segunda-feira, 9 de março de 2020

Resenhas Especiais


Três fitas de faroeste com Audie Murphy, em DVD pela Classicline!

  
Texano – O bandoleiro temerário

Ex-xerife refugiado no México, Jess (Audie Murphy) sai à procura do homem que assassinou seu irmão.

Rodado na Espanha, em estúdios na cidade de Barcelona, “Texano” é uma fita rápida de faroeste, com altas emoções, protagonizado por um dos astros do gênero, Audie Murphy. O ator serviu como soldado na Segunda Guerra Mundial, recebeu condecorações militares e é considerado um herói de guerra, depois dedicando-se ao cinema; fez cerca de 40 filmes, 80% deles western, ação e guerra, e morreu cedo, aos 46 anos, vítima de um acidente de avião, em 1971. Em homenagem a Murphy, a distribuidora Classicline lançou 22 filmes de faroeste com ele, como “Antro de desalmados” (1959), “Balas que não erram” (1959) e “Matar ou cair” (1966).
“Texano” é um bom exemplar para recordarmos a carreira de Murphy, que vive um ex-xerife disposto a tudo para capturar o assassino do seu irmão. Nessa história explosiva de justiça com as próprias mãos, ele cruzará o caminho de caçadores de recompensa e pistoleiros sanguinários no oeste sem lei, dominado por homens corruptos.
Trata de temas inerentes ao western americano, a destacar a vingança e a retaliação – por exemplo, a vítima da trama, o irmão do ex-xerife, foi morto pelo fato de ter denunciado no jornal atos de corrupção envolvendo o proprietário de um saloon.
Muitas fitas de bangue-bangue da época escalavam um ator lendário ou uma atriz de peso, para uma participação especial, e aqui vemos o grande Broderick Crawford, no papel do vilão – ele ganhou o Oscar por “A grande ilusão” (1949).
Dirige Lesley Selander, que entre os anos 20 e 60 realizou cerca de 140 fitas populares, muitas do gênero, como “À esquerda da lei” (1937) e “Renegados do oeste” (1949).

Texano – O bandoleiro temerário (The texican). EUA/Espanha, 1966, 88 minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Lesley Selander. Distribuição: Classicline


Gatilhos em duelo

Ben Lane (Audie Murphy) é salvo da forca por um pistoleiro durão, Frank Jesse (Dan Duryea), e a dupla parte para uma cidadezinha no Oeste americano. Lá são contratados por uma rica mulher para escoltá-la até um vilarejo, onde cruzarão um território dominado por índios.

Originalmente da Universal e agora em DVD pela Classicline, este é outro bom faroeste popular protagonizado pelo ator Audie Murphy, astro do gênero, que morreu cedo vítima de um acidente de avião em 1971 (aos 46 anos). Numa história caprichada que poderia ter rendido um filme de suspense, dois homens desconhecidos se ajudam numa missão arriscada, a de levar uma mulher até sua família, num local dominado por índios. Na jornada pelo oeste selvagem, um segredo será revelado, complicando ainda mais o objetivo daqueles dois homens.
Audie Murphy manda bem no papel central, mas é Dan Duryea quem se destaca, roubando as cenas como coadjuvante, o pistoleiro durão e com ar de misterioso – Duryea também foi astro do cinema de faroeste e de aventura, atuando em filmes importantes do cinema como “Winchester '73” (1950) “O voo da Fênix” (1965).
Empolgante, nostálgico e com um desfecho brilhante! Do diretor de “Com amor no coração” (1961) e “Um gênio entrou lá em casa” (1964), Harry Keller.

Gatilhos em duelo (Six black horses). EUA, 1962, 80 minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por Harry Keller. Distribuição: Classicline


O passado não perdoa

Rachel (Audrey Hepburn) é uma garota indígena que foi secretamente adotada por brancos. Certo dia sua identidade é revelada, e a população, por não aceitar a condição dela, a quer morta. Porém os índios da tribo de Rachel, os Kiowa, acabam atacando a cidade para resgatá-la. Torna-se prisioneira de Ben (Burt Lancaster), um cowboy apaixonado por ela, disposto a enfrentar tanto os índios quanto os brancos para ficar com a mulher que ama.

Western melodramático e antirracista do lendário cineasta John Huston, pai da atriz Anjelica Huston, e que foi também um ótimo ator, um mestre absoluto na arte da direção (ele fez de tudo, drama, faroeste, noir, policial, aventura, thriller de espionagem, comédia). Atrás da câmera, Huston reliza uma história de amor proibida que discutia a questão indígena na impiedosa fronteira Estados Unidos e México. Ódio, vingança, disputa e preconceito circundam a atmosfera do filme produzido por Burt Lancaster e rodado em Durango, no México, que fracassou nas bilheterias na época e tampouco foi lembrado em qualquer premiação do cinema americano.
Baseado no romance clássico de Alan Le May, escritor de outro livro que virou um dos maiores western de todos os tempos, “Rastros de ódio” (1956), teve roteiro de Ben Maddow, indicado ao Oscar por “O segredo das joias” (1950), filme noir de John Huston, responsável por escrever faroestes, dentre eles “No velho Colorado” (1948).
Uma produção classe A da antiga MGM, que contou com um elenco ilustre, que ia de Lilian Gish (famosa atriz do cinema mudo) ao popular Audie Murphy (de bigode, em papel coadjuvante), de John Saxon a Charles Bickford, passando por novatos como Carlos Rivas, e o melhor de todos, Joseph Wiseman (o vilão Dr No, do primeiro “007”), num papel memorável. Lancaster é o dono da história inteira, e tinha como par romântico Audrey Hepburn – na época ela estava no auge da carreira, mas muita gente torceu o nariz pelo seu papel, a da índia (Audrey não tem traços indígenas algum, era um bibelô, toda certinha, jeito de boa moça novaiorquina... poderiam ter escalado uma atriz com aparência dos Kiowa, pelo menos – mas nessa época não havia essa preocupação em Hollywood, e o nome de Audrey puxava público para os cinemas).


Já havia saído em DVD pela Flashstar, e agora acaba de ser lançado pela Classicline. Conheça, e tenha uma boa sessão!

O passado não perdoa (The unforgiven). EUA, 1960, 121 minutos. Faroeste. Colorido. Dirigido por John Huston. Distribuição: Classicline (DVD de 2020) e Flashstar/MGM (DVD de 2011)

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