruição e criaturas medonhas, para quem queria ver quebra-quebra – esta parte dois está entre as maiores bilheterias nos Estados Unidos, com parte do elenco original, como Sally Hawkins e Ken Watanabe, e outro diretor, especializado em terror e fantasia, Michael Dougherty (de “Contos do Dia das Bruxas” e “Krampus: O terror do Natal”).

Godzilla (Idem). EUA/Japão, 2014, 123 min. Ação. Colorido. Dirigido por Gareth Edwards. Distribuição: Warner Bros.


Mamãe: Operação balada

Mãe jovem e trabalhadora, Allyson (Sarah Drew) passa as noites cuidando do filho pequeno. Dificilmente encontra um tempo para ela mesma. Até que organiza com duas amigas de passar uma noite na balada, sem maridos e sem filhos. Mas Allyson não imaginaria as confusões pelo caminho, envolvendo marmanjos, polícia e trânsito parado.

Simpática comédia independente norte-americana, de orçamento bem baixo (U$ 5 milhões), assinada pelos irmãos diretores Andrew e Jon Erwin, que no ano passado fizeram sucesso com o filme motivacional “Eu só posso imaginar”. Menos pretensioso, “Mamãe: Operação balada” (2014) acompanha a loucura na vida de uma jovem mãe que se dedica somente para os filhos, sem diversão, com muito estresse ao lado do marido pouco atencioso (papel de Sean Astin, astro mirim na década de 80, lembrado por “Os Goonies”). Para distrair a cabeça, sai com as amigas para uma longa jornada noite adentro, entre bares, baladas e rolês, participando de malucas enrascadas. O filme é montado em cima de uma sucessão de imprevistos cômicos, ou seja, de uma história só, com cenas hilárias – as melhores são a com um passarinho e outra na delegacia. É um humor acertado em cheio, com uma boa atriz principal que segura a fita, Sarah Drew (de “Meu nome é rádio” e da série “Grey’s anatomy”).
Foi um dos primeiros filmes (e o melhor até agora) dessa safra sobre o tema de jovens mães estressadas que saem para a balada com as amigas, longe dos maridos - depois vieram os inferiores “Perfeita é a mãe” (2016), a continuação “Perfeita é a mãe 2” (2017) e o sofrível “A noite é delas” (2017, com Scarlett Johansson, bem absurdo e bizarro). Em DVD pela Sony Pictures.

Mamãe: Operação balada (Moms' night out). EUA, 2014, 98 min. Comédia. Colorido. Dirigido por Andrew Erwin e Jon Erwin. Distribuição: Sony Pictures

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