domingo, 18 de outubro de 2009

Viva Nostalgia!

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A balada de Narayama


No século XIX, em um vilarejo japonês, há uma tradição em que os velhos, ao completarem 70 anos, idade notada pela perda dos dentes da frente, devem ser deixados nas gélidas montanhas de Narayama, para morrerem solitariamente. Sumiko, uma senhora de 69 anos, ao mesmo tempo em que sai em busca de uma mulher para o filho, pretende antecipar a própria morte. Lidar com isso torna-se um tortuoso dilema para a família da idosa.

O falecido diretor japonês Shohei Imamura dirige com maestria essa fita de arte de extrema sensibilidade, dotada de beleza visual pungente, ora sensível ora de frieza alongada. Antíteses de cinema rondam o filme, como símbolos de vida e morte, morbidez e felicidade, prazer e tristeza. Naquele microcosmo, verdadeiras relações afetivas fazem da conduta dos personagens a própria honra familiar.
Há uma cena notória da idosa que, aos 69 anos, quer antecipar sua morte: para isso, arranca os próprios dentes, batendo a boca em uma pedra.
Uma pequena jóia do cinema japonês contemporâneo, vencedora da Palma de Ouro em Cannes. Por Felipe Brida

Título original: Narayama-bushi kô
País/Ano: Japão, 1983
Elenco: Ken Ogata, Sumiko Sakamoto, Tonpei Hidari, Aki Takejo
Direção: Shohei Imamura
Gênero: Drama
Duração: 128 min.
Distribuidora: Platina Filmes

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