Os
ciganos vão para o céu
Num acampamento
de ciganos, nas estepes da Bessarábia, o ladrão de cavalos Loyko (Grigore
Grigoriu) apaixona-se pela jovem dançarina Radda (Svetlana Toma). Desafiam-se num
romance tempestuoso enquanto vagam de cidade em cidade para sobreviver.
A
CPC-Umes Filmes resgatou, há alguns anos, essa obra primorosa sobre a vida dos
ciganos no século XIX e a distribuiu em DVD na série “Cinema Soviético”, numa
cópia bem bonita. Produzido em 1975, é um dos raros filmes da história do cinema
em torno dos gypsies, tratando das dificuldades dessa comunidade, mostra o
relacionamento amoroso entre eles e seu convívio em família. É uma alegoria
mágica sobre esse povo deixado ao Deus-dará, e aqui acompanhamos a vida de dois
deles, um ladrão de cavalos e sua namorada, uma jovem alegre, dançarina, de
corpo impecável. Com seus entes, lutam para sobreviver nas estepes da Bessarábia,
uma antiga região que durante o Império Russo, no início do século XIX, dividia-se
entre a Moldávia e a Ucrânia. Perseguidos por soldados, uns são mortos, têm seus
pertences queimados, outros são presos, ou seja, é a trajetória de pessoas que,
além de rejeitadas pela sociedade, terminam massacradas por quem está no poder.
Baseado
no conto Makar Chudra" (1892), do russo Maximo Gorki, o filme é um romance
com drama e musical, os atores cantam e dançam em cena, interpretando músicas tipicamente
ciganas. Tem uma fotografia fascinante, em grandes planos abertos de campos e
um colorido especial (tem até cenas sensuais de nudez feminina), dirigido pelo
fotógrafo de cinema Sergey Vronskiy, de “Os irmãos Karamazov” (1969). E por
falar em diretor, quem dirigiu (e escreveu o roteiro) foi Emil Loteanu
(1936–2003), de outro filme lançado pela CPC-Umes, “Um acidente de caça” (1978 –
indicado à Palma de Ouro em Cannes).
Os
ciganos vão para o céu (Tabor
ukhodit v nebo). URSS, 1976, 95 minutos. Romance/Musical. Colorido. Dirigido
por Emil Loteanu. Distribuição: CPC-Umes Filmes
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