terça-feira, 19 de julho de 2011

Resenha

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Tempos que mudam

Enviado para a cidade portuária de Tânger, no norte da África, para supervisionar um canteiro de obras, Antoine (Gérard Depardieu) reencontra o antigo amor de sua vida, Cécile (Catherine Deneuve). Surpreendido pela beleza da mulher que não via há trinta anos, Antoine divide-se entre o trabalho e a tentativa em se reaproximar dela.

Indicado ao Urso de Ouro de melhor diretor (o veterano André Téchiné) no Festival de Berlim em 2005, “Tempos que mudam” tem tudo aquilo que um drama francês tradicional pode apresentar: história familiar com tom triste, narrativa lenta, final comovente. Pense nesses três elementos bem unidos e some dois atores europeus respeitados, Catherine Deneuve e Gérard Depardieu, que estão excepcionalmente brilhantes. A belíssima atriz parisiense dá um show no papel de uma mulher solitária que hoje vive com o filho em Tânger, no Estreito de Gibraltar; e Depardieu é a face oposta da moeda, um senhor cabisbaixo, sério, que, ao chegar naquela cidade, depara-se com o antigo amor que sobreviveu ao tempo; vê-la brota dentro dele uma paixão febril. Movido a esse sentimento tentará tocá-la pela última vez durante os poucos dias de passagem por lá.
Com uma bonita trilha sonora de canções marroquinas, a fita francesa enaltece temas universais, sobre a distância do amor, a tentativa de reconciliação etc.
Tem uma singularidade tocante, com elenco de primeira linha e fotografia primorosa que reflete a falta de calor humano. Não espere final feliz (os filmes europeus não cogitam happy end).
Também recebeu indicação ao César, o Oscar francês, de ator promissor para Malik Zidi (o filho de Cécile). Conheça. Por Felipe Brida

Tempos que mudam
(Les temps qui changent). França, 2004, 95 min. Drama. Dirigido por André Téchiné. Distribuição: Europa Filmes

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