sábado, 7 de março de 2020

Resenhas Especiais


Duas fitas marcantes dos anos 80 que foram exibidas muitas vezes na TV aberta, agora em DVD, em edições especiais para colecionador!


Willow: Na terra da magia

Vagando pela floresta, Willow (Warwick Davis), um aprendiz de mago, liberta um esgrimista aprisionado numa jaula, Madmartigan (Val Kilmer). Os dois se juntam a um grupo de corajosos homens para uma incrível jornada em uma terra destruída, para salvar um bebê que foi capturado por forças do mal. A criança, segundo as profecias, poderá colocar um fim no reinado da temível rainha Bavmorda (Jean Marsh).

Sempre destaquei “Willow” como o melhor filme de aventura mítica dos anos 80, um filme especial para mim e para toda uma geração que curtia, quando criança e até adolescente, esse tipo de sessão-pipoca na TV aberta nos anos 90. E olha que naquela década houve uma infestação de longas da mesma linha, como os extraordinários “A história sem fim” (1984), “A lenda” (1985), “O cristal encantado” (1982), “O feitiço de Áquila” (1985), “Labirinto – A magia do tempo” (1986), o menos lembrado “Krull” (1983) e os telefilmes de “Caravana da coragem” (com os Ewoks, personagens da franquia Star Wars, feitos entre 1984 e 1985). Digo com orgulho, graças a Deus fui dessa geração!
“Willow” é um deleite, uma fita de aventura mágica, cheia de conflitos, monstros, sobre amizade, salvação e disputa pelo poder, com a ideia do bem lutando contra o mal. Ao mesmo tempo que recebeu indicação ao Oscar, de melhor efeitos visuais e de melhor efeitos sonoros, teve nomeação ao Razzie (os piores do ano), pasmem, de roteiro e ator coadjuvante para o falecido Billy Barty (um ator senhorzinho, com nanismo, que costumava aparecer como coadjuvante em filmes de aventura mítica, como “A lenda” e “Mestres do universo”).


Flui graças ao carismático ator britânico Warwick Davis, então com 17 anos, no papel que dá título ao filme – Davis tem baixa estatura (1,07 metros de altura), foi descoberto por George Lucas, um dos produtores do filme, estreando em “Star Wars – Episódio VI: O retorno de Jedi” (1983), depois seguiu carreira no cinema. Aliás, cerca de 230 pessoas com baixa estatura (vulgarmente chamados de “anões”) atuaram na produção como figurantes. Tem Val Kilmer no elenco, este foi o terceiro longa dele, pouco antes de se destacar no papel de Jim Morrison em “The Doors” (1991), e outro ponto alto é a aparição da veterana atriz britânica duas vezes indicada ao Globo de Ouro Jean Marsh, na pele da sinistra rainha Bavmorda (eu tinha um medo danado dela quando criança), atriz esquecida, de “Frenesi” (1972), “A águia pousou” (1974) e tantos mais.
Há todo um visual mágico, uma direção de arte bem desenhada, de uma terra devastada, com florestas onde habitam seres de outro mundo, monstros que saem das águas, cães gigantes com cara de diabo (a maioria dos efeitos visuais eram com maquiagem, máscaras, robôs e pouquíssima computação gráfica, tecnologia que estava nascendo nessa época).
Originalmente da MGM e produzido pela Lucasfilm (de George Lucas, que escreveu a história original), o filme acaba de sair no box “Sessão Anos 80 – volume 7”, contendo ainda três títulos, “Trânsito muito louco” (1985), “Sobre ontem à noite” (1986) e “Loverboy: Garoto de programa” (1989).


Um marco do cinema de aventura, dirigida pelo mestre Ron Howard (ganhador do Oscar de direção por “Uma mente brilhante”), que felizmente agora pode ser revisitado em DVD.

Willow: Na terra da magia (Willow). EUA, 1988, 126 minutos. Aventura. Colorido. Dirigido por Ron Howard. Distribuição: Obras-primas do Cinema


A bolha assassina

Uma estranha bolha dentro de um meteorito cai na Terra. Ela tem vida própria, invade uma pacata cidade e precisa se alimentar de carne humana – à medida que ela come as pessoas, cresce numa velocidade absurda, destruindo tudo o que vê pela frente.

Cult movie de terror dos anos 80, “A bolha assassina” foi exibido zilhões de vezes na TV aberta, e reúne ainda hoje fãs por todo o mundo. Assustador, com pegada de ficção científica, era um remake de “A bolha” (1958, uma fita B scifi superdivertida com Steve McQueen em início de carreira). Tremendo fracasso na estreia (custou U$ 19 milhões, não rendeu nem U$ 9 milhões), virou um cult imediato principalmente nos Estados Unidos.
É um entretenimento terrorzão com cara de filme B, absurdo, cheio de mortes inusitadas e sangue (em uma delas, a bolha entra pelo encanamento de um bar, sai pelo ralo da pia da cozinha, e puxa uma vítima para dentro dos dutos, dissolvendo-a – a gosma da bolha derrete tudo que toca). Na história macabra, a estranha bolha roxa come gente e vai crescendo, crescendo, chegando até a cobrir os carros; a população foge, a polícia cerca a cidade e todos tentam deter essa mortal criatura do espaço. As tramas paralelas são bem amarradas, como a do padre misterioso, o plano mirabolante da polícia etc
Um ano depois, em “Os caça-fantasmas 2” (1989) aparece uma gosma rosa que invade os dutos da cidade, tem vida própria, sobe pelos prédios... muita coincidência, não? Por serem praticamente do mesmo ano, não sei qual filme copiou qual.


É nostálgico assistir ao filme depois de tanto tempo! Ver, por exemplo, Shawnee Smith e Kevin Dillon novinhos, Candy Clark como uma garçonete (indicada ao Oscar por “Loucuras de verão”), astros do cinema como Del Close (no papel do padre), Jeffrey DeMunn (o xerife) e Art LaFleur, e o veterano Joe Seneca, já falecido, como um cientista. Os vários tipos sociais se encaixam e completam a história, com roteiro de Frank Darabont, que um ano antes estreava escrevendo “A hora do pesadelo 3: Os guerreiros dos sonhos” (1987), depois dirigiria dois clássicos modernos do cinema americano, “Um sonho de liberdade” (1994) e “À espera de um milagre” (1999) – Darabont conheceu o diretor de “A bolha assassina” em “A hora do pesadelo 3”, Chuck Russell, que dirigiu esse terceiro capítulo de Freddy Krueger; anos mais tarde, Russell fez um grande sucesso mundial, o inimitável “O Máskara” (1994).
Presente no box “Sessão de terror anos 80 – Volume 1”, que acaba de sair em DVD pela Obras-primas do Cinema (em disco duplo, com extras e cards), contendo na caixa os também cultuados “O cérebro” (1988), “Palhaços assassinos do espaço sideral” (1988) e “Shocker – 100 mil volts de terror” (1989) – todos ganharam amplo espaço na TV, nos antigos Cine Trash, Cinema em Casa e outras sessões nos anos 90. E a Obras-primas do Cinema anunciou ontem o volume 2 de “Sessão de terror anos 80”, que sairá em DVD na metade de abril, com os filmes “Monster: A ressurreição do mal” (1986), “A coisa” (1987), “O portão” (1987) e “Bonecas macabras” (1987).



A bolha assassina (The blob). EUA, 1988, 95 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Chuck Russell. Distribuição: Obras-primas do Cinema

Nenhum comentário: