Quadrilha
de sádicos
Os
integrantes da família Carter, em viagem pelo estado da California, adentram um
desvio de terra que os levam a uma área de testes nucleares, onde habitam um
grupo de canibais deformados.
O
falecido mestre do cinema de horror Wes Craven homenageou outro mago do gênero,
Tobe Hooper, fazendo, com esse filme de pequeno orçamento, um diálogo direto
com o polêmico “O massacre da serra elétrica” (1974), realizado três anos antes.
Ambos têm histórias parecidas, envolvendo um grupo de pessoas perdidas numa
área isolada onde habitam canibais vorazes – “O massacre” ainda é superior,
mais violento, pesado e indigesto. “Quadrilha de sádicos” sofreu cortes para
ser exibido no circuito de cinemas americanos, e Craven nunca lançou a versão
definitiva/estendida.
Com
um orçamento na mão de U$ 230 mil, rodou o projeto em poucos dias, todo em
locações, na região de Apple Valley e na vizinha Victorville, áreas de desérticas
do estado da California. Foi seu segundo longa, escrito por ele também – Craven
criou as séries de filmes “A hora do pesadelo” e “Pânico”, só para lembrar. E
um dos primeiros filmes de Dee Wallace, que se tornou rosto comum em fitas de horror,
como “Grito de horror” (1981), Cujo” (1983), “Criaturas” (1986), e esteve no
clássico “E.T. – O extraterrestre” (1982).
Os
sádicos do título infeliz são um grupo de canibais deformados, vítimas de uma contaminação
radioativa, que vivem em uma região de testes nucleares da Força Aérea
Americana; todos têm nomes de planetas (Júpiter, Mercúrio, Marte e Plutão),
usam roupas indígenas meio hippie, e passam a perseguir uma família perdida no
deserto. Quase tudo ali é maquiagem – exceto Michael Berryman, que realmente possuía
uma deficiência genética, a Displasia ectodérmica, que o fez ter um crânio
avantajado.
Modesto,
bem amador, carrega muito suspense, com sequências rápidas de perseguições e
mortes. Teve uma continuação descartável em 1984 (“Quadrilha de sádicos II), e duas
refilmagens, “Viagem maldita” (2006, que é boa) e “O retorno dos malditos” (2007).
Integra
o box “Wes Craven”, com quatro obras de terror do cineasta, e este é o melhor
da caixa – tem também a continuação, “Quadrilha de sádicos II”, “Aniversário
macabro” (o primeiro filme dele, de 1972) e “Benção mortal” (1981). Apresenta disco
duplo, uma hora de extras e cards colecionáveis.
Quadrilha
de sádicos (The hills
have eyes). EUA, 1977, 91 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Wes Craven.
Distribuição: Obras-primas do Cinema
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