O Orfanato
Laura (Belén Rueda) passou sua infância em um orfanato localizado em um antigo casarão à beira da praia. Trinta anos depois, decide reabrir o local abandonado para transformá-lo em uma moderna entidade voltada a crianças portadoras de necessidades especiais. Para isto, muda-se para lá com o marido, Carlos (Fernando Cayo) e o filho Simon (Roger Príncep), de sete anos. Porém o ambiente desperta a imaginação de Simon, que passa a ter contato com “amigos invisíveis”. À medida que os fatos vão se tornando estranhos e assustadores, Laura passa a desconfiar que eles não estão sozinhos no orfanato.
É raro eu assistir novamente ao mesmo filme assim que ele termina. “O Orfanato”, estréia do diretor espanhol Juan Antonio Bayona, que segue os preceitos estilísticos de Guilhermo Del Toro, produtor desta fita, arrebatou-me de uma maneira que não pude resistir. Revi o filme com todas as sensações perturbadoras e contundentes propostas aos telespectadores “de primeira sessão”.
Um roteiro inteligente que ora assusta e faz arrepiar ora emociona. Chega a ser difícil classificar esta fita quanto ao gênero. Basicamente é, como a própria tagline aponta, um conto de terror que mistura fantasia e drama familiar. Até a metade da fita anuncia-se uma trama que lembra aqueles inúmeros filmes dos anos 80 e 90 sobre casas mal-assombradas. Por felicidade dos produtores e do diretor a falsa aparência logo é desmascarada. Tem até sensitivos e videntes que procuram desvendar de onde vêm as energias que rondam o orfanato (participação assombrosa de Geraldine Chaplin como a líder do grupo de sensitivos e parapsicólogos). A partir do desaparecimento do garoto, muda-se o tom da narrativa, e desfaz-se, paulatinamente, o gênero horror. A conclusão é mágica e comovente, apesar de pender para um lado romântico agradável e onírico.
A estrutura do filme é montada com tantas minúcias que os detalhes podem passar batidos e fazer com que o público se atrapalhe em certos momentos. Por isso, atenção redobrada!
A “mão” de Guilhermo Del Toro corre solta aqui, trilhando o lado fantástico de “A Espinha do Diabo” e “O Labirinto do Fauno”. O elenco complementa o trabalho, em especial a atriz protagonista Belén Rueda, primorosa.
Confesso que, diferente de muitos amigos e companheiros de profissão, não sou hábil em descobrir finais de antemão, e aqui tive a mesma surpresa de quando assisti “Os Outros” e “O Sexto Sentido”. E a revelação final é chocante e desagradável.
Premiado em mais de 15 festivais em todo o mundo, venceu sete categorias das 14 a que foi indicado ao Goya 2008 (o Oscar espanhol): diretor estreante, desenho de produção, maquiagem, direção de arte, roteiro original, som e efeitos especiais. Representante da Espanha ao Oscar 2008 na categoria filme estrangeiro, ficou fora da lista dos cinco finalistas. As novas gerações poderão reconhecer o ator Edgar Vivar, o “Seu Barriga” do seriado Chaves, que faz uma participação como o parapsicólogo.
Aclamada pelo público e vista por mais de cinco milhões de pessoas somente nas primeiras semanas de estréia na Espanha no final do ano passado, “O Orfanato” passou em salas especiais no Brasil em circuitos fechados, sem alcançar o devido reconhecimento. Merece, agora, com seu lançamento em DVD, maior atenção por parte do público brasileiro. Obrigatório para os fãs de horror e àqueles que curtem uma boa história. Por Felipe Brida
Título original: El Orfanato
País/Ano: México/Espanha, 2007
Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera, Edgar Vivar, Montserrat Carulla, Geraldine Chaplin..
Direção: Juan Antonio Bayona
Gênero: Terror/Drama
Duração: 101 min.
Laura (Belén Rueda) passou sua infância em um orfanato localizado em um antigo casarão à beira da praia. Trinta anos depois, decide reabrir o local abandonado para transformá-lo em uma moderna entidade voltada a crianças portadoras de necessidades especiais. Para isto, muda-se para lá com o marido, Carlos (Fernando Cayo) e o filho Simon (Roger Príncep), de sete anos. Porém o ambiente desperta a imaginação de Simon, que passa a ter contato com “amigos invisíveis”. À medida que os fatos vão se tornando estranhos e assustadores, Laura passa a desconfiar que eles não estão sozinhos no orfanato.
É raro eu assistir novamente ao mesmo filme assim que ele termina. “O Orfanato”, estréia do diretor espanhol Juan Antonio Bayona, que segue os preceitos estilísticos de Guilhermo Del Toro, produtor desta fita, arrebatou-me de uma maneira que não pude resistir. Revi o filme com todas as sensações perturbadoras e contundentes propostas aos telespectadores “de primeira sessão”.
Um roteiro inteligente que ora assusta e faz arrepiar ora emociona. Chega a ser difícil classificar esta fita quanto ao gênero. Basicamente é, como a própria tagline aponta, um conto de terror que mistura fantasia e drama familiar. Até a metade da fita anuncia-se uma trama que lembra aqueles inúmeros filmes dos anos 80 e 90 sobre casas mal-assombradas. Por felicidade dos produtores e do diretor a falsa aparência logo é desmascarada. Tem até sensitivos e videntes que procuram desvendar de onde vêm as energias que rondam o orfanato (participação assombrosa de Geraldine Chaplin como a líder do grupo de sensitivos e parapsicólogos). A partir do desaparecimento do garoto, muda-se o tom da narrativa, e desfaz-se, paulatinamente, o gênero horror. A conclusão é mágica e comovente, apesar de pender para um lado romântico agradável e onírico.
A estrutura do filme é montada com tantas minúcias que os detalhes podem passar batidos e fazer com que o público se atrapalhe em certos momentos. Por isso, atenção redobrada!
A “mão” de Guilhermo Del Toro corre solta aqui, trilhando o lado fantástico de “A Espinha do Diabo” e “O Labirinto do Fauno”. O elenco complementa o trabalho, em especial a atriz protagonista Belén Rueda, primorosa.
Confesso que, diferente de muitos amigos e companheiros de profissão, não sou hábil em descobrir finais de antemão, e aqui tive a mesma surpresa de quando assisti “Os Outros” e “O Sexto Sentido”. E a revelação final é chocante e desagradável.
Premiado em mais de 15 festivais em todo o mundo, venceu sete categorias das 14 a que foi indicado ao Goya 2008 (o Oscar espanhol): diretor estreante, desenho de produção, maquiagem, direção de arte, roteiro original, som e efeitos especiais. Representante da Espanha ao Oscar 2008 na categoria filme estrangeiro, ficou fora da lista dos cinco finalistas. As novas gerações poderão reconhecer o ator Edgar Vivar, o “Seu Barriga” do seriado Chaves, que faz uma participação como o parapsicólogo.
Aclamada pelo público e vista por mais de cinco milhões de pessoas somente nas primeiras semanas de estréia na Espanha no final do ano passado, “O Orfanato” passou em salas especiais no Brasil em circuitos fechados, sem alcançar o devido reconhecimento. Merece, agora, com seu lançamento em DVD, maior atenção por parte do público brasileiro. Obrigatório para os fãs de horror e àqueles que curtem uma boa história. Por Felipe Brida
Título original: El Orfanato
País/Ano: México/Espanha, 2007
Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera, Edgar Vivar, Montserrat Carulla, Geraldine Chaplin..
Direção: Juan Antonio Bayona
Gênero: Terror/Drama
Duração: 101 min.
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