sábado, 28 de março de 2020

Cine Cult



Quadrilha de sádicos

Os integrantes da família Carter, em viagem pelo estado da California, adentram um desvio de terra que os levam a uma área de testes nucleares, onde habitam um grupo de canibais deformados.

O falecido mestre do cinema de horror Wes Craven homenageou outro mago do gênero, Tobe Hooper, fazendo, com esse filme de pequeno orçamento, um diálogo direto com o polêmico “O massacre da serra elétrica” (1974), realizado três anos antes. Ambos têm histórias parecidas, envolvendo um grupo de pessoas perdidas numa área isolada onde habitam canibais vorazes – “O massacre” ainda é superior, mais violento, pesado e indigesto. “Quadrilha de sádicos” sofreu cortes para ser exibido no circuito de cinemas americanos, e Craven nunca lançou a versão definitiva/estendida.
Com um orçamento na mão de U$ 230 mil, rodou o projeto em poucos dias, todo em locações, na região de Apple Valley e na vizinha Victorville, áreas de desérticas do estado da California. Foi seu segundo longa, escrito por ele também – Craven criou as séries de filmes “A hora do pesadelo” e “Pânico”, só para lembrar. E um dos primeiros filmes de Dee Wallace, que se tornou rosto comum em fitas de horror, como “Grito de horror” (1981), Cujo” (1983), “Criaturas” (1986), e esteve no clássico “E.T. – O extraterrestre” (1982).
Os sádicos do título infeliz são um grupo de canibais deformados, vítimas de uma contaminação radioativa, que vivem em uma região de testes nucleares da Força Aérea Americana; todos têm nomes de planetas (Júpiter, Mercúrio, Marte e Plutão), usam roupas indígenas meio hippie, e passam a perseguir uma família perdida no deserto. Quase tudo ali é maquiagem – exceto Michael Berryman, que realmente possuía uma deficiência genética, a Displasia ectodérmica, que o fez ter um crânio avantajado.


Modesto, bem amador, carrega muito suspense, com sequências rápidas de perseguições e mortes. Teve uma continuação descartável em 1984 (“Quadrilha de sádicos II), e duas refilmagens, “Viagem maldita” (2006, que é boa) e “O retorno dos malditos” (2007).
Integra o box “Wes Craven”, com quatro obras de terror do cineasta, e este é o melhor da caixa – tem também a continuação, “Quadrilha de sádicos II”, “Aniversário macabro” (o primeiro filme dele, de 1972) e “Benção mortal” (1981). Apresenta disco duplo, uma hora de extras e cards colecionáveis.



Quadrilha de sádicos (The hills have eyes). EUA, 1977, 91 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Wes Craven. Distribuição: Obras-primas do Cinema

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