sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Especiais sobre cinema

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As indiscrições escandalosas de uma princesa vienense

Por Felipe Brida *

Produzida em 1960 por Carlo Ponti, a suntuosa comédia romântica O Escândalo da Princesa reúne, no elenco, duas personalidades artísticas mundiais – a atriz italiana Sophia Loren e o cantor e ator francês Maurice Chevalier. O filme narra uma história leve sobre amores proibidos na realeza austríaca nos primeiros anos do século 20.
Tudo transcorre em um vilarejo próximo à capital da Áustria, Viena, conhecida como "Cidade da Valsa". Nesse local, onde harmonicamente dialogam castelos soberanos e verdes campos, a princesa Olympia (Sophia Loren) reluta em aceitar a imposição da mãe, de se casar com um príncipe. A jovem já sofre por ter sido expulsa da família por conta de "indiscrições escandalosas". Certa ocasião conhece, em um acidente, Charlie Foster (John Gavin), engenheiro americano por quem se apaixona de imediato. E o primeiro passo para um futuro relacionamento está prestes a ser dado, se não fosse o furor que tal fato causará na sociedade.
Sophia Loren esbanja charme com a personagem da princesa indiscreta apaixonada por um rapaz de classe social inferior e, acima de tudo, que não tem sangue nobre. Insistente, ela vai até o fim para conquistar o homem de sua vida, só tendo como aliado o pai (o notório Maurice Chevalier).
“O Escândalo da Princesa” segue a linha de um conto de fadas moderno, com recursos simplistas de direção e roteiro, eficaz para quem se envolve em histórias de amor. A direção de arte é um registro coerente da Áustria da virada do século, com rica cenografia no interior de castelos.
Assina a direção o cineasta húngaro Michael Curtiz, vencedor do Oscar por “Casablanca”, em 1941, e criador de clássicos memoráveis, como “As Aventuras de Robin Hood” e “A Canção da Vitória”.
Curiosidade: Sophia Loren casou-se duas vezes e com o mesmo marido, o produtor de cinema italiano Carlo Ponti, que fez esse filme – a primeira vez, de 1957 a 1962, e depois de 1966 até 2007, quando ele faleceu aos 94 anos. Ponti produziu “O Escândalo da Princesa” especialmente para a esposa, que era 22 anos mais nova. Juntos tiveram dois filhos homens.

Viena: Música e arte dominantes

Mundialmente conhecida como a "Cidade das Valsas", Viena, situada no extremo nordeste da Áustria, recebe outro codinome muito utilizado – "Capital da Música". Não é por acaso o apelido: na capital viveram Mozart, Beethoven, Schubert, Mahler, Haydn, Strauss (pai e filho) e Brahms – e, claro, cidade-natal do pai da Psicanálise, Sigmund Freud. A Filarmônica de Viena e os Pequenos Cantores de Viena destacam-se também no cenário da música mundial.
Fundada pelos celtas no ano 500 a.C., Viena virou palco de fatos históricos diversos. Foi dominada no Império Romano, elevou-se centro soberano supremo da Dinastia Habsburgo por sete séculos, foi capital do Sacro Império Romano, além de ter sido atingida pela peste bubônica, que matou um terço da população.
Destacou-se como centro cultural e político influente da Europa. Viena está sobre o Rio Danúbio e seu centro histórico integra a lista de patrimônios da Unesco.

Ficha técnica
Título original: A breath of scandal
País/ ano: EUA, Itália/ 1960
Direção: Michael Curtiz
Gênero: Comédia romântica
Duração: 97 min.

* Resenha publicada no "Cine na Intra", coluna de cinema do site Senac SP, no dia 23/09/2011.

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