quinta-feira, 5 de junho de 2008

Especiais Sobre Cinema

Bandidagem na estrada
Road-movie brasileiro “Carmo” é destaque no Festival de Cannes (*)


Felipe Brida

Dirigido pelo brasileiro Murilo Pasta, o road-movie Carmo, uma co-produção Brasil, Espanha e Polônia, teve estréia mundial em uma mostra paralela no 61º Festival de Cannes, evento encerrado no último domingo (dia 25). Bem recebido pelo público, o filme narra as aventuras de Marco (Fele Martinez, de “Fale com Ela” e “Má Educação”, ambos dirigidos por Pedro Almodóvar), contrabandista com a intenção de ganhar a vida na fronteira do Brasil e Paraguai. Topa então participar de uma ação criminosa. É quando se envolve com a jovem Maria do Carmo (Mariana Loureiro, de “Abril Despedaçado” e “Garotas do ABC”), uma sul-matogrossense grávida de dois meses ligada ao submundo do crime.
No elenco do filme, previsto para ser lançado no Brasil no final do próximo mês, está a atriz Rosi Campos, que interpreta o papel da cinqüentona Serra Feliciano. Em entrevista especial ao Notícia da Manhã, Rosi contou sobre os bastidores da produção e as perspectivas do filme quanto ao circuito de cinema internacional.


NM – Rosi, “Carmo” carrega uma história de amor conturbada, cheia de peripécias e uma mistura de gêneros. Como classificaria o filme?

Rosi – A fita, produzida pela Companhia A Contraluz, da Espanha, é um road-movie, ou seja, as ações se desenrolam em viagens na estrada. É uma história sobre relações difíceis, contado de
forma bacana, que mistura humor, drama e aventura. O filme foi rodado em quatro cidades do Mato Grosso do Sul, Corumbá, Ladário e Terenos e a capital, Campo Grande, com locações naturais, e conta com um grande elenco. Além de Martínez e da Mariana, temos a espanhola Paca Gabaldón e os brasileiros Seu Jorge que, junto com Márcio Garcia (irreconhecível como um homem desfigurado, cheio de próteses), faz uma dupla de capangas; temos ainda Norival Rizzo, Nanda Costa,Thaís Fersoza (outro papel interessante, a de uma veterinária sadomasoquista), e ainda a participação especial do cantor Zeca Baleiro, em uma rápida cena no bar. Foram dois meses de produção, entre os meses de abril e maio de 2007, e um orçamento de R$ 4 milhões. O filme foi montado na Espanha e deverá ser distribuído para dezenas de países a partir de junho, inclusive no Brasil. A expectativa é de sucesso.

NM – O público que assistiu “Carmo” em Cannes prestigiou a fita. Acredita que este será um filme brasileiro aplaudido em festivais internacionais?

Rosi – O longa foi selecionado para o MIF (Marche International du Film) e teve estréia mundial em uma mostra paralela no Festival de Cannes deste ano. O objetivo dos produtores é levar “Carmo” aos festivais de renome, como Sundance, Berlim e também para eventos de cinema no Brasil. Tudo indica que temos chance. Basta agora esperar a aceitação dos organizadores dos festivais e dos críticos de cinema.

NM – Rosi, sobre sua carreira, quais projetos estão em vista?

Rosi – Há muitos projetos em andamento. Ainda falando em cinema, recebi recentemente o convite para o filme “Menino da Porteira”, refilmagem daquele feito em 1977 com Sérgio Reis. Está em fase de produção e previsto para ser lançado em 2009. No elenco, o cantor Daniel e o ator José de Abreu. Outros deverão ser escalados em breve. A direção é de Jeremias Moreira, o diretor do filme original. Na próxima segunda-feira (dia 2), estréia a nova novela das oito da Rede Globo, “A Favorita”, de João Emanuel Carneiro. Eu estarei no elenco, que conta com grandes nomes – Patrícia Pillar, Claudia Raia, Ary Fontoura, Mariana Ximenes, Murilo Benício, Gloria Menezes e outros. Estou com a peça “Mãos ao Alto, São Paulo”, que estreou em 2007 e agora está sendo exibida em cidades do interior de São Paulo, como Americana e Limeira, além de espetáculos infantis, como “A Saga da Bruxa Morgana e o Enigma do Tempo”, em que encarno a personagem Morgana, do Castelo Rá-tim-bum.

Conheça a atriz Rosi Campos

A atriz Rosi Campos, nascida em Bragança Paulista no dia 30 de março de 1954, completa 35 anos de carreira em 2008. Jornalista formada pela ECA/USP (Escola de Artes e Comunicação da Universidade de São Paulo), trabalhou como assessora de imprensa na Som Livre por cinco anos e, logo depois, abandonou a função para seguir carreira artística no teatro. Esteve em mais de 15 espetáculos teatrais entre os anos de 1984 e 1990.
Sua estréia na televisão deu-se em 1990, no SBT, na novela “Brasileiros e Brasileiras”. Na Rede Globo atuou em inúmeras telenovelas, como “Cara e Coroa”, “Salsa e Merengue”, “Meu Bem Querer”, “Vila Madalena”, “Desejos de Mulher”, “Da Cor do Pecado”, “América” e “O Profeta”. Fez minisséries, como “Éramos Seis”, “Hilda Furacão” e “A Casa das Sete Mulheres”. No cinema, esteve em “A Causa Secreta”, “Ed Mort”, “Castelo Rá-tim-bum – O Filme”, “Avassaladoras” e “Tapete Vermelho”.
Seu personagem mais famoso foi a bruxa Morgana Stradivarius no seriado infantil “Castelo Rá-tim-bum”, exibido na TV Cultura. Além de atriz, Rosi Campos atua como roteirista e produtora.

(*) Entrevista publicada no jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, na edição do dia 30/05/2008. Créditos para foto de Rosi Campos: Felipe Brida

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