Duas fitas marcantes dos anos 80 que foram exibidas muitas vezes na TV aberta, agora em DVD, em edições especiais para colecionador!
Willow:
Na terra da magia
Vagando
pela floresta, Willow (Warwick Davis), um aprendiz de mago, liberta um
esgrimista aprisionado numa jaula, Madmartigan (Val Kilmer). Os dois se juntam
a um grupo de corajosos homens para uma incrível jornada em uma terra destruída,
para salvar um bebê que foi capturado por forças do mal. A criança, segundo as
profecias, poderá colocar um fim no reinado da temível rainha Bavmorda (Jean
Marsh).
Sempre
destaquei “Willow” como o melhor filme de aventura mítica dos anos 80, um filme
especial para mim e para toda uma geração que curtia, quando criança e até
adolescente, esse tipo de sessão-pipoca na TV aberta nos anos 90. E olha que naquela
década houve uma infestação de longas da mesma linha, como os extraordinários “A
história sem fim” (1984), “A lenda” (1985), “O cristal encantado” (1982), “O
feitiço de Áquila” (1985), “Labirinto – A magia do tempo” (1986), o menos
lembrado “Krull” (1983) e os telefilmes de “Caravana da coragem” (com os Ewoks,
personagens da franquia Star Wars, feitos entre 1984 e 1985). Digo com orgulho,
graças a Deus fui dessa geração!
“Willow”
é um deleite, uma fita de aventura mágica, cheia de conflitos, monstros, sobre
amizade, salvação e disputa pelo poder, com a ideia do bem lutando contra o mal.
Ao mesmo tempo que recebeu indicação ao Oscar, de melhor efeitos visuais e de melhor
efeitos sonoros, teve nomeação ao Razzie (os piores do ano), pasmem, de roteiro
e ator coadjuvante para o falecido Billy Barty (um ator senhorzinho, com
nanismo, que costumava aparecer como coadjuvante em filmes de aventura mítica,
como “A lenda” e “Mestres do universo”).
Flui
graças ao carismático ator britânico Warwick Davis, então com 17 anos, no papel
que dá título ao filme – Davis tem baixa estatura (1,07 metros de altura), foi
descoberto por George Lucas, um dos produtores do filme, estreando em “Star
Wars – Episódio VI: O retorno de Jedi” (1983), depois seguiu carreira no
cinema. Aliás, cerca de 230 pessoas com baixa estatura (vulgarmente chamados de
“anões”) atuaram na produção como figurantes. Tem Val Kilmer no elenco, este
foi o terceiro longa dele, pouco antes de se destacar no papel de Jim Morrison
em “The Doors” (1991), e outro ponto alto é a aparição da veterana atriz
britânica duas vezes indicada ao Globo de Ouro Jean Marsh, na pele da sinistra
rainha Bavmorda (eu tinha um medo danado dela quando criança), atriz esquecida,
de “Frenesi” (1972), “A águia pousou” (1974) e tantos mais.
Há
todo um visual mágico, uma direção de arte bem desenhada, de uma terra
devastada, com florestas onde habitam seres de outro mundo, monstros que saem
das águas, cães gigantes com cara de diabo (a maioria dos efeitos visuais eram
com maquiagem, máscaras, robôs e pouquíssima computação gráfica, tecnologia que
estava nascendo nessa época).
Originalmente
da MGM e produzido pela Lucasfilm (de George Lucas, que escreveu a história
original), o filme acaba de sair no box “Sessão Anos 80 – volume 7”, contendo
ainda três títulos, “Trânsito muito louco” (1985), “Sobre ontem à noite” (1986)
e “Loverboy: Garoto de programa” (1989).
Um
marco do cinema de aventura, dirigida pelo mestre Ron Howard (ganhador do Oscar
de direção por “Uma mente brilhante”), que felizmente agora pode ser revisitado
em DVD.
Willow: Na terra da magia (Willow).
EUA, 1988, 126 minutos. Aventura. Colorido. Dirigido por Ron Howard.
Distribuição: Obras-primas
do Cinema
A
bolha assassina
Uma
estranha bolha dentro de um meteorito cai na Terra. Ela tem vida própria,
invade uma pacata cidade e precisa se alimentar de carne humana – à medida que
ela come as pessoas, cresce numa velocidade absurda, destruindo tudo o que vê
pela frente.
Cult
movie de terror dos anos 80, “A bolha assassina” foi exibido zilhões de vezes
na TV aberta, e reúne ainda hoje fãs por todo o mundo. Assustador, com pegada
de ficção científica, era um remake de “A bolha” (1958, uma fita B scifi
superdivertida com Steve McQueen em início de carreira). Tremendo fracasso na
estreia (custou U$ 19 milhões, não rendeu nem U$ 9 milhões), virou um cult
imediato principalmente nos Estados Unidos.
É um
entretenimento terrorzão com cara de filme B, absurdo, cheio de mortes
inusitadas e sangue (em uma delas, a bolha entra pelo encanamento de um bar,
sai pelo ralo da pia da cozinha, e puxa uma vítima para dentro dos dutos,
dissolvendo-a – a gosma da bolha derrete tudo que toca). Na história macabra, a
estranha bolha roxa come gente e vai crescendo, crescendo, chegando até a cobrir
os carros; a população foge, a polícia cerca a cidade e todos tentam deter essa
mortal criatura do espaço. As tramas paralelas são bem amarradas, como a do
padre misterioso, o plano mirabolante da polícia etc
Um
ano depois, em “Os caça-fantasmas 2” (1989) aparece uma gosma rosa que invade
os dutos da cidade, tem vida própria, sobe pelos prédios... muita coincidência,
não? Por serem praticamente do mesmo ano, não sei qual filme copiou qual.
É
nostálgico assistir ao filme depois de tanto tempo! Ver, por exemplo, Shawnee
Smith e Kevin Dillon novinhos, Candy Clark como uma garçonete (indicada ao
Oscar por “Loucuras de verão”), astros do cinema como Del Close (no papel do
padre), Jeffrey DeMunn (o xerife) e Art LaFleur, e o veterano Joe Seneca, já
falecido, como um cientista. Os vários tipos sociais se encaixam e completam a
história, com roteiro de Frank Darabont, que um ano antes estreava escrevendo
“A hora do pesadelo 3: Os guerreiros dos sonhos” (1987), depois dirigiria dois
clássicos modernos do cinema americano, “Um sonho de liberdade” (1994) e “À
espera de um milagre” (1999) – Darabont conheceu o diretor de “A bolha
assassina” em “A hora do pesadelo 3”, Chuck Russell, que dirigiu esse terceiro
capítulo de Freddy Krueger; anos mais tarde, Russell fez um grande sucesso
mundial, o inimitável “O Máskara” (1994).
Presente
no box “Sessão de terror anos 80 – Volume 1”, que acaba de sair em DVD pela
Obras-primas do Cinema (em disco duplo, com extras e cards), contendo na caixa
os também cultuados “O cérebro” (1988), “Palhaços assassinos do espaço sideral”
(1988) e “Shocker – 100 mil volts de terror” (1989) – todos ganharam amplo
espaço na TV, nos antigos Cine Trash, Cinema em Casa e outras sessões nos anos 90.
E a Obras-primas do Cinema anunciou ontem o volume 2 de “Sessão de terror anos
80”, que sairá em DVD na metade de abril, com os filmes “Monster: A
ressurreição do mal” (1986), “A coisa” (1987), “O portão” (1987) e “Bonecas
macabras” (1987).
A
bolha assassina (The
blob). EUA, 1988, 95 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Chuck Russell.
Distribuição: Obras-primas do Cinema
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