Katyn
Em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, tropas russas ocupam a Polônia, aprisionando, a mando dos nazistas, oficiais daquele país. Parte deles é exterminado em campos de concentração, enquanto outra desaparece sem vestígio algum. Um dos que somem é o oficial Andrzej (Artur Zmijewski), que havia se recusado a fugir do país com a esposa Anna (Maja Ostaszewska). Quatro anos mais tarde, Anna e centenas de mulheres polonesas descobrem a brutal verdade dos desaparecimentos quando quilômetros de covas coletivas são encontradas na floresta de Katyn.
Cineasta polonês de inegável prestígio, o seríssimo Andrzej Wajda conta a trágica história do genocídio ocorrido na floresta de Katyn, nos arredores da cidade russa de Smolensk, com convicção, eficiência, sem recorrer ao melodramático. A matança foi um dos fatos mais obscuros da Segunda Guerra, escondida pelos comunistas por décadas, a pedido de Stalin – os russos organizaram o plano por si só, e a culpa caiu, na época, nas costas dos alemães, que logo desmentiram o fato. Até os anos 90 era aceita como verdade incontestável a versão russa de que os nazistas exterminaram os oficiais com um tiro na nuca, depois enterraram os corpos em valas comuns, como arma de propaganda política. Depois de muita pressão por parte dos Direitos Humanos, o presidente Gorbachev, no início da década de 90, reconheceu a responsabilidade do país no caso Katyn. Resultado: 140 mil oficiais e civis foram mortos pelos russos.
Lançado em 2007, chegou em DVD no Brasil em 2010, em versão reduzida – o filme distribuído no Brasil tem 116 minutos, a mesma exibida no Festival de Berlin, sendo que a original européia tem seis minutos a mais.
Mas não há perda do impacto da história, dos argumentos que contradizem alemães e russos, a narrativa madura e, claro, a experiência técnica do famigerado diretor que rodou o drama de guerra aos 81 anos de idade. Discretamente, relata aqui o assassinato de seu pai em Katyn – por isso o filme resulta com ar de autobiografia.
Recebeu indicação ao Oscar de fita estrangeira em 2008, perdendo para “Os Falsários”, de Stefan Ruzowitzky, que mostrava episódio um pouco semelhante sobre os judeus na Segunda Guerra.
Marcante, não hesita em condenar os governos autoritários e suas truculências, que ainda hoje existem por aí. Por Felipe Brida
Katyn (Idem). Polônia, 2007, 116 min. Drama de guerra. Dirigido por Andrzej Wajda. Distribuição: Paramount Pictures
Em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, tropas russas ocupam a Polônia, aprisionando, a mando dos nazistas, oficiais daquele país. Parte deles é exterminado em campos de concentração, enquanto outra desaparece sem vestígio algum. Um dos que somem é o oficial Andrzej (Artur Zmijewski), que havia se recusado a fugir do país com a esposa Anna (Maja Ostaszewska). Quatro anos mais tarde, Anna e centenas de mulheres polonesas descobrem a brutal verdade dos desaparecimentos quando quilômetros de covas coletivas são encontradas na floresta de Katyn.
Cineasta polonês de inegável prestígio, o seríssimo Andrzej Wajda conta a trágica história do genocídio ocorrido na floresta de Katyn, nos arredores da cidade russa de Smolensk, com convicção, eficiência, sem recorrer ao melodramático. A matança foi um dos fatos mais obscuros da Segunda Guerra, escondida pelos comunistas por décadas, a pedido de Stalin – os russos organizaram o plano por si só, e a culpa caiu, na época, nas costas dos alemães, que logo desmentiram o fato. Até os anos 90 era aceita como verdade incontestável a versão russa de que os nazistas exterminaram os oficiais com um tiro na nuca, depois enterraram os corpos em valas comuns, como arma de propaganda política. Depois de muita pressão por parte dos Direitos Humanos, o presidente Gorbachev, no início da década de 90, reconheceu a responsabilidade do país no caso Katyn. Resultado: 140 mil oficiais e civis foram mortos pelos russos.
Lançado em 2007, chegou em DVD no Brasil em 2010, em versão reduzida – o filme distribuído no Brasil tem 116 minutos, a mesma exibida no Festival de Berlin, sendo que a original européia tem seis minutos a mais.
Mas não há perda do impacto da história, dos argumentos que contradizem alemães e russos, a narrativa madura e, claro, a experiência técnica do famigerado diretor que rodou o drama de guerra aos 81 anos de idade. Discretamente, relata aqui o assassinato de seu pai em Katyn – por isso o filme resulta com ar de autobiografia.
Recebeu indicação ao Oscar de fita estrangeira em 2008, perdendo para “Os Falsários”, de Stefan Ruzowitzky, que mostrava episódio um pouco semelhante sobre os judeus na Segunda Guerra.
Marcante, não hesita em condenar os governos autoritários e suas truculências, que ainda hoje existem por aí. Por Felipe Brida
Katyn (Idem). Polônia, 2007, 116 min. Drama de guerra. Dirigido por Andrzej Wajda. Distribuição: Paramount Pictures
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