Na Natureza Selvagem
Em 1990, Christopher McCandless (Emile Hirsch), jovem recém-formado, resolve fugir de casa e viajar sem rumo cruzando o território norte-americano. A cada lugar que passa, conhece pessoas diferentes e mantém estreitos laços com cada uma delas. Dois anos depois, toma seu destino final: Alasca.
O diretor Sean Penn demorou 10 anos para rodar este filme baseado na história real do aventureiro Christopher McCandless. O resultado é uma fita tocante, repleta de paisagens naturais ostentosas (todas as cenas são locações, inclusive a região gélida do Alasca). Contada em flashbacks, a história foca os dois últimos anos da vida do personagem, de espírito megalomaníaco e desbravador. Ao contrário do que faz supor, o rapaz não é apenas um rebelde sem causa que sai de casa para enfrentar o mundo. A negação da hipocrisia dos pais (interpretados por Márcia Gay Harden e William Hurt) e do consumismo barato move os sentimentos mais profundos de McCandless. Em um ato extremo, abandona a família e ruma sozinho em busca do auto-conhecimento. Evidencia-se claramente o “mito do Bom Selagem”, de Rousseau, pelo ideal grandiloqüente do personagem em se aproximar da natureza e repensar a simplicidade da vida. Com certeza é uma fita de ampla leitura, ainda mais quando da análise da personalidade de McCandless, de gênio difícil e apático.
A longa duração e a narrativa minuciosa não atrapalham. Traz inovação com a música moderna criada pelo líder da banda Pearl Jam, Eddie Vedder (premiado com o Globo de Ouro de melhor canção este ano por “Guaranteed”, a bonita música-tema). A resolução é triste e sem disfarce, aproximando-se do desfecho do real McCandless. Alguns poderão se derramar em lágrimas.
O ator Emile Hirsch se revela, a cada projeto, um dos melhores nomes de sua geração (para comprovar, assistam a “Alpha Dog” e “Os Reis de Dogtown”). Aqui, dá vivacidade ao protagonista e carrega com ânimo o papel nas costas. Curiosidade: Hirsch perdeu 18 quilos para fazer o filme, que pode ser notado na cena final dentro do ônibus abandonado, momento mais forte da fita.
Recebeu duas indicações ao Oscar 2008 – melhor ator coadjuvante (Hal Holbrook – um dos atores mais velhos a concorrer à estatueta, então com 83 anos) e edição. Aliás, Holbrook tem uma participação pequena, como uma das tantas pessoas que cruza com McCandless, bem no final, porém marcante. O diálogo no carro entre ele e Hirsch é de dar nó na garganta. Um filme importante e de impacto. Lançado em DVD em abril. Por Felipe Brida
Título original: Into the Wild
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener, Vince Vaugh, Brian H. Dierker, Hal Holbrook, Kristen Stewart.
Direção: Sean Penn
Gênero: Aventura/Drama
Duração: 148 min.
Em 1990, Christopher McCandless (Emile Hirsch), jovem recém-formado, resolve fugir de casa e viajar sem rumo cruzando o território norte-americano. A cada lugar que passa, conhece pessoas diferentes e mantém estreitos laços com cada uma delas. Dois anos depois, toma seu destino final: Alasca.
O diretor Sean Penn demorou 10 anos para rodar este filme baseado na história real do aventureiro Christopher McCandless. O resultado é uma fita tocante, repleta de paisagens naturais ostentosas (todas as cenas são locações, inclusive a região gélida do Alasca). Contada em flashbacks, a história foca os dois últimos anos da vida do personagem, de espírito megalomaníaco e desbravador. Ao contrário do que faz supor, o rapaz não é apenas um rebelde sem causa que sai de casa para enfrentar o mundo. A negação da hipocrisia dos pais (interpretados por Márcia Gay Harden e William Hurt) e do consumismo barato move os sentimentos mais profundos de McCandless. Em um ato extremo, abandona a família e ruma sozinho em busca do auto-conhecimento. Evidencia-se claramente o “mito do Bom Selagem”, de Rousseau, pelo ideal grandiloqüente do personagem em se aproximar da natureza e repensar a simplicidade da vida. Com certeza é uma fita de ampla leitura, ainda mais quando da análise da personalidade de McCandless, de gênio difícil e apático.
A longa duração e a narrativa minuciosa não atrapalham. Traz inovação com a música moderna criada pelo líder da banda Pearl Jam, Eddie Vedder (premiado com o Globo de Ouro de melhor canção este ano por “Guaranteed”, a bonita música-tema). A resolução é triste e sem disfarce, aproximando-se do desfecho do real McCandless. Alguns poderão se derramar em lágrimas.
O ator Emile Hirsch se revela, a cada projeto, um dos melhores nomes de sua geração (para comprovar, assistam a “Alpha Dog” e “Os Reis de Dogtown”). Aqui, dá vivacidade ao protagonista e carrega com ânimo o papel nas costas. Curiosidade: Hirsch perdeu 18 quilos para fazer o filme, que pode ser notado na cena final dentro do ônibus abandonado, momento mais forte da fita.
Recebeu duas indicações ao Oscar 2008 – melhor ator coadjuvante (Hal Holbrook – um dos atores mais velhos a concorrer à estatueta, então com 83 anos) e edição. Aliás, Holbrook tem uma participação pequena, como uma das tantas pessoas que cruza com McCandless, bem no final, porém marcante. O diálogo no carro entre ele e Hirsch é de dar nó na garganta. Um filme importante e de impacto. Lançado em DVD em abril. Por Felipe Brida
Título original: Into the Wild
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener, Vince Vaugh, Brian H. Dierker, Hal Holbrook, Kristen Stewart.
Direção: Sean Penn
Gênero: Aventura/Drama
Duração: 148 min.
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