Baarìa – A porta do vento
Durante a ascensão do Fascismo na Itália, o jovem Peppino (Francesco Scianna), filho de um humilde pastor, testemunha inúmeros acontecimentos na comunidade onde mora, Bagheria, apelidada de Baarìa, na região de Palermo, até eclodir a Segunda Guerra. Apaixonado por política, engaja-se em movimentos contra o regime ditatorial e torna-se comunista. Enfrenta a família e une-se a um grupo de garotos da esquerda. Com o passar dos anos, Peppino aprende a conviver com situações cotidianas nunca antes vividas, como o amor, a maturidade, a perda da família, o afastamento dos amigos e o trabalho.
O importante diretor italiano Giuseppe Tornatore, de “Cinema Paradiso” (1988), retorna ao cinema com bons resultados após ausência de quatro anos. Indicado ao Globo de Ouro em 2010, “Baarìa”, pra começar, é um filme autobiográfico, escrito pelo próprio cineasta. Ele registra rápidas passagens da vida de sua família, os Torrenuova, durante quatro décadas (desde o início do Fascismo, na década de 30, até os anos 80), totalizando três gerações – os avós, os pais e a dele.
Com extrema simplicidade, abre um verdadeiro diário íntimo sobre o cotidiano da família que morava na comuna pobre de Bagheria (ou Baarìa, derivado do árabe, que significa “porta do vento”), situada na província de Palermo, Sicília, sul da Itália. É o ‘Amarcord’ de Tornatore. Enquanto Fellini falava sobre a família inteira exibindo situações inusitadas, outras cômicas, Tornatore recorda a infância de forma estilizada, mais dramática do que engraçada – por exemplo, a truculência dos fascistas com os subversivos. Não dá para se apegar a personagens, pois o diretor optou por um desfile de gente que entra e sai de cena como vento.
Três recursos garantem a boa produção: a música estrombólica de Ennio Morricone, com descidas furiosas alternadas com tons intimistas, a direção de arte de época (rodado em set na Tunísia com mais de 30 mil figurantes) e a notável fotografia ensolarada (o amarelo como símbolo da região quente onde vivem e ao mesmo tempo um paralelo com a efervescência da guerra que estoura).
Uma pena ter obtido pouca repercussão entre o público brasileiro e, pior ainda, ter ficado de fora da lista dos finalistas ao Oscar de filme estrangeiro. Procure já e se prepare para assistir a um belo trabalho pessoal de um dos cineastas mais destacáveis de sua geração. Por Felipe Brida
Baarìa – A porta do vento (Baarìa). Itália/ França, 2009, 154 min. Drama. Dirigido por Giuseppe Tornatore. Distribuição: Paris Filmes
Durante a ascensão do Fascismo na Itália, o jovem Peppino (Francesco Scianna), filho de um humilde pastor, testemunha inúmeros acontecimentos na comunidade onde mora, Bagheria, apelidada de Baarìa, na região de Palermo, até eclodir a Segunda Guerra. Apaixonado por política, engaja-se em movimentos contra o regime ditatorial e torna-se comunista. Enfrenta a família e une-se a um grupo de garotos da esquerda. Com o passar dos anos, Peppino aprende a conviver com situações cotidianas nunca antes vividas, como o amor, a maturidade, a perda da família, o afastamento dos amigos e o trabalho.
O importante diretor italiano Giuseppe Tornatore, de “Cinema Paradiso” (1988), retorna ao cinema com bons resultados após ausência de quatro anos. Indicado ao Globo de Ouro em 2010, “Baarìa”, pra começar, é um filme autobiográfico, escrito pelo próprio cineasta. Ele registra rápidas passagens da vida de sua família, os Torrenuova, durante quatro décadas (desde o início do Fascismo, na década de 30, até os anos 80), totalizando três gerações – os avós, os pais e a dele.
Com extrema simplicidade, abre um verdadeiro diário íntimo sobre o cotidiano da família que morava na comuna pobre de Bagheria (ou Baarìa, derivado do árabe, que significa “porta do vento”), situada na província de Palermo, Sicília, sul da Itália. É o ‘Amarcord’ de Tornatore. Enquanto Fellini falava sobre a família inteira exibindo situações inusitadas, outras cômicas, Tornatore recorda a infância de forma estilizada, mais dramática do que engraçada – por exemplo, a truculência dos fascistas com os subversivos. Não dá para se apegar a personagens, pois o diretor optou por um desfile de gente que entra e sai de cena como vento.
Três recursos garantem a boa produção: a música estrombólica de Ennio Morricone, com descidas furiosas alternadas com tons intimistas, a direção de arte de época (rodado em set na Tunísia com mais de 30 mil figurantes) e a notável fotografia ensolarada (o amarelo como símbolo da região quente onde vivem e ao mesmo tempo um paralelo com a efervescência da guerra que estoura).
Uma pena ter obtido pouca repercussão entre o público brasileiro e, pior ainda, ter ficado de fora da lista dos finalistas ao Oscar de filme estrangeiro. Procure já e se prepare para assistir a um belo trabalho pessoal de um dos cineastas mais destacáveis de sua geração. Por Felipe Brida
Baarìa – A porta do vento (Baarìa). Itália/ França, 2009, 154 min. Drama. Dirigido por Giuseppe Tornatore. Distribuição: Paris Filmes
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